Carrefour é retrato da falta de gestão de riscos
Tragédia em unidade do Carrefour é retrato da falta de
gestão de riscos
Fonte: Revista Veja
Multinacional francesa acumula histórico de má-gestão de
riscos; na última quinta-feira 19, um homem foi espancado até a morte em uma
unidade da rede
Para quem acompanhou a dura notícia da morte por
espancamento de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, nas
dependências de um supermercado Carrefour, o slogan da multinacional francesa
parece incoerente. Todos merecem o melhor, defende a rede. Na prática, o
histórico recente de casos policiais nas dependências de unidades da rede se
contrapõe ao discurso. Menos de um ano após o linchamento que culminou na morte
de um cão que
gerou indignação e protestos pelo Brasil, Freitas, um
cliente, foi espancado na noite desta quinta-feira, 19, por dois homens brancos
em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, até ficar sem vida. No chão, os rastros
de sangue da tragédia. A reação dos homens, às vésperas do feriado de
Consciência Negra, teria sido motivada por uma discussão entre o homem e uma
funcionária do estabelecimento. Os dois agressores, um policial militar e um
segurança do mercado, foram
presos em flagrante. No vídeo divulgado por testemunhas
do evento lamentável e desumano, ainda é possível notar que funcionários do
espaço tentam impedir o registro.
Desde 2007, a rede virou alvo de pelo menos quatro
processos envolvendo escândalos públicos, como episódios de racismo e
homofobia. Ela também responde pela execução de um homem, por humilhação
pública contra empregados e até mesmo violência infantil.
Procurado por VEJA, o Carrefour se posicionou por meio de
nota. Para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não
aceitamos que situações como estas aconteçam. Estamos profundamente
consternados com tudo que aconteceu e acompanharemos os desdobramentos do caso,
oferecendo todo
suporte para as autoridades locais, diz o comunicado. A
empresa se comprometeu a reverter todo seu faturamento desta sexta-feira, 20,
para projetos de combate ao racismo no país. Essa quantia, obviamente, não
reduz a perda irreparável de uma vida, mas é um esforço para que isso não se
repita.
O caso trouxe impacto imediato às ações da empresa
listada na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. No começo do dia, o papel já
caía mais de 1%. A principal concorrente na listagem, o Pão de Açúcar, subia
mais de 2,6% no mesmo momento. Por volta das 14h20, no entanto, a ação do
Carrefour já havia se recuperado, com alta de 0,9%. O novo episódio de
violência tem efeitos a reputação da marca e na gestão de imagem, com impactos
imediatos e no longo prazo para a empresa. A nota emitida pelo Carrefour não
reverteu o impacto perante à opinião pública, na verdade, provocou o efeito
contrário. Em busca de apresentar uma
postura mais firme, a companhia anunciou que, no sábado,
dia 21, todas as unidades do grupo no país abrirão duas horas mais tarde.
Nesse período, os funcionários e prestadores de serviço
dos espaços irão refletir sobre o ocorrido e rever normas de segurança da
empresa. O Carrefour afirmou ainda que a unidade do bairro Passo D'Areia, onde
ocorreu o espancamento de Freitas, ficará fechada temporariamente. No último
dia 14 de agosto, o mercado protagonizou outro episódio de descaso. Um promotor
de vendas do Carrefour morreu enquanto trabalhava numa unidade da empresa em
Recife, capital de
Pernambuco. Ao invés de a loja ser fechada, o corpo de
Moisés Santos, de 53 anos, foi coberto com guarda-sóis e cercado por caixas
para escondê-lo. O supermercado foi mantido em funcionamento por quatro horas,
até a chegada do Instituto Médico Legal, o IML, para retirar o corpo do local.
Segundo o grupo, ele foi vítima de um ataque cardíaco. A época, o grupo
afirmou, em nota, que seguiu todos os protocolos durante o socorro e após o
falecimento. Mas, diante da péssima repercussão, a rede voltou atrás e pediu
desculpas. A empresa errou ao não fechar a loja imediatamente após o ocorrido à
espera do serviço funerário, bem como não encontrou a forma correta de proteger
o corpo do Sr. Moisés.
Em 2019, a juíza Ivana Meller Santana, da 5a Vara do
Trabalho de Osasco, em São Paulo, condenou o Carrefour por controlar a ida de
funcionários ao banheiro em Osasco, em São Paulo, proibindo que o grupo
fiscalizasse um direito básico. A rede de supermercados recorreu. No ano
anterior, o grupo esteve no cerne de outro crime. Um segurança da rede, também
na cidade de Osasco, desferiu golpes contra um vira-lata, o Manchinha,
ocasionando na morte do cachorro.
