Como os profissionais de gestão de riscos podem navegar por quatro futuros empresariais potenciais

fonte: Risk Management Magazine - RIMS 

https://www.rmmagazine.com/articles/article/2025/10/28/how-risk-professionals-can-navigate-four-potential-business-futures

Em consequência do aumento das tensões geopolíticas, da aceleração da adoção de tecnologias e das mudanças nas condições macroeconômicas, os líderes executivos consideram o cenário empresarial atual menos previsível do que nunca.

De acordo com a BDOSegundo o Relatório Techtonic States 2025 , 61% dos líderes empresariais globais consideram a resiliência a característica mais importante de suas organizações, uma mudança fundamental que reflete a nova realidade de operar em um mundo cada vez mais volátil. Outrora a espinha dorsal da gestão de riscos, o planejamento tradicional baseado em um único cenário já não é suficiente em um ambiente de mudanças aceleradas.

Ao serem questionados sobre suas previsões para o futuro do cenário empresarial, 73% dos executivos afirmaram que suas organizações precisam se preparar para múltiplos futuros possíveis simultaneamente, sugerindo que esse ambiente de risco complexo persistirá indefinidamente. Em vez de encarar as condições atuais como uma interrupção temporária, as organizações precisam se adaptar a um cenário em que o risco impulsiona a tomada de decisões estratégicas e o planejamento operacional.

O Quadro dos Quatro Mundos

A BDO entrevistou 1.050 líderes executivos de alto escalão em 10 mercados globais, identificando, em última análise, quatro cenários de negócios distintos que podem se tornar realidade até 2028. Cada cenário, que forma a base de sua "Estrutura dos Quatro Mundos", exige uma abordagem de gestão de riscos fundamentalmente diferente.

O conceito de "Mundo Fragmentado" refere-se a um ambiente de negócios com mercados profundamente segmentados devido à volatilidade política, mudanças nas alianças geopolíticas e interrupções na cadeia de suprimentos. Os dados atuais sugerem que já estamos operando em condições fragmentadas, com 52% dos líderes prevendo a persistência desse cenário. De todos os futuros possíveis dentro dessa estrutura, este cenário foi o que mais pegou as empresas desprevenidas, principalmente devido à inadequação dos sistemas de alerta precoce e à dependência excessiva de cadeias de suprimentos anteriormente estáveis.

O conceito de "Mundo Dividido" pode ser descrito como uma bifurcação geopolítica que cria modelos econômicos concorrentes entre o Oriente e o Ocidente. Esse cenário, que 33% dos líderes empresariais preveem que se tornará realidade até 2028, é caracterizado por padrões regulatórios divergentes, fragmentação tecnológica e abordagens fundamentalmente diferentes para a conformidade em cada região. Nesse mundo, as organizações enfrentariam o desafio de operar em sistemas econômicos incompatíveis, com requisitos e métricas de conformidade conflitantes.

O cenário mundial acelerado é marcado por rápidos avanços tecnológicos e redes globais integradas. Embora apenas 8% dos líderes esperem que esse cenário se concretize, ele exigiria que as organizações gerenciassem com maestria os desafios da governança da inteligência artificial, as necessidades aceleradas de adaptação da força de trabalho e as crescentes vulnerabilidades de segurança cibernética, à medida que a tecnologia transforma setores inteiros. Com apenas 42% dos líderes relatando que atualmente possuem infraestrutura de dados preparada para IA, atender a esses requisitos seria particularmente desafiador.

O cenário "Mundo Sustentado" representa a adoção de tecnologia ponderada e liderada por humanos, com mudanças graduais. Embora seja o cenário hipotético mais moderado, é o futuro empresarial menos provável (7%). Apesar de esse ambiente parecer menos disruptivo, ele carrega o risco oculto de vulnerabilidade a choques externos, já que organizações otimizadas para mudanças graduais podem não ter a agilidade necessária para responder a rupturas repentinas do mercado.

Construindo resiliência em múltiplos cenários

As empresas não precisam se concentrar em identificar o cenário "certo" — a questão fundamental é desenvolver a capacidade de ter sucesso em qualquer futuro que se concretize. Os riscos específicos e os desafios de conformidade variam de acordo com o setor, a localização geográfica, o modelo operacional e a tolerância ao risco de cada organização. Mesmo que esses cenários evoluam para versões híbridas ou para modelos de negócios completamente diferentes em diferentes regiões e setores, alguns preparativos e investimentos podem ser universalmente aplicáveis. Para construir resiliência, as organizações devem se concentrar no seguinte:

1.    Sistemas de alerta precoce permitem que as organizações monitorem indicadores-chave em todos os futuros possíveis, em vez de esperar que um cenário específico se concretize por completo. Esses sistemas devem integrar monitoramento de mídias sociais, análise de políticas públicas e inteligência de mercado para fornecer aos tomadores de decisão informações suficientes para a implementação de planos de contingência. Isso inclui o monitoramento de divergências tecnológicas regionais, picos de investimento e estabilidade regulatória.

2.    A agilidade digital constitui a base para o sucesso no planejamento de resiliência empresarial, com a adoção de tecnologia impulsionada pelos funcionários criando sistemas mais resilientes e adaptáveis. Em vez de restringir o uso da tecnologia pelos funcionários, as organizações bem-sucedidas o incentivam e monitoram, garantindo que sua força de trabalho possa se adaptar rapidamente diante de mudanças de políticas, regulamentações ou transformações aceleradas.

