Governo vê risco para privatização da Eletrobras
18, Mai. 2021
Governo vê risco para privatização da Eletrobras
Fonte: InfoMoney
Para integrantes do governo, pontos do parecer da MP da
Eletrobras inviabilizariam a privatização; cronograma fica mais apertado
Às vésperas da análise pela Câmara dos Deputados sobre a
Medida Provisória (MP) nº 1.031, que trata sobre a capitalização da Eletrobras
(ELET3;ELET6), a expectativa pela aprovação em breve da privatização da
companhia deu lugar a uma maior incerteza, conforme mais informações sobre o
parecer do deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), relator da MP, foram sendo
revelados.
As reviravoltas sobre a privatização da Eletrobras acabam
sendo sentidas na Bolsa: no dia 11 de maio, em meio à expectativa da
apresentação do relatório do parlamentar, as ações ELET3 subiram 6,54% e as
ELET6 avançaram 4,54%; um dia depois, com os investidores repercutindo
alguns novos pontos do texto que foram divulgados, os papéis ON caíram
5,18% e os PN tiveram baixa de 3,47%, para se recuperarem na sessão anterior e
ficarem quase estáveis na sexta. Nesta segunda-feira (17), os papéis ELET3
chegaram a cair mais de 3%, mas fecharam quase estáveis: os papéis ELET3
tiveram perdas de 0,6%, a R$ 39,60, enquanto os ativos ELET6 tiveram leve alta
de 0,35%, a R$ 40,00.
A primeira versão do texto foi entregue a líderes da
Câmara na semana passada pelo deputado e, conforme mais informações foram
divulgadas ao longo do dia, o conteúdo não agradou o governo federal, com a
avaliação de integrantes do Ministério da Economia e da Casa Civil de que o
texto pode inviabilizar a privatização da empresa de energia estatal. Desde
então, algumas reuniões estão sendo feitas para que o texto seja mudado,
segundo fontes ouvidas pelo InfoMoney. O relatório, vale ressaltar, ainda
não foi entregue formalmente.
O primeiro ponto polêmico e que não agradou o governo é
sobre uma permissão para que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
passasse a intervir no mercado de energia e evitar concentração de mercado não
apenas no caso da Eletrobras, mas em relação a todas as empresas do setor
elétrico.
Elmar Nascimento apontou no relatório que uma das ideias
é a permissão para que a agência atue se alguma empresa tiver excesso de
participação no mercado livre de eletricidade, ambiente em que geradores e
comercializadoras podem negociar contratos diretamente com consumidores como
indústrias. Essa intervenção ocorreria por meio de leilões nos quais a
companhia dominante precisaria vender parte de sua energia.
Em teleconferência com investidores para comentar os
resultados da companhia na semana passada, Rodrigo Limp, novo CEO da
Eletrobras, já havia alertado que esse ponto do texto poderia colocar em risco
o processo de privatização da companhia: Geraria um risco muito grande para o
processo de capitalização, haveria incerteza sobre como isso seria tratado e
regulamentado para o futuro.
O segundo ponto abordado que desagradou o governo é sobre
o tema do empréstimo compulsório. Ele envolve recursos que eram recolhidos de
forma compulsória de empresas, por meio de tarifas de energia um pouco mais
altas, para financiar investimentos da estatal entre 1976 e 1993, sendo que há
diversas contestações sobre os valores devidos nos tribunais superiores. A
Eletrobras já teve de provisionar R$ 17,94 bilhões para essa disputa, enquanto
o Tribunal de Contas da União (TCU) calculou que as perdas possíveis podem
chegar a R$ 79,62 bilhões.
De acordo com o relatório do deputado, haveria uma
autorização para conversão de créditos sobre o consumo de energia elétrica em
ações. Assim, daria o direito para o detentor desses empréstimos compulsórios
capitalizar, ou seja, converter em ações da Eletrobras.
