Artigo: Por que, afinal, o brasileiro não utiliza seguros no seu dia a dia?
05, Set. 2022
Cinco pontos a serem repensados pelo mercado segurador
Por Alex Körner, fundador e CIO da 180° Seguros – Fonte: Sonho
Seguro Por Denise Bueno
Entra ano e sai ano, quem está no mercado há muito tempo já
se deparou com várias pesquisas, especialistas, tendências e comportamentos do
consumidor sobre as dificuldades do crescimento do mercado de seguros. Do meu
lado, tive o privilégio de presidir a comissão de inteligência de mercado da
CNSEG – Confederação Nacional de Seguros por quatro anos e me aprofundar, ainda
mais, nesses pontos com diversos outros profissionais das maiores seguradoras
do Brasil. No fim das contas, após várias análises dessas pesquisas, podemos
dizer que são cinco os principais motivos que se tornam barreiras e desafios
para o crescimento de usuários de seguros.
Por outro lado, o setor também apresenta muitas
oportunidades para as seguradoras atuantes e para as empresas que querem
iniciar no segmento. Oportunidade 1: penetração do seguro no Brasil: dependendo
da medida com relação ao PIB pode ir de 1% até 2%. Oportunidade 2: mercado em
crescimento nos últimos anos. Só em prêmios, parcela que o cliente tem que
pagar do produto que ele comprou, cresceu mais de 21%. Oportunidade 3: inúmeras
empresas no mercado sendo criadas, seja via SandBox ou novas iniciativas.
Somamos mais de 120 insurtechs nos últimos anos.
Mas, afinal, se temos todas essas oportunidades, a
grande questão é: por que o brasileiro
não utiliza seguros no seu dia a dia?
1. Não consigo pagar
Breaking news: a classe média encolhe com a pandemia, caindo
de 51% em 2020 para 47% em 2021, aponta a pesquisa do Instituto Locomotiva. Não
é uma novidade que a maior parte da população brasileira vive de renda mínima
ou tem dificuldade com pagamento de contas no final do mês.
A pessoa que está lutando para pagar contas básicas, não vai
querer acumular outras despesas. Só que tem uma diferença: são os produtos de
seguro que poderão protegê-la em uma situação não prevista que pode comprometer
ainda mais o orçamento. Seja quem for responsável pelas finanças da família
(seguro de vida), seja quando a geladeira queimar em um dia de chuva (seguro
residencial) ou mesmo para quem usa o celular para trabalhar e pode ter ele
roubado (seguro celular). Preço no final do dia, faz a diferença. Se não for
possível pagar, ninguém vai comprar. Simples assim.
2. Tradução do Seguros
O que não entendemos, não compramos. Isso serve para você e
para mim. Se ficamos em dúvida, vamos perguntar para alguém que conhecemos para
nos ajudar. Uma das maiores barreiras em produtos de seguros é a comunicação,
ou melhor, a simplificação da comunicação para o público geral.
Seria ótimo incluirmos o tema de seguros como educação
básica nos colégios. Um dia, quem sabe. Mas enquanto essa ocasião não chega, o
papel do setor é simplificar. Mais simples, fácil e com uma linguagem familiar
para quem, na prática, usa os produtos de seguro. Tem que ser tão simples como
dizer: este seguro vai te dar um novo celular ou vai te pagar em dinheiro para
comprar o mesmo celular.
3. Acontece com o vizinho e não comigo
Fatores culturais são importantes! E existe uma crença
popular que determinados episódios jamais acontecerão com a gente. Afinal, por
que ocorreriam? Mas com meu vizinho acontece, aliás, como ocorreu na semana
passada. A verdade é que contamos com a sorte, a fé e esquecemos que a vida é feita de
indeterminismo.
Um dos fatores é claro: a falta de consciência do eventual
problema que podemos passar e que, quando vemos, já aconteceu. A pandemia
trouxe diversos impactos em nossa sociedade e, sem nenhuma comprovação por
pesquisa, me parece que melhorou a percepção de necessidade de produtos de
seguros para situações não planejadas.
O que o mercado faz hoje para que possamos melhorar ainda
mais essa consciência? Precisamos também, enquanto especialistas em prover
proteção, assumir esse papel. O setor privado, que também é responsável pelo
bem-estar social, precisa adotar uma postura educativa e não depender apenas da
via pública. Somos todos responsáveis por mostrar aos novos consumidores o
motivo de ter seguros.