3.    A diversificação e a flexibilidade da cadeia de suprimentos representam talvez a medida preparatória mais iminente em todos os cenários. Seja diante da segmentação de mercado, da bifurcação econômica ou de mudanças graduais, o fornecimento diversificado oferece proteção essencial em cada cenário futuro de negócios. As organizações devem ir além de relacionamentos isolados e transacionais com fornecedores para criar redes integradas que incorporem fornecedores terceirizados em simulações de crise. É também imprescindível desenvolver planos de contingência que sejam ativados automaticamente quando determinados gatilhos forem acionados.

4.    Aprimorar a segurança cibernética continua sendo crucial, visto que os ataques cibernéticos estão aumentando globalmente. Com 76% dos líderes prevendo um aumento nos riscos de segurança cibernética devido à fragmentação do mercado e 68% citando os avanços tecnológicos como um dos motivos para a intensificação das ameaças cibernéticas, uma segurança abrangente deve abordar múltiplos vetores de ameaça simultaneamente. Elementos essenciais incluem sistemas de backup imutáveis ​​(por exemplo, armazenamento offline e inalterável), treinamentos consistentes de recuperação de dados e simulações cibernéticas integradas envolvendo todas as partes interessadas relevantes.

5.    Flexibilidade financeira refere-se à manutenção de recursos tanto para proteção quanto para aproveitamento de oportunidades. As organizações precisam compreender as dependências de sua cadeia de valor e manter reservas disponíveis para mudanças rápidas quando as condições se alteram. Essa abordagem requer a criação intencional de uma "folga" no sistema — capacidade extra que permite uma resposta rápida, independentemente do modelo de negócios futuro que surgir.

6.    A comunicação e a confiança entre as partes interessadas devem ser estabelecidas muito antes da ocorrência de crises. Organizações resilientes investem no mapeamento das partes interessadas e na construção de relacionamentos durante períodos de estabilidade, criando processos claros de escalonamento, notificação e reporte que mantêm a confiança em qualquer cenário.

A resiliência também exige foco em fundamentos que transcendem os cenários dos Quatro Mundos. Os clientes sempre exigirão produtos de qualidade, valor competitivo e entrega confiável, independentemente de os mercados se tornarem fragmentados, divididos, sustentados ou acelerados. Ao ancorar investimentos e, ao mesmo tempo, construir flexibilidade de cenário em torno deles, as organizações podem criar bases sólidas para futuros incertos.

O Imperativo da Resiliência

Os profissionais de gestão de riscos precisam deixar de se proteger contra riscos conhecidos e se tornarem arquitetos de resiliência, construindo a capacidade organizacional para ter sucesso em qualquer cenário futuro. Essa transformação exige o abandono da previsibilidade confortável do planejamento pontual em favor de estruturas que abracem a incerteza como uma vantagem competitiva.

Funções eficazes de gestão de riscos atuam como freios em um carro esportivo: não diminuem a velocidade do veículo, mas permitem que ele avance com mais rapidez e confiança. Ao testar iniciativas sob pressão em múltiplos cenários, os profissionais de risco podem identificar premissas frágeis e construir alternativas robustas que resistam a diversas condições futuras. Essa abordagem exige a integração da gestão de riscos diretamente aos processos de planejamento de cenários, em vez de tratá-la como uma reflexão tardia. 

O objetivo é claro: as organizações devem incorporar múltiplas perspectivas ao planejamento de cenários, indo além da simples visão de melhor e pior cenário. Devem incluir os pontos de vista das principais partes interessadas para desenvolver uma compreensão holística do que cada cenário significa para seus negócios específicos e, em seguida, construir a resiliência arquitetônica necessária para prosperar independentemente do futuro que surgir. As organizações que prosperarem serão aquelas que se prepararem para múltiplos futuros simultaneamente, tratando a incerteza não como um problema a ser resolvido, mas como uma nova normalidade a ser navegada indefinidamente.

Ric Opal é líder de segmento para soluções cibernéticas e de TI na BDO.

https://www.rmmagazine.com/articles/article/2025/10/28/how-risk-professionals-can-navigate-four-potential-business-futures

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Os associados ABGR têm 20% de desconto em todos os cursos da Conhecer Seguros.

São diversos treinamentos sobre Seguros, Gestão e Finanças, com professores especialistas. Acesse o site e aproveite mais esse benefício: https://conhecerseguros.com.br/.../SiteCurso/CarregaCursos

 

 


Parceria ABGR e ENS - Escola de Negócios e Seguros - Desconto aos Associados!

Mais informações em: www.abgr.com.br- comunicados



Curso Preparatório e Certificação Profissional Internacional em Gestão de Riscos

Associados ABGR têm desconto para inscrições antecipadas. Solicite mais informações através do e-mail: abgr@abgr.com.br

 


Acesse as edições mais recentes das publicações do Mercado de Seguros:  

Revista Apólice: https://revistaapolice.com.br/2025/10/apolice-313-o-mundo-que-queremos/

Revista Cobertura: https://revistacobertura.com.br/revistas/revista-cobertura-edicao-280/

Revista Insurance Corp: https://insurancecorp.com.br/pt/content/pdf/ic_ed61_2025.pdf

Revista Seguro Total: https://revistasegurototal.com.br/2025/08/29/revista-seguro-total-edicao-251-os-efeitos-do-tarifaco-no-mercado-segurador-brasileiro/

Revista Segurador Brasil: https://revistaseguradorbrasil.com.br/edicao-198/

Revista Insurtalks: https://www.insurtalks.com.br/revista/revista-insurtalks-15

Revista de Seguros: https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n-934

Conjuntura CNseg: https://cnseg.org.br/publicacoes/conjuntura-c-nseg-n-125

Revista Brasil Energia: https://brasilenergia.com.br/flip/1088

Risco Seguro Brasil: https://riscosegurobrasil.beehiiv.com/

Portal CQCS: https://cqcs.com.br/categoria/noticia/

Fonte: