Percepção sobre seguros é equivocada no Brasil, afirma presidente da CNseg; de quem é a culpa?
15, Fev. 2023
Fonte: CQCS
Ex-ministro do Planejamento e
ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) durante o
governo Michel Temer (MDB), Dyogo Oliveira assumiu a Confederação Nacional das
Seguradoras (CNSeg), em 2022, com algumas “missões”: fazer a interlocução com o
poder público, “popularizar” o seguro, “traduzindo” jargões e aumentando a base
de clientes, e defender algumas bandeiras, como a de que o setor não é
concentrado.
Em entrevista exclusiva ao InfoMoney,
o presidente da CNseg afirma que a percepção da sociedade em relação aos
seguros ainda é equivocada — em parte por culpa do próprio setor. Diz também
que o impacto dos problemas do IRB (IRBR3) no setor é menor do que ele
imaginava e garante que o “Open Insurance” estará disponível em 15 de setembro
(o Open Insurance é um ecossistema de compartilhamento de dados semelhante ao
Open Banking, cujo intuito e aumentar a competitividade e diminuir os preços).
O executivo tenta evitar questões
polêmicas, como a polarização da política brasileira e o próprio IRB — Oliveira
participou da privatização da resseguradora, em 2013. Mas não foge das
respostas. Nesta entrevista exclusiva, o executivo afirma que o setor de
seguros pode ajudar o governo — qualquer que seja — com produtos que atendam às
necessidades da população. Como exemplo, ele cita os motoristas e entregadores
de aplicativos, as vítimas de desastres naturais e os grandes projetos de
infraestrutura.
A conversa ocorreu em Santiago,
no Chile, onde a CNSeg lançou a Fides Rio 2023: uma conferência do mercado
segurador que é o maior evento para as Américas e a Península Ibérica. O
encontro é bienal, e esta será a primeira edição presencial desde o começo da
pandemia.
Veja abaixo os principais
trechos da entrevista:
Percepção ‘equivocada’ do
setor
“Só entre janeiro e junho [de
2022] o setor já pagou R$ 430 bilhões em resgates e indenizações. Isso é 5% do
PIB. E essa conta é simples: se você tira esses 5% da economia, o PIB
brasileiro teria caído 5% porque isso é renda disponível, isso é renda que
entrou no bolso das pessoas”, afirma Oliveira. “É dinheiro para quem teve o
carro roubado, bateu o carro, o veículo pegou fogo”.
O presidente da CNSeg afirma que
o setor “tem uma contribuição para uma economia moderna”. “Não só do ponto de
vista individual. É importante macroeconomicamente, pois tem um papel econômico
fundamental em uma sociedade moderna”.
“Mas hoje a percepção do setor é equivocada. E isso é um pouco de responsabilidade do próprio setor, que se comunica pouco e tem todo um linguajar técnico. Os nomes que a gente usa no setor são nomes que não dão a impressão certa”, afirma Oliveira. “Por exemplo: prêmio é o que você paga [para a seguradora] e sinistro é o que você recebe. Então essas coisas eu acho que afastam muito essa percepção do benefício que tem o setor. Mas sem sombra de dúvida é uma indústria que agrega muito valor para a sociedade e traz muito benefício”.
Questionado sobre como o setor
pode mudar essa imagem negativa, o executivo cita as indenizações pagas pelas
seguradoras. “As pessoas, quando recebem uma indenização, ficam muito
satisfeitas. E, como eu mostrei, é uma quantidade muito grande de pessoas que
recebem indenização. Mais de 180 mil famílias receberam indenização em
decorrência de Covid, por exemplo”.
“Os seguros não cobriam a Covid,
porque pandemia é um evento de força maior e é considerado excluído de qualquer
seguro, mas, mesmo assim, as empresas decidiram fazer o pagamento [das
indenizações] para 180 mil famílias”, afirma o presidente da CNSeg. “Para essas
famílias, é continuidade da sua qualidade de vida, continuidade do seu padrão
de consumo, continuidade da formação e da educação dos filhos… Isso tem um
efeito econômico real para o país”.
