Grandes Riscos, Grandes Desafios
22, Jun. 2021
Grandes Riscos, Grandes Desafios
Ao longo das últimas décadas, os riscos mudaram de
dimensão, adquiriram tamanho inimaginável menos de 30 anos atrás e migraram das
garantias tradicionais para novos desafios, fruto essencialmente das mudanças
climáticas e da certeza de novas pandemias. São ordens de grandeza inéditas que
demandarão soluções complexas, envolvendo poder público, sociedade e
seguradoras, sem as quais não há condições de enfrentar as perdas possíveis e
que, com certeza, ocorrerão.
Até meados do século 20, os principais riscos eram os
seguros patrimoniais, basicamente incêndio das grandes plantas industriais. Com
o surgimento de novos navios, maiores e com capacidade de transporte de carga
várias vezes a das embarcações utilizadas até a Segunda Guerra Mundial, os
riscos de transporte também adquiriram relevância. Mas, a partir da década de
1970, os riscos de responsabilidade civil começam a se destacar, com a
ocorrência de sinistros inéditos na história do seguro.
Tomando como linha de corte o acidente na usina nuclear
de Tree Miles Island, nos Estados Unidos, onde, sem ocorrer vazamento de
radiação, as indenizações ultrapassaram os três bilhões de dólares, os
sinistros de responsabilidade civil começaram a se destacar como os principais
eventos capazes de gerarem indenizações bilionárias.
Para comprovar isso, na sequência, o naufrágio do navio
Exxon Valdez na costa do Alasca, sem que houvesse a morte de um único ser
humano, gerou prejuízos que se aproximaram dos 20 bilhões de dólares. E depois
veio Chernobyl, provavelmente o maior sinistro da história da humanidade. Se a
usina nuclear estivesse instalada numa das democracias ocidentais, as
indenizações atingiriam dezenas de bilhões de dólares. Mas como estava
localizada na antiga União Soviética, nunca saberemos os totais envolvidos.
Para não estender demais o assunto, o acidente com a
plataforma de petróleo da BP, no Golfo do Mexico, gerou indenizações de mais de
40 bilhões de dólares. E os acidentes de Mariana e Brumadinho mostraram que o
Brasil não está infenso a esse tipo de evento e que os danos podem atingir
somas expressivas.
Mas, diante da nova realidade, as ordens de grandeza até
aqui conhecidas começam a perder a magnitude que as fazia insuperáveis dentro
da história do seguro. Os novos riscos são muito maiores e, o que é mais grave,
o potencial de danos é praticamente desconhecido. Ainda não há como se medir os
danos decorrentes de eventos de origem natural, nem o tamanho dos prejuízos
causados por pandemias maiores do que a do coronavírus.
Para dar um exemplo, o tsunami que devastou a costa
japonesa e atingiu a usina nuclear de Fukushima gerou prejuízos de bilhões de
dólares, mas, perto dos prejuízos potenciais causados por secas e chuvas que
assolam o planeta, seu tamanho deixa de ser tão impressionante.
Agora mesmo, a região norte brasileira está passando por
uma das maiores inundações das últimas décadas. As águas inundaram vastas áreas
urbanas, comunidades ribeirinhas, pastos e plantações, causando perdas
importantes para uma das regiões mais pobres do país.
Mas o que aconteceria se chuvas torrenciais rompessem a
barragem da represa de Guarapiranga? Uma grande área da cidade de São Paulo
seria varrida pelas águas. E se houvesse a ruptura da barragem de Itaipu, qual
seria o prejuízo? São acidentes improváveis? Com certeza, mas improvável não
significa impossível e são estes os que causam maiores danos. Mas não é preciso
estes exemplos para mostrar os prejuízos decorrentes de eventos de origem
climática. Quanto custam as chuvas de verão brasileiras? Quanto custam as secas
que assolam o país?
De outro lado, o mundo será palco de outras pandemias tão
ou mais severas do que a do coronavírus. Não sei se já quantificaram as perdas
de todas as naturezas decorrentes dela, mas, somando-se custos diretos e
indiretos, inclusive das recessões que atingiram as nações, não seria espantoso
o total superar alguns trilhões de dólares.