Para especialistas, os seguidos incidentes denotam uma
condução da gestão de riscos errática. Existe um amadorismo muito grande em
relação à gestão de riscos no Brasil. Não existe plano de ação na maioria das
empresas. Elas hoje falam muito em gestão de crise, em investir em relações
públicas para mitigar os impactos negativos, mas pouco em como prevenir que se
chegue a isso. Essa visão precisa ser mudada, diz Patricia Teixeira, diretora
da consultoria We Plan Before.
Para Denise Paiero, especialista em gestão de crise e
professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a repetição de episódios
trágicos levanta uma suspeição sobre a condução da gestão da companhia no país.
O mundo está atento quanto à questão do racismo. Os funcionários tirarem a vida
de alguém é uma das piores coisas para a imagem. Colocar essa culpa em um
prestador de serviços terceirizado, demiti-lo e achar que está tudo resolvido é
um erro,
aponta ela. Essa série de problemas mostra que, após cada
uma das crises, nada está sendo feito internamente. O erro é dos funcionários
ou existe um problema de gestão? Esse questionamento precisa ser respondido
pela empresa.
Amil é multada em R$ 10 milhões
A prestadora de saúde descumpriu normas estabelecidas
pela ANS.
Fonte: CQCS
O site Correio Braziliense informou, em matéria publicada
dia 18/11, que o Instituto de Defesa do Consumidor (PROCON) puniu prestadora de
saúde Amil em R$ 10 milhões por aplicar aumento por mudança de faixa etária em
valores superiores aos índices de sinistralidade de 2020 em comparação com 2019
dos contratos coletivos permitido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS).
De acordo com o site, a empresa foi punida ainda porque
teria se recusado a informar sobre planos coletivos empresariais, procedimento
necessário para entender o reajuste anual aplicado nesses contratos.
Reclamações de consumidores e análise de contratos apresentados apontam ainda
para outras irregularidades cometidas pela operadora.
Segundo nota dada pelo Procon-SP, a multa de R$
10.255.569,90 foi estimada com base no porte econômico da empresa, na gravidade
da infração e na vantagem obtida, conforme prevê o Código de Defesa do
Consumidor.
O Correio também informou na matéria que a Amil analisará
o teor do auto enviado pelo Procon e apresentará a sua defesa no prazo legal
estabelecido.
Pandemia fez brasileiro sofrer com finanças, mas inspirou
a pensar mais no futuro
Pesquisa indica que 90% sente necessidade de educação
para aprender a investir e a se organizar
Fonte: Valor Econômico
O Valor Investe destaca que a pandemia fez a ampla
maioria da população brasileira perceber sua renda como insuficiente para
cobrir seu custo de vida, gerou atrasos em contas e postergou planos e
realizações, mas também inspirou o brasileiro a pensar mais no futuro, buscar
educação financeira e programar sua aposentadoria.
Essas são as principais conclusões do estudo O bolso do
brasileiro, realizada pelo Instituto Locomotiva e pela Xpeed, braço de educação
financeira da XP.
Que a covid-19 fez a maior parte da população penar nas
finanças, já se imaginava, mas o levantamento traz números, e contornos de
gravidade, à presumida situação.
A pesquisa mostra que 63% consideram ter conhecimentos
apenas básicos de educação financeira. Isso já é muito, mas o retrato é ainda
pior, pois a maioria dos que descreviam ter conhecimento avançado mal dá conta
de cálculos de juros simples. Temos uma demanda imensa por educação, comenta
Izabella Mattar, CEO da Xpeed.
A empresa foi lançada em junho para reorganizar as
iniciativas pedagógicas da XP, de olho em furar a bolha, como ela define. Havia
uma demanda importante, antes da minha chegada, por organizar o pensamento e
diferenciar bem os cursos de trade, por exemplo, dos conteúdos de educação mais
básica, ela comenta.
Já Renato Meirelles, diretor do Instituto Locomotiva,
realça a proposta de medir os impactos de uma crise ocorrida em um contexto
diferente dos que marcaram as últimas recessões. A principal conclusão é que a
educação financeira ganhou uma importância maior do que a que já existia, ainda
mais na iminência do fim do pagamento, pelo governo, do auxílio emergencial,
comenta.