Oliveira afirma que, por isso,
uma das suas missões na CNSeg é fazer o setor dialogar melhor com a sociedade.
“Por isso estamos trabalhando muito a comunicação, a imagem do setor, mostrando
os números”.
Open Insurance
Uma das mudanças do setor para
2023 é o “Open Insurance” (sistema de seguros aberto), um ecossistema de
compartilhamento de dados semelhante ao Open Banking. Seu intuito é aumentar a
competitivdade e diminuir os preços, pois as pessoas poderão permitir o
compartilhamento de suas informações entre seguradoras para conseguir preços
melhores e obter produtos mais personalizados.
Oliveira garante que a plataforma
do Open Insurance ficará pronta no dia 15 de setembro deste ano (data
estipulada pelos órgãos públicos para o sistema estar operacional), mas
ressalta que a disponibilidade de produtos vai depender das empresas — e que,
para essa etapa, não é possível dar uma previsão.
“Primeiro, as pessoas precisam
entender simplificadamente o que é o Open Insurance. Vai ser uma plataforma
digital onde vai ter toda informação dos seguros e dos segurados. E você vai
ter ali a possibilidade de realizar qualquer operação com seguros. Você vai
poder contratar um seguro, cancelar, transferir e realizar qualquer operação
com seguros”, afirma o executivo.
O presidente da CNSeg cita
exemplos de benefícios que podem chegar aos consumidores, no futuro: “Se você
trocar de carro, vai poder transferir o seu seguro para o outro carro. Vai
poder transferir de uma seguradora para outra também. E a seguradora B vai
poder fazer uma oferta melhor para o seguro do seu carro, por exemplo. Se você
já tinha contratado [o seguro], vai poder fazer a portabilidade”.
Oliveira não diz quando essas
funcionalidades vão chegar ao cliente. “A plataforma deve, do ponto de vista
legal, estar operacional no dia 15 de setembro de 2023. Isso vai estar
disponível, neste formato de plataforma que eu mencionei, na data estipulada.
Em cima disso, as empresas — tanto seguradoras quanto corretoras ou outras
empresas que podem se habilitar — vão pode desenvolver aplicativos”.
“Esses aplicativos não têm data.
Pode ser que no dia 15 de setembro ninguém tenha feito nada, mas o sistema vai
estar funcionando. No dia 15 de setembro a base para tudo isso funcionar vai
estar disponível. Essa interface entre o cliente e a plataforma — onde todas as
informações estarão disponíveis — vai depender das seguradoras”, afirma o
executivo.
Ele também explica porque dois
setores ficaram de fora do Open Insurance: os planos de saúde e o seguro de
grandes riscos. “O que que está fora disso [do Open Insurance]? Saúde e grandes
riscos de engenharia, como petróleo e aviação, por exemplo. Os seguros de
grandes riscos têm poucas operações, então não faz sentido desenvolver toda
essa plataforma tecnológica, com milhões e milhões de investimentos, para você
ter duas ou três propostas. Dez operações por ano”.
“Em relação à saúde, o segmento
ficou de fora porque a regulação da saúde é feita pela ANS [Agência Nacional de
Saúde Suplementar]. E, principalmente, porque em saúde você tem uma característica
mais delicada no tratamento dos dados pessoais”, pondera. “O segmento de saúde
está preparando uma outra plataforma, que tem mais a ver com a portabilidade
[entre planos e seguradoras]”.
“Sobre o seguro de grandes
riscos, não é razoável você gastar milhões de reais em um sistema caro que vai
ter uma operação por ano com a Petrobras, outra com a Vale”, afirma o
executivo. “São casos em que a empresa negocia o seguro diretamente com o dono
da seguradora. São empresas autossuficientes, então elas sabem o que precisam”.