Este é o novo cenário. Ainda não há resposta para ele.
Fonte: Estadão / Autor: Antonio Penteado Mendonça
Re/seguradoras estão entre as maiores perdas caso Japão
precise cancelar Jogos Olímpicos
O custo do cancelamento para as seguradoras é estimado em
US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões, atingindo uma indústria já abalada em 2020
perdas
Fonte: Sonho Seguro
Os organizadores das Olimpíadas decidiram nesta
segunda-feira, 21, pelo limite de 10 mil espectadores, ou até 50% da
capacidade, por local para os fãs domésticos nos Jogos que começam em pouco
mais de um mês. O primeiro-ministro Yoshihide Suga disse a repórteres nesta
segunda-feira que, se um novo estado de emergência for declarado durante os
jogos, é possível que eles sejam mantidos a portas fechadas.
Entre as perdas em caso de cancelamento dos jogos estão
as seguradoras que assumiram o risco não só para as emissoras, mas também para
as seleções, patrocinadores e centenas de outras empresas e organizações que
dependiam do evento. O custo do cancelamento para as seguradoras é estimado em
US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões, atingindo uma indústria já abalada em 2020
perdas. Isso inclui os cerca de US $ 800 milhões contratados pelo COI em seguro
de cancelamento de eventos, mais a cobertura adicional adquirida pelos comitês
organizadores locais e prováveis reclamações de emissoras, patrocinadores,
equipes esportivas profissionais e hospitalidade, de acordo com o analista da
Bloomberg Intelligence Charles Graham, informam as agências internacionais.
A Swiss Re disse em março do ano passado, pouco antes do
adiamento dos jogos, que as Olimpíadas de Tóquio representavam o maior risco
individual na época para a segunda maior resseguradora do mundo, com um
potencial de sucesso de US$ 250 milhões. Um porta-voz da empresa confirmou
recentemente que esse é o caso. A Munich Re, a maior resseguradora do mundo,
confirmou que está envolvida no seguro das Olimpíadas de Tóquio e seria afetada
se os jogos fossem cancelados, mas se recusou a fornecer detalhes adicionais
sobre sua exposição. A Aon Plc, que no ano passado concordou em comprar a
Willis Towers Watson para criar a maior corretora de seguros do mundo, não quis
comentar sobre o impacto que um cancelamento pode ter sobre ela.
Seguro de Crédito: Inflação em alta é desafio
Fonte: O Estado de S. Paulo
Apesar dos prejuízos financeiros causados pela pandemia,
o segmento de seguros para operações de crédito se saiu bem na crise. Em 2020,
o valor dos prêmios subiu 47%, para R$ 540 milhões. Segundo Rosana Passos de
Pádua, presidente da seguradora francesa Coface no Brasil, líder do segmento,
as empresas buscaram uma forma de mitigar os riscos. A expectativa agora é
seguir em expansão. Para Rosana, os sinais são positivos, mas ela alerta que a
alta da inflação pode prejudicar os negócios de clientes do serviço. A taxa de
juros precisa acompanhar minimamente a inflação, diz a executiva, que assumiu a
liderança da seguradora em março.
Como o setor de seguro de crédito foi impactado pela
pandemia?
Ao contrário do que se imaginava, no ano de 2020 o setor
cresceu muito. Para se ter ideia, em 2019, o total de prêmios foi da ordem de
R$ 370 milhões. Em 2020, o valor subiu para R$ 540 milhões. Houve um aumento
significativo, de 47%.
O que levou a esse crescimento?
Por um lado, aumentou o conhecimento das empresas sobre
os benefícios do seguro de crédito. Por outro, no início da pandemia, as
empresas buscaram formas de se proteger. Este ano os pedidos continuam
crescendo. De janeiro a abril, o aumento é de 40% sobre o ano passado.
Felizmente, o mercado se mostrou mais resiliente.