A principal questão é que o preço de referência da
conversão equivalente é o valor mínimo das ações da Eletrobras nos cinco dias
que antecedem a publicação da MP, em 23 de fevereiro, o que equivale a cerca de
R$ 29,50 por ativos da Eletrobras. Essa cotação está cerca de 26% abaixo do
valor de fechamento das ações na última sexta-feira (14), de R$ 39,84 para
ELET3 e de R$ 39,86 para os ativos ELET6.
Essa medida torna impossível precificar a diluição que os
demais acionistas podem ter em função desses detentores de crédito compulsório
subscrevendo ações da Eletrobras a R$ 29,50. Será um overhang [excesso de ações
no mercado] em um preço que é o menor da Eletrobras nos últimos tempos, aponta
um gestor ouvido pelo InfoMoney que está acompanhando o processo de perto.
Para o gestor, além de haver uma dificuldade em
precificar essas operações caso alguma empresa ganhe o processo contra a
Eletrobras, não há um racional estabelecido para haver essa opcionalidade.
Esse ponto também foi endereçado por Limp durante a
teleconferência de resultados. O CEO da estatal destacou que esse tema não
deveria ser incluído nas discussões sobre a MP da desestatização, sob risco de
atrapalhar o andamento do processo. Ele apontou que qualquer passo nesse
sentido muito provavelmente afetaria o cronograma previsto para a privatização.
O terceiro ponto importante do texto faz referência ao
montante a ser recebido referente ao reperfilamento do componente financeiro da
Rede Básica Sistema Existente (RBSE), ou seja, ativos existentes até maio de
2000 e que não haviam sido amortizados até 2013.
A companhia tem a receber de reembolso R$ 50 bilhões em
15 anos, com o recurso devendo ficar integralmente com a empresa estatal, que
conterá as operações da Itaipu e da Eletronuclear após a cisão dos ativos.
Porém, não há certeza de como ocorrerá a operação.
Para o gestor ouvido pelo InfoMoney, esse artigo se
relaciona a outros incisos do texto que tratam sobre a contratação de 6
gigawatts de despacho de termelétricas (com energias mais caras) e de 2
gigawatts de despacho de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH).
Normalmente, esse despacho é comandado pelo Operador
Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que vê a demanda dos consumidores por
energia e faz o despacho de acordo com a energia mais barata, a princípio de
hidrelétricas, indo sucessivamente para outras fontes de energia, a depender
dos preços.
Com o texto atual do relator, necessariamente vai haver
despacho de termelétricas, sendo que a estatal de energia que surgir com a
cisão pagará a diferença dos preços.
Contudo, tanto Eletronuclear quanto Itaipu operam com
pouco caixa. Além disso, avalia o gestor, a partir do momento que a
empresa estatal tem que bancar todo esse custo de diferença de geração da
hídrica para a termelétrica, ela nascerá deficitária, existindo um risco claro
do Tesouro ter que vetar o projeto.
O ponto é que, se houver veto a esses artigos, não vai
haver a descotização, o que leva à necessidade de muitas alterações no texto
para a viabilização da Eletrobras. Assim, o tempo para a aprovação da MP parece
cada vez mais curto, uma vez que o texto precisa ser analisado até o dia 22 de
junho na Câmara e no Senado para não perder a validade.
A expectativa inicial era de que o texto do relator fosse
votado ainda nesta semana mas, com a projeção de que se chegue a um novo acordo
sobre o documento nos próximos dias, o gestor ouvido pelo InfoMoney espera que
haja a votação somente na semana que vem, tornando o prazo para a votação pelo
Senado ainda mais apertado. A princípio, Rodrigo Pacheco, presidente do Senado
(DEM-MG), esperava votar o texto em um intervalo de trinta dias após a
aprovação na Câmara. Assim, o prazo ficará mais apertado, ainda mais levando em
conta que o tema é mais polêmico no Senado, mas o especialista acredita que é
possível a votação caso haja um acordo.
Contudo, caso não haja a aprovação até dia 22 de junho, o
projeto caducaria e, deste modo, o governo só poderia mandar uma Medida
Provisória com o mesmo tema em 2022, um ano eleitoral, tornando bem mais
difícil a aprovação.