IRB (IRBR3)
Oliveira foi questionado sobre o
quanto a situação do IRB preocupa o setor (a empresa se viu em meio a um grande
escândalo de fraude contábil em 2020, quase não sobreviveu e lida com as
sequelas da conduta de seus executivos até hoje). Desde então, as ações do IRB
já despencaram mais de 90%, acionistas processaram a companhia, ela também foi
impactada por uma alta sinistralidade no seguro rural e, diante de tudo isso,
teve de passar por capitalização e até vender a sua sede no Rio de Janeiro.
O executivo minimiza a
importância da empresa para o setor de resseguros (formado por “seguradoras das
seguradoras”). “Primeiro que, hoje, o IRB representa em torno de 25% do mercado
de resseguro. Na época do monopólio [antes da privatização] era 100%. Segundo
que estamos muito tranquilos de que as empresas são muito capitalizadas e não
há nenhum risco de acontecer um problema derivado do IRB”.
Apesar de minimizar a importância
do IRB no setor, o presidente da CNSeg diz que é importante ter uma
resseguradora brasileira. “A única questão é que, para o Brasil, eu acho
importante ter resseguradores locais. Enriquece muito o mercado de seguros,
porque você tem a possibilidade de ter produtos e especificidades muito mais
adaptados para o Brasil”, diz o executivo. “Estamos torcendo muito para o IRB
se recuperar rapidamente e voltar a atuar com 100% da sua capacidade — e
estamos muito confiantes de que isso realmente vai acontecer”.
Mudança de governo
Sobre a vitória do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas eleições de outubro, o presidente da CNSeg diz que a mudança de governo “não muda muito” a perspectiva para o setor de seguros. “Seja qual for o governo, nós vamos ter que fazer um trabalho muito grande de aproximação”.
“Independentemente de qual seja o
governo, o mercado de seguros carece de uma maior aproximação e de uma maior
percepção pelo governo de como usar o setor de seguros para as finalidades das
políticas públicas que eles queiram desenvolver. Isso independe de qual seja o
governo”, diz Oliveira.
Ele diz também que o setor espera
do presidente “é uma política de crescimento do país”. “Essa, para mim, é a
grande política pró-mercado no caso de seguros. É a melhor ação que a gente
espera de qualquer governante”.
Sobre o governo usar as
seguradoras para políticas públicas, o executivo afirma que “o governo tem
muito a ganhar se entender bem como utilizar o setor para melhorar o
desenvolvimento do país, tanto do ponto de vista de crescimento econômico
quanto de desenvolvimento social”.
“O setor de seguros é, por
natureza, um produto social. O conceito do seguro é um conjunto grande de
pessoas que agem em benefício de uma que sofreu alguma dificuldade. Esse
princípio já é de preocupação social”, diz o presidente da CNSeg.
‘Ajuda’ ao governo
Questionado sobre como o setor de
seguros poderia “ajudar” o governo, Oliveira dá três exemplos de bate-pronto:
- ·
A proteção social de motoristas e entregadores
de aplicativos;
- ·
Uma maior agilidade no atendimento às vítimas de
desastres naturais;
- ·
Seguros para os grandes projetos de
infraestrutura.
“Um debate que surgiu na campanha
dos presidenciáveis foi: o que fazer para proteger o trabalhador ‘uberizado’? É
uma coisa super moderna, que está presente na sociedade e vai continuar
crescendo. Acontece que, no mundo inteiro, você tem produtos de seguros
exatamente para essa classe”, afirma o presidente da CNSeg.
“Tem seguro de acidente de
trabalho: um produto de seguro que pode manter a renda desse trabalhador
durante um certo período. Tem previdência: tem o regime geral de previdência,
mas tem também o plano de acumulação de previdência no setor de seguros.
Podemos oferecer para esse trabalhador exatamente as mesmas proteções que tem
um trabalhador ‘celetista’ [com carteira assinada]”, diz o executivo.