O que levou a essa maior resiliência?
A inadimplência das empresas está mais baixa do que se
esperava por causa de uma série de fatores. Um deles é o preço mais alto das
commodities, o que contribuiu para a sustentação da economia. Outro é o auxílio
emergencial, que estimulou o consumo.
Quais são os desafios agora?
Temos alguns desafios pela frente. Estamos com um nível
de inflação muito elevado. Já vivi todos os planos econômicos da economia
brasileira desde os anos 80. Fazia muito tempo que não se via um IGP no nível
de quase 50% ao ano. Mesmo o IPCA, que bateu 8%. É uma inflação forte. A taxa
de juros precisa acompanhar minimamente a inflação, porque já estamos com taxas
(reais) negativas há algum tempo.
A inflação alta prejudica o setor de seguro de crédito?
Impacta o negócio dos nossos clientes mais fortemente. À
medida que se tem taxas de juros maiores, inflação mais elevada, isso pode
significar redução de negócios dos nossos clientes, o que acaba impactando
diretamente os negócios. É algo que a gente precisa, de fato, ficar atento.
Empresa de tecnologia brasileira passa a oferecer seguro
Fonte: CQCS
De acordo com uma matéria veiculada no Tecmundo, nesta
segunda-feira (21), a Positivo Tecnologia anunciou com exclusividade ao portal,
uma parceria com a Assurant que oferecerá aos consumidores seguro contra roubo,
furto e danos acidentais. O serviço também tem garantia complementar à
oferecida pela empresa brasileira e poderá ser contratado por quem comprar
aparelhos como notebooks, desktops, computadores all in one, celulares e
tablets.
Além da marca Positivo, quem comprar eletrônicos da VAIO,
Compaq e 2 AM também poderá adquirir os benefícios a partir de hoje. Apesar de
não divulgar o valor cobrado pelas coberturas, a companhia garante o menor
preço do mercado.
A empresa conta que a garantia oferece proteção contra
defeitos funcionais, dá cobertura a danos elétricos, tem duração de 12 meses e
ainda cobre consertos com peças ou componentes novos e mão de obra
especializada. Em alguns casos, ela também garante a troca do aparelho com
defeito.
A cobertura por danos acidentais tem reparo ou troca,
este segundo em caso de impossibilidade de conserto por causa de quedas ou
derramamento de líquidos, por exemplo. No caso do seguro contra roubo e furto,
ele oferece a reposição do equipamento.
Marcos David Santos, diretor de Operações da Positivo,
explica que a parceria com a seguradora Assurant visa aumentar o portfólio da
marca e atende a uma mudança vista no mercado durante a pandemia de
coronavírus.
Atualmente, ainda temos muita gente trabalhando
exclusivamente em modelo home office, mas em breve voltaremos a um cenário
híbrido, onde as pessoas trabalharão em casa em alguns dias, depois na empresa
ou em ambientes de coworking. Por causa disso, equipamentos como o notebook
ganharam ainda mais mobilidade, o que tornou essencial uma cobertura de seguro
e garantia, argumenta.
O executivo diz que a escolha da Assurant se deu
justamente pelo reconhecimento da empresa no mercado e pelo preço que ela
consegue oferecer aos consumidores. Ele afirma que como a Positivo atende
clientes de todas as classes, o valor competitivo do serviço foi um fator
definidor.
Além disso, Santos pontua que é a próprio Positivo é quem
fará o reparo dos produtos, estando os eletrônicos no período segurado pela
fabricante ou pela Assurant. No caso de roubo e furto, o valor oferecido será o
da nota fiscal, assim como o mercado já realiza.
Caso um cliente compre, a partir de hoje, computadores,
notebooks, celulares ou outros aparelhos e opte por não contratar a garantia
estendida ou o seguro, ele poderá pagar separado pelo serviço mais para frente.
Ainda neste ano, a empresa lançará a Positivo Tech Service, que integrará todas
essas as opções.
