Seguro contra hackers vira tendência para pequenas e médias empresas
Fonte: Revista Cobertura
Seguros cibernéticos podem ser estratégicos tanto para a
prevenção dos riscos quanto para a contenção de danos no caso de crises,
afirmam especialistas
Falta de expertise e de tecnologia para lidar com os riscos
cibernéticos de forma eficiente. Ausência de consciência de vulnerabilidades.
Alto grau de exposição a riscos. Desafios como esses, geralmente enfrentados
por pequenas e médias empresas, têm alçado os seguros cibernéticos à posição de
tendência para esses negócios.
É o que afirmam duas advogadas que atuam no setor: Ana Paula
Ávila, formada em gestão de crises e cibersegurança pelo MIT (Massachusetts
Institute of Technology), doutora em direito público e sócia coordenadora da
área de Compliance do escritório Silveiro Advogados; e Niris Cristina Cunha,
especialista em Direito do Seguro pela FM e em Compliance pela PUC/RS e membro
da AIDA (Associação Internacional de Direito de Seguro – Seção Brasileira).
“O seguro cibernético pode significar uma condição de sustentabilidade
a esses negócios ou, pelo menos, agregará mais valor a essas empresas,
reduzindo sua exposição, unindo-as aos parceiros adequados, oferecendo o
aconselhamento correto e permitindo que gerenciem os seus riscos de forma
adequada. O processo de contração desses seguros implica uma autoavaliação
quanto ao grau de maturidade da segurança cibernética pela empresa, e só isso
já proporciona grandes avanços no tema”, diz Ana Paula.
Alto impacto, alta probabilidade
Niris explica que os seguros contra riscos cibernéticos, ou
seguros contra ataques hackers, são ferramentas para cobertura de riscos que
englobam o mundo digital, cujo objetivo é amparar seus segurados em prejuízos
decorrentes de ataques cibernéticos. “O maior desafio desta modalidade é a
constante evolução tecnológica, o que cria a necessidade das condições gerais
claras de apólices e de coberturas abrangentes que amparem um incidente.”
Há anos o risco de ciberataques já vem sendo mapeado pelo
Forum Econômico Mundial, no The Global Risk Report (atualmente na 16ª Edição,
2021), entre os riscos de maior impacto e maior probabilidade que ameaçam
organizações de todos os tamanhos e matizes.
Entre os fatores que tornam o mercado tão suscetível a eventos cibernéticos estão a automação industrial, a virtualização do comércio e dos métodos de pagamento e até o uso mais intenso da modalidade de trabalho remoto por conta da pandemia. “A crescente vulnerabilidade é ainda impulsionada pelo desenvolvimento de uma verdadeira indústria de hackers e de crimes cibernéticos”, afirma Niris.
O que o seguro paga?
De acordo com Niris, “é importante que as empresas definam
suas necessidades, de modo que as apólices contratadas possam realmente
satisfazê-las, uma vez que há uma série de coberturas possíveis”, como
reembolso de custos de defesa, indenização dos danos à imagem e/ou à reputação
da empresa, pagamento de danos decorrentes da interrupção da atividade
empresarial e laborativa e até ressarcimento de valores com profissionais
especializados em relações públicas.
Um dos pontos sensíveis dessa ferramenta, afirma Ana Paula,
é o auxílio na gestão da crise decorrente do sinistro em que os riscos
cibernéticos se concretizam. “Parte das seguradoras que atuam nesse setor têm
oferecido não apenas o seguro e a transferência do risco, dispondo também de
consultoria para avaliação, organização e funcionalidades para prevenção e
detecção de ameaças cibernéticas, além de serviços de assistência na gestão de
crise, que incluem investigação interna, auditoria externa e indicação de
escritórios de advocacia que contam com essa especialidade para lidar com todos
os aspectos regulatórios relacionados à proteção de dados”, diz Ana Paula.
A advogada conta que vem acompanhando sucessivas situações de gestão de crise cibernética e finaliza com um alerta: “Para muito além das medidas de prevenção, que são importantes mas não são suficientes para conter os ataques, esses seguros são estratégias de mitigação de riscos e contenção de danos que poderão, nos casos mais exacerbados, fazer a diferença entre o fim e a continuidade dos negócios”.
Acesse as edições mais recentes das publicações do Mercado de Seguros
Revista Apólice: https://www.revistaapolice.com.br/2022/03/edicao-273/
Revista Cobertura: https://www.revistacobertura.com.br/revistas/revista-cobertura-238-2-2/#1
Revista Insurance Corp: http://insurancecorp.com.br/pt/content/pdf/ic_ed40_2022.pdf
Revista Segurador Brasil: https://revistaseguradorbrasil.com.br/edicao-170/
Revista Seguro Total: https://revistasegurototal.com.br/2022/03/03/transacoes-movimentam-o-mercado-segurador/
Revista de Seguros: https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n-918-8A8AA8A37E8E18A1017EC49F825E169D.html
Conjuntura CNseg :
Revista Insurtalks: https://www.flipsnack.com/FEDBBBDD75E/revista-insurtalks-1-2/full-view.html
Revista Brasil Energia: https://editorabrasilenergia.com.br/wp-content/uploads/sites/1/flips/132307/Bia473/index.html
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