Elmar Nascimento tem dito a veículos de imprensa que
analisará as sugestões enviadas pelo governo antes de tomar uma decisão,
ressaltando que o texto votado precisa ter apoio da maioria. Conforme destacou
ao jornal O Estado de S. Paulo, um dos trechos mais criticados e que serão
retirados, disse Nascimento, é o que dá à Aneel o poder interventor. Não vou
insistir nisso se o governo não quiser, afirmou à publicação.
Já com relação ao empréstimo compulsório, Nascimento
disse que sua ideia era dar condições para um leilão de deságio mínimo de 70%,
de forma que os quase R$ 18 bilhões (provisionados pela Eletrobras) fossem
suficientes para limpar o balanço da estatal. Deixei a palavra final para o
governo, afirmou. O relator também afirmou ao Valor que o montante total dos
recebíveis a serem pagos à Eletrobras ainda estão sendo alvo de negociações.
Desta forma, o cronograma para a votação ainda dependerá
da articulação para mudar o texto que, se aprovado como está, não tornaria
possível a privatização da Eletrobras. Dependendo das negociações, a votação da
matéria poderá ser adiada para a próxima semana.
A princípio, as negociações estão avançando, fazendo
inclusive com que as ações da Eletrobras zerassem as perdas na reta final do
pregão, com as sinalizações de Elmar de que estaria disposto a retirar os
trechos polêmicos que planejava incluir no seu relatório. Isso por conta de um
pedido por parte dos interlocutores do Planalto que a proposta ficasse mais enxuta
e o mais próximo possível da estrutura original enviada pelo governo.
A expectativa é de que, mesmo sem acordo sobre alguns
pontos do documento, a Medida Provisória seja levada à análise nesta semana,
sendo que a ideia é deixar que os deputados decidam o que deve permanecer e
agilizar a tramitação para o Senado. Porém, mesmo se o Senado tiver um mês para
analisar a MP, será necessária uma maior articulação do governo na Casa.
Susep inicia coleta de sugestões para os manuais do Open
Insurance
Documentos detalham os requisitos técnicos e
procedimentos operacionais a serem observados pelas sociedades seguradoras no
ambiente do Open Insurance
Fonte: Susep / Sonho Seguro
Dando continuidade ao processo de implementação do Open
Insurance no mercado segurador brasileiro, a Superintendência de Seguros
Privados (Susep) irá lançar os manuais do Open Insurance. Para isso e dada a
pertinência do tema, a Autarquia receberá, até o dia 17 de junho, sugestões
para a elaboração da versão final dos documentos. Esta é mais uma importante
etapa para o avanço do projeto, cuja primeira fase de implementação deve ser
concluída até dezembro de 2021.
Em processo de consulta pública desde o dia 22 de abril,
o Open Insurance é um ambiente que permite o acesso mais fácil para o consumidor
aos produtos e serviços de seguros, através do compartilhamento de dados com
outras seguradoras ou terceiros, de forma segura, ágil, precisa e conveniente.
O projeto permitirá a criação de produtos mais customizados e mais adequados às
necessidades dos consumidores e uma funcionalidade mais amigável, o que gerará
oportunidades de desenvolvimento para o setor de seguros como um todo.
Com o detalhamento dos requisitos técnicos e dos
procedimentos operacionais a serem observados pelas sociedades participantes do
Open Insurance, os manuais são ferramentas fundamentais no avanço do processo
de implementação do ecossistema.
Serão cinco manuais ao todo. Para a implantação da
primeira fase, a Susep irá publicar quatro manuais, que discorrerão, de forma
detalhada, sobre os requisitos técnicos e procedimentos operacionais que as
sociedades seguradoras deverão observar no ambiente do Open Insurance. Em linha
com os manuais apresentados pelo Banco Central para o Open Banking, a Susep
está elaborando os manuais de Escopo de Dados e Serviços do Open Insurance,
APIs do Open Insurance, Serviços Prestados pela Estrutura Responsável pela
Governança do Open Insurance, e Segurança do Open Insurance.