BR Distribuidora pretende investir em energia renovável e
gás
A decisão da Petrobras de se desfazer da fatia
remanescente de 37,5% do capital da BR Distribuidora e sair de vez do segmento
de postos deve ter forte impacto no mercado de distribuição de combustível no
país.
Além da previsão de aumento da concorrência, a medida
deve acelerar os planos de diversificação de investimento da BR em atividades
como energia renovável, comercialização e distribuição de gás.
A empresa também avalia entrar no segmento de refino, mas
o tema ainda é motivo de discussões internas.
Segundo fontes, uma das metas da gestão de Wilson
Ferreira Júnior, que assumiu a empresa em março após deixar o comando da
Eletrobras, é justamente ampliar o leque de atuação da companhia.
A estimativa da Petrobras é levantar R$ 11,5 bilhões com
a venda de 436,9 milhões de ações. O preço final só será definido de acordo com
a demanda no dia 30 de junho. Ontem, as ações da BR fecharam em alta de 0,44%.
Os papéis com voto da Petrobras subiram 0,28%.
Capital pulverizado
A venda das ações deve começar no dia 2 de julho e ser
concluída até o dia 5 do mesmo mês.
Nos postos, a bandeira BR será mantida. O contrato de
licenciamento da marca é independente do negócio.
Hoje, a BR tem pouco mais de 8 mil postos. Um dos
caminhos para aumentar a rede é avançar sobre os 19.450 postos de bandeira
branca no país. A ideia é atrair 47% deles.
A decisão de sair da BR está em linha com a estratégia de
desinvestimento da Petrobras para reduzir o endividamento e se concentrar nos
negócios principais, especialmente no pré-sal.
A operação já era esperada para este ano, mas o
cronograma sofreu algum atraso com a troca no comando da estatal. Até agora,
Joaquim Silva e Luna tem dado sinais de continuidade na política de venda de
ativos.
A Petrobras fez a primeira venda de ações da BR em Bolsa
em 2018, quando levantou R$ 5 bilhões ao alienar 28,75% do capital. Em 2019, se
desfez de uma fatia de 33,75% das ações por pouco mais de R$ 9 bilhões.
Com a nova operação, a BR consolida sua estratégia de
atuar como corporação, sem controlador definido. Além da Petrobras, alguns dos
principais acionistas hoje são, segundo fontes, Itaú Dunamis, Bogari, Moat,
Kapitalo, BlackRock, Vanguard, Norges Bank, Opportunity e Verde Asset, entre
outros.
Segundo fontes, um dos interessados no papel seria o
banqueiro Ronaldo Cezar Coelho, acionista da Light. Ele foi procurado, mas não
ligou de volta.
De acordo com o prospecto da operação, 10% dos 37,5% à
venda serão destinados ao varejo. O restante pode ser vendido a grandes
investidores, mas a Petrobras se comprometeu a não vender ações em bloco a um
único investidor. E parte dos acionistas atuais deve aumentar sua fatia na
empresa.
Segundo um executivo a par das discussões, a saída da
Petrobras deve atrair recursos de fundos de investimento que não aplicavam na
empresa devido ao risco de interferência política.
Oportunidade de investir
A BR é líder em participação, com 24,2% da venda de
gasolina e 27,6% da de diesel.
A distribuição de combustíveis movimenta 2,9 milhões de
barris por dia e responde por 3,1% do consumo mundial de combustíveis líquidos,
mais do que Canadá e México.
Para a BR, a perspectiva de capital 100% privado abre
oportunidades de investimento. No ano passado, ela cogitou, segundo fontes,
investir na Gaspetro, holding comandada pela Petrobras e pela japonesa Mitsui,
que é dona de 19 concessionárias de gás natural no Brasil.
A Gaspetro está à venda. A proposta não foi adiante por
aspectos regulatórios, já que a Petrobras é acionista da BR.
Em setembro último, a BR anunciou parceria com a Golar
Power para ampliar a oferta por meio de GNL (gás liquefeito). Há expectativa de
investimento em ativos com foco em importação, regaseificação e transporte de
GNL em locais de baixa concorrência.
