As despesas corporativas depois da covid-19
05, Mai. 2022
Fonte: Thais Silva -SEGS.com.br
Por Alfredo Bernacchi*
Escolhas financeiras inteligentes podem ajudar a impulsionar
estratégias corporativas sustentáveis, principalmente em situações de crise,
quando a organização precisa garantir adaptabilidade às mudanças culturais do
seu tempo e do mercado. E o melhor exemplo foi o cenário recente, em que a
pandemia pôs em xeque o roteiro de sustentabilidade financeira de grande parte
das empresas, enquanto o trabalho remoto as levou à criação de novos “modos de
fazer” para continuar obtendo resultados satisfatórios.
Um desses “modos de fazer” foi a gestão de despesas
corporativas, cujas necessidades de gastos foram alteradas e conduziram os
negócios a novos processos orçamentários e contábeis. E esse replanejamento do
modelo de trabalho operacional padrão terá sequência no contexto pós-pandêmico
– vislumbrando modelos híbridos, por exemplo. Gestores financeiros ainda estão
encarando a reestruturação das despesas corporativas, com alternativas que
tornem seus processos ainda mais flexíveis e avançados.
Em definitivo, não dá para recuar e pensar nas despesas
corporativas sem rastrear novas demandas das pessoas e dos processos envolvidos
em seu negócio. Será que o seu cliente vai preferir realizar reuniões
presenciais ou apenas online? Como poderá ser configurada a sua cadeia de
produção sem vulnerabilizar seus colaboradores? Quais gastos são acrescentados
em um modelo híbrido de trabalho? Como oferecer mais resiliência financeira
para minha empresa?
Parece que os modelos home office e híbrido deixaram de ser
uma preocupação exclusiva do RH, que almeja garantir conforto para o
colaborador, e se tornaram uma preocupação conjunta com o financeiro. Se mesmo
passado um longo período de trabalho remoto a sua empresa ainda não sabe o que
ela deve custear, é melhor consultar a Lei do Teletrabalho.
A lei orienta que seja formalizado um acordo entre empresa e
colaborador, discriminando de quem é a responsabilidade sobre as despesas com
aquisição e manutenção de tecnologias necessárias para realização do trabalho,
assim como quais outras podem ser reembolsadas pelo contratante. É interessante
pontuar que esse acordo otimiza, sim, os custos financeiros da organização, mas
ele deve ser conjugado com o RH, uma vez que é necessário pensar bastante na
qualidade de vida ofertada ao contratado.
Dados levantados pela Federação Brasileira de Bancos
(Febraban) apontam que, durante a pandemia, o número de transações realizadas
exclusivamente por smartphones cresceu mais de 30%. Ainda segundo avaliação da
federação, a expectativa é que o uso do dinheiro em espécie deva cair
consideravelmente no pós-pandemia, uma vez que as transações financeiras por
meio de aplicativos digitais e os pagamentos sem contato continuam crescendo.
Isso alerta o gestor financeiro para a mudança no
comportamento não só de consumo, mas também do meio de pagamentos de salários e
benefícios.
Para realizar uma reestruturação da gestão de despesas
corporativas pós-pandemia fazendo com que o setor ganhe mais versatilidade e
adaptabilidade, alguns aspectos precisam ser considerados.
Mapeie as despesas em cenários híbridos
Uma vez que as organizações perceberam o quanto a tecnologia
é favorável para a realização de eventos e reuniões virtuais com parceiros,
investidores e clientes, a probabilidade é que o híbrido do digital com o
presencial seja mais comum nesse período pós-pandemia (já temos visto esse
cenário com frequência).
Assim, por mais que haja segurança sanitária nesse novo
contexto, a presença no escritório físico e as viagens corporativas, por
exemplo, ganham um novo significado. Logo, o desafio do executivo, do gestor
financeiro, do líder e do RH é entender quais despesas devem ser incorporadas
ou não em um regime híbrido de trabalho.
Use cartões pré-pagos
É possível facilitar a vida dos colaboradores com cartões
corporativos pré-pagos para ajudá-los a acessar benefícios, pagamentos e ainda
realizar transações online. O cartão corporativo pré-pago também é uma vantagem
para a gestão remota, pois desburocratiza as transações financeiras para gastos
de rotina da empresa.
Utilize aplicativos para controlar despesas
No acordo entre empresa e colaborador, há despesas do home
office que devem ser pagas pelo contratante? Existem demandas emergenciais no
home office? Minha dica para ganhar mais agilidade nesse controle remoto é o
uso de aplicativos que permitem alterações imediatas, visualização rápida de
saldos e transações e o acompanhamento seguro de dados para realização de
relatórios.
Opte por soluções que assegurem escalabilidade
Além da flexibilidade, também precisamos falar sobre
escalabilidade. Afinal, a ideia de reestruturar a gestão de despesas pressupõe
o abandono de processos complicados e morosos. E a escalabilidade é uma
promessa de processos cada vez mais automáticos para empresas que desejam
adaptabilidade em quaisquer cenários.
*Alfredo Bernacchi é Diretor-Geral da Edenred Pay.
ABGR participou de cerimônia de posse da CNseg e Federações.
Voz Segura: Marcia Ribeiro entrevista Gadalupe Nascimento - Podcast: Inclusão e Diversidade.
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