Energia de Furnas rende R$ 174 milhões para estados e municípios
17, Mai. 2021
Energia de Furnas rende R$ 174 milhões para estados e
municípios
Fonte: Monitor Mercantil
A energia gerada pelas 12 hidrelétricas de Furnas rendeu
R$ 174 milhões em 2020 em Compensação Financeira pela Utilização de Recursos
Hídricos (CFURH). Houve aumento de 16 % em relação a 2019, quando foram
repassados R$ 145 milhões. O montante foi pago pela empresa à Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel), que distribuiu o recurso às administrações
estaduais e 106 municípios de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás,
Mato Grosso, além de órgãos do Governo Federal. Sobre esse valor, 10% foram
repassados à União, 65% aos municípios e 25% aos estados. Desde 2007, a
companhia destinou mais de R$ 2 bilhões para a Aneel pelo uso de recursos
hídricos para geração de energia em todo o Brasil.
Minas Gerais foi o estado que mais recebeu compensação
financeira, R$ 61,21 milhões. Goiás ficou em segundo lugar (R$ 30,9 milhões),
seguido de São Paulo (R$ 15,07 milhões), Rio de Janeiro (R$ 4,2 milhões) e Mato
Grosso (R$ 1,9 milhões). Entre os 106 municípios beneficiados, Sacramento (R$
9,2 milhões), em Minas Gerais, e Niquelândia (R$ 6,7 milhões), em Goiás, foram
os que captaram as maiores quantias. As cidades mineiras Frutal (R$ 6,6
milhões) e Tupaciguara (R$ 6,4 milhões), Corumbaíba (R$ 6,1 milhões), em Goiás,
Delfinópolis (4,5 milhões), em Minas Gerais, e Guaraci (R$ 4,1 milhões), em São
Paulo, estão entre as seis primeiras do ranking.
O diretor de Regulação e Comercialização de Furnas, José
Alves de Mello Franco, avalia que os recursos são essenciais para os estados e
municípios, além de órgãos públicos. “Furnas manteve seu compromisso nas
compensações financeiras por uso de recursos hídricos, o que fortalece a
economia de cada região”, conclui.
Em 2020, a Agência Nacional de Águas (ANA) recebeu R$ 1,3
milhão em compensação financeira. Já o Fundo Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (FNDCT) ficou com, aproximadamente, R$ 6 milhões, e os
Ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia recolheram quase R$ 5 milhões
cada. Estados e municípios somaram R$ 157 milhões.
As hidrelétricas da companhia geraram o total de 3,564 GW
médios de energia no ano passado, oriundas das usinas de Furnas (MG), Batalha e
Itumbiara (MG/GO), Funil e Simplício (RJ), Luiz Carlos Barreto de Carvalho e
Marimbondo (SP/MG), Mascarenhas de Moraes (SP), Manso (MT), Porto Colômbia
(MG/SP) e Serra da Mesa e Corumbá I (GO).
Usinas em parceria
Adicionalmente, Furnas possui participação acionária em
usinas que, em 2020, pagaram R$ 191 milhões em compensações financeiras: Santo
Antônio (R$ 103 milhões), em Rondônia; Teles Pires (R$ 42 milhões), entre Mato
Grosso e Pará; Foz do Chapecó (R$ 15 milhões), entre Santa Catarina e Rio
Grande do Sul; Peixe Angical (R$ 11 milhões), no Tocantins; Serra do Facão (R$ 4
milhões), em Goiás; Baguari (R$ 3, milhões), Retiro Baixo (R$ 1 milhão), em
Minas Gerais e Três Irmãos (R$ 13 milhões), em São Paulo.
Seguros de garantia e riscos financeiros ganham destaque
Fonte: CQCS
Dados oficiais da Susep indicam que os seguros de riscos
financeiros, de garantia e de crédito consolidaram, no primeiro trimestre, a
tendência de crescimento, com avanço expressivo da receita. De acordo com a
autarquia, de janeiro e março, a arrecadação apurada nessas carteiras
ultrapassou a marca de R$ 1,2 bilhão, o que representou um avanço de 14,6% em
comparação ao mesmo período no ano passado.
A Susep também apurou crescimento dos sinistros ocorridos
entre os dois períodos comparados. A soma acumulada no primeiro trimestre somou
pouco menos de R$ 332,5 milhões, com incremento de 4,8% em relação aos três
primeiros meses de 2020.
