Exportações para China não devem ser impactadas pela covid-19
Exportações para China não
devem ser impactadas pela covid-19
Entidades negam que o avanço do novo coronavírus (Covid-19) no
Brasil possa impactar a venda de soja para a China. Nesta segunda-feira (06)
foi divulgado que as autoridades chinesas estariam preocupadas com a reação
lenta do Brasil no combate ao vírus e que isso poderia impactar a compra de
produtos brasileiros, como é o caso da soja.
No entanto, de acordo com o
coordenador do Movimento Pró-Logística, ligado à Associação dos Produtores de
Soja e Milho do Estado do Mato Grosso (Aprosoja), Edeon Vaz, não há nenhuma
sinalização até o momento de que os chineses vão deixar de comprar a soja
brasileira.
Vaz afirmou que o Brasil possui
uma janela de exportação com a China que vai de fevereiro a junho e que isso se
mantém todos os anos. Isso significa dizer que, durante este período, os
chineses compram os produtos brasileiros. Fora dessa janela, a China pode
priorizar a compra com os Estados Unidos ou Argentina, outros dois principais
fornecedores do mercado chinês.
Além disso, segundo ele, entre a
soja norte-americana e a brasileira, os chineses preferem a soja produzida no
Brasil por ser mais rica em proteínas. Para Vaz, estratégias comerciais dos
chineses podem ter motivado as críticas sobre os produtos comercializados do
Brasil. De acordo com ele, as declarações negativas podem servir para a redução
dos preços dos produtos.
De acordo com o relatório da
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sobre os impactos do
coronavírus na produção agropecuária no país, divulgado no último sábado (04),
a produção e comercialização de soja e milho seguem dentro da normalidade, após
preocupação com as condições logísticas. O destaque foi para a colheita do café
que pode ser impactada pela falta de mão de obra e cuidado com os trabalhadores
durante a pandemia do coronavírus.
Fonte: Portos e Navios
MP-945 deixa dúvidas sobre
ressarcimento
A MP 945/2020 altera o modelo de recrutamento dos trabalhadores
portuários avulsos (TPAs) que realizam as operações de carga e descarga. A
medida provisória impede que órgãos gestores de mão de obra (Ogmos) escalem
trabalhadores com sintomas de gripe ou resfriado, gestantes ou lactantes,
pessoas a partir de 60 anos ou com doenças pré-existentes. Os trabalhadores
afastados terão direito a uma indenização mensal de 50% da média mensal
recebida entre 1º de outubro de 2019 e 31 de março de 2020. De acordo com a MP,
esse custo será mantido pelos operadores portuários que requisitarem os
trabalhadores, que terão direito a um desconto nas tarifas portuárias em valor
equivalente ao da indenização a ser paga, ou necessário ao reequilíbrio de seus
contratos. A preocupação do setor empresarial é, adotadas todas as medidas,
como o governo vai ressarcir esse valor a operadores futuramente.
Como a MP propõe reequilíbrio contratual ou reestruturação tarifária, essa
restituição pode demorar tramitando no Tribunal de Contas da União (TCU) e na
Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O presidente da
Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop), Sérgio Aquino, acrescentou
que o reequilíbrio contratual envolve a administração dos portos públicos que,
em sua maioria, não possui vitalidade financeira para arcar com os pagamentos.
Além disso, existem contratos de arrendamento firmados junto a autoridades portuárias
que são transitórios, até haver nova licitação, e que não podem passar por
reequilíbrio. Uma empresa com contrato temporário não tem como prever o
ressarcimento tratado na MP.
Para a Fenop, existem soluções em lei e recursos disponíveis. Aquino cita a
parcela que cabe ao Fundo da Marinha Mercante (FMM) referente ao Fundo do
Desenvolvimento do Ensino Profissional Marítimo, FDEPM. Segundo o presidente da
Fenop, o FDEPM tem recursos pagos por empresas privadas, da ordem de R$ 1,4
bilhão, que estão contingenciados. A Fenop propôs a utilização de uma parcela
pequena desses recursos para pagar a renda média aos trabalhadores ou que
administrações portuárias recebam para cobrir o que elas têm que pagar,
explicou Aquino.