Outro foco de atenção é a comercialização, com a compra
de empresas que vendem energia no mercado livre.
No início do ano, a BR concluiu a compra da Targus,
comercializadora de energia. O objetivo é se voltar para energias do futuro,
menos poluentes.
Ainda assim, a empresa ainda estuda o setor de refino,
mesmo com a possibilidade de ser visto como um investimento em energia do
passado.
A Petrobras colocou à venda oito unidades que somam
metade da capacidade de produção no país.
A estatal já vendeu a Rlam, refinaria na Bahia, para o
fundo árabe Mubadala por US$ 1,65 bilhão.
Estão à venda unidades no Paraná, Rio Grande do Sul,
Amazonas, Pernambuco, Minas Gerais e Ceará. Neste caso, a BR também pondera se
pode haver barreira de órgãos de defesa da concorrência, já que ela tem
liderança na distribuição de combustíveis.
Segundo Paulo Miranda, presidente da Federação Nacional
do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), a saída da
Petrobras do setor de distribuição e varejo vai permitir maior concorrência:
O mercado brasileiro é muito atrativo e com grande potencial
de crescimento. A saída da Petrobras na BR pode atrair mais empresas e fundos
de investimentos.
Fonte: O Globo
Câmara aprova venda da Eletrobras e espeta conta de R$
300 bilhões
Fiesp calcula que tarifa praticamente dobrará de valor.
Fonte: Monitor Mercantil
A Câmara dos Deputados aprovou a medida provisória que
permite a privatização da Eletrobras, através da emissão e venda de ações na
Bolsa de Valores. O texto já havia sido aprovado pelos deputados, mas, após ser
modificado no Senado, teve que voltar à Câmara.
Segundo a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp),
o relatório elaborado pelo deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), com rejeição da
emenda aprovada pelo Senado que previa a ampliação do mercado livre para todos
os brasileiros até 2026, aumentará as tarifas de energia em R$ 300 bilhões ao
longo dos próximos anos.
Ainda de acordo com cálculos da Fiesp, a alteração no
valor da energia comercializada pela Eletrobras (processo conhecido como
descotização) fará com que a energia, hoje vendida a R$ 110/MWh, pule para até
R$ 200/MWh.
O deputado retirou o único dispositivo que teria algum
efeito positivo para o país e preservou todos os jabutis do texto aprovado
pelas Casas Legislativas, que contribuirão com a disparada das tarifas de
energia, ressalta a Federação.
A Câmara aprovou 17 emendas do Senado à Medida Provisória
1031/21. Uma das emendas prevê que as subsidiárias (Chesf, Furnas, Eletronorte
e Eletrosul) não serão extintas, incorporadas ou fundidas por um mínimo de 10
anos. Ficou garantida a realocação dos funcionários em outras estatais.
A determinação de contratação de energia de reserva de
termelétricas movidas a gás natural, mesmo em regiões ainda não abastecidas por
gasoduto, foi mantida.
Argentina revoga privatizações de empresas de energia
Governo Fernández também restabeleceu contrato com
Bolívia.
Fonte: Monitor Mercantil
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, revogou as
privatizações de empresas de energia e termelétricas realizadas pelo governo de
seu antecessor, Mauricio Macri (2015–2019).
Por meio de um decreto assinado no dia 16, Fernández
anulou vários decretos assinados por Macri e pelo então ministro da Energia,
Juan José Aranguren.
Da mesma forma, foi recuperada a gestão da Integración
Energética Argentina (Ileasa e Enarsa) na importação de gás da Bolívia, e essas
empresas recebem as licenças exploratórias correspondentes em áreas da Bacia
Oeste Malvinas do Mar Argentino.
O decreto de Fernández determinou que as obras públicas
do projeto de aproveitamento hidrelétrico do Rio Santa Cruz voltem aos nomes de
presidente Néstor Kirchner (empreendimento localizado no Penhasco Cóndor) e
governador Jorge Cepernic (localizado em Barrancosa), que foram renomeadas no
Governo Macri.
