Tendências e riscos para a indústria de petróleo e gás em 2021
25, Mar. 2021
Tendências e riscos para a indústria de petróleo e gás em
2021
Foco nas ameaças ambientais nos próximos dez anos gera
oportunidades para o mercado de seguros, que deve auxiliar o processo de tomada
de decisão das lideranças do setor
Fonte: Revista Apólice / Autor: James Hodge (Head de
Energy da Willis Towers Watson)
O futuro da indústria de petróleo e gás mudou. Por vários
anos, a história foi de crescimento em produção com foco em abastecer os
mercados e alimentar a competição dos países e empresas privadas para acesso às
reservas. Hoje, em diversas partes do mundo, as novas tecnologias estão
proporcionando oportunidades para se explorar as formas de energia “não
convencionais” que trazem certas vantagens, principalmente em relação ao meio
ambiente.
Mas independentemente do rumo que essas mudanças tomam,
este é um mercado que vai continuar sendo de extrema importância para a
economia dos países. Segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural
e Biocombustíveis (ANP), em 2020 foram extraídos 3,74 milhões de barris de óleo
equivalente por dia. Esse volume é 52,71% maior do que o registrado há uma
década, em 2010.
O mercado segurador é um pilar crítico de apoio para a
indústria de óleo e gás. Sem sua cobertura, a maioria das novas plataformas de
petróleo ou oleodutos poderia nem estar atuando mais. No último estudo Energy
Market Review (EMR) 2020, da Willis Towers Watson, abordamos os desafios da
indústria de Petróleo e Gás frente à Covid-19 e apresentamos previsões de como
as condições de mercado podem se desenvolver em 2021.
A pandemia chegou em um período no qual a indústria de
petróleo e gás se recuperava de uma guerra mundial de preços do petróleo. Isso
contribuiu para um contínuo endurecimento das taxas e dos termos e condições
que já vinha sendo percebido nos últimos anos. Ou seja, há cada vez menos
capital disposto a investir em seguros e algumas carteiras também não estão
dando resultado necessário.
Dentro das frentes que atuamos, o estudo EMR mostra que
no Upstream, (atividades de exploração, perfuração e produção) o setor segue
lucrativo, porém com a dinâmica de endurecimento levemente acelerada. No
Downstream (transporte, distribuição e comercialização dos derivados do
petróleo) o mercado apresenta sinais de recuperação, à medida que o portfólio
retorna ao positivo. Já em Liability & Casualty (responsabilidade civil), o
cenário segue pessimista para os compradores, pois as seguradoras continuam
sofrendo perdas.
Como consequência deste cenário, percebemos que a
capacidade disponível está mais restritiva nos riscos que as seguradoras vão
aceitar. Isso reflete em aumento de prêmio, diminuição de coberturas
disponíveis no mercado, aumento de franquias e eventualmente outros riscos que
não são colocáveis.
De uma forma geral, aqui no Brasil esse endurecimento não
foi tão rápido como está sendo lá fora. Mas a maior parte das seguradoras já
busca fazer uma subscrição centralizada, ou seja, subscritores locais estão se
alinhando com estratégias internacionais. Com isso, a tendência é que as taxas
estejam mais padronizadas mundialmente.
Por falar em tendência, há também a questão de um foco
mais nítido nas ameaças ambientais nos próximos dez anos e os líderes do setor
de energia estão atentos a isso. A indústria de seguros tem um papel importante
para trazer evidências no processo de tomada de decisão sobre projetos e
operações com alto teor de carbono, além de auxiliar as empresas a seguirem a
direção certa.
Uma recuperação contínua na demanda global de petróleo e
gás depende, em parte, do gerenciamento eficaz da pandemia em todo o mundo.
Apesar deste processo de endurecimento que acompanhamos, acredito que neste ano
a maioria das empresas será capaz de garantir a cobertura necessária para
proteger seus ativos de maneira sustentável.