No dado mais chamativo, o estudo revela que 7 em cada 10
brasileiros concluíram, nos últimos 12 meses, que sua renda era insuficiente
para cobrir seu custo de vida, são 115,5 milhões de brasileiros nessa condição,
pontua Meirelles. E, nas classes D e E, o índice chega a 87%.
Isso levanta uma questão para agentes financeiros, sejam
eles ligados a bancos tradicionais ou às jovens plataformas de investimento e
educação: para uma população com a corda no pescoço, é possível falar sobre
como investir, ou ainda é o caso de ensinar a evitar o endividamento?
São movimentos paralelos. A maior razão que leva os
brasileiros a traçar objetivos financeiros é justamente pagar dívidas, e a
segunda é ter uma reserva para emergências, sendo que a maior emergência
apontada pelos entrevistados é justamente não ter dívidas, pontua Meirelles.
Para ele, essa pergunta ganhará novas respostas conforme
aumente a penetração dos serviços oferecidos por fintechs. Até há pouco tempo,
qual era a lógica do banco? Emprestar o guarda-chuva no dia de sol e tirar
quando começa a chover, e ganhar dinheiro com juros sobre empréstimos aos mais
pobres e com comissões sobre investimentos dos mais ricos. Agora, é possível
reverter essa lógica, comenta.
O estudo apurou ainda que a pandemia fez 3 em cada 10
pessoas atrasarem pagamentos de contas, e 41% dos entrevistados disseram não
ter como pagar uma despesa inesperada que equivalesse à renda deles em um mês,
nas classes D e E, esse índice piora e chega a 47%.
Além disso, 8 em cada 10 entrevistados dizem ter
objetivos financeiros, mas os principais são pagamento de dívidas e formação de
reserva de emergência, e 29% nem sequer creem que sua condição permitirá
alcançar essas metas.
A pesquisa delineia essa vulnerabilidade como um
obstáculo para o desenvolvimento pessoal e, em último caso, para a felicidade.
É o que se conclui do fato de que para 58% da população, a situação financeira
impede a realização de coisas que consideram importantes. Entre pessoas com mais
de 60 anos, esse índice dispara para 70%.
A gente quis abordar questões pouco citadas, como a fobia
financeira. Tem muita gente declarando que dinheiro é um problema que atrapalha
a saúde mental. Muitos nem acompanham o extrato ou a fatura do cartão, preferem
não pensar nisso. Acontece muito no Brasil, é um tema que vive embaixo do
tapete. Estamos jogando luz, situa Mattar, da Xpeed.
Pesquisas mostram que quando estão devendo, as pessoas
param de atender números desconhecidos no celular, reforça Meirelles, da
Locomotiva, sobre o dano psicológico causado pela fragilidade financeira. Ele
completa: O mercado tende a considerar os inadimplentes caloteiros, quando na
verdade são os principais interessados em quitar suas dívidas e voltar ao ciclo
de consumo. O sistema financeiro é uma corda: pode servir para se enforcar ou
para sair do buraco. A educação serve para que essa corda seja bem utilizada.
A pesquisa O Bolso do Brasileiro ouviu 1.501 pessoas com
mais de 18 anos em todo o país, pela internet, entre 16 e 23 de outubro, e vai
ser apresentada nesta segunda-feira, às 19h15, em meio à participação da Xpeed
na 7ª Semana Nacional de Educação Financeira, que começa hoje (23) e vai até
sexta-feira (27). O evento é promovido pelas entidades-membros do Fórum Brasileiro
de Educação Financeira, incluindo Banco Central e CVM, veja ao final, alguns
destaques da programação da Xpeed ao longo da semana.
Mais preocupação com o futuro
Tanto Mattar, da Xpeed, quanto Meirelles, do Locomotiva,
salientam um inusitado efeito colateral da covid-19: a janela de oportunidades
contida no inesperado, com maior conscientização sobre a necessidade de se
planejar para evitar tombos como o que foi causado pelo vírus.
Para 47% dos entrevistados, o novo coronavírus fez pensar
mais no futuro; 41% dizem ter passado a pesquisar mais sobre finanças após a
covid-19; e 90% sentem necessidade de educação para aprender a investir e a se
organizar.
A pandemia fez as pessoas terem de lidar com o assunto.
Foi de maneira brutal, na veia, sem reserva. É um momento de conscientização,
porque abre a cabeça; o cara acabou de sofrer a dor, é a melhor hora para falar
nisso, diz Mattar.
Meirelles concorda: A pandemia fez o brasileiro pensar em
alternativas nas quais até há pouco tempo não pensava, porque não tinha o
conhecimento, nem havia plataformas que possibilitassem o acesso a
investimentos. Hoje, tem várias. Isso é uma mudança de paradigma.