O decreto prevê a concessão de garantias do Tesouro Nacional
para a aquisição de gás natural da Bolívia, no valor máximo de US$ 200 milhões.
Macri suspendeu o contrato na época do presidente boliviano Evo Morales.
Fernández esclareceu que para garantir o abastecimento
normal de gás natural na Argentina durante o inverno, é necessário importar o
produto da Bolívia.
Através do mesmo decreto, o governo anulou a mudança de
denominação das obras públicas do projeto de aproveitamento hidrelétrico do rio
Santa Cruz, que foi ordenada em 2017.
Sem chips, indústria automobilística adia recuperação
O setor deve perder a chance de recuperar mercado no
período em que tradicionalmente se vendem mais carros, na segunda metade do ano
Fonte: Estadão
O fechamento das fábricas da Volkswagen e da General
Motors a partir desta segunda-feira, 21, e do corte de mais um turno de
trabalho na Hyundai, dão o tom de um segundo semestre preocupante para a
indústria automobilística brasileira, que segue com dificuldades em conseguir
semicondutores para os veículos.
O setor deve perder a chance de recuperar mercado no
período em que tradicionalmente se vendem mais carros, na segunda metade do
ano, e que vai coincidir com a retomada mais consistente da economia, melhora
do Produto Interno Bruto (PIB) e mais pessoas vacinadas contra a Covid.
É difícil afirmar, no momento, se vamos conseguir atender
à demanda no segundo semestre, admite o presidente da Associação Nacional dos
Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes.
Ele concorda que, a partir do próximo mês, as previsões
são de PIB um pouco melhor, apesar da inflação e dos juros mais altos, e de
maior controle da pandemia, mas não podemos carimbar que vai ter oferta (de
produtos).
Moraes e outros executivos da cadeia preveem que o
equilíbrio entre oferta e demanda se dará ao longo de 2022. Hoje, a espera por
modelos como as picapes Strada e Toro, da Fiat, pode passar de três meses.
Se tudo der certo, o segundo semestre de fato será bom
para a economia brasileira, o que deve aumentar a confiança do consumidor,
reduzir o desemprego e melhorar a renda da população, mas não vai ter carro
para entregar por falta de semicondutores, avalia Ricardo Bacellar, da
consultoria KPMG do Brasil. Isso vai ser um problemão para a indústria.
Paradas
A Volkswagen suspendeu a produção por dez dias em São
Bernardo do Campo e São Carlos (SP). A fábrica de São José dos Pinhais (PR),
fechada desde o dia 7, voltaria hoje, mas teve a paralisação estendida até
início de julho. A de Taubaté, que parou no mesmo dia, voltou na quinta-feira.
A GM suspendeu operações em São Caetano por seis semanas,
mas aproveita e prepara a linha para a produção de uma nova picape. A planta de
Gravataí (RS) está parada desde abril e volta só em meados de agosto.
A Hyundai passou a operar com apenas um turno de
trabalho. O terceiro tinha sido suspenso no fim de maio, e agora o segundo
turno também foi interrompido, até o fim do mês.
Prejuízos
Por causa da escassez de itens eletrônicos, em sistemas de
segurança, aceleração, freios e iluminação, entre outros, a indústria global de
veículos deve deixar de produzir entre 2,5 milhões e 4 milhões de veículos este
ano. Antes, a previsão para o total da produção era de 84 milhões de unidades.
No Brasil, seguindo porcentuais globais, a perda pode
passar de 120 mil veículos. Se confirmada, a produção será de 2,4 milhões de
veículos, ante 2,52 milhões previstos.
Estudo recém-concluído pela KPMG indica que, globalmente,
a indústria automobilística terá prejuízo de US$ 100 bilhões neste ano por
causa das paradas de produção. O valor equivale a 80% da perda total de US$ 125
bilhões projetada para os principais setores que usam chips nos produtos.
