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SEM COBERTURA NO SEGURO DE VIDA?

14, Set. 2020

SEM COBERTURA NO SEGURO DE VIDA?

No feriado de 7 de setembro, 14 pessoas perderam a vida afogadas nas praias e represas paulistas. É um número alto e que mostra, pelo menos, uma certa inconsequência das vítimas. Ninguém morre afogado em terra seca ou sentado na areia. Para se afogar é necessário estar dentro da água ou pelo menos engolir e respirar água até encher os pulmões e, consequentemente, não haver mais como respirar o ar, indispensável para manter o corpo vivo e funcionando.

A principal causa de afogamento no mar, rio ou represa é a falta de prática da vítima e o desconhecimento da realidade do ambiente. Não é apenas não saber nadar, é não saber nadar naquele determinado sistema no qual a pessoa entra pelas mais variadas razões.

Nadar em piscina é uma coisa, nadar no mar é outra, num rio é uma terceira e num lago, uma quarta. Cada uma tem suas características e elas precisam ser respeitadas para se evitar um acidente de trágicas consequências.

Invariavelmente, a pessoa entra no mar porque está calmo e, se ficar no raso, no máximo com água na cintura, não tem perigo. Só que na prática não é bem assim. Daí as praias mais frequentadas, para proteção dos banhistas, além dos guarda vidas, serem sinalizadas com placas indicativas dos locais não apropriados para o banho de mar.

Só que, como não pretende passar da água na cintura, o cidadão não respeita a placa e entra no lugar proibido, sem saber que a proibição é decorrente de correntes marítimas e buracos no fundo, capazes de fazer a aventura acabar mal, inclusive para nadadores experientes.

Como a maioria dos afogados não tem experiência de mar, eles tentam nadar contra a correnteza para retornarem à praia e fazem isso em local de ondas mais fortes, que ajudam a cansá-los e a começar a engolir água. Como o local não dá pé, o afogamento é o movimento seguinte.

Nos rios, a situação é ainda mais delicada. Nem sempre a calma que se vê na superfície é a realidade pouco abaixo dela. Também calcular a força da correnteza é difícil e tentar nadar contra ela quase um suicídio. Os nadadores que conhecem as manhas dos rios, se presos pela correnteza, deixam-se levar por ela e nadam lentamente em direção a uma das margens.

O grande perigo das represas e dos lagos é que no seu fundo invariavelmente existem tranqueiras formadas pela vegetação e por galhos de plantas submersas, nas quais o cidadão fica preso durante um mergulho. Ele simplesmente não consegue retornar à superfície.

Os seguros de vida, como todos os seguros, têm cláusulas de exclusão de cobertura e de perda de direito à indenização. Entre elas, duas se aplicam ao artigo, a saber, a que diz que é risco excluído a prática pelo segurado de ato perigoso não decorrente de necessidade e a que diz que o beneficiário do seguro perde o direito à indenização se o segurado agravar intencionalmente o risco.

As situações acima são corriqueiras e nelas é possível a aplicação de pelo menos uma das duas exclusões. A pergunta a ser respondida é simples, porém a resposta não o é: até que ponto pode-se dizer que houve a intenção de praticar um ato perigoso desnecessário e até que ponto houve a intenção de se agravar o risco?

Cada caso é um caso. Daí ser necessário se conhecer os detalhes do evento específico, antes de se decidir pelo pagamento ou não da indenização do seguro. Um banhista que entra no mar calmo, num local liberado para banho e que está no raso quando é atingido por uma onda que o arrasta para o fundo, onde ele se afoga, com certeza não agiu de forma perigosa, nem agravou o risco.

Já no caso de alguém que não sabe nadar, beber quatro caipirinhas e entrar no mar num local com a sinalização proibindo o banho, onde é arrastado pela correnteza, vindo a se afogar, não se pode dizer que não praticou um ato perigoso e proibido, com a agravante de não saber nadar e ter bebido quatro caipirinhas.

Por óbvio, a primeira situação está coberta e deve ser a indenizada. Todavia, na segunda, se trata de caso típico de não cobertura pelo seguro. Assim, a indenização não deve ser paga.                

Fonte: Estadão / Autor: Antonio Penteado Mendonça

PIB do transporte tem queda recorde no primeiro semestre

Enquanto o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil teve uma queda de 5,9% nos seis primeiros meses de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado, o do transporte registrou quase o dobro de retração, com -11,3%.

Em um semestre marcado pela pandemia da Covid-19, esse foi o pior resultado para o setor desde o início da série histórica das Contas Nacionais Trimestrais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), iniciada em 1996. Além disso, o desempenho do transporte foi duas vezes pior do que o registrado no auge recessão de 2014-2016.

É o que revela a nova edição do Transportes em Números, divulgado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), nesta quinta-feira (3), e que detalha os resultados da atividade econômica no primeiro semestre de 2020, apresentando a dimensão dos impactos da crise mundial provocada pela novo coronavírus no acumulado do período.

Segundo a publicação, entre todas as atividades, os serviços de transporte de cargas e passageiros apresentaram a segunda maior queda do valor adicionado no semestre, atrás apenas de outras atividades de serviços (serviços de alojamento, alimentação, saúde e educação consumidos pelas famílias, serviços domésticos remunerados e serviços culturais, desportivos e recreativos), que caiu 13,6%.

O presidente da CNT, Vander Costa, chama atenção para o fato de o transporte ter registrado, dentre todas as atividades, a segunda maior retração no segundo trimestre de 2020, caindo quase o dobro do PIB nacional no período.

Essa contração histórica aconteceu em um momento em que ainda buscávamos recuperar os prejuízos de outra recessão, a de 2014-16. Por isso, consideramos que levará um tempo significativo para que todos os segmentos de transporte, em especial os de passageiros, recuperem os patamares pré-crise Covid-19. Apesar de o momento ser de cautela, esperamos que a economia intensifique a sua reação já nos próximos meses de modo a recompor financeiramente as empresas, bem com propiciar o ambiente necessário para a retomada dos investimentos em infraestrutura.