O que esperar de 2021
Erika Medici, CEO da AXA Brasil
Fonte: Sonho Seguro
A série O que esperar de 2021, visa trazer um pouco de
luz sobre as incertezas do próximo ano. Nesta edição, Erika Medici, CEO da AXA
Brasil, fala um pouco sobre suas expectativas. Leia abaixo:
Como descreve o ano de 2020?
Com certeza está sendo um ano desafiador. É até difícil
comparar com qualquer outro ano…Todos tivemos de nos reinventar, mudar ou
adaptar planos e, nesse sentido, novas oportunidades surgiram. Aceleramos
alguns processos de digitalização e estamos colhendo os frutos. Posso dizer,
com orgulho, que estamos entregando o resultado, e nos beneficiando de ter
linhas de negócios complementares. A venda de seguro no varejo foi mais
impactada do que a distribuição de P&C junto aos corretores, mas isso nos
trouxe aprendizados, uma visão mais ampla e sofisticada da operação de
Parcerias, com uma estratégia de explorar novos ecossistemas, modelos mais
digitais. Nessa linha, lançamos, em outubro, o microsseguro Cuidar Mais, que
democratiza a cobertura de Doenças Graves e Invalidez, com um pacote de
serviços de saúde, como consultas de telemedicina disponíveis 24 horas por dia.
Fizemos isso junto ao varejo, mas nossa intenção é ampliar o alcance da
solução.
Qual o impacto da pandemia na empresa? Quais as áreas
mais afetadas?
Mesmo com a retração em alguns mercados, estamos
cumprindo nossas metas e temos rentabilidade. A área de Parcerias foi mais
impactada, em especial pelo varejo, em que o ponto de venda físico desempenha
um papel importante na oferta e na conversão da venda de produtos financeiros e
seguros. O lado positivo dessa mesma moeda é que passamos a operar num modelo
de venda digital no varejo, com uma implantação em tempo recorde, e buscamos
novos ecossistemas, como fintechs e empresas de tecnologia, olhando novas
possibilidades de negócio em setores mais resilientes.
O que mudou na forma de se relacionar com o consumidor?
De um exemplo prático.
A jornada do cliente passou a ser totalmente digital, e o
principal desafio foi sermos capazes de fazer parte dessa jornada. Citando dois
exemplos práticos: Com a Paketá, que oferece consignado a empresas parceiras,
modelamos uma jornada conjunta para inserir o seguro prestamista no processo
decisório do empréstimo. Com a Pernambucanas, inserimos o seguro no e-commerce
e estamos aptos a distribuir por whatsapp e lançamos o Cuidar Mais. Essa
solução não resolve todas as demandas de saúde das famílias, mas endereça uma
parte importante das necessidades básicas de atendimento, com qualidade,
rapidez e segurança, a baixo custo e amplitude de acesso, o que é fundamental,
tendo em vista a dimensão do Brasil. Temos uma oportunidade enorme de inclusão
social com esse produto, o que é ainda mais relevante num cenário de pandemia.
Quais as tendências da empresa e do setor para 2021?
Vamos seguir nossa trajetória de aceleração do crescimento,
ampliando nossa participação no médio mercado (P&C e Transportes) e nos
aproximando mais dos negócios de pequeno porte, seguros empresariais, comércios
e serviços, Condomínio e Transportes. No segmento de Parcerias, vamos expandir
as operações para novos ecossistemas, algo que se mostrou muito relevante em
2020. Continuamos aprofundando os
benefícios da aceleração de vários serviços digitais implantados em 2020, como
a vistoria remota (através de app) ou por drone para produtos empresariais,
condomínio e transportes. Também vamos ganhar tração em novos produtos que
estão sendo lançados este ano, com características e benefícios muito aderentes
ao momento, incluindo serviços de telemedicina, por exemplo.
E para o setor?
O setor como um todo passou pelo tão falado empurrão
tecnológico causado pela pandemia. E acredito que a tendência deva ser expandir
isso, fortalecer, utilizar mais dados e processos digitais para ofertas mais
aderentes ao canal e ao perfil do consumidor. Temos adiante uma grande oportunidade
no mercado segurador, em um momento que a percepção sobre os riscos aumentou.
Morte de João Alberto: Carrefour deve adotar compliance
em direitos humanos, diz MPF
Homem negro foi morto após ser abordado por seguranças na
cidade de Porto Alegre.
