Escala 6×1 em Pauta: Como São as Jornadas de Trabalho nas 10 Maiores Economias do Mundo
Fonte: Forbes. com.br - Por Mariana Krunfli
Alemanha, Itália e França, três das maiores economias globais, estão entre os países da OCDE com menor carga horária
A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que prevê o fim da escala de trabalho 6×1 – ou seja, uma folga a cada seis dias de trabalho – vem ganhando força na Câmara dos Deputados e repercutindo nas redes sociais.
A proposta é de um expediente de até 36 horas semanais, sem alteração na carga máxima diária de oito horas, o que permitiria um modelo de quatro dias de trabalho.
Semana de quatro dias foi testada em algumas empresas no Brasil; profissionais relataram mais eficiência e satisfação com o emprego
Atualmente, a jornada de trabalho padrão no Brasil é, de acordo com a CLT, de 8 horas diárias e 44 horas semanais, com direito a pagamento adicional para hora extra. “A tendência, tanto no país quanto no mundo todo, é que a carga horária diminua cada vez mais”, afirma Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador sênior da área de Economia Aplicada do FGV Ibre.
Diversos estudos relacionam os avanços tecnológicos ao aumento da produtividade dos profissionais, que pode permitir jornadas de trabalho mais curtas a depender da empresa, do setor e da função. Um levantamento do McKinsey Global Institute, por exemplo, mostra que, com a automação de tarefas repetitivas e a análise de grandes volumes de dados, as empresas conseguem melhorar a eficiência.
Como é no resto do mundo?
Com o apoio da tecnologia de empresas e governos, semanas de trabalho reduzidas foram testadas e implementadas ao redor do mundo nos últimos anos. Na Alemanha, por exemplo, 73% das empresas que participaram de um teste da semana de quatro dias ao longo de 2024 querem continuar com o modelo. O piloto apontou manutenção da receita das companhias em menor tempo de trabalho, o que indica maior produtividade, além de melhores índices de saúde e bem-estar.
Três das maiores economias globais, Alemanha, Itália e França, estão entre os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) com as jornadas de trabalho mais curtas, uma média semanal abaixo de 37 horas. O pesquisador explica o motivo: “À medida que a renda aumenta, a jornada de trabalho vai diminuindo. Isso costuma acontecer nos países mais ricos.” Ao contrário dos europeus, a Grécia adotou a semana de seis dias de trabalho este ano.
A China, 2ª maior economia, também é conhecida pelas longas jornadas. No país asiático, a média semanal é de 48,8 horas de trabalho, segundo o Departamento Nacional de Estatísticas do país. “Gradativamente, a jornada também vem diminuindo. Como eles começaram em um ponto muito pior que outros países, a carga horária vai continuar sendo elevada. Mas isso tem a ver com a política e o processo legal chinês.”
O tribunal superior do país passou a notificar empresas que implementam o regime conhecido como 996 – trabalho das 9h às 21h, seis dias na semana. Nos últimos anos, os jovens chineses têm protestado contra a cultura de longas jornadas de trabalho.
Também na contramão da tendência adotada por empresas e países ao redor do mundo de reduzir a semana de trabalho, a Samsung anunciou este ano que vai ampliar a carga horária dos seus executivos. Líderes de todas as unidades da empresa vão trabalhar seis dias por semana, podendo escolher entre sábado ou domingo.
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