A associação continua a propor a reestruturação do sistema ‘S’ portuário a fim
de que a administração seja privada como acontece nos setores da indústria,
comércio e transportes. No setor portuário, as empresas arrecadam um percentual
para o sistema S, que é gerido pela Marinha. O argumento é que, por se tratar
de uma gestão pública, esses valores ficam contingenciados nos cofres da União,
o que vem limitando o uso de recursos e investimentos.
Aquino ressaltou que a Fenop tem atuado para não atrapalhar o processo e que
não há intenção de pleitear alterações no que já está escrito. A Fenop avalia
que o momento é delicado para saúde e para economia do país e que não é hora de
criar enfrentamentos com governo e com setor laboral. O entendimento é que a
atividade portuária é essencial e não pode parar, num momento em que as
empresas estão pressionadas a rever contratos, reduzir custos e cancelar
pedidos. A entidade observa colaboração entre operadores, sindicatos e órgãos
gestores de mão de obra.
Antes da MP, a Fenop avisou ao governo sobre o artigo 73 da Lei dos Portos
(12.815/2013) já prever o benefício assistencial mensal, de até um salário
mínimo, aos trabalhadores portuários avulsos, com mais de 60 anos, que não
cumprirem os requisitos para a aquisição das modalidades de aposentadoria previstas
em lei e que não possuam meios para prover a sua subsistência. Esse tema foi
regulamentado por portaria interministerial em 2014.
A MP-945 prevê ainda que os Ogmos realizem a escalação remotamente, de forma a
permitir ao profissional somente comparecer ao porto no momento efetivo da
execução do trabalho. Atualmente, esses trabalhadores são escalados em meio a
grandes agrupamentos nos terminais, o que não é recomendável pelas autoridades
de saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A lista de quem não
pode trabalhar deverá ser encaminhada à autoridade portuária semanalmente.
Na falta de avulsos, a medida
prevê que os operadores portuários poderão contratar trabalhadores com vínculo
empregatício por tempo determinado para a realização dos serviços de
movimentação de cargas, bloco, estiva, conferência de carga, conserto de carga
e vigilância de embarcações. O prazo máximo do contrato será de um ano e deve
ficar claro o caráter de transitoriedade da medida em razão da
pandemia. Os Ogmos serão responsáveis por calcular, arrecadar e repassar
aos beneficiários o valor a ser pago. O Ogmo de Santos informou que, desde o
último domingo (5), fechou o posto de escalação 3, localizado estuário santista
e manterá fechado enquanto vigorar a MP. Os avulsos deverão realizar sua
escalação de forma remota, por meio da escala digital, disponível no site ou
pelo aplicativo do Ogmo.
Para a Santos Port Authority (SPA), a MP completa o rol de medidas do governo
para os avulsos. No último dia 20 de março, o Ministério Público do Trabalho
(MPT) e a Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários publicaram
uma recomendação padronizando a adoção de ações direcionadas às administrações
portuárias, empresas e Ogmos. A autoridade portuária avalia que a MP consolidou
as providências de combate à covid-19 em Santos. A SPA destaca que o protocolo
de atuação abrange todas as etapas da operação, da atracação do navio ao fluxo
de pessoas essenciais para que o porto não pare e cumpra sua função de
movimentar cargas importantes ao abastecimento, como alimentos e insumos
necessários ao combate à covid-19. O desafio é grande e exige melhora contínua
de todos: trabalhadores, empresários e autoridades. Se cada um fizer a sua
parte, venceremos isso juntos, afirmou o presidente da SPA, Casemiro Tércio
Carvalho.
Fonte: Portos e Navios
Setor segurador tem um importante papel no enfrentamento do
coronavírus, diz Galian
A crise gerada pelo avanço do
coronavírus no Brasil levou o setor segurador a acelerar algumas transformações
na configuração do trabalho de colaboradores, de distribuidores e prestadores
de serviços, que passaram a atuar em sistema de home office. Também está
quebrando um importante paradigma do setor: a necessidade do contato pessoal.
Na visão do diretor vice-presidente do Sindseg SP e diretor geral da MAPFRE, Maurício
Galian, essas são algumas das mudanças que vêm ocorrendo no dia a dia das
seguradoras. Passadas as primeiras semanas do confinamento das pessoas em suas
casas, Galian afirma que as seguradoras já estão adaptadas às novas
rotinas. Ele também vislumbra um importante papel do setor de seguros
nessa crise. Afinal de contas, o grande papel social do seguro é proteger as
pessoas e seus bens. Em nosso papel, precisamos reforçar os benefícios do
seguro para a sociedade, diz ele.