Fonte: Migalhas
Nota pública da Procuradoria Federal dos Direitos do
Cidadão e da Procuradoria Regional do Direitos do Cidadão no RS repudia o ato
de violência racial que provocou a morte de João Alberto Silveira Freitas, nas
dependências do Carrefour, e conclama a empresa a adotar, em toda a sua rede,
políticas de compliance em direitos humanos.
O parquet defende a instituição de programas de
capacitação, treinamento e qualificação de seus empregados e agentes
terceirizados, com o objetivo de combater o racismo institucional/estrutural e
a discriminação racial.
Emblemático exemplo desse processo de reprodução de
práticas discriminatórias é o caso do ex-jogador de basquete Richard Augusto de
Souza Pinto, seguido por um segurança da Rede Pão de Açúcar de Supermercados,
durante todo o período em que fazia compras no local, por ser considerado
suspeito apenas em razão da cor - o fato, ocorrido em 2017, ensejou a
condenação da empresa, no ano de 2019, ao pagamento de indenização pelos danos
morais causados ao atleta.
O MPF cita ainda dados que demonstram o impacto
desproporcional da violência sobre a população negra brasileira, como:
i) a cada 21 minutos, um jovem negro é assassinado no
Brasil;
ii) as pessoas negras e pardas, mesmo correspondendo a
pouco mais da metade da população brasileira, constituem quase dois terços da
população carcerária no Brasil, tendo 2,7 vezes mais chances de serem vítimas
de assassinato do que uma pessoa branca, conforme dados do IBGE3; e
iii) em 2019, mais de 35 mil pessoas negras foram mortas
no Brasil.
Assinam a nota o procurador Federal dos Direitos do
Cidadão, Carlos Alberto Vilhena, o procurador da República Marco Antonio
Delfino (coordenador do grupo de trabalho de Combate ao Racismo e Promoção da
Igualdade Racial), o procurador regional da República Vladimir Aras
(coordenador do grupo de trabalho Direitos Humanos e Empresas) e o procurador
regional dos Direitos do Cidadão do RS Enrico Rodrigues de Freitas.
Carrefour é desligado de Iniciativa Empresarial pela
Igualdade Racial
João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos,
foi morto por dois seguranças da rede de supermercados
Fonte: Folha de PE
A Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial, que reúne
73 organizações signatárias, informou, neste sábado (21), que desligou o Carrefour
da lista de empresas parceiras. Entre as signatárias, estão Ambev, Coca-Cola,
GPA e Petrobras.
Na noite de quinta-feira (19), João Alberto Silveira
Freitas, homem negro de 40 anos, foi morto por dois seguranças da rede de
supermercados após fazer compras em uma unidade localizada em Porto Alegre.
A grande questão da exclusão do Carrefour tem a ver com
fato de serem reincidentes, disse Raphael Vicente, coordenador da iniciativa,
uma plataforma de articulação entre empresas e instituições que se comprometem
a melhorar a inclusão, promoção e valorização da diversidade étnico-racial.
O Grupo Carrefour Brasil anunciou, em nota (leia íntegra
abaixo), que romperá o contrato com a empresa responsável pelos seguranças,
além de demitir o funcionário responsável pela loja na hora do ocorrido. Na
noite de sexta, exibiu comunicado após a novela das 21h, na Globo.
Procurado pela reportagem para comentar a exclusão da
iniciativa, a empresa não se manifestou até a publicação do texto. Vicente diz
que a forma como a empresa lidou com o ocorrido é inaceitável. Eles emitiram
uma nota se eximindo da culpa e da responsabilidade. Vamos continuar
conversando para que tenhamos uma resposta clara e objetiva do Carrefour,
afirmou.
Segundo ele, o presidente do grupo no Brasil deveria ter
feito o que o presidente global fez: ir a público e dizer que tomariam medidas
drásticas para evitar esse tipo de tragédia novamente.
No início da noite desta sexta-feira (20), o presidente
do Grupo Carrefour, Alexandre Bompard, se manifestou em sua conta no Twitter
sobre o assassinato. O francês pediu a revisão do treinamento de funcionários e
de terceiros, no que diz respeito à segurança, respeito à diversidade e dos
valores de respeito e repúdio à intolerância.
Está explícito que tem um problema, que não é do gerente,
da loja, do vigia ou da empresa terceirizada. O presidente tinha que ter vindo
a público e afirmar que os processos seriam revistos, medidas duras seriam
tomadas, afirma Vicente.
Qualquer empresa pode ser signatária da Iniciativa
Empresarial pela Igualdade Racial, diz o coordenador. É preciso apenas que ela
se comprometa publicamente com os compromissos da iniciativa, afirma.