Mesmo assim, a taxa média de sinistralidade caiu de 31%
para 29% entre os dois períodos.
Já as despesas comerciais, que englobam basicamente as
comissões de corretagem, somaram R$ 215,8 milhões até março, com crescimento de
8% em relação aos três primeiros meses do ano passado.
Instituto de Inovação de Seguros e Resseguros elenca 8
temas iniciais
Acreditamos que junto com todo o direcionamento que vem
sendo construído que o setor de seguros dobre de tamanho nos próximo cinco
anos, afirmou Solange Vieira, da Susep
Fonte: Sonho Seguro
Lançado ontem em webinar pela FGV e conselheiros, o
Instituto de Inovação em Seguros e Resseguros tem como objetivo produzir e
difundir pesquisas e análises relacionadas à inovação e tendências futuras na
indústria de seguros no Brasil de forma prática, além de acompanhar e estudar
os movimentos mercadológicos, regulatórios e tecnológicos em nível global que
possam gerar impactos nesse setor. O Open Insurance começa já no início do
julho e se desenvolve até o final do ano, o que acreditamos que junto com todo
o direcionamento que vem sendo construído que o setor de seguros dobre de
tamanho nos próximo cinco anos, afirma Solange Vieira, da Susep, no webinar.
Os especialistas fizeram questão de frisar a isenção do
Instituto, agregando conhecimento e ciência as discussões do setor. Esse
Instituto faz parte da estratégia da FGV, considerada um dos principais think
tank do Brasil. Queremos contribuir para o crescimento econômico e social do
país, afirmaram os participantes.
Oito temas de pesquisa que compõem a primeira chamada
pública para que pesquisadores nacionais e internacionais possam se candidatar
a desenvolver estudos. São eles: o setor de seguros em uma perspectiva
comparada; importância da cadeia de seguros e resseguros e seguro-garantia para
a infraestrutura; novas tecnologias e as insurance techs; mudanças regulatórias
e legislativas; seguro e o agronegócio; seguro saúde e sua importância durante
a pandemia da covid-19; seguro e as mudanças climáticas.
Um dos temais iniciais será o seguro garantia. Dados da
Abdib apresentados pelo CEO da BMG Seguros, Jorge SantAnna, um dos
idealizadores do projeto do think tank, mostram que o Brasil investiu 1,66% do
PIB em infraestrutura em 2020, sendo que o necessário seria aplicar 4,31%, ou
R$ 284,4 bilhões no segmento. Neste sentido, entre 2021 e 2022, o BMG projeta
que o setor de seguros teria a necessidade de gerar R$ 2,899 bilhões em
prêmios. SantAnna comenta que a importância do segmento de seguros de
infraestrutura aumentou com a maior demanda nacional e internacional por
estabelecer contratos que contemplem esse produto.
IRB Brasil Re tem lucro recorrente de R$ 80,5 milhões no
1o. trimestre de 2021
Ressegurador apresentou resultado recorrente positivo no
primeiro trimestre do ano frente a perdas apuradas no ano passado. A queda do
índice de sinistralidade foi o principal destaque
Fonte: Sonho Seguro
O IRB Brasil RE apurou lucro líquido contábil de R$ 50,8
milhões no primeiro trimestre de 2021, resultado 44,9% superior aos R$ 35,1
milhões verificados em igual período de 2020. Quando excluídos os efeitos não
recorrentes a companhia apresentou lucro líquido recorrente de R$ 80,5 milhões,
frente a perdas de R$ 75,2 milhões apuradas em março de 2020. O desempenho foi
divulgado pela companhia aos acionistas e ao mercado em geral na noite desta
quinta-feira (13/05).
Os números positivos são atribuídos principalmente à
melhora do índice de sinistralidade, em consequência da estratégia de
re-underwriting adotada desde julho de 2020. No 1T21, a sinistralidade
apresentou redução de 4,4 p.p., ante ao mesmo trimestre do ano anterior,
passando de 76,5% para 72,1%. Excluindo os efeitos dos negócios descontinuados,
a sinistralidade do 1T21 ficaria em 69,6%, redução de 6,9 p.p.