A pandemia do coronavírus
está obrigando as empresas de diferentes segmentos a manterem seus
colaboradores trabalhando remotamente. Como as seguradoras estão encarando o
trabalho de seus colaboradores e dos corretores em sistema de home office?
Essa crise fez várias companhias
anteciparem um meio de trabalho que até então poucos estavam acelerando, que
são os trabalhos remotos. E isso compreende as pessoas trabalharem de casa,
fora da empresa e basicamente com serviços digitais, envolvendo e-mail,
teleconferência, WhatsApp, redes sociais e call centers. Isso de certa forma
mudou um paradigma que existia no mercado: a preferência pelo contato pessoal.
As próprias seguradoras sempre investiram muito em relações pessoais com os
distribuidores, por exemplo. Essa crise está mostrando que a relação pessoal é
extremamente importante, mas existem outras formas de também atender ao
corretor. E na maior parte das vezes o corretor aceita bem essa nova forma de
fazer negócios, que é mais rápida, mais objetiva. Nestas duas últimas semanas
já presenciei exemplos bem-sucedido de reuniões virtuais e, inclusive, de
entregas de prêmios em campanhas, por meio de hangout, skype e outros sistemas.
A conversa é mais focada, em muitas situações, e ao mesmo tempo, humaniza pelo
contato visual e voz.
Quais são as mudanças que
você observa nesse novo formato de relacionamento?
A situação que estamos vivendo está
permitindo às companhias avançarem em outras formas de conduzir os negócios.
Por exemplo, com renovações que garantem ou até melhoram os preços dos anos
anteriores; com oferta de diferenciais e com condições especiais para os
distribuidores, as seguradoras estão conseguindo manter suas carteiras. Isso
quebra também paradigmas. Hoje, praticamente todos os concorrentes do setor
estão mantendo o mesmo preço do ano anterior para fazer renovação, mostrando ao
cliente os benefícios de manter o seu patrimônio seguro. Isso depende do ramo,
obviamente. Quando se trata de seguros de grandes empresas, grandes riscos,
isso não acontece dessa forma. Nesses casos, as negociações são diferenciadas e
complexas, pois envolvem resseguros, inspeções e outros critérios de subscrição
complexos.
O que está mudando no
relacionamento com o cliente?
A maior parte das seguradoras já
contava com estruturas de atendimento remoto, seja por call center, por
aplicativos ou pela internet. Essa crise veio consolidar ainda mais essa
comunicação com o cliente, considerando ofertas de serviço mais diretas e
permitindo que o cliente esteja no comando. De certa forma, todos se adaptaram muito
rápido. Vou te dar o exemplo da MAPFRE. Conseguimos que 100% da nossa operação
de call center, que é composta por mais de 700 pessoas, esteja trabalhando em
home office em menos de três semanas, uma experiência inédita para a companhia.
E com um grande sucesso. Conseguimos manter os níveis de serviços, todos os
atendimentos. Logicamente, a qualidade do contato muitas vezes não é a melhor,
porque depende de uma internet e equipamentos um pouco menos sofisticados. Mas
isso não compromete o atendimento ao cliente, que é o objetivo final. O tempo
médio de operação subiu um pouco, na medida em que se gasta um pouco mais de
tempo com o cliente em linha por dificuldade do contato ou pelo fato de os
sistemas serem um pouco mais lentos que o utilizado na empresa. Mas dia a dia
isso vai melhorando e vamos reduzindo essas diferenças. Uma semana depois de
iniciado o confinamento, a MAPFRE tem todo o seu contingente trabalhando
remotamente. De um quadro de cerca de 3 mil pessoas, apenas quarenta estão
trabalhando dentro da empresa, em áreas específicas, como o serviço de malotes
e manutenção predial, por exemplo. É um negócio brutal. E como a MAPFRE acho
que todos seguiram esse caminho, alguns mais rápido, outros com um pouco mais
de dificuldade.
Como manter colaboradores e
corretores motivados à distância?
Essa é a fase em que estamos agora,
após três semanas de trabalho remoto. Temos que estabelecer programas e ações
de comunicação que atuem diretamente na saúde emocional das pessoas, incluindo
os parceiros, da equipe e prestadores de serviços, que continuam na rua.