4. Eu quero, mas onde compro?
Passamos pelo preço, entendimento de produto e porque ter o
seguro. Mas onde compro? Hoje temos um cenário bem diferente de uns cinco anos
atrás, pois é possível adquirir um seguro em diferentes canais. A digitalização
teve papel fundamental na acessibilidade. Pode ser no seu banco tradicional ou
digital, no corretor de seguros mais próximo de você, em carteiras digitais,
etc. É só pesquisar na internet.
O acesso foi melhorado, mas será que estamos chegando em
todos os níveis sociais? Principalmente naqueles mais vulneráveis que uma
solução de seguros poderia fazer muita diferença? E, além disso, o novo
consumidor tem a segurança necessária para comprar sozinho em qualquer um
destes canais de aquisição 100% digital?
5. Tive um problema, e agora?
E, por fim, quando o cliente tem um problema, seja um
sinistro ou assistência, por que o
mercado dificulta a vida dele? É claro que sabemos sobre as fraudes ou eventual
cobertura do produto, mas precisamos de processos tão complexos e burocráticos?
Pedimos uma variedade enorme de documentação, prazos longos de análises,
oferecendo a impressão que queremos dificultar ao invés ajudar na situação em
que ele mais precisa de acolhimento.
Precisamos, como mercado segurador, ter claro apenas uma coisa: é na hora em que o cliente usa o produto que temos a oportunidade de mostrar nossa oferta de valor. Não é apenas na compra digital bacana, mas na hora de usar o produto. É esse o instante mágico, da experiência, do encantamento, do momento Disney! O cliente não quer saber de fluxos e processos, ele somente quer alguém que o ajude e o acolha para que se sinta totalmente protegido. No momento em que o mercado entender esse cenário, com certeza, teremos novos consumidores e outros desafios!
EXPO ABGR 2022 - XIV SEMINÁRIO DE GESTÃO DE RISCOS E SEGUROS
O maior evento de gerenciamento de riscos da América Latina, a EXPO ABGR & XIV Seminário de Gestão de Riscos e Seguros, vem repaginado em 2022. Será realizado no mesmo dia e espaço do maior evento de Inovação Financeira da América Latina, o Financial Innovation - Expo & Conference. Juntos, vamos duplicar as lideranças do segmento financeiro e seguros que participarão do evento para cerca de mais de 4000 participantes em dois dias: 16 e 17 de novembro, no Pró-Magno Centro de Eventos.
Inscrições: https://www.expoabgr.com.br/
XX ENCONTRO DO COMITÊ DO SETOR ELÉTRICO DA ABGR
Assista a gravação do Evento clicando em: https://eventos.congresse.me/cse-abgr
VOZ SEGURA - PODCAST - VIOLÊNCIA COM PERSPECTIVA DE GÊNERO
Nesse episódio, Marcia Ribeiro entrevista Mário Assumpção, Juiz de Direito titular da Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de São Bernardo do Campo.
Ouça o novo episódio do podcast: anchor fm/sousegura
WEBINAR FIA - Como Implantar a Gestão de Projetos em Energia Solar
Evento gratuito | Vagas limitadas COORDENAÇÃO: GPRO DATA: 13-09-2022 HORÁRIO: 19 h LOCAL: Ao vivo PALESTRANTE(S): Igor Cordeiro
Acesse as edições mais recentes das publicações do Mercado de Seguros
Revista Apólice: https://www.revistaapolice.com.br/2022/08/edicao-279/
Revista Cobertura: https://www.revistacobertura.com.br/revistas/revista-cobertura-edicao-245/
Revista Insurance Corp: http://insurancecorp.com.br/pt/content/pdf/ic_ed42_2022.pdf
Revista Segurador Brasil: https://revistaseguradorbrasil.com.br/edicao-173/
Revista Seguro Total: https://revistasegurototal.com.br/2022/08/15/acoes-sustentaveis-estao-na-pauta-do-mercado/
Revista de Seguros: https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n921.html
Conjuntura CNseg : https://cnseg.org.br/publicacoes/conjuntura-cnseg-n74-8A8AA8A38293DE62018293F47B77128F.html
Revista Insurtalks: https://www.flipsnack.com/FEDBBBDD75E/revista-insurtalks-2/full-view.html
Revista Brasil Energia: https://editorabrasilenergia.com.br/wp-content/uploads/sites/1/flips/133338/Bia476/index.html
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