"Energimp aposta na longevidade de seus ativos"

Entrevista: Leandro Monteiro 

Por: Carlos Alberto Pacheco 

                                       


O XXII Encontro do Comitê do Setor Elétrico da ABGR teve como anfitriã a Energimp. A empresa nasceu em 2000 e foi criada pela fabricante de aerogeradores argentina IMPSA. Por meio de sua subsidiária, WPE, a IMPSA controlaria a Energimp e forneceria aerogeradores para os seus projetos, gerando o impulso inicial para a fábrica dos argentinos em Pernambuco. 

Em 2018, com o apoio da Caixa Econômica Federal e já com o FI-FGTS como controlador, por meio de um acordo de acionistas, a geradora assinou um contrato de compra de 242 novos aerogeradores da fabricante chinesa Goldwind International.

A Energimp obteve o primeiro lugar na quarta edição do ranking da Great Place To Work® Brasil, entre 78 participantes da categoria Geração, Transmissão e Distribuição. Hoje é considerada a melhor empresa para trabalhar no setor elétrico brasileiro. Em entrevista exclusiva, o CFO da Energimp, Leandro Monteiro, falou sobre as atividades da empresa na geração de energias renováveis e como avalia o Brasil neste cenário.

Como a Energimp se posiciona no atual mercado nacional de energias renováveis?

Leandro Monteiro – A Energimp, em termos de capacidade instalada, é pequena se comparada com outras empresas do setor, porém, se destaca por ter passado por um processo de turnaround financeiro e operacional, iniciado em junho de 2020. A companhia tem geradores novos, ótima geração de caixa e risco praticamente nulo de inadimplência, dado que 100% da sua energia gerada está vendida para o mercado regulado e com 80% da receita vindo do Proinfra (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica).

Qual é o resultado deste posicionamento no mercado?

LM – A Energimp se coloca numa posição muito positiva de não só ser capaz de voltar a investir (greenfield projects ou M&A), além de já ter iniciado o seu projeto de prestação de serviços (O&M, importação de equipamentos, operação de parques, etc.) em plantas (eólicas, solares e hidráulicas) de terceiros. Os próximos anos são bastante animadores para a Energimp.

Segundo informações da ABEEólica, baseado nos dados do Global Wind Energy Council (GWEC), o Brasil ocupa a sexta posição no Ranking de Capacidade Total Instalada de Energia Eólica Onshore. Como você avalia esse cenário e perspectivas de evolução?

LM – O cenário brasileiro segue positivo, com grande potencial para continuar crescendo e sendo fundamental na transição energética global. À medida que a economia nacional cresça e novas tecnologias intensivas em energia surjam, a demanda por esse insumo crescerá também, exigindo ainda mais investimentos em energias renováveis, em especial a eólica, que ainda têm muito "fôlego" para seguir contribuindo na matriz energética, devido a seu papel de complementaridade com outras fontes renováveis.

E quanto aos desafios?

LM – Os desafios relacionados à regulação e à cadeia de fornecedores devem ser tratados com o cuidado que merecem para não afastar investidores, à medida que projetos se tornem caros a ponto de comprometer as taxas de retorno esperadas, já que os players são globais e vão alocar capital onde encontrarem um ambiente seguro e estável. Nesse cenário, mais uma vez a Energimp se posiciona de maneira bastante promissora, posto que aposta na longevidade de seus ativos, que poderão seguir gerando energia com custos mais baixos que eventuais competidores.

Leandro Monteiro: CFO da Energimp

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