Enviamos mensagens de apoio, vídeos e adotamos ações diferentes. Nós estamos,
por exemplo, antecipando o pagamento de prestadores, enviando equipamentos de
prevenção e higienização, oferecendo instruções para que eles repassem para
suas equipes. Para os colaboradores, damos orientações para que mantenham uma
rotina de trabalho, como se estivessem trabalhando dentro da empresa.
Orientamos que as pessoas não fiquem de pijama ou espaços comuns com outras pessoas
da família, quando possível. Fazemos conferências, algumas diárias, outras a
cada dois ou três dias, ou até mesmo semanais, para que as pessoas possam
falar, ouvir ou reivindicar. É dessa forma que a gente está aprendendo.
A MAPFRE utiliza, nessa nova
configuração do trabalho sob a crise, a experiência obtida em países que
sofreram com o coronavírus?
A MAPFRE tem a vantagem de ser uma
empresa global. Nós temos a experiência da China, da Itália, da Espanha, dos
Estados Unidos, da Alemanha e de diversos outros países que estão à nossa
frente no enfrentamento desta pandemia. Eles retroalimentam necessidades de
comunicações, prevenção e providências que podemos adotar preventivamente. Mas
logicamente, o que muitas vezes foi sucesso na Espanha, pode não ter sido na
Itália ou Estados Unidos e vice e versa. Isso segue de acordo com
particularidades das pessoas, dos hábitos de cada país.
Que papel o senhor vislumbra
para o setor segurador nessa crise?
Acho que é muito importante que as
seguradoras e os outros profissionais do mercado segurador cumpram os seus
papéis de prestadores de serviços para os clientes, pessoas e empresas, que
contam com isso. Que as companhias continuem avaliando e tomando as medidas
para o cliente, para o mercado segurador se fortalecer. Um exemplo que posso
dar é o da Fundación MAPFRE, que vai doar € 3 milhões (mais de R$ 16 milhões)
para iniciativas de autoridades governamentais e entidades de saúde no combate
ao novo coronavírus. Desse total, a entidade já anunciou a destinação de R$ 1,5
milhão para a instalação de 10 leitos de UTI no Hospital de Campanha do
Pacaembu (região central de São Paulo), que será aberta nos próximos dias.
Estamos vendo onde podemos dar nossa colaboração. Temos informações
principalmente da Espanha de que a situação é preocupante. O mercado de seguros
tem um papel importante. Afinal de contas, seguro é proteção.
IRB tem 1º
prejuízo mensal desde 2016
O Valor Econômico relata que o IRB Brasil Re
teve prejuízo líquido de R$ 57,9 milhões em janeiro deste ano, conforme dados
encaminhados pela empresa à Susep. A última vez em que o ressegurador havia
apurado um resultado mensal negativo foi em agosto de 2016. Analistas avaliaram
que a explicação para o prejuízo pode estar atrelada a uma maior sinistralidade
no negócio.
Na demonstração de resultado mensal
disponível na Susep, o IRB divulga R$ 449 milhões em prêmios recebidos em
janeiro, e um valor de R$ 466 milhões para os sinistros pagos. A relação de
sinistro sobre prêmio, que é a sinistralidade da empresa, ficou perto de 104%
em janeiro, o percentual é perto do dobro do registrado pela companhia em 2019.
Essa é a variável mais importante para o resultado das empresas do setor.
A sinistralidade mais alta refere-se
apenas ao mês de janeiro, único dado disponível, a divulgação dos dados do
primeiro trimestre está prevista para 11 de maio. Procurado, o IRB informou que
comenta apenas resultados financeiros referentes aos períodos trimestrais de
seu calendário anual. A resseguradora reafirmou seu compromisso com a
transparência, o detalhamento e a qualidade das demonstrações financeiras
fornecidas ao mercado.
Os resultados do IRB têm sido
acompanhados pelo mercado com lupa desde fevereiro, quando a gestora de
recursos Squadra divulgou uma carta questionando a recorrência dos resultados
da resseguradora. No documento, a Squadra mostra que, desde a abertura de
capital, o IRB reporta lucros trimestrais com volatilidade bastante baixa, o
que, na avaliação da gestora, não seria compatível com empresas do segmento.
Em 2019, os lucros trimestrais
variaram de R$ 350 milhões a R$ 393 milhões. No entanto, quando se abria o
resultado mensal do ressegurador, a volatilidade se mostrava bem mais elevada.
