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Gigantes AON & WILLIS Sob Análise na UE

22, Dez. 2020

Aquisições & Fusões de Gigantes Em Análise

Plano de fusão de US$ 30 bi entre Aon e Willis Towers encara análise da UE

Fonte: Reuters

A oferta 30 bilhões de dólares da Aon pela Willis Towers Watson para criar a maior corretora de seguros do mundo enfrenta uma investigação de cinco meses após reguladores antitruste da UE expressarem preocupações de que o negócio possa prejudicar a concorrência nos principais mercados. A fusão da segunda e terceira maiores corretoras de seguros do mundo ultrapassaria a primeira posição mundial da Marsh & McLennan. O negócio ocorreu no momento em que os mercados financeiros estavam caindo como resultado da crise da Covid-19. A pandemia provocou um aumento acentuado nos pedidos de indenização às seguradoras, além de outros desafios, como as mudanças climáticas, e atingi suas carteiras de investimentos.

A queda nas avaliações e as empresas que buscam fortalecer os modelos de negócios, por sua vez, geraram uma série de negócios em todo o setor de seguros. A Comissão Europeia disse que o acordo pode reduzir significativamente a concorrência nos mercados de serviços de corretagem de risco comercial, corretagem de resseguro e fornecimento de serviços de aposentadoria e saúde e bem-estar para clientes comerciais. A comissão citou serviços de corretagem para grandes clientes multinacionais em propriedades e acidentes, financeiro e profissional, crédito e risco político, cibernético e marítimo, bem como clientes na indústria de manufatura espacial e aeroespacial como os mais afetados.

A investigação da UE também vai examinar a prestação de serviços de corretagem de resseguros e a prestação de serviços de reforma e saúde e bem-estar. O responsável pela concorrência da UE fixou a data de 10 de maio para sua decisão. A Reuters havia relatado em 15 de dezembro que o responsável pela concorrência da UE abriria uma investigação aprofundada sobre o acordo depois que a Aon se recusou a oferecer concessões para resolver as preocupações de concorrência da Europa.

Incertezas ambientais abrem espaço para seguros paramétricos

Mercado evolui na sua capacidade de análise de dados dos riscos ambientais para reduzir a vulnerabilidade dos eventos climáticos

Fonte: Revista Apólice

O desafio é grande. Segundo informa o relatório Estado dos Serviços Climáticos de 2020, produzido pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência especializada da ONU para o tema, o número de desastres naturais em todo o mundo cresceu cinco vezes nos últimos 50 anos e as perdas econômicas provocadas por tais tragédias aumentaram sete vezes. Para isso, o mercado de seguros tem oferecido algumas soluções.

Somente nas últimas duas décadas, desastres causaram US$ 2,97 trilhões em perdas para a economia global. Os números são impressionantes. Foram 7.348 desastres em todo o mundo, que afetaram mais de 4 bilhões de pessoas, levando a aproximadamente 1,23 milhão de óbitos.

O Global Risks Report 2020, publicado pelo Fórum Econômico Mundial com o apoio da Marsh & McLennan aponta que, ao lado da instabilidade geopolítica, aumentam as preocupações econômicas decorrentes de confrontos comerciais entre grandes potências e da deficiente resposta dos governos às questões climáticas, como redução das emissões e investimentos em adaptações dos modelos

de negócios visando a redução de emissões. Os impactos da perda de biodiversidade em muitos ecossistemas são vistos no relatório como capazes de produzir consequências para as sociedades, economias e saúde.

Além dos potenciais impactos, cada vez maiores, decorrentes das catástrofes naturais, as companhias precisam considerar todos riscos em que estão expostas, desde exposições operacionais, reputacionais e até os efeitos regulatórios, destaca Patricia Marzullo, diretora de Subscrição de Engenharia da Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS). Combater as mudanças climáticas requer ações corretivas e investimentos com foco em gerenciamento de risco além do horizonte usual, se antecipando e se preparando para futuros cenários. As mudanças climáticas impactam toda a cadeia. Da escassez de insumos agrícolas e recursos como água, passando por interrupções em cadeias de produção e abastecimento, propagação de doenças, aumento de desigualdades sociais e redução do PIB.

A AGCS publica anualmente o Allianz Risk Barometer, uma pesquisa realizada entre os principais executivos ao redor do mundo (CEOs, risk managers, executivos de seguros) na qual eles declaram suas maiores preocupações e ex-posições de riscos a que estão sujeitos. Os resultados são utilizados internamente no desenvolvimento e aprimoramento dos produtos que oferecemos, e também externamente, como conteúdo na tomada de decisão dos clientes ao redor do mundo.