Com o objetivo de compatibilidade entre o Open Banking e
o Open Insurance, os manuais, onde possível, possuem estrutura e definições
idênticas aos manuais apresentados pelo Banco Central do Brasil para o Open
Banking. As maiores diferenças entre os manuais elaborados ao se comparar com
os manuais do Open Banking podem ser observadas no manual de escopo de dados e
serviços que retratam as características de negócio do setor de seguros,
previdência complementar aberta e capitalização.
Durante a primeira fase, o Open Insurance irá abranger
somente algumas linhas de negócios. Assim, o manual de Escopo de Dados engloba
os produtos de seguros compreensivos residenciais, seguros de automóveis,
seguros de pessoas, planos de previdência complementar aberta e capitalização.
Segunda etapa
O manual que aborda a Experiência do Cliente do Open Insurance
será lançado futuramente, pois faz parte da implementação da segunda fase do
projeto, prevista para maio de 2022.
As sugestões para os manuais, cujas minutas podem ser
acessadas pelos links abaixo, devem ser enviadas para o e-mail
openinsurance@susep.gov.br até o dia 17 de junho. Os e-mails devem,
necessariamente, indicar (i) nome e afiliação do autor da sugestão, (ii) o
manual que está sendo feita sugestão e (iii) a seção do documento.
OPEN INSURANCE: AVANÇO, SOLUÇÃO OU JABUTICABA?
A SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) vem se
esforçando para aprimorar o setor de seguros através de medidas destinadas a
aumentar a concorrência, liberar a capacidade de atuação das seguradoras e
flexibilizar as normas de controle e supervisão. São passos importantes,
visíveis numa série de normatizações administrativas, focadas, principalmente,
em dar liberdade para que as seguradoras ofereçam produtos mais afinados com
seus objetivos estratégicos e mais próximos das necessidades dos segurados, tanto
no que diz respeito a preço, como a abrangência de coberturas. Com certeza, a
iniciativa merece o apoio do setor e da sociedade, que, no final, será a grande
beneficiária.
Boa parte das regras do setor de seguros envelheceram e
deixaram de ser ferramentas de progresso para se transformarem em âncoras,
capazes de retardar a capacidade das seguradoras oferecerem produtos mais
afinados com as necessidades da sociedade brasileira. O resultado é que o setor
de seguros, que nos últimos 20 anos se destacou pela velocidade de crescimento
e pela competência em atender os anseios do mercado, está perdendo velocidade e
capacidade de inovação, muito porque as regras de controle atam as companhias
de seguros que, apesar de uma teórica liberdade de ação, na prática, são
obrigadas a submeter seus produtos à aprovação da SUSEP.
Sob este viés, o que a SUSEP vem fazendo é
revolucionário. Com a possibilidade de lançarem novos produtos e reverem
outros, com liberdade, certamente as seguradoras criarão um ambiente de competição
mais acirrada e, consequentemente, vantajoso para o segurado, que terá maior
gama de produtos para escolher os que melhor atendem suas necessidades. A
liberdade para o desenho das apólices, permitindo a inclusão de diferentes
tipos de seguros no mesmo produto, a simplificação de seguros como
responsabilidade civil e a revisão das condições para seguros de grandes riscos
ressaltam a firme intenção da autarquia em remover as travas e incentivar o
desenvolvimento do setor.
Mas entre a intenção e a ação há um espaço que pode levar
a equívocos que, em vez de criarem um cenário positivo, podem desarranjar uma
atividade que, ao longo do tempo, cresceu e se aprimorou, atingindo grau de
profissionalização capaz de garantir seu funcionamento harmonioso.
