Um novo mercado de seguros
24, Jul. 2021
Um novo mercado de seguros
Medidas contrárias à modernização do sistema protegem
agentes menos eficientes
Fonte: Folha de SP / Por João Marcelo dos Santos:
Advogado, sócio-fundador do Santos Bevilaqua Advogados, presidente da Academia
Nacional de Seguros e Previdência e ex-diretor e superintendente substituto da
Susep e
Walter Polido: Advogado, coordenador acadêmico da
especialização em Direito do Seguro e Resseguro da ESA-OAB-SP, árbitro e
parecerista em seguros e resseguro, sócio e professor da Conhecer Seguros
Debatemos, na Academia Nacional de Seguros e Previdência
(ANSP), o processo de flexibilização da regulamentação promovido pela Susep
(Superintendência de Seguros Privados), que dá liberdade para as seguradoras
desenvolverem produtos de seguros adequados às demandas de seus clientes.
Já era chegada a hora de mais competição entre as
seguradoras no desenvolvimento de melhores produtos.
Clausulados rigidamente regulados, diante das rápidas
mudanças na economia, no direito, nos interesses seguráveis e na vida das
pessoas, condenariam os seguros ao atraso. Prejudicariam os segurados e seriam
uma tragédia para a sociedade, que precisa da proteção do seguro e da poupança
que ele gera.
Com mais liberdade, o nosso mercado de seguros poderá,
sem amarras, avançar mais ainda. Isso, reconhecendo que públicos
hipossuficientes demandam maior cuidado por parte da Susep.
Os exemplos dos seguros intermitentes (pelos quais se
paga somente na medida em que o bem coberto, como o automóvel, é utilizado),
coberturas de diversos ramos em uma só apólice e clausulados mais simples e
compreensíveis são somente um vislumbre de como evoluiremos.
Quanto aos seguros de grandes riscos, o momento de
flexibilização vem justamente com bons resultados da abertura do setor de
resseguros, promovida em 2008.
O resseguro é o seguro das seguradoras, contratado para a
cobertura de perdas não suportáveis por seguradoras, como é o caso das usinas
hidrelétricas. É atividade essencialmente internacional, um instrumento de
transferência de capacidade financeira e técnica especializada.
De fato, passada a pandemia, a urgência do crescimento
econômico, associada às mudanças em curso, demandará e será beneficiada por
melhores seguros, sejam eles pessoais, de pequenas propriedades, como
celulares, ou de grandes riscos, como projetos de infraestrutura. Não há
instrumento econômico de garantia melhor do que o seguro.
Esses avanços, inclusive, devem inibir possíveis
retrocessos, como novas legislações e projetos de lei que tornem nosso mercado
uma realidade ainda mais exótica e apartada do mundo.
Aliás, a inexplicável saudade de alguns do monopólio e da
hiperregulação de clausulados só se explica pelo próprio desajuste à
modernidade.
Medidas contrárias à modernização do sistema
beneficiariam a manutenção do “tudo como está”, protegendo agentes menos
eficientes da concorrência. Ademais, deixaríamos de ter um mercado atrativo
para investidores e resseguradores.
Processos de desenvolvimento de regulações dão-se com
passos à frente e retrocessos. Não custa, de qualquer modo, esperar que os
avanços de agora sejam definitivos, por serem urgentes e necessários para os
cidadãos e segurados. O Brasil está atrasado nessa trajetória.
ONS vê esgotamento de praticamente todos os recursos
energéticos em novembro
O NOS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) acendeu um
novo alerta sobre os desafios do setor elétrico brasileiro neste ano frente ao
cenário de grave crise hídrica nos reservatórios de hidrelétricas, prevendo um
esgotamento de praticamente todos os recursos energéticos em novembro.
O sinal vermelho foi ligado após o órgão elevar a
previsão de carga e considerar uma menor e mais realista disponibilidade
térmica para atender a demanda de energia, conforme nota técnica publicada na
noite de ontem (22).
O cenário, segundo o órgão, resulta em uma degradação dos
níveis de armazenamento ao final do período seco quando comparado com os
resultados do estudo prospectivo anterior, em especial dos subsistemas Sul e
Nordeste.
Com relação ao atendimento aos requisitos de potência,
observam-se sobras bastante reduzidas no mês de outubro, com o esgotamento de
praticamente todos os recursos no mês de novembro, afirmou o ONS, em sua nota
técnica.
O aumento da previsão de carga se deu, segundo o órgão,
após um crescimento das atividades do comércio e serviços, além da
manutenção do ritmo elevado da produção industrial, principalmente daquelas
voltadas para exportação.