No último Risk Barometer de 2020, as mudanças climáticas e o aumento da volatilidade do clima aumentaram para sua maior posição dos últimos anos (em 2018, as mudanças climáticas estavam na 10ª posição de preocupação dos principais executivos e agora em 2020, essa preocupação saltou para a 7ª posição).

Além das grandes questões com o aquecimento global, com o impacto ambiental ou com a pegada de carbono, o mercado segurador contribui para a adaptação às mudanças climáticas no cotidiano das populações, desenvolvendo novos mecanismos de compensação de perdas e transferência de riscos.

Atualmente cerca de 75% dos riscos seguráveis, incluindo catástrofes naturais e mudança climática, envelhecimento da população por exemplo, seguem sem cobertura do seguro. Consideramos parte de nossa missão ajudar o mundo a reduzir esse gap de cobertura e tornar o mundo mais resiliente, comenta Guilherme Perondi, diretor executivo Swiss Re Corporate Solutions, unidade de seguros do Grupo Swiss Re.

O executivo informa que a Swiss Re tem uma iniciativa chamada 2030 Sustainability Ambitions baseada em três grandes frentes: mitigar riscos climáticos e avançar na transição da matriz energética, construir resiliência social e utilizar soluções digitais para oferecer soluções de seguro mais acessíveis.

Thiago Lang, diretor de Specialties da Aon Brasil, avalia que o desenvolvimento de produtos que incluem aspectos ASG deve se intensificar nos próximos anos, beneficiando aquelas empresas e negócios que são sustentáveis a longo prazo. Atualmente, o movimento mais visível no mercado de seguros é a limitação de capacidade para empresas consideradas não sustentáveis, como aquelas que possuem mais de 30% a 50% do faturamento ligado à produção de carvão. As principais resseguradoras globais não dão mais capacidade para esse tipo de negócio, informa Lang.

As pessoas e empresas têm buscado outras soluções. Produtos financeiros e fundos de investimentos ‘verdes’ são cada vez mais frequentes, comenta Alfredo Chaia, diretor gerente da International Risk Veritas. Neste cenário, as seguradoras também estão impulsionadas a reconhecer a necessidade de desenvolver produtos e serviços que atendam às novas demandas deste mundo em acelerada mudança. Diante do compromisso de prover indenizações e da necessidade de manutenção do equilíbrio financeiro, as seguradoras têm atuado de forma preventiva no gerenciamento de seus riscos e de seus clientes, vislumbrando não só os aspectos ambientais, mas também a perenidade dos negócios e a mitigação dos riscos que se propõe indenizar; além de inserir práticas voltadas à sustentabilidade de seus negócios.

Chaia ressalta que o mercado expandiu a oferta de soluções de seguro para mitigação dos danos ambientais em instalações, construção e transporte de mercadorias, por exemplo, e que a gestão dos riscos além de apresentar soluções de monitoramento e prevenção de danos ambientais, também trouxe propostas de valor para controlar tecnicamente e financeiramente os atendimentos de remediação das consequências decorrentes dos acidentes e danos ambientais.

É tudo uma questão de sustentabilidade e resiliência, afirma Stéphane Godier, Regional Head Americas da AXA Climate, unidade do grupo AXA específica para o tema, protegendo empresas e comunidades contra os riscos climáticos e ajudando-os a se adaptarem às mudanças e a reduzir seu impacto no clima e no meio ambiente.

Entre as soluções oferecidas pela AXA Climate está o serviço de adaptação de negócios, utilizado tanto para avaliar o impacto do cliente no clima quanto o reflexo das mudanças climáticas em seus negócios. A empresa desenvolveu também uma plataforma de monitoramento de catástrofes naturais (Nat Cat) que, em tempo real, avisa sobre a iminência de um determinado fenômeno natural potencialmente catastrófico, Também atuamos no plano de contingência e os ajudamos a se recuperarem mais rapidamente por meio de soluções de seguro paramétrico. Essas soluções são ferramentas poderosas de mitigação de riscos. Desde que sejam acionados pela medida direta do clima ou índice Nat Cat, são extremamente rápidas, transparentes e totalmente ajustáveis às necessidades do cliente, afirma Godier.