A companhia registrou, no 1T21, resultado de subscrição positivo
em R$ 74,2 milhões, 57% maior que o verificado no mesmo período de 2020.Nota-se
que a performance positiva, tanto no exterior como no Brasil, não ocorria desde
o início dos ajustes promovidos pela atual direção. Ao excluir o efeito dos
negócios descontinuados do período, a companhia teria apresentado um resultado
de subscrição positivo em R$ 93,3 milhões no 1T21.
Mantivemos a revisão do nosso portfólio e nossos
objetivos estratégicos. Nesse contexto, privilegiamos os negócios locais em
detrimento aos do exterior, aonde fomos mais seletivos e restritivos. Além do
lucro líquido e da melhora no resultado de subscrição, é importante destacar o
fim da fiscalização especial da Susep e o cumprimento do plano de liquidez
regulatória, afirma o CEO e vice-presidente Técnico e de Operações, Wilson
Toneto.
O vice-presidente Financeiro e de Relação com
Investidores, Werner Süffert, destaca a melhora no fluxo de caixa: A companhia
pelo terceiro trimestre consecutivo apresentou uma geração de caixa operacional
positiva em R$ 551 milhões. Desconsiderando o recebimento do acordo de
ressarcimento com a Eletronorte de R$ 358 milhões, a geração de caixa no
trimestre foi de R$ 176 milhões.
Confira outros destaques do primeiro trimestre de 2021:
Solvência regulatória / O IRB Brasil RE apresentou, em 31
de março de 2021, excesso de capital regulatório de R$ 1,4 bilhão, o que
equivale a um índice de solvência regulatória de 181% (patrimônio líquido
ajustado / capital de risco total), ao mesmo tempo em que o índice de solvência
total da empresa alcança o patamar de 254% (patrimônio líquido / capital de
risco total). Ambos os indicadores apresentam posições melhores que no último
trimestre de 2020.
Suficiência de liquidez regulatória / Em 31 de março de
2021, a empresa apresentou suficiência na liquidez regulatória de R$ 160,4
milhões, muito próximo ao nível observado em 31 de dezembro de 2020.
Excluindo-se a margem adicional de 20% sobre o capital de risco, a companhia
registrou em 31 de março de 2021 suficiência de ativos elegíveis para garantia
das provisões técnicas de R$ 505,2 milhões. Os índices se mantiveram positivos
no trimestre e mostraram reversão da insuficiência observada ao longo de 2020.
Prêmio emitido total / No primeiro trimestre de 2021, o
volume total de prêmios emitidos pelo IRB Brasil RE totalizou R$ 1,9 bilhão. A
emissão no Brasil somou R$ 1 bilhão, o que representou um aumento de 18,6% em
relação ao 1T20. Já no exterior, o faturamento totalizou R$ 886,1 milhões com
redução de 20,6% em relação ao 1T20, em linha com a estratégia de
re-underwriting. No total, o prêmio foi menor em 3,3% em relação ao mesmo
período de 2020.
Espanha investe em semana de 4 dias
No Brasil, a semana de trabalho com quatro dias ainda é
restrita a poucos exemplos, capitaneados pelas próprias empresas
Fonte: InfoMoney
Fazer os funcionários trabalharem apenas quatro dias na
semana pode melhorar não só a qualidade de vida da equipe, mas os resultados
das empresas? Centenas de companhias vão testar essa iniciativa na Espanha e
parte do dinheiro virá do governo.
Pedro Sanchez, o primeiro ministro espanhol, afirmou em
fevereiro deste ano que vai investir 50 milhões de euros do orçamento público
em um teste nacional para uma jornada de trabalho com 32 horas em quatro dias
por semana.
O teste terá duração de três anos. O dinheiro público
será usado para manter os mesmos salários aos funcionários, ainda que trabalhem
por menos horas. Esse seria um apoio transitório. Após o final dos testes, as
empresas deverão sustentar o mesmo salário apesar da redução de jornada.
O projeto veio do partido político de esquerda Más País.
Íñigo Errejón, líder do partido, disse à agência de notícias Bloomberg que
cerca de 200 companhias deverão participar voluntariamente do projeto. A
iniciativa começará em setembro de 2021.
Faz 100 anos desde que nós encurtamos nossa jornada de
trabalho e chegamos até as oito horas diárias. Continuamos a produzir mais com
menos horas de trabalho, mas essa habilidade de produção mais por conta da
tecnologia não gerou mais tempo livre para as pessoas, disse Errejón.