O papel do mercado segurador na contenção de crises
cibernéticas
Está cada vez mais claro que o advento do home office tem
contribuído indiretamente para a vulnerabilidade dos computadores, diz o
executivo
Fonte: Sonho Seguro / Autor: Thiago Tristão, CEO MDS Re
Brasil e vice-presidente de Riscos Empresariais MDS Brasil
No último dia 10 de março, a diretoria da Agência
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) determinou que sejam fiscalizados com mais
rigor os mecanismos de proteção dos centros de operações elétricas que seguem
as orientações do Operador Nacional do Sistema (ONS). Foi definida a abertura
de uma consulta pública de análise de impacto regulatório (AIR) para definir
uma reformulação na política e nas diretrizes de prevenção deste tipo de
ataque. Tal determinação mostra a importância de se preservar o patrimônio de
dados e driblar transtornos à população e aos serviços das empresas.
Nos últimos meses, ataques cibernéticos assolaram
empresas de todo o País e desencadearam efeitos colaterais quase irreparáveis
não somente para seus negócios, mas também para sua imagem e a credibilidade.
Na metade de 2020, uma grande companhia brasileira do setor de energia, por
exemplo, enfrentou uma invasão hacker que acarretou uma série de problemas e
dificuldades técnicas. Uma empresa do ramo de seguros também foi vítima deste
tipo de sinistro e teve informações como endereço, CPF e dados de cartões de
crédito de clientes copiadas por criminosos.
Se analisarmos o contexto que vivemos desde o início da
pandemia, fica cada vez mais claro que o advento do home office tem contribuído
indiretamente para a vulnerabilidade dos computadores e, de certa forma,
facilitado ransomwares e vazamentos. E vale observar: se até mesmo grandes
empresas e sistemas de gestão pública têm sido alvo desse tipo de sinistro, as
pequenas e médias organizações tornam-se alvos ainda mais fáceis e, por isso,
devem recorrer a seguros especializados neste segmento com urgência.
Mais do que reverter: prevenir
Embora tenham se intensificado nos últimos tempos, os
ataques cibernéticos já são ameaças conhecidas, logo, o amparo a perdas
financeiras não é a única solução existente. Nos tempos atuais, os riscos de
natureza cibernética podem ser antevistos por meio de mapeamentos estratégicos
e estudos dos pontos de vulnerabilidade das organizações. Esse tipo de análise
faz parte de um programa processual e detalhado que envolve levantamento de
dados, sistemas tecnológicos e equipe técnica multiespecializada. Trata-se de
um processo completo, complexo e frequentemente atualizado a fim de acompanhar
cada novo precedente aberto por novas tecnologias, sistemas e legislações que
envolvem os dados das organizações.
Nesse âmbito, é papel das corretoras mediar os interesses
das empresas e das seguradoras a fim de apontar coberturas de Cyber Risks
customizadas levando em consideração as particularidades de cada segmento. Como
especialista no segmento, além de direcionar as melhores ofertas às
organizações, a MDS Brasil também tem experiência em acolher as companhias
diante de ataques e guiá-las em direção aos próximos passos para a mitigação da
situação. Trata-se de um trabalho multifacetado que envolve análise,
disponibilidade 24 horas e tomadas rápidas de decisão.
Nós sabemos o quanto a tecnologia nos ajudou nos últimos
anos e, neste mês de março, em que completamos um ano desde que a Organização
Mundial da Saúde (OMS) decretou a pandemia da covid-19, fica um sinal de alerta
para empresários de todos os tipos, que procurem agentes especializados em
seguros cibernéticos para garantir aos seus clientes a segurança de suas
informações. Desta forma, poderemos seguir com mais tranquilidade o
enfrentamento das novas medidas de isolamento social determinadas nos últimos
dias e seguir com a certeza de que alguém está cuidando bem do patrimônio da
sua empresa.