A Squadra não escreve exatamente isso em seu relatório, mas da observação do
gráfico, é possível identificar que o lucro da empresa sempre se mostrava menor
nos dois primeiros meses dos trimestres e crescia muito no mês de fechamento do
período.
Em sua análise sobre o IRB, a Squadra
destaca, entre outros pontos, que uma explicação possível para os retornos
apresentados pela resseguradora, muito acima de qualquer outra do segmento, era
justamente a sua baixa sinistralidade. A gestora analisou dados do ano fechado
de 2018, em que o IRB apresentava sinistralidade de 56%, em comparação a um
índice de 75% de um grupo de resseguradoras globais, uma significativa
diferença de 19 pontos percentuais. No mesmo ano, o retorno sobre patrimônio do
IRB foi de 34%, ante mediana de 4,8% do setor.
Os dados foram enviados pelo IRB para
a Susep cumprindo as obrigações que as resseguradoras têm com a reguladora, na
última semana de março. Foram reportados pela nova gestão do IRB. Antonio
Cassio assumiu a presidência do conselho dia 16 de março; e Werner Suffert
havia ficado com a vice-presidência financeira dez dias antes. A nova
administração já informou que está revisando a política de dividendos, por conta
da crise do coronavírus. E cancelou a assembleia geral para apresentar nova
proposta da administração para os acionistas.
A empresa passa, desde 5 de março,
por uma investigação interna, conduzida pela KPMG e o escritório Felsberg. Em
meio à crise que se instalou após a carta da Squadra e o desmentido público do
Berkshire Hathaway de que havia comprado ações da IRB, o presidente e o
vice-presidente da empresa, que teriam ventilado a história, renunciaram aos
cargos.
Dados de ontem mostram que o IRB é a
ação com o pior desempenho do ano dentre as que compõem o Ibovespa, com
desvalorização de 73,81%. Quedas dessa proporção enfrentam as empresas
diretamente afetadas pela crise do coronavírus: CVC (-73,52%); Azul (-73,23%) e
Gol (-70,24%).
Insurtech surfa
na onda do seguro pay per use e vendas saltam 240%
O Estadão registra que o isolamento social impulsionou
a demanda por um seguro pouco difundido no Brasil: o pay per use ou pague pelo
uso. A insurtech Thinkseg, do ex-BTG André Gregori, viu suas vendas dispararem
240% na segunda quinzena de março. A empresa opera com um modelo de assinatura
mais quilômetros percorridos e apólices mensais.
Como a quarentena obrigou as pessoas
a deixarem seus carros na garagem, a Thinkseg viu espaço para baixar o valor do
seguro e atrair usuários. Além de diminuir o preço do quilômetro rodado, agora
vai cortar o preço da assinatura. Ao lado da seguradora Generali, sua parceira
no negócio, vai reduzir o valor básico de R$ 79 para R$ 25, queda de 70%.
Pelo fato de a alta ainda levar em
conta o preço antigo, a Thinkseg espera que o ritmo aquecido das vendas se
mantenha. O custo da assinatura varia conforme o valor do carro e o endereço do
segurado. O pós-crise também pode ser melhor com as pessoas mais conectadas
após o confinamento.
Brasil tem 114
novas mortes por coronavírus, recorde em 24 h; total é de 667
A Folha de S.Paulo informa que ao menos 667
pessoas morreram pelo novo coronavírus no Brasil, de acordo com dados do
Ministério da Saúde divulgados desta terça (7). Foram registradas 114 novas
mortes nas últimas 24 horas, um aumento de 21%. Segundo o balanço, o país soma
13.717 casos confirmados da doença. No dia anterior, eram 12.056. O aumento foi
de 14%.
O ministério, porém, tem informado
que o número real de casos tende a ser maior, já que são testados apenas os
casos graves, de pacientes internados em hospitais, e há casos represados à
espera de confirmação.
Reportagem da Folha mostrou que
equipes de atenção básica em várias cidades e estados afirmam que a
subnotificação ao Ministério da Saúde de casos suspeitos tem sido gigantesca.
Dizem ainda que, sem uma portaria específica do ministério, médicos têm se
guiado por notas técnicas locais com orientações distintas.
São Paulo se mantém como o estado
mais atingido pelo novo coronavírus. O estado registrou 67 mortes nas últimas
24 horas e já soma 371 mortes e 5.682 casos. Na sequência, aparece Rio de
Janeiro, com 89 mortes e 1.688 casos.