A publicação da CNT mostra que, impactado pela crise da Covid-19, o desempenho do fluxo de veículos nas rodovias pedagiadas do Brasil foi negativo no primeiro semestre de 2020. Em termos de veículos leves houve retração de 23,1% no período, na comparação com os seis primeiros meses do ano passado. Já o de veículos pesados teve queda de 5,5%, na mesma base de comparação, o que representou uma diminuição de 18,8% no fluxo total.

Fonte: Na Boléia

Munich Re suspende venda de cobertura de pandemias para empresas

Com impacto relacionado ao coronavírus de US$ 1,8 bi no primeiro semestre, resseguradora informou que manterá opção nos contratos de vida e saúde

Fonte: Bloomberg / Sonho Seguro

A Munich Re suspendeu a venda de cobertura para proteção contra perdas de empresas em futuras pandemias. A resseguradora alemã registrou impacto relacionad ao coronavírus de 1,5 bilhão de euros (US$ 1,8 bilhão) no primeiro semestre.

No momento, estamos examinando se iremos oferecer novos contratos que incluam proteção contra pandemias em seguros patrimoniais e de acidentes no futuro, disse Torsten Jeworrek, responsável por resseguros da Munich Re. No momento, foi suspenso, por exemplo, no que diz respeito a cancelamentos de eventos, afirmou o executivo em entrevista. A empresa continuará a cobrir pandemias em contratos de vida e saúde.

Seguradoras e resseguradoras tentam enfrentar danos da pandemia reservando caixa suficiente para cobrir sinistros futuros, embora haja um alto nível de incerteza sobre o custo final. O Lloyd’s of London estimou em maio que o setor de seguros deve registrar perdas de cerca de US 203 bilhões relacionadas ao coronavírus neste ano, com cerca de US 107  bilhões provenientes de subscrição de seguros e o restante de carteiras de investimentos.

Jeworrek disse que está cauteloso ao estimar as perdas potenciais no segundo semestre, dada a incerteza sobre o que acontecerá no quarto trimestre. Podemos enfrentar um momento crítico novamente, por exemplo, se houver novos ‘lockdowns’, disse.

O executivo está mais otimista em relação ao próximo ano.

Provavelmente vamos superar a maioria das perdas da Covid neste ano, disse Jeworrek. Isso também se deve ao fato de que os contratos de seguro em questão geralmente têm prazo de um ano, e atualmente não estamos emitindo nenhuma cobertura adicional para pandemia. Então isso deve acabar.

Olhando para o futuro, a Munich Re apoia a criação de fundos de seguro apoiados por governos para ajudar a proteger empresas contra perdas durante futuras pandemias, disse Jeworrek. O Lloyds lidera uma campanha no setor em defesa desses fundos e novos tipos de apólices de seguro para proteger contra emergências de saúde pública e ameaças globais.

Melhorar processos através da tecnologia pode trazer uma economia de até 40% nos negócios

Ferramenta BPM contribui com a produtividade, a redução de custos e o compliance

Fonte: InfoMoney

O Índice de Automação do Mercado Brasileiro, criado pela Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil com apoio da empresa de pesquisas GfK, indicou crescimento do uso de tecnologia dentro das empresas brasileiras de 4% de 2018 para 2019. E o número deve apresentar alta expressiva este ano.

O que muitas empresas já perceberam é que adotar soluções que ajudam a agilizar processos é fundamental para atravessar momentos difíceis e também para navegar em fases boas. A ideia é que o tempo gasto com processos repetitivos com diferentes níveis de aprovação ceda espaço para questões estratégicas.

A adoção de uma solução de BPM, sigla em inglês para Business Process Management, ou Gestão de Processos de Negócio, é uma dessas oportunidades de controle direto sobre os processos operacionais.

O BPM permite substituir solicitações, aprovações e trâmites em planilhas ou papel por processos com formulários e fluxos que facilitam a gestão das demandas de todas as áreas, trazendo mais transparência e velocidade.

Segundo Maycon Edinger, Head de Produto da Senior Sistemas, a ferramenta pode ser usada em qualquer setor e área de atuação. Toda empresa possui processos e o BPM pode ajudar em todas elas, desde uma simples solicitação de férias e aprovação de um contrato, até grandes processos de extrema complexidade, que envolvem muitas pessoas, etapas ou decisões, permitindo executar cada etapa com confiabilidade e rastreabilidade, explica.

Produtividade, economia, velocidade e compliance

Ao tornar processos automatizados há uma desburocratização nas companhias e um consequente ganho de tempo para os funcionários envolvidos, o que ajuda a aumentar a produtividade e redução de custos. Outro ponto é o ganho de velocidade nas decisões.

Quando uma nova ideia ou produto surge, um BPM eficaz ajuda você a ser um dos líderes, não um dos seguidores que chegou tarde demais para aproveitar do novo mercado, diz Edinger.

Além disso, a ferramenta garante que a empresa esteja atualizada com os requisitos complexos de conformidade, regulamentação e governança corporativa. Outras vantagens são a garantia de atendimento ao compliance, mensuração e dimensionamento das demandas de trabalho, integração com as demais soluções Senior, e outras soluções no mercado por meio de APIs e tomada de decisão centralizada de processos distintos (sistemas e áreas diferentes) em uma única Central de Tarefas.

Em 2018, a Fiep, entidade de representação da indústria paranaense, sentiu a necessidade de implantar uma ferramenta de gestão de pessoas, que suportasse a transformação da cultura organizacional aos novos padrões e modelos do mercado.

De acordo com Juliano de Souza, gerente de RH do Sistema Fiep, com a utilização das inovações da Senior, em pouco mais de 6 meses, já foi possível ver resultados como uma redução de 40% no tempo operacional com a utilização do BPM e de 35% no custo de projetos.

Para os gestores, permitiu mais facilidade em processos decisórios e aprovações. O gestor passou a ter acesso a todos os dados e serviços de sua equipe disponíveis pela internet ou apps e pôde avaliar e tomar as melhores decisões de forma fácil e ágil, diz.