Seguros paramétricos

Com a tecnologia, os seguros paramétricos, cobertura personalizada que utiliza um parâmetro independente, geralmente um índice meteorológico, para correlacionar fenômenos ambientais com o fluxo de receitas ou a estrutura de custos, passaram a ser uma alternativa interessante para diversas indústrias como a de produção de energia, o agronegócio, o turismo e da moda, entre outras.

O produto paramétrico oferecido pela Swiss Re Corporate Solutions para os segmentos agrícola e de energia tem um conceito simples, explica Perondi. A seguradora, o cliente e o seu corretor acordam um parâmetro que vai disparar o gatilho de cobertura da apólice. Esse parâmetro normalmente é ligado a variáveis climáticas, como por exemplo excesso ou falta de chuva ou vento ou ainda variações não esperadas em níveis de vazão de rios ou temperatura. O contrato de seguro define o período em que o parâmetro precisa ser atingido, a localização de cobertura e a empresa especializada que determinará um parâmetro externo, o que assegura independência no critério de apuração. Se, durante o período de vigência da apólice, o parâmetro for atingido no período e localização contratados, a indenização é feita conforme o contratado.

O seguro paramétrico não indeniza a perda pura, mas antecipadamente concorda em efetuar um pagamento na ocorrência de um evento desencadeante. O gatilho é a expectativa de prejuízo, e não o dano material direto. O seguro paramétrico é uma solução de gestão de risco que pode ser customizada para atender setores como de energia, seja hidráulica ou eólica, setor agro, ou qualquer outro setor que possa ser impactado por variações inesperadas, informa Eduardo Lucena, CEO da THB Brasil.

A THB Brasil possui um divisão específica para oferecer seguros em agro e entre as soluções alternativas de transferência de riscos oferecidas, a empresa inclui o seguro paramétrico. Atualmente as taxas praticadas pelo mercado tem sido uma barreira para as vendas, explica Lucena.

Perondi, da Swiss Re, lembra que o seguro paramétrico foi originalmente concebido para o segmento de empresas médias e grandes que, em geral, tem um nível do conhecimento técnico mais amplo das soluções de transferência de risco que o segmento de seguros oferece. Porém existem esforços concretos para ampliar a adoção do produto e vale a pena destacar a iniciativa brasileira de permitir que os recursos do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) do governo federal sejam destinados também ao seguro paramétrico, informa.

Desde setembro, após autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep), o Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural aprovou a Resolução no 79, que estabeleceu o percentual de subvenção ao prêmio de 20% para o seguro paramétrico, para qualquer atividade. Trata-se de uma decisão inovadora e muito pertinente e que deve impulsionar o produto em novos segmentos de empresas, comemora.

Com dezenas de programas de seguros paramétricos no Brasil e na América Latina, a AON acredita que este tipo de cobertura é viável para várias atividades, como Energias Renováveis, Agricultura, Infraestrutura & Construção, Turismo e Hotelaria, Transportes, entre outras. Tudo que tenha um parâmetro com histórico confiável, mensurável por entidades independentes, e que tenha uma boa correlação entre as perdas ocorridas no passado com os interesses seguráveis, é viável para seguro. Exemplos de parâmetros possíveis e que podem gerar perdas aos clientes são os extremos de alta ou baixa temperatura, a falta ou excesso de chuvas, a velocidade dos ventos e falta de irradiação solar, comenta Lang. Caso o índice alcance um gatilho predeterminado, o segurado recebe o pagamento acordado, de forma rápida e praticamente automática, uma vez que os parâmetros envolvem medições objetivas e independentes, sem necessidade de vistoria de regulação em campo. Isso ajuda o segurado a ter um melhor fluxo financeiro, ajudando-o a restabelecer suas operações mais rapidamente e evitando um impacto negativo a seus colaboradores e à comunidade.

E O ANO ACABOU

Na longa história dos calendários, poucos anos, pelo menos nas últimas décadas, foi tão complexo quanto 2020. Com impacto global, o ano começou quente e acabou fervendo. As coisas, de março em diante, ganharam velocidade e as notícias ruins se sucederam rapidamente, com mais de um milhão e seiscentos mil mortos ao redor do planeta, vítimas da pandemia do coronavírus.                

Para quem pensa que o pesadelo acabou porque as vacinas foram desenvolvidas em tempo recorde de menos de um ano, a má notícia é que entre desenvolver e aprovar uma vacina e imunizar a população vai um espaço imenso. As questões de logística se impõem ditatorialmente, limitando a capacidade de ação dos governos, por mais que eles queriam correr e imunizar seu povo antes do vizinho.