Seguindo boletim do Ministério da
Saúde divulgado no sábado (4), a transmissão no país está em fase inicial, mas
a alta incidência de casos em quatro estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará
e Amazonas) e no Distrito Federal já indica uma transição para fase de
aceleração descontrolada nesses locais.
No documento, antecipado pela Folha,
a pasta faz uma revisão da trajetória do vírus e reconhece gargalos diante de
uma possível fase aguda da epidemia, como a falta de testes e leitos
suficientes.
O Ministério da Saúde registra mortes
por coronavírus em todos os estados com exceção de Tocantins. O Acre registou a
primeira morte nas últimas 24 horas.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique
Mandetta, disse que os esforços do governo federal para combater a pandemia já
somam R$ 7,6 bilhões, sendo R$ 1,5 bilhão para compra de equipamentos de
proteção individual, como máscaras.
Outros R$ 2 bilhões estão
direcionados para compra de respiradores. Metade será voltado para equipamentos
de produção nacional e a outra parte, para aquisição de produtos da China, o
que ainda não foi concretizado.
Temos problemas sérios em relação a
respiradores, disse Mandetta. O ministro disse que fez um diálogo com a
Embaixada da China para obter apoio na negociação.
A conversa ocorre em meio a uma
tensão diplomática causada pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, que
fez uma publicação nas redes sociais em que associa a pandemia a interesses
chineses e ainda faz chacota com o sotaque de muitos orientais no Brasil. A
embaixada considerou racista a mensagem.
Com relação a 549 mortes já
investigadas, 78% têm acima de 60 anos. Isso representa 429 mortes.
Mas há vítimas mais novas: 86 pessoas
com idade entre 40 e 59 anos e outras 31, de 20 a 39, também morreram pela
doença.
Entre os mortos, 76% tinham pelo
menos algum outro fator de risco, como cardiopatia e diabetes. Segundo a pasta,
34% dos mortos tinham menos de 60 anos e não apresentavam comorbidades.
O país já registou 32.370
hospitalizações por síndrome respiratória, um salto de 253% com relação ao
mesmo período de 2019. Desse total, em 74% houve confirmação para o Covid-19.
O boletim epidemiológico divulgado
nesta terça pelo Ministério da Saúde reforçou a necessidade de isolamento
social para o preparo da rede de saúde pública. A orientação vai contra o que
tem pregado Bolsonaro, que defendeu isolamento apenas dos mais velhos.
Qualquer medida de relaxamento não
será possível sem o preparo da rede de atenção à população, diz o texto.
Se
fizermos distanciamento social ampliado teremos uma curva [no gráfico de casos]
mais baixa porque a circulação fica reduzida, disse o secretário de Vigilância
em Saúde do ministério, Wanderson Oliveira, nesta terça.
CIST
realizará webinar sobre os impactos do Covi-19 na cadeia de Transporte
Atento as mudanças do cenário global, o Clube
Internacional de Seguros de Transportes (CIST) fará seu primeiro webinar. O encontro, online e
gratuito, está marcado para o dia 16 de abril, às 10 horas, e terá como tema os
Impactos e considerações do Covid-19 na cadeia de Transporte.
O assunto terá debatido por Salvatore Lombardi
Jr, presidente do CITS, e pelo board diretivo da entidade, formado por Paulo
Robson, Alfredo Chaia e Carlos Suppi Zanini.
Optamos por um encontro online, ao invés do
presencial, em atendimento à solicitação do governo no sentido de diminuir as
chances de propagação do coronavírus através do contato social, explica
Salvatore. A escolha do tema foi mais fácil, já que infelizmente todos estão
preocupados com a pandemia neste momento e precisávamos nos posicionar a
respeito também, concluiu.
Apesar de ser digital, o evento faz parte da
agenda de encontros mensais promovidos pelo CIST visando desenvolver a cultura
de gestão de riscos e seguros no Brasil, além de capacitar trabalhadores desses
segmentos, a entidade estuda alternativas para contornar essa situação.
O webinar conta com
parceria da Escola Nacional de Seguros (ENS); e conta com o apoio da Buonny Gerenciamento de Riscos; Grupo FOX; GUEP e Munich Re. As inscrições podem ser feitas diretamente
através do link http://www.cist.org.br/workshop.