BPM: entenda tudo o que essa tecnologia traz

O BPM da Senior é oferecido de forma mais ampla aos clientes. Nós temos uma suíte de Transformação Digital para um apoio mais amplo, que engloba o BPM em si, uma solução de GED (para Gestão Eletrônica de Documentos) e a fábrica de BOTs em um formato inicial sem custo, bastando se cadastrar no site para habilitar a solução, explica.

Além disso, o BPM da Senior já vem com cerca de 30 assistentes para ajudar em processos que normalmente todas empresas possuem, facilitando assim a adoção da solução.

Para finalizar, há a facilidade no uso da ferramenta. De acordo com o executivo, a Senior, que tem mais de 12 mil clientes, possuímos uma solução chamada ‘no-code’, onde nenhuma programação é necessária, ou ‘low-code’, com pouco conhecimento técnico para criar fluxos bastante complexos. A Senior visa apoiar empresas que querem se transformar por uma questão estratégica ou mesmo por necessidade, finaliza Edinger.

JBS é multada nos EUA por não proteger funcionários da covid-19

A Administração de Segurança e Saúde Ocupacional (OSHA), ligada ao Departamento do Trabalho dos EUA, propôs US$ 15.615,00 em penalidades

Fonte: Agência Estado / Broadcast

O Departamento de Trabalho dos Estados Unidos multou a JBS (JBSS3) por não proteger seus funcionários da exposição à covid-19. A Administração de Segurança e Saúde Ocupacional (OSHA), ligada ao órgão, propôs US$ 15.615,00 em penalidades, conforme documento publicado no dia 11 de setembro.

Com base em uma inspeção relacionada ao coronavírus, a OSHA citou a empresa, que opera como Swift Beef Company, por violar uma cláusula de dever geral ao não fornecer um local de trabalho livre de riscos reconhecidos que podem causar morte ou danos graves aos funcionários.

A pena aplicada à JBS pela violação da cláusula do dever geral é o máximo permitido por lei. Segundo a OSHA, a empresa também não forneceu a um representante autorizado dos funcionários os registros de lesões e doenças em tempo hábil após a inspeção feita pela organização em maio de 2020.

Os empregadores precisam tomar as medidas adequadas para proteger seus trabalhadores do coronavírus, afirma a diretora da OSHA, Amanda Kupper, em nota.

A JBS Foods tem 15 dias úteis a partir do recebimento das citações e multa para cumprir, solicitar uma conferência com o diretor de área da OSHA ou contestar as conclusões perante à Comissão de Revisão de Saúde e Segurança Ocupacional independente.

Procurada pelo Broadcast, a JBS não se manifestou até a publicação desta nota.

Lei de proteção de dados pode estrear sem autoridade de fiscalização

Fonte: Folha de S.Paulo

A Folha de S.Paulo relata que, após um tortuoso caminho legislativo que dura mais de dois anos, a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) deve entrar em vigor na sexta-feira (18). O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem até essa data para sancionar a Medida Provisória 959, relacionada à lei. Caso não decida, a sanção fica com o Senado.

Analistas não descartam a chance de uma devolução da medida ao Congresso, o que poderia alterar novamente a data da vigência. Aprovado em 2018 pelo ex-presidente Michel Temer, o marco da privacidade vai entra em vigor capenga, sem o estabelecimento da ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados), um de seus alicerces.

Dezenas de pontos da lei dependem de regulamentação da autoridade, responsável por guiar e supervisionar a aplicação da norma nas empresas públicas e privadas.

Ligada à Casa Civil, com cinco diretores a serem indicados pelo Executivo e expectativa de presença de militares, a autoridade deve ser autônoma em seu exercício. Ela também multará, mas só a partir de agosto de 2021, com sanções máximas de R$ 50 milhões.

A oposição já se movimenta para tentar alterar a forma que a autoridade foi estruturada. Questiona, por exemplo, como se dará a autonomia do órgão público diante da previsão de que a presidência do conselho diretor seja exercida por um representante da Casa Civil, como determinou o governo federal em decreto.

Também critica a possibilidade de requisição de militares, que poderá ser feita pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional), que há pouco tempo apareceu no debate como uma possibilidade para agregar as funções da ANPD.

Em vigor sem a autoridade, uma série de novos direitos, como a opção de pedir portabilidade de dados, como hoje acontece nas empresas de telecomunicação, ficarão para um segundo momento.

A regulamentação sobre pequenas empresas e startups também depende da autoridade. Não há previsão para a o órgão sair do papel.

Especialistas têm alertado para a possível enxurrada de ações no Judiciário, que deve capturar demandas que seriam da ANPD. Com a vigência da lei, clientes já poderão recorrer a entidades de defesa do consumidor, por exemplo.

É um problema não haver uma autoridade com conhecimento técnico para uniformizar entendimentos e dar parâmetros. A lei será aplicada por tribunais, órgãos de defesa do consumidor, e cada um vai aplicar da forma que achar melhor, diz Danilo Doneda, indicado ao conselho da autoridade pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Mesmo que aprovada há dois anos, muitas organizações deixaram a adaptação para a última hora.

Grandes consultorias e escritórios de advocacia relataram um aumento significativo da demanda nas últimas semanas.

O processo de conformidade é longo e depende de uma série de variáveis, como o setor de atuação da companhia, seu porte e o volume de dados que trata e armazena.

Mesmo na Europa, que já dispunha de uma cultura de privacidade sólida anterior ao GDPR (Regulamento de Proteção de Dados da União Europeia), válido desde 2018, as empresas consideraram insuficiente o período de transição de dois anos para adaptação.

Estudo da Deloitte mostra que, seis meses antes do GDPR, 89% das companhias planejavam ter um programa de preparação para a lei. Só 45% conseguiram adotar.

No primeiro ano de vigência, a lei gerou € 359 milhões em multas (R$ 2,2 bilhões), sendo as maiores nos setores aéreo, hoteleiro e tecnológico.

No Brasil, a percepção de consultorias que vendem todo o pacote de compliance é que a maturidade é muito baixa, salvo as multinacionais que já se adequaram a normas de outras regiões (mais de 125 países têm lei de privacidade).