Entre os vários tópicos que pela complexidade, ineditismo
e desconhecimento merecem reflexão, o chamado open insurance ocupa lugar de
destaque. A começar pelo fato dele não existir na maioria dos países onde o
seguro é desenvolvido, com presença apenas na Grã-Bretanha, o tema deve ser
visto com extrema cautela. Quando Estados Unidos, Alemanha, Japão, França,
Itália, Suíça e outros países ricos não têm algo parecido com o open insurance
brasileiro e a Europa pretende aprofundar o tema apenas em 2022, dispor sobre
sua regulamentação exige muito cuidado.
O open insurance apresentado pela SUSEP é uma adaptação
do open banking introduzido pelo Banco Central. É aí que é necessário cautela.
As operações bancárias e de seguros não são semelhantes, ao contrário, partem
de bases diferentes e se destinam a objetivos diferentes. Assim, o que é bom
para uma pode não ser tão bom para a outra.
Ninguém é contra a ideia. Ela é muito boa. Mas ela poderá
ser um avanço, uma solução ou uma jabuticaba. Existem etapas que precisam ser
trabalhadas criteriosamente para não queimar muito do que já foi feito, graças
a investimentos e operações de empresas com tradição no mercado. Por exemplo,
até que ponto é correto seguradoras com tecnologia de ponta serem obrigadas a
abrir suas fontes e dados de produtos que custaram caro para serem
desenvolvidos, deixando-os à disposição de outras que chegaram ontem? Até que
ponto o open insurance, ao introduzir as figuras inéditas de uma iniciadora e
uma “corretora virtual, ambas monopolistas, não está abrindo espaço para a
exclusão dos corretores de seguros? Neste momento, perguntas fundamentais não
têm respostas.
Fonte: Estadão / Autor: Antonio Penteado Mendonça
Mais grave, segunda onda da pandemia impacta planos de
saúde
Custos das quase 700 operadoras com Covid-19 somaram R$
27 bilhões entre março de 2020 e abril deste ano
Fonte: Valor Econômico
A segunda onda da Covid-19, que veio mais forte do que a
primeira, também está afetando com mais intensidade as operadoras de planos de
saúde. Isso porque agora há uma combinação do aumento de pacientes acometidos
pela doença, que em boa parte dos casos é mais jovem e com isso fica mais tempo
internado, com os procedimentos médicos de rotina.
No ano passado, muitas pessoas deixaram de fazer exames,
consultas e cirurgias com medo de uma contaminação, mas agora estão voltando a
realizá-los tendo em vista o longo tempo sem atendimento médico. Esse cenário
já trouxe reflexos nos balanços do primeiro trimestre das operadoras.
A NotreDame Intermédica apurou prejuízo, Hapvida, Porto
Seguro e SulAmérica sofreram queda no lucro líquido, que variou de 2% a 23% Já
a Bradesco Saúde foi beneficiada em sua última linha do balanço devido a um
aumento de receita financeira, mas também como as demais companhias viu sua
conta médica subir impactada pela covid.
A Intermédica apurou, no período, um prejuízo de R$ 27,9
milhões, revertendo um lucro líquido de quase R$ 152 milhões do mesmo período
de 2020, devido ao aumento das despesas médicas de pacientes com o novo
coronavírus. A conta médica desses casos bateu em R$ 264 milhões, nos três
primeiros meses do ano. A taxa de sinistralidade (indicador que mede o quanto o
plano de saúde foi utilizado) aumentou 10,1 pontos percentuais.
A SulAmérica teve um gasto de R$ 384 milhões com despesas
de covid, no primeiro trimestre. Para efeitos de comparação, no acumulado de
todo o ano passado, essa conta foi de R$ 840 milhões. Apesar do aumento
expressivo, a SulAmérica conseguiu encerrar o primeiro trimestre com queda na
taxa de sinistralidade.
Isso porque seguradora teve uma redução no volume de
procedimentos eletivos em março deste ano, quando houve um pico de internações
e o sistema hospitalar entrou em colapso no país, lembrou Maurício Cepeda,
analista do Credit Suisse. Mas a expectativa é que os segurados voltem a
agendar esses procedimentos adiados, impactando os próximos trimestres.