“Outro exemplo que mostramos para
alguns candidatos [na época da eleição]: quando tem alguma catástrofe hoje,
como é que o governo chega nos beneficiários de Bolsa Família? Leva um tempo
para comprar uma cesta básica, para fazer um abrigo. Se tiver um seguro para
essas pessoas, você conseguiria quase que imediatamente disponibilizar para
elas uma indenização e elas poderiam gastar esse dinheiro como acharem melhor”,
exemplifica.
“Também tem muitos produtos de
seguros que podem ajudar o governo na área econômica, com recursos para a área
de infraestrutura. O governo precisa fazer obras, precisa fazer concessões,
privatizações de infraestrutura. Tudo isso demanda seguro garantia. É um
produto tradicional da nossa indústria”, completa Oliveira.
Interlocução com o governo
A reportagem questionou Oliveira
se ele foi contratado pela CNSeg exatamente para fazer essa interlocução com o
governo (além de ex-ministro e ex-presidente do BNDES no governo Temer, ele foi
também secretário-executivo dos ministérios do Planejamento e da Fazenda em
governos do PT).
“Acho que não só para isso. Fui
contratado para dirigir uma entidade que representa os setores mais diversos,
nos mais diversos cenários. É importante ter um trabalho de desenvolvimento, de
inovações, de liderar o setor. E faz parte deste trabalho o relacionamento com
o governo. De tentar, da melhor maneira possível, construir essa relação”,
afirma o presidente da confederação.
Aumentar a cobertura dos
seguros
Oliveira afirma ainda que a sua
principal prioridade hoje (e seu principal desafio) são praticamente a mesma
coisa: ampliar a cobertura de seguros. “O grande desafio hoje da indústria de
seguros é ampliar a cobertura, dar acesso a esse produto que é muito positivo
para as pessoas”.
“É um produto que melhora a
qualidade de vida e traz estabilidade ao longo da vida. A natureza deste
produto contribui muito para o desenvolvimento de uma sociedade, porque você
consegue ao longo da sua vida ter planejamento, ter previsibilidade, ter
continuidade dos teus projetos”, elenca o executivo. “E isso está presente em
todos os produtos de seguro, desde os produtos de risco até os produtos de
acumulação. Quando você pensa em previdência privada, no seu fluxo financeiro
ao longo da vida, você está deixando de ter um pouquinho de consumo presente
para ter mais consumo futuro”.
“Na nossa visão, a principal
prioridade da CNseg hoje é democratizar o seguro. E é um produto acessível. O
custo do seguro é muito baixo quando você compara com os benefícios. Uma casa
hoje, um apartamento que vale R$ 500 mil ou R$ 1 milhão, você vai pagar de R$
300 a R$ 400 de seguro por ano. É um custo muito baixo perante o valor que você
está segurando”, afirma Oliveira. “Então vale muito a pena”.
Aumentar o seguro obrigatório?
Perguntado se o caminho para
democratizar o seguro é aumentar a obrigatoriedade de alguns tipos de seguro
(posição defendida por alguns players do setor), o executivo diz que não. “A
obrigatoriedade de seguros é bastante polêmica – e não é a nossa principal
estratégia. É evidente que alguns seguros, ao nosso ver, devem realmente ser
obrigatórios”.
“O Brasil, por exemplo, tem
vários seguros que são obrigatórios – alguns são públicos, outros são privados.
O DPVAT é um seguro obrigatório e é um seguro privado. Então eu acho que sim,
os seguros obrigatórios têm um papel muito importante”, exemplifica o
presidente da CNSeg. “Mas o nosso foco de atuação da CNseg é um trabalho de
convencimento, demonstrando que o seguro é um produto acessível. O custo dele é
barato em relação ao valor que está sendo segurado”.