Diagnóstico da Ernst & Young feito com a Abes (Associação Brasileira das Empresas de Software), em março, detectou que, de 2.000 organizações, apenas 38% estavam em conformidade com a lei.

É um desafio dimensionar quanto uma companhia pode gastar para se adequar à LGPD porque isso depende de seu estágio. Ela pode precisar alterar toda a área de tecnologia para manter os dados seguros, por exemplo, ou apenas contratar profissionais.

Há casos de grandes corporações, como bancos e de telecomunicação, que já chegaram a desembolsar mais de R$ 40 milhões pela renovação de todos os processos, de acordo com consultorias ouvidas pela Folha.

Um projeto de prestação de serviço, que envolva toda a avaliação de processos internos com dados, dificilmente começa por menos de R$ 500 mil a uma empresa de grande porte.

No setor público, a corrida é a mesma. Além dos 22 ministérios, há 200 entidades vinculadas que precisarão estar em conformidade com as regras.

Alguns tribunais já anunciaram seus responsáveis pelo tema (são chamados de encarregados pela lei). Eles seguem recomendações do Conselho Nacional de Justiça, que orientou como aderir à LGPD.

Um estudo recente divulgado pelo CIPL (Centre for Information Policy Leadership) e pelo Instituto Brasiliense de Direito Público indica 12 passos iniciais para empresas que não iniciaram seus processos. Os primeiros passos são identificar o impacto da lei na organização e designar um responsável pela proteção de dados.

Uma companhia tem que entender todo o caminho de um dado dentro de sua organização para encontrar as bases legais que justifiquem a coleta e o tratamento do mesmo.

O cargo do encarregado, que servirá como um canal de comunicação com a ANPD, tem sua independência comparada ao de um ombudsman em um veículo de comunicação.

Para a empresa desenvolver a cultura de privacidade, é preciso inseri-la no alto escalão. Assim, se obtém recursos financeiros e humanos para a adequação, diz Laura Schertel, professora da UnB. Não é um bicho de sete cabeças e pode gerar ganho financeiro.

Segundo ela, é mais racional do ponto de vista econômico investir na adequação da lei do que arcar com os custos de um vazamento de dados.

Setor Sucroenergético lamenta iniciativa do Governo 

Governo renova cota de importação do etanol livre de tarifas por mais três meses

A cota deve ser de 187,5 milhões de litros para três meses; em troca, Itamaraty divulga comunicado com os Estados Unidos em que oficializa negociações para um acordo comercial envolvendo etanol, açúcar e milho

Fonte: O Estado de S. Paulo

A Câmara de Comércio Exterior aprovou na noite desta sexta-feira, 11, a prorrogação por mais 90 dias da cota pela qual os Estados Unidos podem exportar etanol sem tarifa para o Brasil. A cota continua a ser de 62,5 milhões de litros, ou 187,5 milhões de litros para os três meses, o mesmo limite que vigorava até o fim de agosto.

Em troca da isenção de tarifas para o etanol dos EUA, o governo brasileiro divulgou uma declaração conjunta com o governo dos Estados Unidos em que informam que os dois países decidiram realizar discussões orientadas pra chegar a um arranjo que aumente o acesso ao mercado do etanol, no Brasil, e do açúcar, nos Estados Unidos.

Segundo o texto, os países também considerarão um incremento no acesso ao mercado de milho em ambos os países. De acordo com o Itamaraty, o mesmo documento será divulgado pelo governo norte-americano.

Segundo fontes que acompanham as discussões, mesmo o Ministério da Agricultura, que era contrário à renovação, votou de forma favorável por causa do comunicado. O documento é visto pelo governo brasileiro como uma oficialização das negociações para um acordo comercial envolvendo os três produtos. As negociações durarão 90 dias, mesmo tempo em que governo brasileiro prorrogou a cota isenta de impostos para a importação do etanol norte-americano.

De acordo com o comunicado, as discussões buscarão alcançar resultados recíprocos e proporcionais que gerem comércio e abram mercados para o benefício de ambos os países.

Os dois países também discutirão maneiras de garantir que haja um acesso justo ao mercado paralelamente a qualquer aumento no consumo de etanol, bem como de coordenar-se e garantir que as indústrias de etanol em ambos os países sejam tratadas de maneira justa e se beneficiem de mudanças regulatórias futuras em produtos de biocombustíveis no Brasil e nos Estados Unidos, afirma o texto.

O comunicado ressalta ainda que os dois países concordaram com as negociações no espírito da parceria econômica criada sob a liderança dos presidentes Bolsonaro e [Donald] Trump, reconhecendo a necessidade de continuar a tratar construtivamente dos efeitos das crises geradas pela pandemia da covid-19 em seu comércio bilateral e na sua produção doméstica.

Como mostrou o Estadão, a renovação da cota de isenção para importação de etanol dos Estados Unidos abriu uma disputa no governo brasileiro e colocou em lados opostos os ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores.

O chanceler Ernesto Araújo defende a prorrogação para dar mais prazo para a negociação do acordo, mas a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, assim como os produtores de cana-de-açúcar, é contrária à renovação da cota e quer utilizar a cobrança em vigor da tarifa como instrumento de pressão para que saia o acordo, que já vem sendo discutido há mais de um ano. Em troca da isenção de tarifas para o etanol dos EUA, os brasileiros querem aumentar a exportação sem taxas do açúcar do Brasil para o país norte-americano.

De acordo com fontes que acompanham a negociação, Bolsonaro estaria convencido da necessidade da renovação da cota. A avaliação, no entanto, é que, depois de mais de um ano de negociações, um comunicado dos EUA que informe a intensificação das conversas nos próximos três meses seria importante para apaziguar os ânimos dos produtores brasileiros. O presidente vem sofrendo pressão de parlamentares do Nordeste, que é o destino do etanol americano, pela não renovação da cota.

Desde o início deste mês, todo o etanol vendido pelos EUA ao Brasil paga tarifa de 20%. Até então, havia uma cota de 750 milhões de litros por ano que poderia ser exportada sem taxa, cujo prazo expirou em agosto.