Acreditamos que o atual patamar de sinistralidade ainda está artificialmente
baixo e tem espaço para normalização com a retomada dos procedimentos, destaca
relatório da XP.
A Hapvida chegou a registrar 237 internações num único
dia nesta segunda onda. Esse volume é 83% superior ao pico da primeira onda,
quando o máximo de pacientes internados atingiu 130. A sinistralidade da
operadora do Ceará subiu numa escala menor quando comparada a da Intermédica
porque praticamente todo seu atendimento é feito em rede própria, o que
possibilita o grupo gerenciar os atendimentos.
Segundo dados da Abramge, associação das operadoras de
planos de saúde, o custo médio de uma internação de pacientes com covid,
atualmente, é R$ 56,9 mil, o que representa um aumento de 38,5% em relação a um
antes. Essa alta é devido ao aumento do tempo de internação com pacientes mais
jovens, consequentemente mais resistes, elevação de materiais e medicamentos
usados nas internações de pacientes com covid.
Levantamento da Fenasaúde, entidade que reúne as
seguradoras de saúde, mostra que os custos das quase 700 operadoras de planos
de saúde do país com atendimento a pacientes com Covid-19 somaram R$ 27 bilhões
entre março de 2020 e abril deste ano. Deste valor, R$ 14,7 bilhões referem-se
a gastos com Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O levantamento contemplou
apenas as despesas com leitos de internação, leitos de UTI e exames sorológicos
e PCR para diagnóstico da doença.
As transformações culturais e o Seguro de Vida no Brasil:
perspectivas para o futuro
Fonte: CQCS / Autor: Nuno David, CMO da MAG Seguros
Antes da Covid-19, o seguro de vida era pouco difundido
no Brasil, diferente do que era visto em países mais desenvolvidos como Estados
Unidos e Japão, em que o mercado já era maduro. A pandemia veio para mudar esse
cenário e fazer com que os brasileiros se questionassem: o que acontecerá com a
minha família quando eu faltar?.
Essa é, aliás, a primeira pergunta que um vendedor de
seguros norte-americano ou europeu costuma fazer a um prospect. No Brasil,
porém, essa nunca foi uma abordagem viável, uma vez que os clientes podiam ver
nesse vendedor um portador de má sorte, muito por conta do fator cultural do país,
raízes religiosas somadas ao otimismo já inerente na população. Com o
coronavírus, infelizmente, fomos obrigados a nos deparar com mortes diárias,
muitas delas de pessoas próximas a nós, que nos obrigaram a questionar o nosso
futuro e o das pessoas à nossa volta.
Com isso, estamos aprendendo que as crenças culturais e
as atitudes herdadas de várias gerações estão passando por mudanças por conta
de uma realidade inquestionável. A pandemia fez todo mundo vivenciar o conceito
de dissonância cognitiva de uma forma dramática. E os reflexos dessa lição já
estão sendo sentidos pelo mercado de seguro de pessoas.
Acresce a isso o enorme potencial de crescimento do
mercado no país, principalmente no segmento de produtos de Risco (coberturas de
morte e invalidez). A sociedade brasileira está passando por uma transformação
cultural acelerada, no seu entendimento da importância e do valor da proteção
financeira. Por tudo isso, temos que estar preparados para operar num mercado
condenado a crescer, porque ainda é muito pequeno quando comparado ao de outros
países.
De acordo com o 7º Relatório de Análise e Acompanhamento
dos Mercados Supervisionados (Susep), o percentual de prêmios de Seguros de
Vida (Risco) sobre o PIB brasileiro foi de apenas 0,65% em 2019, refletindo uma
contribuição para o PIB per capita de R$223. Esse percentual é acrescido pelos
produtos de Acumulação, somando 2,43% do PIB (R$838 per capita). Este é um
quadro característico de países em desenvolvimento. Nas nações desenvolvidas, o
crescimento do PIB é tipicamente acompanhado por um aumento da contribuição do
mercado de Vida e Previdência para a sua constituição, configurando assim um
duplo crescimento: do PIB e da contribuição de seguros de vida e previdência
dentro dele.