Segundo Bacellar, embora fique com cerca de 10% da
produção mundial de semicondutores, o setor automotivo perdeu a prioridade nas
compras ao suspender encomendas no ano passado, quando fechou as fábricas para
evitar contágios na pandemia. A demanda por semicondutores já vinha crescendo
porque os automóveis estão cada vez mais tecnológicos, mas o setor é muito
dependente de poucos fornecedores, diz.
Segundo as empresas, a eletrônica embarcada representa
40% dos custos de produção de um veículo hoje, o dobro de 20 anos atrás. A
projeção é de chegar a 50% em uma década. Um carro elétrico, por exemplo, usa o
dobro de semicondutores do que um a combustão. O veículo totalmente autônomo
usará de oito a dez vezes mais.
Acesse as edições mais recentes das publicações do mercado:
Revista Apólice: https://www.revistaapolice.com.br/2021/03/edicao-263/
Revista Cobertura: https://www.revistacobertura.com.br/revistas/revista-cobertura/revista-cobertura-230/#1
Revista Segurador Brasil: https://revistaseguradorbrasil.com.br/edicao-164/
Revista Seguro Total: https://revistasegurototal.com.br/2021/03/25/edicao-216-saude-privada-registra-aumento-em-numero-de-beneficiarios/
Revista Insurance Corp: https://drive.google.com/file/d/1tog-AftJwcK6ZnulXe_xfNdTJeCjdfxI/view?usp=sharing
Caderno de Seguros: https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n-915.html
Participe do Evento Daryus, On Security
Apoio exclusivo da ABGR. Faça sua inscrição: https://vrlps.co/394kPAV/cp
CIST realizará webinar sobre investimentos na malha
ferroviária e seus impactos na matriz logística
Depois de anos sem muitas novidades, o setor ferroviário
parece estar voltando aos trilhos. Enquanto o país ainda aguarda a aprovação
pelo Congresso de um novo regime de operação das ferrovias, algumas iniciativas
começam a movimentar o mercado.
O governo de Minas Gerais, por exemplo, assinou
recentemente um decreto para transferir à iniciativa privada a administração de
19 ferrovias do estado, o que deve atrair R$ 26,7 bilhões de investimento. Já a
Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), entre os estados de Mato Grosso
e Goiás, está recebendo aporte de R$ 4 bilhões e se integrará à Ferrovia
Norte-Sul.
Atento a essas e outras iniciativas, o Clube
Internacional de Seguros de Transportes (CIST) irá promover na próxima
quinta-feira (24.06), às 17h, um webinar gratuito sobre os investimentos na
malha ferroviária e seus impactos na matriz logística brasileira.
O palestrante será Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo
do Movimento Pró Logística; enquanto os debatedores serão Anderson Abreu
Santana dos Santos, gerente geral de Relacionamento Institucional e
Governamental da VLI Logística; Sérgio Dias, diretor de Resseguros do CIST;
Alfredo Chaia e Paulo Alves, presidente e vice-presidente do CIST,
respectivamente.
A organização também aproveitará o evento online para
promover mais uma ação social, desta vez para arrecadar doações para a campanha
Lanche Solidário. A iniciativa visa alimentar milhares de crianças que, por não
estarem na escola por conta da pandemia, não estão recebendo todas as
refeições.
Para ajudar a resolver esse problema, entidades como o
Cantinho da Tia Lourdes e a ONG Amar Mais recebem doações no valor de R$ 9
(nove reais) e entregam às crianças um kit composto por lanche, suco, fruta e
um doce. Quem quiser doar, pode fazer um PIX até o final deste mês para o CNPJ
do CIST: 15.504.776/0001-16
O encontro virtual, que tem como objetivo desenvolver a
cultura de gestão de riscos e seguros no Brasil, além de capacitar
trabalhadores desses segmentos, conta com apoio da 3S Tecnologia, Buonny
Gerenciamento de Riscos; Grupo FOX; Guep Technology e Munich Re; além do apoio
institucional da MasContainer.
Os interessados em participar pode fazer sua inscrição
gratuita pelo link http://www.cist.org.br/workshop-old/