O caso brutal na unidade gaúcha é o mais recente de uma
sequência de relatos sobre discriminação, descaso e violência sob diferentes
aspectos no Brasil, com alguns casos obtendo grande repercussão.
Em 2009, um vigia e técnico em eletrônica, também negro,
foi agredido por seguranças de uma unidade em Osasco (SP), acusado de tentar
roubar o próprio carro no estacionamento da loja. Em dezembro de 2018, também
em Osasco, um cão foi envenenado e espancado por um segurança da rede, causando
enorme comoção na comunidade.
No caso mais recente, um promotor de vendas terceirizado
da rede morreu enquanto trabalhava em uma unidade do grupo, em Recife, em
agosto deste ano. O corpo foi coberto com guarda-sóis e cercado por caixas
enquanto a loja seguiu em funcionamento. O IML (Instituto Médico Legal) só fez
a remoção após quatro horas.
Ainda assim, a rede segue como destaque em alguns
indicadores que são utilizados como atestado de boas práticas corporativas em
questões sociais e ambientais.
O Amapá é aqui
Nas sociedades industriais, a segurança energética é um
bem econômico de valor incalculável
Um apagão mergulhou o Amapá na escuridão na primeira
terça-feira de novembro. Um incêndio na estação que recebe a energia do Sistema
Interligado Nacional (SIN) inviabilizou a distribuição de eletricidade para a
população local. Sem energia elétrica, cerca de 800 mil brasileiros tiveram seu
abastecimento de água potável interrompido, suas transações comerciais
paralisadas e suas comunicações inviabilizadas. O Amapá vive situação caótica,
marcada por protestos contidos pela polícia militar.
Passada uma semana do incêndio, as autoridades do setor
elétrico informam que a normalização do suprimento elétrico deverá ocorrer em
dezembro. O MME indicou considerar necessário revisar as condições do
suprimento estadual para garantir a confiabilidade energética do Amapá. Nesse
ínterim, a população local terá que conviver com o racionamento de energia, que
será suprida em rodízios horários. A economia local, já duramente afetada pela
crise do Coronavirus, infelizmente sofrerá forte baque adicional.
As informações disponibilizadas pelas autoridades
setoriais não permitem identificar o que causou o incêndio na subestação. Uma
comissão composta pelo MME e representantes das empresas envolvidas na gestão
do suprimento energético do Amapá foi criada para dar uma resposta à sociedade.
No entanto, nem a Aneel nem o ONS integram essa comissão. A presença desses
agentes na Comissão é essencial para dar transparência às suas conclusões e
agilidade nas decisões que devem ser tomadas para garantir a normalidade do
suprimento elétrico do estado.
O evento do Amapá não deve ser visto como um acidente
improvável, ainda que não previsível. Na realidade, as periferias do SIN vivem
sob o permanente risco de racionamento de energia, em casos de eventos
similares ao ocorrido no Amapá. Fundamentalmente dependente da energia
acumulada nos reservatórios hidrelétricos, a confiabilidade do suprimento
elétrico está sujeita à boa gestão desses reservatórios, mas, principalmente,
da capacidade do ONS de estabilizar a rede de transporte do SIN em eventos
similares.
Em períodos de forte estiagem, como o que atualmente
assola a maior parte do território nacional, o ONS necessita despachar centrais
térmicas para mitigar o risco de racionamento. Realizar esse despacho,
respeitando regras pré-estabelecidas de confiabilidade para o suprimento e de
redução de custos, sem comprometer o suprimento elétrico, não é tarefa simples.
Evidentemente, essa tarefa não pode ficar sujeita a interesses econômicos ou
políticos específicos.
Uma análise superficial da capacidade instalada do parque
gerador termelétrico sugere situação bastante confortável para o ONS atender à
demanda de energia elétrica do SIN, mesmo em situações de pluviometria
desfavorável. No entanto, boa parte desse parque termelétrico não se encontra
em condições operacionais, seja por falta de suprimento de gás natural, seja
por diversas centrais estarem com sua vida econômica útil vencida.
As condições de suprimento elétrico na região Sul do país
oferecem um claro indicador dessa situação. Cerca de 1000 MW das centrais
térmicas instaladas na região não podem ser despachadas pelo ONS, pelas razões
apontadas no parágrafo anterior. Essa situação obriga a importação temporária
1400 MW da Argentina para garantir o suprimento elétrico regional. Qualquer
evento similar ao da estação do Amapá, do lado brasileiro ou argentino, terá
efeitos na região sul que serão similares aos enfrentados atualmente naquele
estado.