Pensando nesse espaço no mercado nacional a ser
preenchido, as seguradoras devem investir em práticas e políticas que apoiam
clientes e corretores durante toda a trajetória de vida e que podem servir de
parâmetro para outros players do segmento. Dentre as ações estão diversificação
dos modelos de negócio; a phygitalização dos processos de venda (onde o
consumidor pode ter um primeiro contato pela loja online, solicitar uma
consultoria a um corretor parceiro que, depois, pode acontecer pessoalmente,
por WhatsApp ou videoconferência, conforme comodidade de ambos); desenvolver
ofertas para todos os segmentos da sociedade e soluções tecnológicas que se
fundam ao negócio.
E o que esperar do mercado após a pandemia? Segundo a
Global Data, uma das mais respeitadas consultorias multinacionais de
Inteligência de Dados, o mercado de Vida e Previdência é uma das duas linhas de
seguro que mais deverão crescer mundialmente (a outra é Saúde). Se esta é a
perspectiva mundial, incluindo em mercados desenvolvidos e consolidados, tudo o
que vimos até aqui indica um potencial de crescimento ainda maior no Brasil.
Nunca tivemos uma responsabilidade e uma oportunidade tão
grandes de cumprir o nosso propósito de prover soluções de proteção individual
nos diversos momentos de vida de todos os brasileiros. Do ponto de vista dos
profissionais do setor de seguros, cabe a todos estarem à altura deste desafio
perante a sociedade. Somos agentes de uma mudança boa e necessária.
Mais de 60% pretendem continuar com trabalho remoto após
pandemia
Fonte: Agência Brasil
Levantamento da Hibou apontou como como serão os hábitos
e comportamentos com a vacinação e o fim do isolamento, que já dura 14 meses. O
chamado home office foi uma grande mudança comportamental no novo normal dos
brasileiros, 57,7% dos entrevistados trabalham em casa e 64,8% deles deve
manter o mesmo regime de trabalho no futuro. Uma parte de 81,1% fica grudado no
celular o dia todo e, desse total, 72% pretende manter o hábito.
Dos 80,6% que se divertem com amigos no Whatsapp, 97,8%
continuará brincando nos grupos. Para eventos online de lazer e negócios
(56,2%), reuniões virtuais (57,5%) e reuniões de família pela internet (39,3%),
respectivamente, o valor de continuidade dessas atividades é 84,3%, 83,4%,
63,5%.
Dos 72,4% que fazem compras em redes de varejo pela
internet, 95,6% continuarão no mesmo processo, assim como os que consomem
virtualmente roupas e sapatos, dos 68,5% que possuem o hábito, 90,9% devem
seguir com o mesmo estilo de compra. A grande mudança ficou com o mercado, já
que aqui esse é um jeito totalmente novo de fazer compras e, dos 44,4% que já
adotaram essa modalidade, 80,2% continuam da mesma forma com o fim da pandemia.
A saúde física e mental tem um peso ainda maior quando
toda a população mundial encontra-se em isolamento social por mais de um ano.
No Brasil, a pesquisa também mostrou que, com índice de continuidade acima de
90%, no cenário pós pandemia, ainda serão hábitos atividades como exercício
físico ao ar livre (58,9%), tomar vitaminas diariamente (58,3%), meditação
(28,2%) e faxina residencial (91,6%). Dormir mais (74%) e usar álcool gel
diariamente (96,4%), continuará firme no dia a dia para 82,9% e 88,5%,
respectivamente.
Uma maioria de 98,5% utiliza máscara em locais públicos
fechados, mas apenas 60,7% continuará usando com o fim da pandemia. Metade dos
entrevistados praticam exercícios em casa e 76,8% deve manter o costume.