Transporte, armazenamento, equipes de suporte, seringas, desinfetante, algodão, material de limpeza, etc. são peças tão importantes quanto as vacinas. Sem eles não é possível a aplicação do imunizante e, mesmo que estejam no lugar certo, na hora certa, imunizar milhões de pessoas leva tempo porque tem uma capacidade diária máxima que não é possível ser ultrapassada.

Como se não bastasse, a capacidade de fabricação e entrega das vacinas não é infinita, nem imediata. É necessário tempo para os laboratórios produzirem os bilhões de doses necessários para imunizar a população global. Além disso - quem pode mais chora menos -, os laboratórios que estão produzindo as vacinas estão em países que querem desesperadamente a vacina. Será que alguém, em sã consciência, acha que as entregas serão democraticamente feitas, de forma proporcional ao tamanho das diferentes populações dos diferentes países? Ou levarão em conta valores como pátria e poder econômico?

No caso brasileiro, o desinteresse do Governo Federal no combate à pandemia agravou ainda mais o quadro. Em primeiro lugar, pela falta de coordenação do Ministério da Saúde, que desorganizou o atendimento. Em segundo, pela demora em comprar vacinas. Em terceiro, pela falta de visão política, que ameaça as ações de combate eficiente à pandemia. E, em quarto, porque a única ação séria, adotada pelo Estado de São Paulo, ainda corre o risco de ser torpedeada pelo ciúme federal.

É complicado, mas nós não temos condições de vacinar a população em quantidades significativas, antes do segundo semestre. Não é questão de querer ou não querer, é que não tem vacina para os duzentos milhões de brasileiros serem imunizados.

De outro lado, o Brasil, mais uma vez, mostra enorme capacidade de recuperação. A crise prevista no começo da pandemia, que derrubaria a economia ao redor de 10%, de verdade, deve ficar na metade disso.

O problema é que a inflação é uma ameaça concreta e tem base sólida para se estabelecer. As exportações retiraram produtos do mercado interno, a desvalorização do Real diante do Dólar cobra seu preço; a desorganização da economia faz faltarem insumos de todas as naturezas, comprometendo a capacidade da indústria; o desemprego está no mais alto nível da história brasileira; mais de cem milhões de brasileiros são vítimas da desigualdade social e vivem com algo próximo de um salário mínimo por mês.

Perto de cento e noventa mil brasileiros perderam a vida, vitimados pela Covid19, em 2020. E, ao longo de 2021, mais alguns milhares continuarão morrendo, até que a população seja efetivamente imunizada.

Apenas agora, ao que parece, está se criando uma coordenação séria em plano nacional. O governo fala, promete, mas o executar, o tirar do papel, que é bom, ainda não aconteceu. Estamos patinando, correndo o risco de nos tornarmos párias no concerto das nações.

Os problemas vão de meio ambiente a desenvolvimento sustentável, passando pela violência, saúde pública, educação, desigualdade social, corrupção e incompetência. Todos de difícil solução. 

2021 será um ano mais do que desafiador. Os desafios são gigantescos, como nação e como sociedade. Mas, entre secos e molhados, tem tudo para ser melhor do que 2020. 2020 será o ano que não deixou saudades.       

Fonte: Estadão / Autor: Antonio Penteado Mendonça

Executivos apontam gestão de riscos como prioridade

Fonte: O Estado de S.Paulo

Segundo pesquisa realizada pela KPMG com lideranças de seis setores, as companhias estão descobrindo que falhas de terceiros podem manchar rapidamente reputações e ter implicações financeiras significativas

O funcionamento de uma empresa de qualquer setor pode, não raro, depender de uma rede de terceiros, como fornecedores, distribuidores, agentes, prestadores de serviços, entre outros. E a gestão de riscos desses terceiros tem ganhado mais relevância entre os executivos, aponta o levantamento Third Party Risk Management Outlook 2020, realizado pela consultoria KPMG.

Dos executivos ouvidos pela pesquisa, 77% afirmaram que o programa de gerenciamento de riscos de terceiros é uma prioridade estratégica para os negócios. A maioria (74%) ainda indicou uma preocupação de que as organizações precisam urgentemente tornar o programa mais consistente em toda a empresa.