Errejón defende a iniciativa desde antes da pandemia de
Covid-19, mas diz que essa crise na economia e na saúde mostrou que é possível
ter um ambiente de trabalho mais flexível. Era algo reservado para poucas
companhias inovadoras, que decidiram implementar essa medida por conta própria.
Virou agora um debate nacional.
Jornada reduzida ajuda nos resultados?
O movimento The 4-Day Week Campaign escreveu uma carta
endereçada a diversos líderes políticos em novembro, desde o presidente
americano Joe Biden até o próprio primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez. Na
carta, o movimento pede uma jornada de trabalho menor como resposta para a
pandemia.
Durante crises e recessões econômicas, é uma forma de
distribuir a carga horária de maneira mais igualitária entre os desempregados e
os sobrecarregados com trabalho, escreve o The 4-Day Week Campaign. Menos horas
de trabalho não seriam boas apenas para a economia, mas cruciais para melhorar
a saúde mental e combater mudanças climáticas. Uma semana de trabalho com
quatro dias seria uma mudança crucial no desenho das nossas economias, voltadas
então para o bem-estar das pessoas e da natureza.
Jacinda Ardern, premiê da Nova Zelândia, recomendou em
maio deste ano que as empresas do país adotassem o novo regime de trabalho como
uma forma aumentar o turismo doméstico e reduzir o estresse crônico causado
pela pandemia. O Japão agora está com uma proposta em tramitação para aderir à
semana de trabalho com quatro dias, um país conhecido por suas longas jornadas
profissionais.
O setor privado consegue realizar mudanças mais
rapidamente. Algumas companhias desses países já adotaram a semana de trabalho
com quatro dias, como a filial da Microsoft no Japão e a filial da Unilever na
Nova Zelândia. Ambas adotaram 32 horas de trabalho semanais.
Nessas empresas, o salário é o mesmo apesar de menos
horas trabalhadas. Dessa forma, as empresas precisam pagar mais seus
funcionários por hora. Os ganhos de produtividade compensam?
A Microsoft reportou resultados positivos no Japão. A
filial fechou seus escritórios aos 2.300 funcionários toda sexta-feira durante
um mês. As vendas por empregado saltaram 40%. Ao mesmo tempo, os custos com
eletricidade foram reduzidos em 23% e a impressão de papéis caiu 59%.
Para Ronaldo Loyola, sócio da área de capital humano da
Grant Thornton Brasil, os ganhos em produtividade podem não apenas equiparar as
vendas vistas antes redução de jornada, mas também compensar outros custos das
empresas.
Um deles é o que chama de presenteísmo. As pessoas estão
durante oito horas no escritório, mas produzem no máximo metade desse tempo. O
resto da jornada é cheio de desmotivação. Tem quem trabalhe mais horas e acabe
sendo menos produtivo. O foco da empresa deve ser em resultado, não em carga
horária, afirmou ao InfoMoney.
Outro custo poupado pelas empresas com a redução de
jornada é o de assistência médica. Essa é uma das linhas mais caras dentro dos
custos empresariais, porque o índice de sinistralidade é alto. Os funcionários
podem ter problemas físicos e mentais por conta do estresse no trabalho, e
diminuir a jornada pode ajudar a combater problemas como ansiedade, estresse e
fadiga crônica.
O maior entrave para a adoção de uma semana de trabalho
com quatro dias é a cultura das organizações e dos seus líderes, na visão do
especialista.
Uma jornada menor é uma disrupção e a empresa precisa
transformar sua cultura. Mas essa mudança não precisa vir por causa de uma dor,
como foi a pandemia forçando o home office, exemplifica Loyola. Líderes têm de
mudar sua mentalidade e entender que é possível manter uma jornada de quatro
dias. Quem exerce muito comando e controle e tem dificuldade de inovar sofrerá
mais.
O trabalho remoto pode inclusive ajudar na transição para
uma jornada mais flexível. A falta de deslocamento gera ganho de tempo e
permite resolver emergências pessoais e familiares sem ter de sair do
escritório e ir até a residência, por exemplo. Porém, Loyola afirma que ter uma
sede presencial ainda é necessário para manter conexão entre funcionários.
A gente não pode perder a relação com as outras pessoas,
é uma necessidade do ser humano. Justamente por isso os espaços corporativos
preparam layouts mais para convivência e reuniões, no lugar de salas fechadas.