A questão do etanol é sensível para a campanha de reeleição do presidente Donald Trump, que está de olho nos votos do chamado corn belt, onde é produzido o milho, do qual é feito o etanol dos EUA. No início de agosto, o presidente americano, sem dar detalhes, ameaçou retaliar o Brasil pela cobrança de taxas sobre o etanol e disse que era necessária uma equalização de tarifas.

Para os brasileiros, etanol e açúcar são derivados da cana e uma isenção de tarifas na compra do açúcar brasileiro seria ideal, o que permitiria a contrapartida de isenção do etanol americano. Nos EUA, porém, são dois lobbies distintos, já que lá o açúcar é feito de beterraba e o etanol, de milho.

OMS relata recorde diário global de mais de 307 mil casos de coronavírus

Fonte: Reuters

A Organização Mundial da Saúde (OMS) relatou um recorde diário global de casos de coronavírus no domingo, quando o número aumentou em 307.930 em 24 horas.

O recorde anterior de casos novos da OMS foi de 306.857 no dia 6 de setembro. Em 17 de abril, a agência relatou um recorde de 12.430 mortes.

A Índia é a líder mundial de casos novos relatados a cada dia e estabeleceu um recorde global na semana passada ao comunicar 97.570 casos em um único dia, de acordo com uma contagem da Reuters.

Em algumas partes da Índia, está se tornando difícil encontrar oxigênio médico, já que o total de casos passa de 4,75 milhões. Só os EUA registraram mais casos: 6,5 milhões.

As infecções de Covid-19 ainda estão em alta em 58 países, o que inclui disparadas de casos na Argentina, Indonésia, Marrocos, Espanha e Ucrânia, segundo uma análise da Reuters.

Os casos novos estão diminuindo nos EUA e recuaram cerca de 44% em relação a um pico de mais de 77 mil relatado no dia 16 de julho. No Brasil, os casos também mostram tendência de queda.

ONU precisa de US$ 32 bilhões para vacina mundial

Enfrentamento à Covid recebeu menos de 10% dos recursos necessários.

Fonte: Monitor Mercantil

Líderes globais, incluindo mais de 30 chefes de Estado e ministros, enfatizaram, em reunião virtual nesta quinta-feira, seu compromisso com o rápido desenvolvimento e a produção de testes, medicamentos e vacinas para a Covid-19, que devem estar disponíveis para qualquer pessoa que precisar, em qualquer lugar.

Mas a falta de recursos ameaça a meta de produzir 2 bilhões de doses de vacinas, 245 milhões de medicamentos e 500 milhões de testes. O Acelerador de Acesso às Ferramentas Covid-19 (ACT) recebeu até agora US$ 2,7 bilhões, menos de um décimo dos US$ 35 bilhões necessários.

Reconhecemos a urgência de catalisar uma mudança radical no apoio político e no financiamento do ACT, a fim de capacitá-lo a cumprir sua missão de acelerar a descoberta e implantação de novas ferramentas Covid-19 para todas as pessoas, em todos os lugares, disseram os líderes dos países em um comunicado.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu um salto quântico no financiamento para ajudar a colocar o mundo de volta aos trilhos. Agora, precisamos de US$ 35 bilhões a mais para ir da configuração à escala e ao impacto. Há uma urgência real nesses números. Sem aporte de US$ 15 bilhões nos próximos três meses, começando imediatamente, perderemos a janela de oportunidade, alertou.

A agência da ONU informou que mais de 170 países estão agora engajados em um Centro de Vacinas Covid-19, um dos quatro pilares sob o acelerador. Dez vacinas candidatas estão sendo avaliadas, nove das quais estão em testes clínicos.

O chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, defendeu a redução da lacuna de financiamento, já que a Covid-19 continua a ceifar quase 5 mil vidas por dia, no ritmo atual. Enquanto isso, a economia global deve se contrair em trilhões de dólares este ano. O financiamento total do ACT reduziria a pandemia, e esse investimento seria pago rapidamente conforme a economia global se recuperar, disse ele.

Energia: Autoprodução e Ambiente Livre de Contratação puxam crescimento das renováveis

Consumo de energia no ambiente livre de contratação ou no segmento de autoprodução vem apresentando expansão e novos negócios são fechados, viabilizando novos projetos no país

Fonte: Canal Energia

O ano de 2020 definitivamente reforça o ditado de que o setor elétrico brasileiro não é para amadores. O país vive um paradoxo dos mais notáveis. Por um lado, a Empresa de Pesquisa Energética aponta que o consumo geral de energia apresenta queda de 4,5% no primeiro semestre, para 232 TWh. Em outra frente, o volume de PPAs corporativos de energia renovável no país avança e se destaca em um relatório da Bloomberg NEF, com quase 10% dos registros nesse mesmo período, passando a 860 MW, um recorde para o país.

De acordo com dados mais recentes da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, referente ao mês de agosto, o consumo no país teve queda de 0,3%. O ACR apresentou retração de 2,7%. Na análise da instituição, publicada na 2ª edição do boletim quinzenal InfoMercado, a queda decorre da migração dos consumidores cativos para o Ambiente de Contratação Livre (ACL) e do impacto da covid-19. Excluindo as migrações, o ACR registraria queda de 0,7%.

Já o consumo de energia do ACL apresentou aumento de 4,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Ao retirar os impactos da migração dos consumidores cativos, o ACL apresentaria estabilidade no consumo. Os consumidores livres apresentaram elevação de 1,1% e os especiais, de 15%. No mês passado, destacou, houve o maior número de novas cargas migradas, com 464. Os autoprodutores foram destaque para  o período, aumentando seu consumo em 10,2% para 2.211 MW médios. Com esses números atingiram o patamar pré-pandemia, ressaltou a câmara.

Ainda na quinta-feira, 10 de setembro, o presidente do conselho de administração da câmara, Rui Altieri, afirmou que o consumo de eletricidade deverá retomar aos níveis de 2019.