O funcionamento de uma empresa de qualquer setor pode, não raro, depender de uma rede de terceiros, como fornecedores, distribuidores, agentes, prestadores de serviços, entre outros. E a gestão de riscos desses terceiros tem ganhado mais relevância entre os executivos, aponta o levantamento Third Party Risk Management Outlook 2020, realizado pela consultoria KPMG.

Dos executivos ouvidos pela pesquisa, 77% afirmaram que o programa de gerenciamento de riscos de terceiros é uma prioridade estratégica para os negócios. A maioria (74%) ainda indicou uma preocupação de que as organizações precisam urgentemente tornar o programa mais consistente em toda a empresa.

Na pesquisa, 40% dos executivos relataram que suas organizações não realizam monitoramento de terceiros após a contratação; especialistas recomendam um monitoramento contínuo.  Foto: Pixabay

O estudo foi realizado no início deste ano com 1.100 executivos seniores de 14 países, incluindo o Brasil, com o objetivo de avaliar como as empresas realizam a gestão de riscos de terceiros e mapear os principais desafios para a implementação de programas com esse fim. Os entrevistados fazem parte de seis setores: automotivo, energia, serviços financeiros, manufatura, farmacêutico e varejo.

Emerson Melo, sócio-líder da prática de forensic na KPMG Brasil, ressalta que a gestão de riscos de terceiros é fundamental para o crescimento das empresas. Em uma empresa de infraestrutura, por exemplo, se o principal fornecedor de matéria-prima, que é um dos terceiros, deixa de fornecer por uma questão de insuficiência financeira, vai impactar a empresa. Se um terceiro for punido ou sancionado por algum risco ambiental, a empresa pode ter algum tipo de corresponsabilização. Não monitorar os riscos dos terceiros pode interferir nos negócios e a discussão sobre isso entre os executivos está cada vez mais presente, afirma.

Ele explica que há alguns motivadores para o aumento das discussões sobre o tema, como a preocupação dos executivos com cibersegurança e privacidade de dados, principalmente em decorrência do Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR, na sigla em inglês), da legislação europeia, e da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

Na Europa, o GDPR prevê sanções a empresas que o descumprem. Com a entrada em vigor da LGPD, o Brasil segue para o mesmo caminho, diz. Também há um risco de reputação e de imagem muito grande relacionado a terceiros. As companhias estão descobrindo que as falhas de terceiros podem manchar rapidamente reputações e ter implicações operacionais e financeiras significativas.  

De acordo com o levantamento, 59% dos executivos disseram que suas organizações foram recentemente sujeitas a sanções e observações regulatórias relacionadas ao gerenciamento de terceiros e 60% alegaram que os riscos mais graves para a reputação de sua organização vêm do fracasso de terceiros no cumprimento de suas metas.

Quando questionados sobre as iniciativas a equipe estaria concentrando mais tempo e energia nos próximos 12 meses, os executivos citaram a adoção de novas tecnologias (39%), a automatização de processos (33%) e a padronização de processos em toda a empresa (32%).

Embora apenas cerca de um quarto dos entrevistados tenham declarado usar a automação para melhorar o monitoramento de terceiros, a tecnologia aparece na pesquisa como o investimento mais favorecido (61%) pelos executivos quando há um financiamento adicional disponível. Além disso, 76% indicaram que o financiamento estava disponível ou crescendo para evoluir e fortalecer o programa de gestão de riscos de terceiros de suas organizações.

Desafios

Apesar de haver uma maior preocupação dos executivos em relação ao tema, ainda há muito a se avançar: 72% dos entrevistados disseram que suas organizações precisam urgentemente melhorar a forma como avaliam terceiros.

Mais da metade dos executivos (52%) acredita que o programa de gerenciamento de terceiros de sua organização é sobrecarregado e impede sua capacidade de fazer negócios. Outros 67% dizem que as avaliações de risco de terceiros de sua organização são realizadas por vários recursos em toda a organização, ao invés de uma pessoa ou equipe.

Hoje o processo é basicamente manual na maioria das empresas e poucas estão se diferenciando nesse sentido. Existe também uma preocupação latente quanto ao custo operacional para se fazer a gestão de riscos de terceiros efetiva e eficiente, pontua Melo.

Outro desafio apontado pelo sócio da KPMG é a transformação do negócio. A pandemia do novo coronavírus é a crise mais recente pela qual estamos passando, mas, de tempos em tempos, há uma grande crise. E se a empresa não tem a capacidade de transformação, ela pode deixar de existir no curto e médio prazo, diz, destacando que o gerenciamento de terceiros faz parte de uma estratégia de fortalecimento da empresa para passar por essas crises.