Governo quer recurso de previdência como garantia de
crédito
Medida pretende estimular a redução da taxa de juros e
portabilidade das operações de crédito
Fonte: Estadão
O governo quer permitir aos clientes usar parte dos
recursos poupados em previdência complementar como lastro de empréstimos com o
objetivo de conseguir baratear o custo do crédito. A permissão está prevista em
medida provisória (MP) em elaboração pelo Ministério da Economia para fomentar
as garantias, aumentando a competição no mercado com redução da taxa de juros e
portabilidade das operações de crédito.
A MP cria a Câmara de Gestão de Garantias (CCG) e está em
estudo há mais de um ano e meio, ação apontada com grande potencial para
estimular o crédito e ser uma das principais bandeiras na área de medidas
microeconômicas do governo.
A câmara também vai administrar essas garantias e também
facilitar operações com empresas. A central vai avaliar o valor do imóvel e dizer
quanto a pessoa ou a empresa pode pegar de financiamento dando o imóvel como
garantia. O tomador do crédito poderá escolher qualquer instituição financeira
e buscar o empréstimo. Uma vez que ele pague um valor do empréstimo libera
espaço para pegar mais crédito com outro banco, se quiser. Ele poderá escolher
o banco que está ofertando a melhor condição.
Também será permitido a 'recarga' do financiamento
imobiliário. Ou seja, pegar um novo empréstimo com o lastro do valor do imóvel
pago. Para isso, será feita uma averbação do registro dos imóveis sobre o valor
do saldo devedor para atualizar o valor da dívida e o que foi pago.
O diagnóstico do Ministério da Economia e do Banco
Central é de que há um 'empoçamento' das garantias. Isso significa, na prática,
que muitas garantias que poderíam ser usadas para novos financiamentos não são
aproveitadas.
É o caso, por exemplo, de uma pessoa que fez um
financiamento para a compra do imóvel, já pagou grande parte dele, mas esse
patrimônio está 'preso' numa alienação fiduciária (uma modalidade de
financiamento, onde o devedor, para garantir o pagamento, transfere o imóvel
para o credor enquanto paga por aquele bem). Até quitar o financiamento, o
imóvel fica no nome do banco e não do comprador.
Cálculos do governo apontam que a carteira de
financiamento imobiliário é próxima de R $5 600 milhões. Mas só em ativos de
imóvel residencial o valor gira em torno de R$ 5 10 trilhões. Boa parte desse
valor poderia ser usada com lastro em novos financiamentos.
BK indenizará trabalhadora por não oferecer refeição
balanceada
Empresa disponibilizava apenas lanches para os empregados
A juíza do Trabalho Patricia Oliveira Cipriano de
Carvalho, da 2ª vara de Mogi das Cruzes, condenou a rede de fast food Burger
King a pagar vale-refeição a funcionária. A empresa disponibilizava apenas
lanches para os empregados, e, para a juíza, a alimentação não pode ser
considerada refeição.
A trabalhadora afirmou que a empresa não fornecia
refeição, disponibilizando apenas lanches. Requereu, assim, o pagamento de vale
refeição, como estabelecido em norma coletiva.
O BK, por sua vez, alegou que disponibilizava refeição
preparada com rígidos controles de qualidade e higiene e que o lanche possui
alto valor nutricional equivalente ao de qualquer refeição, podendo ainda ser
substituído por um mix de salada, acompanhada de proteína grelhada, além da
fruta e suco.
A única testemunha ouvida em juízo declarou que a
empregadora fornecia hambúrguer aos empregados, sendo que a única substituição
possível era a de salada com a proteína do próprio lanche.
Ao analisar o caso, a magistrada considerou que a
alimentação fornecida pela reclamada não pode ser considerada refeição, por
duas razões: por não reunir os ingredientes mínimos necessários à uma dieta
equilibrada e o excesso de calorias que além de levar à obesidade podem gerar
outros distúrbios de saúde.