Centrado nas privatizações, o governo negligencia a
importância da segurança energética para a vida socioeconômica do país. Como
nos ensina o racionamento de energia elétrica do início deste milênio, as
perdas provocadas por crises de abastecimento de energia ultrapassam largamente
os benefícios almejados com privatizações irrefletidas. Nas sociedades industriais,
a segurança energética é um bem econômico de valor incalculável.
Fonte: Brasil Energia / Autor: Adilson Oliveira é
professor Titular da Cátedra Antônio Dias Leite /Colégio Brasileiro de Altos
Estudos da UFRJ
Locação de galpões logísticos para last mile tem alta de
75% em SP
Segundo o estudo First Look realizado pela JLL, a capital
paulista e os terrenos localizados até 35km do seu centro seguem com alta
procura para locação de galpões logísticos voltados para operações de last
mile. O crescimento foi de 75% em relação ao ano passado.
A alta foi impulsionada pelo aquecimento do e-commerce,
que atingiu recordes de vendas durante a pandemia, com crescimento de
aproximadamente 47%, atingindo o volume de 290 mil m² ocupados.
Para o gerente de Locações Industriais da JLL, Ricardo
Hirata, esse mercado deve permanecer aquecido por um bom tempo: “As principais
tomadoras dessas áreas são as empresas de e-commerce. Registramos 16 novos
empreendimentos deste tipo e a procura por esses espaços é crescente.”, comenta
ele.
Vacância segue em queda nos galpões logísticos
O bom momento também teve reflexo na taxa de vacância. O
mercado de galpões logísticos seguiu registrando sucessivas quedas no terceiro
trimestre de 2020, de acordo com o índice teve redução de 1 ponto percentual em
relação ao período anterior e de 2,4 pontos percentuais em comparação com 2019.
A Amazon foi responsável pela tomada de grandes espaços:
114 mil m² em Cajamar e mais 24 mil m² no Rio Grande do Sul, enquanto a Madeira
Madeira ocupou mais de 21 mil m² no recém-inaugurado GLP Jundiaí III, que já
tem quase 40% do seu espaço locado.
A maioria dos estados brasileiros registrou absorção
líquida positiva no trimestre, exceto Rio Grande do Sul, Pernambuco e Goiás. O
preço médio permaneceu estável, com redução de apenas 11% entre o pedido e o
praticado, indicando que as negociações entre proprietários e locatários estão
mais acirradas.
Ocupação de leitos públicos de UTI para covid-19 chega a
92% no Rio
É o maior percentual desde 12 de junho
Fonte: Agência Brasil
A taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de
Tratamento Intensivo) para covid-19 pelo Sistema Único de Saúde (SUS) chegou a
92% na cidade do Rio de Janeiro, no dia de ontem (22).
É a maior ocupação desde 12 de junho deste ano, segundo a
Secretaria Municipal de Saúde.
A ocupação dos leitos de tratamento intensivo, que chegou
a baixar para 59% em meados de agosto, estava na faixa dos 80% desde o início
de novembro.
Ainda de acordo com a secretaria, ontem, quando se atingiu 92% de ocupação, havia 499 pacientes em leitos de UTI do SUS, na cidade, de um total de 1.044 internados em hospitais municipais, estaduais e federais.
Seguem links para acesso às edições virtuais mais recentes das Revistas do Setor de Seguros:
Revista Apólice: https://www.revistaapolice.com.br/2020/10/edicao-259/
Revista Segurador Brasil: https://issuu.com/revistaseguradorbrasil/docs/segurador_160
Revista Seguro Total: https://revistasegurototal.com.br/2020/10/12/seguro-e-mais-velho-do-que-se-imagina/
Revista Cobertura: https://www.revistacobertura.com.br/2020/09/25/edicao-224/
Revista Insurance Corp:
Revista Cadernos de Seguro: http://cadernosdeseguro.funenseg.org.br/secoes.php
I Conferência Nacional de Microsseguros
Inscrições gratuitas e online. Acesse: https://conferencia.anmicrosseguros.org.br/inscricao/
SummitSec – Segurança e Privacidade na Prática
Sobre o Evento O SUMMIT SEC acontece pelo terceiro ano consecutivo para discutir temas como LGPD, proteção e privacidade de dados, segurança da informação e cibernética de forma inovadora, com profissionais e temas a frente do mercado.