Para ele, a abordagem baseada em risco e o monitoramento contínuo estão entre os principais aspectos do gerenciamento de riscos de terceiros. Mas somente 36% dos executivos disseram que suas organizações têm uma abordagem baseada em riscos para monitoramento contínuo, enquanto outros 40% relataram que suas organizações não realizam monitoramento de terceiros após a contratação.

Principais aspectos do gerenciamento de riscos de terceiros

Um programa de gestão de riscos de terceiros não é algo simples e também não há um só programa padrão. O estudo da KPMG ressalta que programas bem-sucedidos seguem um processo definido para identificar, monitorar e gerenciar o risco de terceiros, sob a liderança da governança do programa definido.

Fernando Salvador, diretor de compliance da BRK Ambiental, diz que a companhia prestadora de serviços públicos de saneamento enxerga a gestão de riscos de terceiros como um dos principais pilares de um programa de governança, sendo uma medida imprescindível para o sucesso dos negócios de forma sustentável. O primeiro passo para que o programa de gerenciamento de risco de terceiros seja considerado efetivo é conhecer os terceiros, elencar os potenciais riscos do seu setor de atuação e direcioná-los para um processo de due diligence (diligência prévia) baseado nesses parâmetros, orienta.

Implementamos o Programa de Compliance em 2017 e demos início ao processo de gestão de risco de terceiros. Nesses quase quatro anos percebemos, inclusive, um amadurecimento dos programas dos nossos parceiros, preocupados com sua gestão de risco. Um efeito cascata da cultura de integridade, conta o diretor.

Melo, da KPMG, concorda com a importância dessa cultura permear todo o ecossistema da companhia. Cada vez mais a gestão de riscos de terceiros vai ser um tema tão relevante quanto tem sido hoje o ESG e a LGPD e tão discutido quanto já foram os programas de combate a corrupção. É um tema que deve ter uma crescente exponencial nos próximos meses e anos, conclui.

Pfizer e Moderna testam vacinas contra variante britânica do coronavírus, diz CNN

Descoberta da nova variante semeou uma nova onda de pânico em meio à pandemia que já matou cerca de 1,7 milhão de pessoas

Fonte: Por Reuters

A Pfizer e a Moderna estão testando suas vacinas para a Covid-19 contra a variante do vírus que surgiu no Reino Unido e se dissemina rapidamente, noticiou a rede CNN nesta terça-feira.

A Moderna acredita que a imunidade de sua vacina proporcionará proteção contra a variante e realizará mais testes nas próximas semanas para confirmar, disse a empresa em um comunicado à CNN.

A Pfizer disse que está gerando dados sobre o quão bem amostras de sangue de pessoas imunizadas com sua vacina podem ser capazes de neutralizar a nova linhagem do Reino Unido, de acordo com a reportagem.

Pfizer e Moderna não responderam de imediato a pedidos de comentário da Reuters.

A descoberta da nova variante semeou uma nova onda de pânico em meio a uma pandemia que já matou cerca de 1,7 milhão de pessoas e infectou mais de 77,15 milhões em todo o mundo.

A principal preocupação é que a nova variante tem se mostrado de 40% a 70% mais transmissível.

Cientistas disseram que não há indícios de que a vacina feita pela Pfizer e pela BioNTech, que está sendo atualmente aplicada no Reino Unido, assim como outros imunizantes em desenvolvimento contra a Covid-19 em todo o mundo não protegerão contra esta variante, conhecida como linhagem B.1.1.7.

Receio com mutação da Covid no Reino Unido faz risco aumentar

Fonte: Monitor Mercantil

Os mercados globais fecharam a semana majoritariamente em baixa, devolvendo parte dos ganhos da semana em meio a ruídos políticos. Na Europa não foi diferente, a limitação dos ganhos semanais se deveu à possível distância entre Londres e Bruxelas em relação ao acordo comercial pós-Brexit, embora as negociações estejam acontecendo. Além disso, as medidas de restrição social são consideradas severas em alguns países, como é o caso da Alemanha.

Londres teve queda de 0,33%. Frankfurt perdeu 0,27%. Paris recuou 0,39%. Milão teve desvalorização de 0,16%. Madri e Lisboa cederam 1,42% e 1,30%, respectivamente.