Portanto, não é coincidência que vemos nos últimos meses a divulgação de novos negócios entre empresas e geradoras, seja no ambiente de contratação livre ou na modalidade de autoprodução de energia. No lado dos consumidores estão grandes corporações de diversos segmentos da economia que ao longo do ano vem recorrendo às fontes renováveis para assegurar o atendimento de seu consumo. Entre estes a UniparCarbocloro, Moura, Vulcabras, Vale, Anglo American e Cargill.

Esses contratos representam o que se convencionou chamar de uma terceira onda de movimentação de empresas rumo à autoprodução de energia. Segundo o gerente de Novos Negócios da Thymos Energia, Sami Grynwald, a primeira onda veio ainda nos anos1990, depois a segunda entre 2010 e 2011 e que foi interrompida por conta dos efeitos da MP 579 de 2012. A atual vem ocorrendo desde 2017.

Essa última faz cada vez mais sentido porque o consumidor vê uma economia importante, além disso, um segundo fato é o volume negociado em leilões cada vez mais baixos, que reduzem a expansão do setor. Dessa forma, os geradores buscam o mercado livre e parceiros para novos projetos, comenta ele. O dilema para o consumidor é o prazo do compromisso que fica entre 20 a 25 anos, acrescenta.

Por sua vez, continua ele, no mercado livre não há contratos tão longos e quando a energia é um insumo importante para a produção o investimento acaba sendo uma alternativa para assegurar preços mais estáveis. Outro ponto que vem crescendo nas corporações é a busca por uma matriz mais renovável, muitas vezes tendo como foco a mitigação de efeitos em termos globais da organização. O executivo lembra que é possível a uma companhia comprar mais energia por aqui para compensar efeitos em outros países, buscando reduzir sua pegada de carbono. Dois pontos contam a favor do Brasil nesse quesito, a disponibilidade de fontes e a taxa de câmbio, tendo como consequência um menor investimento quando avaliado em dólares.

No geral, diz Grynwald, a recomendação da Thymos não é a de ter um portfólio de contratos 100% em autoprodução e assim evitar a sazonalidade de uma ou mais fontes. Por outro lado, o autoprodutor tem a vantagem de não pagar encargos que o consumidor livre tem como obrigação. Então, avalia, é necessário ver a aversão ao risco de um consumidor e realizar estudos para a alocação de sua carga em diferentes frentes.

Apesar de existir esse benefício ao autoprodutor, a decisão pelo investimento não deve ser baseada apenas por este fato. Quem avisa é o presidente da Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia, Mário Menel. Ele destaca que a principal motivação para o aporte em uma planta de geração é justamente a de travar o custo da energia. A diferença para o mercado livre reside justamente no prazo do contrato. No ACL a extensão é menor e o comprador não se arrisca no longo prazo. Por sua vez, o autoprodutor toma o risco do negócio de geração.

Menel lembra que este é um mercado consolidado, mas que ainda há oportunidades de expansão. Só os associados da Abiape somam 10 GW considerando as usinas próprias, se colocar na conta as parcelas de autoprodução em projetos estruturantes como na UHE Belo Monte que tem 1 GW destinado a essa modalidade de agente, entre outros empreendimentos, a capacidade instalada é bem mais elevada.

Para o executivo, que também preside o Fórum das Associações do Setor Elétrico, tanto autoprodução quanto o mercado livre apresentam essa tendência de crescimento. Até porque a expansão do ACL é inexorável no país. Avançará além dos históricos 30% da demanda com a derrubada dos limites de elegibilidade que vêm sendo reduzidos,inclusive, fazendo parte do projeto de modernização do setor elétrico, em tramitação no Congresso Nacional.

Grynwald, da Thymos, destaca ainda que no mercado livre com a questão do preço de energia recuando este ano há uma oportunidade importante para contratação no longo prazo. No início da pandemia os valores não variaram, mas essa tendência foi invertida. Agora os preços de energia convencional de 2021 a 2025 saíram de R$ 171 para R$ 147/MWh, queda de 15%. Já o produto incentivado a 50% de desconto para esse mesmo período passou de R$ 207 para R$ 184/MWh, queda de 11%, tendo como referência o mês agosto.

Grande porte

A Casa dos Ventos é um dos geradores que vêm fechando contratos nos últimos meses. E até estreou um novo modelo que combina a contratação via mercado livre com a opção do cliente entrar como sócio no projeto por meio da figura do autoprodutor. Lucas Araripe, diretor de Novos Negócios da companhia, comenta que até agosto, mesmo com o cenário de pandemia, a empresa já conseguiu ultrapassar os volumes negociados em todo o ano passado.

A empresa tem em seu portfólio de projetos 1,5 GW. Um dos destaques é  o  acordo com a Anglo American que viabilizou a construção de uma das fases do complexo Rio do Vento(504 MW), no Rio Grande do Norte. De oito parques, três são destinados à mineradora que entrou no projeto como autoprodutor. Esse acordo foi anunciado no final de junho e envolveu 95 MW médios por 20 anos a partir de 2022. Esse volume equivale a 30% do consumo mineradora no Brasil.

Desenvolvemos um modelo novo, nós assumimos os riscos de construção e de custos. E ainda somos os operadores do projeto. Uma vez que ele comece a gerar, o cliente pode exercer a opção de se tornar autoprodutor, ressalta. Estamos próximos de anunciar mais dois clientes para fechar a primeira fase de Rio do Vento, diz ele sem revelar o nome dos clientes.

No momento a Casa dos Ventos está analisando a segunda fase do complexo e classifica que tem mantido boas conversas com os potenciais clientes. Na Bahia ainda há um outro projeto de 350 MW para 2023. Somente a partir desses parques encaminhados é que a empresa deverá pensar em novos empreendimentos. Inclusive, não descarta a fonte solar, para, assim, trazer a curva de geração, como se diz no jargão do setor, para um desenho mais flat.

Araripe também destaca o baixo volume de usinas nos leilões e vê o mercado livre e a autoprodução como as formas que podem viabilizar o maior número de projetos no setor elétrico. Mas lembra que as contratações via ACR são uma forma importante para garantir a conexão dos empreendimentos com segurança regulatória.

