Reduzindo a lacuna entre conscientização e ação para desenvolver resiliência ao risco
Fonte: Risk Management Magazine
Por Joey Gyengo , Prasanna Govindankutty | 25 de setembro de 2025
As organizações estão enfrentando disrupções econômicas, tecnológicas e geopolíticas em níveis sem precedentes, exigindo estratégias mais proativas para gerenciar riscos. É fundamental que as organizações não apenas desenvolvam capacidades completas de gestão de riscos e resiliência, mas também desenvolvam estratégias práticas para colocar em prática planos de risco e resiliência.
A Pesquisa de Risco e Resiliência da KPMG de 2025 , que entrevistou mais de 200 líderes de alto escalão de grandes organizações, revelou uma disparidade preocupante entre a conscientização organizacional sobre a necessidade urgente de melhorar a resiliência e a execução de medidas rápidas, ágeis e contínuas de gerenciamento de riscos necessárias para gerenciar ameaças e interrupções com as quais as organizações estão lidando atualmente.
O estado atual da gestão de riscos e resiliência
Como a resiliência é fundamental para a sobrevivência e o sucesso, preencher essa lacuna deve ser uma prioridade para executivos de todos os setores. Um bom ponto de partida é avaliar o que está funcionando e o que não está em termos de estratégias, estruturas, ferramentas e capacidades de risco e resiliência.
Na pesquisa da KPMG, os líderes reconheceram a importância da gestão de riscos e resiliência, mas muitas empresas careciam de sistemas estruturados para lidar com interrupções repentinas e amplas. Quase metade dos líderes (48%) afirmou que suas organizações tinham uma estrutura centralizada para gerenciar riscos e resiliência, mas apenas 17% tinham planos de resiliência que se estendessem além dos processos críticos.
Além disso, a pesquisa constatou:
- 26% das organizações tinham uma forte colaboração e uma visão holística e multifuncional dos riscos
- 15% dependiam fortemente de análises avançadas para identificar, monitorar e gerenciar riscos
- 41% expressaram alta confiança na capacidade de sua liderança para gerenciar riscos de forma eficaz
Esses resultados sugerem que muitas organizações não têm a agilidade necessária para lidar com um cenário de risco dinâmico. A gestão reativa de riscos — focada no monitoramento de riscos específicos, mas sem visibilidade para gerenciar impactos generalizados ou garantir ampla cobertura de riscos — é ineficaz na antecipação e resposta a crises.
Como construir uma empresa resiliente
As empresas precisam de estratégias e capacidades de resiliência que sejam estreitamente conectadas, sem lacunas e capazes de se adaptar rapidamente às mudanças e acompanhar a evolução das ameaças. Embora cada organização seja única, os líderes empresariais podem tomar medidas importantes para fortalecer a resiliência de suas organizações:
Comece do topo com a adesão da liderança. Uma gestão de risco e resiliência bem-sucedida começa com a cooperação total da alta liderança, a partir da construção de um sólido entendimento da relação entre risco e resiliência. Organizações com uma visão consistente e uniforme de risco têm melhor desempenho no monitoramento de riscos emergentes, enfrentam menos barreiras, mantêm capacidades mais avançadas e ganham maior confiança na compreensão dos riscos de negócios pela alta administração.
Centralize, integre e colabore. Para garantir uma tomada de decisão coesa e bem informada, as organizações precisam evitar processos encapsulados e soluções pontuais espalhadas por diversas áreas de negócios que não se comunicam entre si ou que dificultam a colaboração. Uma abordagem centralizada e integrada pode ajudar as organizações a promover a colaboração na identificação e no gerenciamento de riscos.
Incorpore a resiliência à estratégia de negócios. Alinhe e desenvolva a gestão de riscos e as capacidades de suporte à estratégia de negócios para alcançar maior resiliência. A pesquisa indicou que os líderes estão começando a ter as conversas certas e a fazer as perguntas certas, como: O que é mais crítico? O que gera receita? O que impactaria nossa reputação? O que nos paralisaria? Quando a resiliência é incorporada à estratégia de negócios, ela fortalece a capacidade da organização de se adaptar rapidamente diante da adversidade.
Utilize tecnologia e conjuntos de ferramentas para obter melhores resultados. Tecnologias especializadas, como plataformas de governança, risco e conformidade (GRC), inteligência artificial e análises avançadas, podem aumentar a resiliência e apoiar uma abordagem mais robusta à gestão de riscos. Embora dois terços das organizações pesquisadas tenham automatizado seus processos em grande parte, apenas 11% alcançaram a automação completa.
Evite uma abordagem única e definitiva. As organizações podem promover uma cultura de resiliência e melhoria contínua que recompense a responsabilização pela tomada de riscos, a clareza por meio de políticas e diretrizes específicas e o engajamento de todas as partes interessadas em questões que impactam o bem-estar da empresa.
Adote processos de ERM. A gestão de riscos corporativos (ERM) pode fazer uma diferença crucial na integração das funções de gestão de riscos e no aumento da resiliência de uma organização. Ao promover a colaboração entre diferentes funções, a ERM garante que as estratégias de risco e resiliência sejam robustas, alinhadas e continuamente aprimoradas.
Aproveite fontes de dados externas para uma melhor compreensão. Integre fontes de dados externas, como tendências de mercado, benchmarks do setor, agências governamentais, instituições acadêmicas, consultorias e provedores de dados terceirizados, aos seus procedimentos de análise de risco. Isso pode ajudar a garantir que suas perspectivas de risco sejam abrangentes e bem fundamentadas.
A gestão adequada de riscos e resiliência é mais crucial do que nunca, mas muitas organizações têm dificuldade em traduzir esse reconhecimento em ações. De fato, segundo a pesquisa, 72% das organizações enfrentam barreiras moderadas ou severas para gerenciar riscos de forma eficaz. Preencher essa lacuna exige uma abordagem proativa e integrada que priorize a responsabilização da liderança, estruturas centralizadas e colaboração estratégica. À medida que as ameaças evoluem, a resiliência deve permanecer uma prioridade constante.
Joey Gyengo é líder e diretor de gestão de riscos empresariais nos EUA na KPMG LLP.
Prasanna Govindankutty é líder e diretora de risco cibernético e GRC nos EUA na KPMG LLC.
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