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SOU SEGURA SUMMIT - O papel imprescindível da mulher na gestão do risco

16, Mar. 2023

Por Carlos Alberto Pacheco

Em evento recheado de temas palpitantes que compõem o mosaico no dia a dia empresarial das mulheres, um tema inédito neste debate trouxe a atuação feminina em um setor dominado pelos homens. No “Sou Segura Summit 2023”, o painel “Mulheres no Gerenciamento de Riscos” reuniu profissionais conceituados que contaram sobre suas experiências em suas respectivas áreas de atuação.

Sob a mediação da conselheira consultiva da Sou Segura e assessora da Associação Brasileira de Gerência de Riscos (ABGR), Marcia Ribeiro, compuseram o painel a CEO da Ambipar VG, Daniela Pedroza; a insurance and risk management na Brasken, Elaine Werner; a senior manager – Risk Advisory Solutions na KPMG Brasil, Juliana Nascimento, a superintendente de Acompanhamento Técnico da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Karini Madeira, e o CEO da Sompo Seguros, Alfredo Lalia Neto. As executivas explicaram como romperam barreiras durante suas trajetórias e de que maneira enxergam a participação feminina na gestão de riscos no mercado. 

Em 27 anos de atuação na Ambipar, Daniela relata: “Meu trabalho é uma missão”. Segundo a CEO, antes de a mulher buscar reconhecimento na sua atividade, ela precisa se reconhecer nesse papel. O nível de consciência precisa ser alto porque – na visão da executiva – é preciso acreditar no propósito de atuar com eficácia na gestão do risco. A profissional de GR faz toda a diferença na empresa. “Eu sou de uma época em que eu mesma colocava macacões gigantes na gestão de risco em minas. Hoje estamos vivendo uma nova era – somos todos iguais”, considerou Daniela. 

Juliana, da KPMG Brasil, recorda seus primeiros contatos com o setor. “Eu comecei a entender o gerenciamento de riscos na sala de jantar de minha casa”, disse. Seus pais foram profissionais atuantes no setor. “Aprendi desde cedo que proteger pessoas e mitigar riscos era muito importante”. Ela é uma das fundadoras do Compliance Women Committee, que reúne um grupo de mulheres comprometidas com as pautas do empoderamento feminino e da cultura no ambiente corporativo. “Governança e GR fazem parte da minha jornada na transformação das organizações”, revela. Para Juliana é preciso estar preparada para as adversidades. O desafio da agenda ESG, por exemplo, traz reflexões necessárias da gestão dos riscos no tocante às próximas gerações. 

Elaine Werner (Brasken) também falou de sua vivência profissional com a gestão de risco em várias situações, embora admita ser um ambiente predominantemente masculino. “Apesar desta realidade, a mulher deve ter voz e ser escutada nas decisões de GR. Não permita que o medo seja o seu guia”, aconselhou. Elaine ponderou que a mulher possui olhar mais apurado quanto ao risco e luta pelo propósito de valorizar o capital humano. Elaine possui vivência significativa no desenvolvimento e estruturação de riscos e seguros corporativos em programas de seguros globais.

Atuária, Karini Madeira (CNseg) disse ser apaixonada pelo GR. “A gente precisa cuidar da gente antes de cuidar do outro, antes de ser uma boa profissional”, destacou. Ela lembrou o fato de a Susep valorizar o tema ao publicar a Resolução 416, que empodera a voz do gestor de risco. “É ele que vai mostrar as oportunidades e os riscos para a empresa e garantir a sustentabilidade e a solvência das companhias”, explicou. Karini comentou sobre a participação das mulheres em nove comissões que comanda na CNseg. Se na Comissão de Gestão de Riscos, a maioria é masculina (54%), segundo Karini, a mulher começa a ocupar espaços em outras comissões: Governança e Compliance há 62% de representação feminina, Assuntos Fiscais e Atuarial, 57%. 

Por último, um homem elogiou a atuação feminina nessa área e confessou ser um “privilegiado” em participar do painel. Na visão do CEO da Sompo Seguros, Alfredo Lalia Neto, a gestão de riscos é tão importante que uma empresa pode quebrar se houver má gestão. “Trabalhei com muitas mulheres nessa área e recomendo a contratação dessas profissionais”, enfatizou o executivo. Lalia revelou que as mulheres representam 55% do total de funcionárias da companhia e o número de executivas em cargos de liderança subiu para 40%. Exemplo: a executiva Cristiane Martins da Silva assumiu recentemente o cargo de diretora atuarial e de Gestão de Riscos.


Márcia Ribeiro (esq.) apresenta os painelistas, observada por Elaine Werner, Juliana Nascimento, Karini Madeira e Alfredo Lalia. Daniela Pedroza participou de forma remota