Outra geradora, a AES Tietê também anunciou recentemente novo acordo para autoprodução. O negócio foi fechado com a Unipar, que ainda no início dos anos 2000 constituiu-se como o primeiro consumidor livre do país. Agora investiu pela primeira vez nessa nova modalidade.

O CEO da AES Tietê, Ítalo Freitas, comenta que a decisão entre escolher o mercado livre ou assumir a autoprodução deve levar em conta o peso do insumo energia em seu custo de produção. Ele destaca que se a empresa quer focar em core business  vai para o PPA no mercado livre. Agora, se tem esse peso muito grande e possui balanço para entrar em uma sociedade, aí a escolha é a autoprodução

Ele relata que a empresa sempre aponta essas duas características quando conversa com cliente. A orientação que damos é que geralmente autoprodução é uma sociedade de longo prazo e que deve escolher uma empresa com musculatura ao seu lado, pois ficarão ligados por pelo menos 20 anos. O mercado tem que ter cuidado porque a autoprodução pode se tornar uma armadilha para empresas  menores, alerta.

Freitas diz que esse mercado está crescendo por duas razões. Uma é bem pragmática e está relacionada à competitividade e aos preços. A segunda leva em conta a geração renovável em meio ao avanço da conscientização das organizações em relação aos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da ONU. E ainda, que o aumento da procura vem da necessidade por parte das empresas por um fornecimento sem risco de submercados ou modulação em um esquema 24 horas, sete dias por semana.

A Unipar Carbocloro, primeiro consumidor a fechar contrato no mercado livre no Brasil, ainda no início dos anos 2000, estreará como autoprodutor. A companhia substituirá um contrato no ACL que será encerrado quando o parque eólico na Bahia estiver finalizado. A meta, diz o CEO da companhia, Maurício Russomano, é o de buscar menores custos de produção, uma vez que a energia elétrica responde por 50% dos valores na cadeia do cloro e soda. Outro fator que ele aponta é a questão da sustentabilidade.

O executivo explicou que o aporte em um projeto eólico veio pela viabilidade dessa fonte no atual momento, mas que a companhia avaliou outras formas de geração, todas renováveis. Isso corrobora o que afirma Grynwald, da Thymos, de que no momento essa fonte é a que aparentemente está um pouco à frente para autoprodução no Brasil. Mas que a opção das empresas deverá se dar pelo atendimento de especificidades de uma determinada necessidade.

Esse foi o projeto que viabilizamos, há uma série de alternativas e parceiros que avaliamos e este trouxe a viabilidade econômica, aponta Russomano. Para o futuro ,continuaremos olhando as opções. Dando certo com este, entendendo melhor como funciona e os benefícios, nos ajudará a avaliar outros projetos. A ideia é de continuar esse movimento, esta é uma avenida de oportunidades importantes, destaca.

O acordo entre as duas empresas coloca de pé o plano de construir um parque com 155MW de capacidade instalada. Só com a Unipar são 60 MW médios em um contrato de 20anos, que entrará em vigor a partir de 2023 em substituição a um outro volume equivalente e que termina nesse mesmo ano. O início da obra está previsto para o primeiro semestre de 2021 e sua conclusão, no final de 2022. O restante dos 78 MW médios a P 50 que serão produzidos têm como destino o mercado livre.

Menores têm vez

Mas não são apenas as grandes centrais geradoras que estão de olho nesse mercado de autoprodução. A modularidade de tecnologias como a solar pode permitir o avanço da fonte por meio de investimentos em plantas de porte a partir de 5 MW, menor que isso é classificado como geração distribuída. Nessa lista ainda entram as PCHs e biomassa, por exemplo.

A questão da autoprodução ainda apresenta requisitos específicos para o agente assim classificado. Grynwald lembra que os contratos no ACL apresentam similaridades entre si. Os acordos, acrescenta, lembram mais a negociação de uma commodity, diferentemente dos contratos para autoprodução.

Rachel Andalaft, CEO da REA Consult, destaca que para saber qual é o limiar entre contrato no mercado livre ou autoprodução é necessário verificar se há crédito disponível por parte das empresas. Em sua visão, pensando no médio e longo prazo e se existe a opção de obter recursos para financiar projetos, a autoprodução é mais rentável, ainda mais em um cenário de taxa de juros baixos. Podendo ser qualquer uma das fontes.

No ACL você tem a contratação de serviços que leva a uma redução de gastos. Já na autoprodução o consumidor toma o investimento em um ativo e gera energia independentemente do custo de energia e possui uma vida útil de pelo menos 30 anos e que será mais rentável, avalia.

Uma questão que ainda precisa ser equacionada são os riscos inerentes ao aporte em ativos e que são conhecidos: de construção, licenciamento, performance do ativo, entre outros. E ainda é necessário avaliar bem qual fonte utilizar, dependendo do tamanho do consumidor, um parque eólico pode ser muito grande, então a melhor opção poderia ser uma planta solar, exemplifica.

A executiva, assim como apontou anteriormente o executivo da Thymos, diz que investidores têm olhado para o Brasil e que são grandes grupos com capacidade de investimentos, tanto no ACL quanto para projetos de geração em geral. E nesse sentido, a solar é que se destaca, justamente pela capacidade de descentralizar os projetos.

Certificados

O mercado de certificados de energia renovável pode ser um instrumento adicional, tanto para o mercado livre quanto para a autoprodução. Apesar de o volume de emissões no Brasil ainda estar em um nível muito abaixo de mercados como nos Estados Unidos ou na Europa, onde há até mesmo uma regulação para esses papéis, as empresas procuramos títulos que dão rastreabilidade da energia renovável.

E cada vez mais as companhias precisam atender a indicadores de sustentabilidade. E assim, atender a finalidades de ESG, acrônimo para environmental, social and corporate governance (governança corporativa, social e ambiental), responsabilidades estas que vêm da matriz de muitas empresas no exterior.