Se alguma dúvida resta no particular, basta assistir ao
documentário Super Size Me de Morgan Spulock, onde foi abordado com clareza os
efeitos nefastos que a ingestão diária dos alimentos fornecidos por empresa do
mesmo ramo que a reclamada (rede de fast food) traz ao ser humano.
Para a juíza, ainda que se pudesse considerar o cardápio
alternativo, é certo que os itens fornecidos também não se prestam a assegurar
a existência de refeição balanceada com as necessidades calóricas do homem
médio.
Notadamente porque a carne fornecida também era
processada, ou seja, ou mesmo hambúrguer utilizado no preparo dos lanches,
tornando evidente, portanto, que não restou atendida a finalidade da norma
coletiva.
Dessa forma, condenou a empresa ao pagamento de
indenização relativa ao vale-refeição, durante toda a contratualidade,
observada prescrição e os exatos valores, termos, limites e períodos de
vigência destes instrumentos normativos.
Fonte: Migalhas
Governo emite mais e dívida vai a R$ 5,2 trilhões
Fonte: Monitor Mercantil
O Brasil está mais endividado. A dívida pública federal
do país subiu 2,75% em fevereiro sobre janeiro, chegando a R$ 5,199 trilhões,
informou o Tesouro Nacional nesta quarta-feira. No período, a dívida pública
mobiliária interna teve crescimento de 2,68%, a R$ 4,951 trilhões, enquanto a
dívida externa avançou 4,22%, para R$ 247,93 bilhões.
Em relatório, o Tesouro reportou que sua reserva de
liquidez fechou o mês em R$ 933,22 bilhões, ante os R$ 805,68 bilhões de
janeiro. No mês passado, o governo emitiu cerca de R$ 111 bilhões a mais do que
resgatou. Além disso, houve a incorporação de R$ 24,3 bilhões em juros, quando
o governo reconhece gradualmente os juros que incidem sobre a dívida.
O Tesouro Nacional realizou emissões, em fevereiro, acima
da média dos últimos 12 meses, contribuindo para suprir a necessidade de
financiamento do Governo Federal e para manter o caixa acima do limite
prudencial, informou o Tesouro em nota, destacando que o mês foi marcado por
piora na percepção de risco de emergentes e pela cautela com o cenário fiscal
doméstico.
Essa reserva cobre 6,7 meses de vencimento. Em março,
abril e maio, vencerão R$ 581,2 bilhões em títulos federais.
Em relação à composição, os títulos que variam com a
Selic, representados pelas LFTs, seguiram com maior peso na dívida pública
federal, mas diminuíram essa fatia a 34,82% do total, abaixo dos 35,30% de
janeiro.
Já os títulos prefixados avançaram a 34,36% da dívida,
ante 33,75% no mês anterior. Os papéis indexados à inflação, por sua vez,
mostraram pouca alteração, respondendo por 25,78% da dívida total, ante 25,98%
em janeiro.
Em relação aos detentores, a participação dos investidores estrangeiros na dívida mobiliária interna aumentou ligeiramente para 9,43% em fevereiro, sobre 9,27% no mês anterior.
Acesse as edições mais recentes das publicações do mercado:
Revista Apólice: https://www.revistaapolice.com.br/2021/02/edicao-262/
Revista Cobertura: https://www.revistacobertura.com.br/2021/02/26/edicao-228/
Revista Segurador Brasil: https://revistaseguradorbrasil.com.br/edicao-163/
Revista Seguro Total: https://revistasegurototal.com.br/2021/02/18/edicao-215-os-desafios-da-lei-geral-de-protecao-de-dados-para-os-consumidores/
Revista Insurance Corp: https://drive.google.com/file/d/12w69vF247xS6P6Jc4caYZnldQp3kiMQ1/view?usp=sharing
Revista adernos de Seguros: https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n-915.html
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