O petróleo, com as negociações dos contratos mais líquidos encerrando antes do fechamento do mercado americano e as notícias negativas em torno do pacote de estímulos, acabou encerrando em alta, à espera do pacote fiscal nos EUA.

O WTI para fevereiro teve elevação de 1,44%, a US$ 49,24. O Brent ganhou 1,48%, a US$ 52,26.

Nos EUA, a expectativa em relação ao pacote de estímulos bipartidário acabou se arrefecendo, fazendo com que os investidores diminuíssem seu apetite pelo risco, gerando queda nos principais índices de Wall Street. O Dow Jones teve queda de 0,38%. O S&P 500 perdeu 0,34% e a Nasdaq teve leve retração de 0,07%

O mercado financeiro brasileiro foi impactado pelos ruídos externos, principalmente no que diz respeito às tensões referentes ao pacote de estímulos nos EUA. Internamente, a tensão política foi o destaque. Maia e o governo trocaram farpas, enquanto o ministro da saúde e o presidente afirmavam que a vacinação não seria obrigatória, o STF formou maioria para obrigatoriedade e Ricardo Lewandowski autorizou os estados a importarem vacinas que não tenham aprovação da Anvisa.

Mediante os ruídos internos e externos, o Ibovespa teve queda de 0,32%, cotado a 118.023 pontos, e o dólar teve leve alta de 0,08%, chegando a R$ 5,08.

As notícias no final de semana em torno de uma nova variante da Covid-19 no Reino Unido e o aumento das incertezas em torno do pacote fiscal nos EUA fizeram os mercados asiáticos fecharem sem direção única na madrugada de hoje.

Na China continental, o fato de o Banco Central do país, o PBoC, manter a taxa de juros inalterada, em 3,85%. O Xangai Composto teve avanço de 0,76% e o Shenzhen ganhou 1,87%. Taiwan ganhou 0,95% e Hong Kong recuou 0,72%. Tóquio caiu 0,18% e Seul teve elevação de 0,23%.

Os mercados globais abriram em queda, mediante ao risco de uma nova variante do coronavírus no Reino Unido. A mutação do vírus pode ser ainda mais contagiosa do que em sua primeira versão. Assim, tanto os mercados europeus quanto os futuros das Bolsas americanas operam em baixa.

O mercado brasileiro tende a ser fortemente influenciado pela aversão ao risco externo, os agentes buscarão sair dos ativos mais arriscados, dentre eles os mercados emergentes, tal movimento já pode ser evidenciado com a valorização do dólar frente às moedas emergentes.

No Reino Unido, embora o coronavírus esteja avançando e, além disso, esteja sofrendo mutações, se tornando ainda mais contagioso, a Pesquisa CBI de Varejo e Distribuição superou as expectativas dos agentes de -35 pontos e chegando a -3. Apesar do indicador ainda não ser positivo, a retração diminuiu, mostrando que o comércio de distribuição, apesar das dificuldades, teve melhora.

Para a Zona do Euro, a Comissão Europeia divulgará o indicador de confiança do consumidor. As expectativas do mercado são de leve melhora no indicador, saindo de -17,6 pontos para -16,8 pontos para dezembro. A leve melhora ocorre em virtude do início da vacinação.

No Brasil, como ocorre toda segunda-feira, será divulgado o Relatório Focus com as projeções do mercado em relação à economia brasileira. Quanto à arrecadação, segundo as expectativas da Broadcast (Estadão), a arrecadação federal do mês de novembro pode chegar a R$ 137,80 bilhões. As perspectivas dos agentes são de melhora devido aos dados de atividade econômica, gerando aumento da base da arrecadação para o governo.

Cemig mira energia solar para residências e mobilidade elétrica em 2021

Braço da Cemig voltado para a área de geração distribuída (GD) e serviços de energia, a Cemig SIM planeja dobrar a capacidade instalada de seu parque de fazendas solares em 2021 e passar a oferecer esse tipo de serviço também para pessoas físicas. A estratégia faz parte do plano da companhia de investir R$ 100 milhões por ano nos próximos cinco anos e que busca também crescer no segmento de mobilidade elétrica.

Em novembro, a companhia adquiriu 49% de participação em sete sociedades de propósito específico (SPEs) voltadas à GD por fonte solar fotovoltaica, totalizando 29,45 megawatts-pico (MWp), no valor de R$ 54,92 milhões. Com o negócio, o portfólio da companhia inclui agora a participação de 49% em 11 usinas, com 46,27 MWp.