O CVG-RJ acaba de anunciar a realização dos Destaques 2019-2020 no dia 26 de novembro, às 18 horas, no Hotel Prodigy, Rio de Janeiro. Diretamente do local será feita a transmissão on-line da cerimônia através do canal do CVG-RJ no Youtube.
Serão homenageados os profissionais e empresas que se destacaram nos segmentos de vida, saúde, previdência e capitalização durante o último ano.
Os vencedores só serão anunciados no dia do evento e serão contemplados dez profissionais e empresas, nas seguintes categorias: seguradora; homem de seguros; mulher de seguros; resseguradora; dois profissionais de destaque em seguros; corretora de seguros; melhor produto; melhor campanha de marketing; inovação e empreendedorismo.
A banda Serial Funkers, que participa do programa Altas Horas, vai encerrar a cerimônia, que deverá contar com 3 mil visualizações. Para se ter uma ideia do alcance da programação, cerca de 30 mil profissionais do mercado de todo Brasil serão convidados a participar do evento, entre líderes do mercado, executivos, profissionais das mais diversas categorias e imprensa especializada.
Em formato digital, CIST promoverá maior evento sobre seguros, riscos e logística da América Latina
Entre os dias 26 e 27 de novembro, o Clube Internacional de Seguros de Transporte (CIST) realizará o maior evento online do mercado de seguros de transporte da América Latina. Por conta da pandemia, o já tradicional ExpoCIST dará lugar ao Iº CIST Web Conference Seguros, Riscos e Logística.
O primeiro grande evento digital da entidade deve reunir centenas de executivos do mercado segurador para acompanhar diversos painéis relevantes, como o que tratará da Simplificação e modernização dos contratos de seguro pela SUSEP, envolvendo as recentes consultas públicas (CP 16, 18 e 19) e o processo de oferecer maior liberdade e desenvolvimento ao setor.
Durante os dois dias do encontro serão discutidos também muitos temas relacionados ao segmento, como por exemplo, a “Transformação e expansão da infraestrutura logística de carga – novos caminhos e oportunidades”, incluindo a expansão da cabotagem, portos e terminais, ferrovias, BR do Mar, BR dos rios, e a integração multimodalidade.
Outro painel abordará o Ambiente regulatório, tecnologia em transformação, ação de ressarcimento e carta protesto. Neste talk show será debatido, por exemplo, se a ação de ressarcimento requer comprovação de pagamento e sub-rogação nas suas mais variadas vertentes, como no Sistema Jurisdicional eletrônico, no Blockchain com rastreabilidade de transações, entre outras coisas.
Um assunto que deve chamar bastante a atenção será Drone Delivery - o modal do agora e soluções logísticas, que discutirá as funcionalidades e as utilizações de drones; o case Ifood; a Importância da automação durante a pandemia; e ainda o futuro desse modal.
Já a transformação do mercado de consumo; o crescimento abrupto das compras via e-commerce; a armazenagem e gestão de operador logístico (Last Mile); e a logística reversa serão temas do painel “Transformação mercado de consumo, gestão da logística e satisfação do cliente”.
Por sua vez, a Gestão dos riscos na cadeia de frio e a logística de perecíveis – saúde e indústria irá debater as exigências de segurança; o foco na prevenção e não no controle dos danos após um incidente; os desafios da logística no transporte e na distribuição da Vacina Covid-19, entre outros tópicos.
O Iº CIST Web Conference Seguros, Riscos e Logística também terá espaço para temas relacionados ao “Desenvolvimento e gestão de pessoas. Liderança & Team Buildings (desenvolvimento de líderes); inteligência emocional & alta performance; o trabalho remoto; e a liderança feminina são apenas alguns desafios a serem superados no atual processo de modernização do mercado de seguros.
Por fim, também já está confirmada uma entrevista com Mauro Friendrich, diretor da Arrezo & CO, além de uma apresentação de Henrique Cabral, Marine Underwriter da Munich Re, com base nas Estatísticas dos ramos de Marine e contexto do Brasil na América Latina.
Vale lembrar que o Iº CIST Web Conference Seguros, Riscos e Logística conta com apoio da 3S Tecnologia; Buonny; Moraes Velleda; Omnilink; Grupo Fox; Servis; MCLG; Tokio Marine; Trucks Control; UPPER e GUEP. Para mais informações, entre em contato através do e-mail secretaria@cist.org.br
Link de inscrição: https://www.antonicelli.com.br/cadastro-cist
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do livro Mulheres no Seguro, uma obra inédita no Brasil, prefaciada pela
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