Em negócios que dependem de operação presencial, Loyola
afirma que as empresas podem usar a semana de trabalho com quatro dias desde
que invistam em transformação digital. Por exemplo, um restaurante pode
investir em sistemas de registro de pedidos e robotização de processos de
cozinha para que possam ter menos funcionários por turno, espalhando os atuais
entre a semana de trabalho.
Jornada reduzida ajuda a equilibrar vida pessoal e
profissional?
Em 1930, John Maynard Keynes argumentou que a eficiência
crescente nas sociedades industrializadas levaria a maior tempo livre. A
jornada de trabalho seria reduzida para apenas 15 horas semanais. Mas não
aconteceu como o economista previa. De acordo com o The 4-Day Week Campaign, as
horas de trabalho decresceram entre 1930 e 1980. Mas essa redução estacionou
desde então, e a pandemia do novo coronavírus só piorou o quadro.
A jornada de trabalho diária aumentou em três horas entre
março de 2020 e março de 2021, segundo um estudo da empresa NordVPN feito nos
Estados Unidos e reproduzido pela rede de televisão CNBC.
A imposição de uma jornada de trabalho reduzida poderia
ser um caminho para maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional? Pesquisadores
neozelandeses fizeram um estudo ao longo de 2018 na empresa Perpetual Guardian,
que permitiu que os 240 funcionários encaixassem suas 40 horas semanais de
trabalho em quatro dias. A pesquisa mostrou que os empregados se sentiam menos
estressados e afirmaram que podiam passar mais tempo com suas famílias. Foi
reportado um aumento de 24% no equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Loyola concorda com o estudo. A empresa é apenas parte do
propósito de cada pessoa. Ela ganha um dia útil para fazer atividades que não
podem ser feitas no final de semana.
Os benefícios também se refletem no meio ambiente. Em
2012, um estudo realizado pela Universidade Massachusetts afirmou que países
com menor jornada de trabalho tendem a ter menores pegadas de carbono e
ecológicas, além de uma menor emissão de dióxido de carbono. Os pesquisadores
creditaram as reduções a um menor deslocamento e a um menor consumo energético.
Teste em startup brasileira
No Brasil, a semana de trabalho com quatro dias ainda é
restrita a poucos exemplos, capitaneados pelas próprias empresas. Um desses
casos é a Zee.Dog, que produz e comercializa produtos para pets por meio de um
e-commerce e do aplicativo Zee.Now.
A Zee.Dog começou a testar uma semana de trabalho com
quatro dias em fevereiro de 2020. Como fundador de startup, não sou o melhor
exemplo em equilíbrio entre vida pessoal e trabalho. Pesquisamos exemplos em
empresas na Austrália e no Japão que adotaram especificamente um dia de folga
na quarta-feira. É uma oportunidade de se reernergizar no meio da semana,
tornando produtivos tanto o bloco de segunda-feira e terça-feira quanto o bloco
de quinta-feira e sexta-feira, afirma Thadeu Diz, cofundador da Zee.Dog.
Os testes foram interrompidos com a chegada da pandemia
do novo coronavírus no Brasil. A semana de trabalho com quatro dias foi
retomada em fevereiro deste ano, com os funcionários adaptados ao home office.
Desta vez, a Zee.Dog está intercalando uma semana normal
com uma semana com folga na quarta-feira para comparar os resultados. A empresa
não controla o horário de trabalho dos funcionários, eles são organizados em
equipes multidisciplinares com tarefas semanais (squads). O salário não foi
reduzido.
Resultado é muito importante, como em toda startup, mas
também percebemos que produtividade não é tudo. De repente, podemos perceber
que o retorno sobre o investimento foi simplesmente em bem-estar e tudo bem.
Para os funcionários, é importante terem uma quarta-feira para passar mais
tempo com os filhos ou desenvolver um hobby, afirma Diz.
A Zee.Dog tem cerca de 300 funcionários e escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro, Espanha e China. Só não conseguimos implementar na China. As pessoas não paravam na quarta-feira, foi algo que não se encaixou na cultura de trabalho por lá. Mas isso não significa que o modelo continuará do mesmo jeito em todos os nossos escritórios. Estamos em uma eterna experimentação.
Fonte: Agência Brasil
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