Juro do Brasil é “chocante” e equivale a “pena de morte”, diz Nobel de Economia
20, Mar. 2023
Joseph Stiglitz fez a avaliação no seminário “Estratégias de
Desenvolvimento Sustentável para o Século XXI”, promovido pelo BNDES
Por: Estadão Conteúdo, via InfoMoney
Stiglitz fez a avaliação no seminário “Estratégias de
Desenvolvimento Sustentável para o Século XXI”, promovido pelo Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em parceria com o Centro
Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e com a Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo (Fiesp).
Crítico da política monetária que usa juros para conter
inflação sem observar efeitos nocivos sobre investimento, Stiglitz fez duras
críticas à condução do Banco Central brasileiro nos últimos anos, mas sem
mencionar diretamente a autoridade monetária. “Um Banco Central independente e
com mandato só para inflação não é o melhor arranjo para o bem estar do país como
um todo”, chegou a dizer.
“A taxa de juros de
vocês (Brasil) é de fato chocante. Uma taxa de 13,7%, ou 8% real, é o tipo de
taxa de juros que vai matar qualquer economia. É impressionante que o Brasil
tenha sobrevivido a isso, que seria uma pena de morte. E parte da razão disso é
que vocês têm bancos estatais, como o BNDES, que tem feito muito com essas
taxas de juros, oferecendo fundos a empresas produtivas para investimentos de
longo prazo com juros menores”, avaliou Stiglitz.
O economista afirmou que, se o Brasil tivesse política
monetária mais razoável, teria tido crescimento bem maior que o registrado nas
últimas décadas. Isso porque os juros altos da economia teriam desencorajado
investimentos, inclusive os ora necessários para promover uma transição verde
na economia capaz de levar o Brasil da posição de exportador de commodities
para uma economia industrial relevante no cenário internacional.
“A necessidade de se adaptar à transição verde e reduzir a
desigualdade torna ainda mais urgente buscar modelos econômicos alternativos.
As questões do Brasil são mais urgentes do que em outros países ao redor do
mundo. O Brasil sempre foi descrito como o país do futuro, mas o futuro
continua sempre deixado para o futuro”, afirmou Stiglitz.
Ele apontou piora do cenário nos últimos quatro anos, quando
o País teve “presidente não indutor de crescimento econonômico”, em referência
ao governo Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, as taxas de crescimento seguiram
deprimidas enquanto desemprego e informalidade se mantiveram em níveis altos,
de 13% e 40% respectivamente, com queda na renda das famílias.
Inflação no mundo
Em dado momento da palestra, Stiglitz passou a comentar o
cenário econômico em todo o mundo e disse que a discussão dominante no debate
público brasileiro, sobre juros, também acontece nos EUA, a despeito dos juros
bem mais baixos.
Para Stiglitz há reprodução do erro de perseguir meta de
inflação com alta de juros. Ele reiterou, porém, que a inflação americana e
mundial não advém de pressão de demanda, mas está diretamente ligada à pandemia
e, agora, à guerra.
As taxas de juros crescentes em diferentes países do mundo pioram o problema, porque impedem investimentos, por exemplo, em habitação.
“Uma fonte de inflação importante é a indústria de óleo e
gás e alimentos. Outra fonte tem sido habitação. Mas as taxas de juros recentes
não resolvem nenhum desses problemas. Como isso (taxas mais altas) vai trazer
mais petróleo e mais gás? A resposta é que claramente não é possível”, disse o
economista americano.
Segundo Stiglitz, o efeito mais direto dessa recente
escalada de juros nos EUA e no mundo é a criação de barreiras ao investimento,
inclusive em áreas críticas, como habitação, além de uma “redistribuição de
dinheiro dos pobres aos ricos”. “As altas taxas de juros exacerbam problemas de
desigualdade, como o do Brasil”, afirmou.
Em paralelo, disse Stiglitz, essa política monetária aumenta o problema fiscal, devido ao aumento dos juros sobre a dívida pública, problema ainda maior para países com maior taxa de endividamento.
--------------------------------------------------------------------------
A ABGR apoia o XV Congresso Brasileiro de Direito de Seguro e Previdência, uma realização da Associação Internacional de Direito de Seguro (AIDA) seção Brasil.
A ABGR apoia o Brasil Insurance & Insurtech Summit 2023 -30 de março em São Paulo
Mais informações e inscrições: https://insurtechsummitbrasil.com/
CONSEFAR-Congresso de Segurança para Produtos Farmacêuticos
Terças-feiras com Lloyd's – Fique conectado!- Participe do Webinar
https://www.lloyds.com/news-and-insights/events/tuesdays-with-lloyds-210323
Webinar online - 22 Março, às 17h - Inscreva-se gratuitamente em:
https://clickcompliance.com/webinar-cipa/?utm_source=drip&utm_medium=email&utm_campaign=webinar-live
Curso Preparatório e Certificação Profissional Internacional em Gestão de Riscos.
Associados ABGR têm desconto para inscrições antecipadas. Solicite mais informações através do e-mail: abgr@abgr.com.br
Acesse as edições mais recentes das publicações do Mercado de Seguros:
Revista Apólice: https://www.revistaapolice.com.br/2023/03/revista-apolice-edicao-284/
Revista Cobertura: https://www.revistacobertura.com.br/revistas/revista-cobertura-edicao-250/#1
Revista Insurance Corp: http://insurancecorp.com.br/pt/content/pdf/ic_ed46_2023.pdf
Revista Segurador Brasil: https://revistaseguradorbrasil.com.br/edicao-176/
Revista Seguro Total: https://revistasegurototal.com.br/2023/02/13/revista-seguro-total-ed-230/
Revista de Seguros: https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n923.html
Conjuntura CNseg: https://cnseg.org.br/publicacoes/conjuntura-cnseg-n84-8A8AA8A385DE9D4A01865BF756D54CC2.html
Revista Insurtalks: https://www.insurtalks.com.br/revista/revista-insurtalks-4
Revista Brasil Energia: https://editorabrasilenergia.com.br/wp-content/uploads/sites/1/flips/134480/Bia479/index.htm
Tweet to @abgr_brasil Tweet