Fernando Lopes, do Instituto Totum, que é o órgão responsável pela emissão de I-RECs no Brasil, destaca que com a certificação até a obtenção de recursos para financiar projetos é facilitada. Além disso, há o benefício econômico desses títulos, pois podem ser negociados no mercado. No caso dos consumidores livres deve haver o pagamento de um adicional pela energia renovável com RECs emitidos e transferidos para a titularidade da empresa consumidora, acrescenta.

O valor de cada certificado não é fixo e sua formação segue as regras de mercado. Mas, em geral flutua entre 3% a 4% do preço da energia. Mas depende da fonte e de sua disponibilidade. De qualquer forma, representa uma receita extra para o gerador.

A Diversidade e Inclusão no Setor de Seguros

Confira a entrevista com a Diretora de Relações de Consumo e Comunicação da CNseg

Fonte: CNseg / Sonho Seguro

25 de Setembro é o Dia da Diversidade e Inclusão no Setor de Seguros, efeméride lançada pela CNseg em 2019 para, nas palavras da Diretora de Relações de Consumo e Comunicação da CNseg, Solange Beatriz Palheiro Mendes, fortalecer o compromisso do setor com as melhores práticas de diversidade e inclusão. Confira abaixo a entrevista com Solange Beatriz sobre um tema que ganha cada vez mais relevância no debate nacional e internacional, tanto pelo ponto de vista ético como pelo financeiro.

Como anda o debate a respeito da diversidade no setor de seguros?  

O setor de seguros está consciente que é preciso acelerar suas políticas de inclusão, pois, além de gerar mais justiça social, um ambiente mais inclusivo fomenta soluções inovadoras, que são essenciais para um melhor desempenho das empresas, razão pela qual o tema passou a fazer parte da agenda social e econômica do nosso setor.

Em 2017, um grupo de diretoras de empresas nacionais e estrangeiras com afinidade com o tema criou o Grupo de Trabalho de Diversidade e Inclusão da CNseg que, já no ano seguinte, realizou a 1ª Conferência Diversidade e Inclusão no Setor de Seguros.  Em abril de 2019, o tema entrou novamente em debate no painel técnico Diversidade em Ação, durante o 8º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro. 

Em setembro de 2019, a CNseg realizou a 1ª Conferência de Sustentabilidade e Diversidade, paralelamente à 9ª Conseguro.

Na mesma época, durante o Festival Dive In para Diversidade e Inclusão em Seguros, a Confederação lançou o Dia da Diversidade e Inclusão no Setor de Seguros, a ser celebrado a cada 25 de setembro, visando fortalecer o compromisso do setor com as melhores práticas de diversidade e inclusão de talentos na carreira de seguros e refletir a riqueza demográfica, étnica, cultural e social do nosso País.

Outra ação que apresentou uma recepção bastante positiva foi o lançamento do Calendário 2020 da CNseg, que teve a Diversidade e a Inclusão no Setor de Seguros como tema da edição, celebrando o rico mosaico humano que compõe a aldeia global.  

Além disso, o setor já conta com entidades autônomas dedicadas ao tema, como o Instituto pela a Diversidade e Inclusão no Setor de Seguros (IDIS) e a Associação de Mulheres do Mercado de Seguros (AMMS), ambas com apoio da CNseg.  E, nesse contexto, também podemos citar o apoio da CNseg ao Instituto Ação Pela Paz, que capacita egressos do sistema prisional, visando reinseri-los no mercado de trabalho e, assim, diminuir a reincidência criminal.

E o quais os esforços das empresas do setor para fortalecer a diversidade? 

Temos visto empresas do setor se tornarem referência em políticas e práticas de diversidade e lideranças do mercado enfatizando a importância da diversidade para os negócios. De acordo com último levantamento da Escola de Negócios e Seguros (ENS), 40% das seguradoras brasileiras já possuem programas de igualdade de gênero, o que certamente contribuiu para que, atualmente, no cômputo total, as mulheres já serem maioria nesse mercado. O desafio agora é alçá-las, cada vez mais, às posições de liderança, onde ainda são sub-representadas. Também precisamos trabalhar para reforçar a representatividade de pessoas negras, transgêneras e com deficiências em posições de liderança e evitar, de modo geral, que os vieses inconscientes prejudiquem a contratação do melhor profissional para a vaga, independentemente de qualquer atributo subjetivo que não esteja estritamente relacionado à atividade a ser exercida.  

Como um setor que cuida da proteção do patrimônio das pessoas, não podemos prescindir da diversidade de talentos para compreender as necessidades de públicos variados e atender melhor a todos.  

Em termos de produtos de seguro, também possuímos exemplos interessantes, como é o caso de  seguradora que, na contratação de um seguro viagem, disponibiliza cartilha apontando os locais com maior risco de ocorrerem crimes de ódio contra minorias e disponibiliza call center para prestar auxílio nesses casos. Outro bom exemplo, este vindo do Reino Unido, se relaciona à violência contra a mulher no âmbito do abuso do poder  econômico, com bancos aceitando o cancelamento de contas conjuntas sem a necessária concordância do parceiro agressor e seguradoras cancelando apólices solicitadas pelas vítimas de relacionamentos abusivos.

CNseg também realiza ações para fortalecer a diversidade dentro da própria Confederação?

Os funcionários, como participantes do mercado segurador, também sempre foram alvo de nossos eventos e ações de comunicação. Entretanto, sentíamos falta de ações voltadas objetivamente para nossos colaboradores, inclusive as lideranças, razão pela qual já iniciamos o desenvolvimento de um programa interno de diversidade, em parceria com o GT de Diversidade e Inclusão da Comissão de Recursos Humanos. Em uma primeira fase, pretendemos realizar ações de conscientização para as lideranças e os colaboradores sobre o valor da diversidade e temas específicos como os viéses inconscientes, além de mapear os recortes de diversidade do nosso quadro com base em um censo com os colaboradores. Temos consciência que a CNseg, enquanto representante institucional de um setor extremamente relevante, tanto econômico, quanto socialmente, pode estabelecer um bom exemplo e contribuir para o avanço desse tema.

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