Estamos com um programa de investimentos. Nossa expectativa é agregar mais um portfólio do tamanho desses, de 40 MWAC e mais de 50 MWp, afirma o presidente da Cemig SIM, Danilo Gusmão. Com isso, esperamos aumentar significativamente nosso parque, porque estamos entrando agora também na exploração do mercado [de GD] para pessoas físicas. Nossa intenção é continuar investindo na faixa de R$ 100 milhões por ano nos próximos cinco anos.

Neste ano, a companhia praticamente quadruplicou o número de clientes, em relação a 2019, ano de sua fundação, totalizando agora aproximadamente 3 mil empresas atendidas. Multiplicamos significativamente a nossa operação, tanto em número de ativos em operação quanto em clientes estabelecidos, explica Gusmão.

Para ampliar o universo de clientes, a empresa aposta no meio digital. A ideia é que, por meio da página da companhia na internet, o cliente consiga fazer todo o processo de adesão às fazendas solares da Cemig SIM. Isso dá facilidade, aumenta a capilaridade. E conseguimos atender nossos clientes de forma mais ágil, acrescenta o presidente da Cemig SIM.

Ele lembra que Minas Gerais responde hoje por 20% do mercado total de GD do país. Não faria sentido para a Cemig, por meio de uma subsidiária, não fazer parte desse mercado, explica o executivo.

Da mesma forma, o plano da companhia, neste momento, é concentrar o negócio apenas em território mineiro. Temos uma conjunção de fatores que nos ajudam a priorizar, neste primeiro momento, o mercado de Minas Gerais, conta Gusmão, destacando o potencial de insolação no estado, a experiência local do grupo Cemig e a existência de incentivo fiscal para projetos de até 5 MW de capacidade.

Questionado sobre a expectativa em relação à revisão das regras para o segmento de GD no país, Gusmão disse esperar que haja consenso, bom senso e previsibilidade nas decisões. Qualquer movimento brusco em um segmento de investimento pode prejudicar o seu desenvolvimento.

Em outra frente, a Cemig SIM está apostando no segmento de mobilidade elétrica. A estratégia da empresa é construir uma rede de eletropostos de abastecimento de veículos elétricos em Minas Gerais. Vemos uma tendência de crescimento deles [veículos elétricos]. E nossa estratégia é oferecer uma infraestrutura de energia através dos eletropostos, que é o nosso negócio. Ao todo, a companhia já disponibilizou quatro pontos públicos de recarga em Belo Horizonte.

Fonte: Megawhat Energy / Autor Rodrigo Polito

Alemanha quer tirar de circulação todos os caminhões fabricados antes de 2013

Se aqui no Brasil o segmento do transporte discute como estimular a comercialização e uso de veículos mais novos, e mais eficientes, em outros mercados a coisa é um pouco mais radical.

Exemplo da Alemanha, onde todo caminhão padrão Euro 5 (norma regulamentadora criada para controlar e reduzir emissão de poluentes em veículos a diesel) ou mais antigo poderá ser proibido de circular pela Alemanha, que é um dos mais importantes e responsável por parte significativa da movimentação de cargas na União Europeia.

Naquele mercado há um plano do governo que oferecerá subsídios de até 15 mil euros, para que os donos de veículos anteriores ao Euro 6 enviem seus caminhões para desmanches.

O custo total para o governo alemão ficará em 1,16 bilhão de Euros (7,4 bilhões de Reais), e serão substituídos todos os caminhões, de empresas transportadoras, particulares e utilitários como caminhões de bombeiros, de emergência e militares anteriores ao Euro 6.

Mas o subsídio só valerá se os veículos tiverem baixa nos cadastros do governo e o caminhão antigo sendo destinado para reciclagem, sendo impossibilitado de ser comercializado em outros mercados ou que continue a rodar.

Acessem as edições mais recentes das Revistas do Setor de Seguros:

https://www.revistaapolice.com.br/2020/11/edicao-260/ 

https://www.revistacobertura.com.br/revista/revista-cobertura-226/ 

https://revistaseguradorbrasil.com.br/edicao-162/ 

http://insurancecorp.com.br/pt/content/pdf/ic_ed32_2020.pdf 

http://cadernosdeseguro.funenseg.org.br/secoes.php?edicao=197 

https://revistasegurototal.com.br/wp-content/uploads/2020/10/212web.pdf