Concentração do setor
Outra bandeira de Oliveira à frente da CNSeg é que o setor de seguros não é concentrado. “O setor de seguros, em geral, é de baixa concentração. O setor marítimo e aeronáutico, por exemplo, tem alta concentração por quê? Porque só tem três companhias aéreas e tem poucos armadores também”.
“O segurado que é concentrado,
então a seguradora que ‘ganha’ aquele segurado naturalmente ‘leva’ o mercado
quase todo. Mesmo assim, existem muitas seguradoras operando. Tem 15
seguradoras no marítimo e aeronáutico”, diz o executivo. “E você tem 35
[seguradoras] no rural, no habitacional tem 20… [outros setores com
concentração de mercado]”.
O presidente da CNSeg afirma que
o setor não só não é concentrado como é também “contestável”. “Existe um certo
mito – até de pessoas do próprio mercado – de que o setor é concentrado. Mas o
setor não é concentrado. E, mais importante do que não ser concentrado, é ser
um setor ‘contestável’. É um setor que você pode competir”.
Ele dá como exemplo o caso do
seguro auto. “No seguro de automóvel as cinco maiores empresas têm 73,3% do
mercado, mas você olha entre elas e é bem equilibrado. A maior tem 25% do
mercado, mas tem 35 empresas competindo com ela. Então ela [a líder] não
consegue exercer um poder de mercado, porque se ela quiser cobrar muito caro
evidentemente as outras vão tomar mercado dela”, afirma Oliveira. “Então tem
uma participação de grandes empresas no setor? Tem, mas é contestável se a
empresa quiser se comportar de uma maneira não competitiva”.
O executivo cita também o caso do seguro habitacional, que é muito concentrado na Caixa Econômica Federal. “Mesmo no [seguro] habitacional, hoje você é obrigado a oferecer pelo menos duas propostas para o financiado. Então, quando você vai tomar o financiamento habitacional, você tem pelo menos duas opções de seguradora. Pode ser a dele [do financiador]. mas tem que ter mais uma”, diz Oliveira. “É competitivo do ponto de vista prático, mesmo quando você tem uma concentração. Do lado do seguro é competitivo — e é briga de foice mesmo. O pessoal disputa no meio da rua com a faca nos dentes”.
SOU SEGURA SUMMIT 2023 - Apoio Institucional ABGR
Dias 07 e 08 de março de 2023 em São Paulo - Teatro B32 - Av Brigadeiro Faria Lima 3732, São Paulo, SP, BR, 04538-133
Link do evento:https://rumoaoequal.sousegura.org.br/sousegurasummit2023
CONSEFAR-Congresso de Segurança para Produtos Farmacêuticos
Dias 24 e 25 de maio no Hotel Estanplaza International
Programação e Inscrições: http://www.consefar.com.br/
Curso Preparatório e Certificação Profissional Internacional em Gestão de Riscos.
Associados ABGR têm desconto para inscrições antecipadas. Solicite mais informações através do e-mail: abgr@abgr.com.br
Acesse as edições mais recentes das publicações do Mercado de Seguros:
Revista Apólice:https://www.revistaapolice.com.br/2023/01/revista-apolice-edicao-283-2/
Revista Cobertura: https://www.revistacobertura.com.br/revistas/revista-cobertura-edicao-249/
Revista Insurance Corp:http://insurancecorp.com.br/pt/content/pdf/ic_ed45_2022.pdf
Revista Segurador Brasil: https://revistaseguradorbrasil.com.br/edicao-176/
Revista Seguro Total:https://revistasegurototal.com.br/2023/02/13/revista-seguro-total-ed-230/
Revista de Seguros:https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n923.html
Conjuntura CNseg:https://cnseg.org.br/publicacoes/conjuntura-cnseg-n83.html
Revista Insurtalks:https://www.insurtalks.com.br/revista/revista-insurtalks-4
Revista Brasil Energia:https://editorabrasilenergia.com.br/wp-content/uploads/sites/1/flips/134480/Bia479/index.html