No setor de cultura, para atividades que precisam ser
feitas fora de casa, o cenário não é dos melhores. Apesar de ser uma fatia
pequena dos que possuem o hábito de realiza-las de acordo com o novo normal, ou
seja, de maneira online, como visitar museus (21%), assistir a peças de teatro
(16,2%) e fazer cursos (64,2%), em todos os três casos, mais da metade
continuará com a prática sem cair de casa.
Os números são bons para o streaming. Dos que assinam
três ou mais serviços (41,9%), 79,5% deve continuar com as assinaturas. Outras
atividades devem se manter forte com o fim da pandemia, é o caso dos que leem
livros e revistas (99%), dos que fazem maratona de seriados (96,8%), jogam pelo
celular (94,2%), ouvem podcasts (93,8%) e jogam games de console (88,85).
Para os que separam um tempo maior para a família
(96,5%), se conectaram mais com pais e filhos (90,5%), realizaram pequenos
reparos domésticos (79,9%), reservaram um tempo maior para hobbies (83,1%) e
fizeram trabalhos manuais (58%), para todos esses, o índice de continuação
desses hábitos ficou acima dos 90%. O cenário oposto ficou com as aulas
híbridas das crianças, dos 35,5% que mantém essa rotina, apenas 52,1% seguirá o
mesmo regime.
Um total de 2.824 brasileiros respondeu a pesquisa de
forma digital, entre 25 e 31 de abril de 2021, garantindo resultado com 1,84%
de margem de erro. A pesquisa engloba todo o Brasil, níveis de renda ABCD e
todas as faixas etárias.
Já estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da
Organização Internacional do Trabalho (OIT) concluiu que, em 2016, 745 mil
pessoas morreram por acidente vascular cerebral (AVC) ou por doenças cardíacas
em consequência das longas horas de trabalho. No momento em que a pandemia
mudou profundamente o mundo laboral, os especialistas alertam para um aumento
dos riscos associados às longas horas de trabalho e apelam à adoção de uma
legislação que limite a carga horária.
No primeiro estudo global sobre os efeitos dos horários
excessivos na saúde dos trabalhadores, a OMS e a OIT concluíram que trabalhar
55 ou mais horas por semana aumenta em 35% o risco de morte por AVC e em 17%
por doença cardíaca, em comparação com uma semana de trabalho de 35 a 40 horas.
Em 2016, o estudo estima que 745 mil pessoas foram
vítimas de doenças provocadas pelo excesso de horas de trabalho: 398 mil
morreram de AVC e 347 mil de doenças cardíacas. Entre 2000 e 2016, o número de
mortes por doenças cardíacas devido a longas horas de trabalho aumentou 42% e
por AVC, 19%.
A pesquisa, publicada nesta segunda-feira (17) na revista
científica Environmental International, mostrou ainda que 72% das mortes em
consequência da jornada extensa correspondiam a homens com idades entre 60 e 79
anos, que trabalharam 55 ou mais horas por semana entre os 45 e 74 anos.
Segundo o estudo, as pessoas que vivem no Sudeste
Asiático e na região do Pacífico Ocidental foram as mais afetadas. Nas regiões
com mais leis regulamentadas que limitam as horas de trabalho, como a Europa ou
a América do Norte, a incidência de mortes por problemas cardiovasculares é
menor.
A OMS e a OIT estimam que quase um em cada 10
trabalhadores em todo o mundo (cerca de 480 milhões) tem de trabalhar mais de
55 horas por semana e esse número está aumentando, pondo ainda mais pessoas em
risco de invalidez e morte precoce.
Essa tendência pode ser ainda mais agravada devido à
pandemia, que mudou profundamente o mundo laboral. Embora o estudo não tenha
incluído o período da pandemia, a OMS lembra que o recurso ao teletrabalho e a
desaceleração econômica podem ter aumentado os riscos associados às longas
horas de trabalho.
Diante das conclusões do estudo, a Organização das Nações Unidas (ONU) apelou esta segunda-feira a todos os países do mundo para que adotem uma legislação que limite as jornadas em todos os setores.
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