A atualização do estudo incorpora as flexibilizações de
restrições hidráulicas já autorizadas e considera o aumento do PIB para 4,5% ao
ano, em vez dos 3% ao ano que até então era usado como parâmetro.
Dessa forma, essa nota técnica traz premissas mais
realistas e alinhadas com o momento econômico atual e às condições conjunturais
do SIN (Sistema Interligado Nacional), disse o órgão.
Em contrapartida, o ONS frisou em nota que, nos dois
cenários considerados na nota técnica, não há risco de desabastecimento
elétrico, mesmo diante das piores sequências hidrológicas de todo o histórico
de vazões dos últimos 91 anos. A fonte hídrica é a principal geradora de
energia do país.
O operador também destacou que embora o estudo indique
que até o fim de 2021 a situação permanecerá sensível, o Operador está
acompanhando os desdobramentos das ações já em curso e atuando dentro de suas
atribuições para aumentar a oferta das fontes de energia e garantir que não
haja a suspensão do suprimento elétrico.
O ONS, juntamente com o governo federal, vem tomando
diversas medidas que visam assegurar o abastecimento de energia do país.
Fonte: Reuters
Enchentes e tempestades causaram prejuízos de US$ 630 bi
em 50 anos
Desastres ligados a água provocaram 45% das mortes.
Fonte: Monitor Mercantil
Análise da Organização Meteorológica Mundial (OMM) mostra
que enchentes e tempestades dominaram a lista de desastres naturais nos últimos
50 anos. O impacto é histórico tanto em relação às mortes quanto aos prejuízos
econômicos, que ultrapassaram US$ 630 bilhões.
Os desastres que mais ceifaram vidas foram as secas, com
605 mil. A seguir estão as tempestades, que causaram mais de 577 mil óbitos, as
enchentes com 58,7 mil, e as temperaturas extremas, com 55,7 mil óbitos.
O Atlas da Mortalidade e das Perdas Econômicas devido ao
Clima traz dados de 1970 a 2019. Neste período, as tempestades causaram
prejuízos na ordem dos US$ 521 bilhões. As perdas com as cheias chegaram a US$
115 bilhões.
A OMM destaca que no período analisado, os desastres
ligados ao clima e aos perigos da água foram responsáveis por 45% das mortes e
de 74% dos prejuízos econômicos em nível global.
Ao lançar o relatório, em Genebra, o secretário-geral da
OMM, Petteri Taalas, também destacou as ondas de calor na América do Norte. Ele
explicou que a atmosfera tem ficado mais quente, com mais umidade. Como
consequência, chove mais forte e os riscos de enchentes aumentam.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta
sexta-feira que o número mundial de mortes por afogamento atingiu pelo menos 2,5
milhões nos últimos dez anos. Este domingo (25) será o primeiro Dia Mundial da
Prevenção do Afogamento. Mais da metade as mortes ocorrem entre menores de 30
anos, e 60% aconteceram nas regiões do Pacífico Ocidental e Sudeste Asiático.
Geada tende a alertar sobre importância do seguro e
estimular crescimento do setor
Fonte: CQCS
Geadas registradas no centro-sul do País têm prejudicado
lavouras de milho, cana-de-açúcar e café. Perdas têm sido contabilizadas por
produtores rurais de diversas regiões, o que pode elevar ainda mais a percepção
sobre a importância de se contratar o seguro agrícola. Só entre janeiro e abril
deste ano, o número de contratações aumentou 41% em comparação com o primeiro
quadrimestre do ano passado, de acordo com a Federação Nacional de Seguros
Gerais (FenSeg).
Para este ano, acompanhando os prognósticos
meteorológicos, tudo indicava que a geada aconteceria e seria severa, explica
Joaquim Neto, presidente da Comissão de Seguro Rural da FenSeg, à Globo Rural.
As baixas temperaturas, e os seus efeitos vistos nas lavouras, podem contribuir
para um aumento da cobertura na próxima safra, especialmente no café.
De acordo com a entidade, os cafeicultores ainda não são
muito adeptos ao seguro. E os que contratam, em geral, priorizam a cobertura
para casos de granizo. Das 14 empresas que fazem seguro agrícola no País e
participam do Comitê da FenSeg, apenas seis operam com a cobertura de geada
para o café, segundo Neto.
Logo após um evento catastrófico como esse que aconteceu,
existe uma maior percepção da necessidade de contratar o seguro, observa.
No caso da cafeicultura, para que a contratação seja
feita, são essenciais informações como número de pés, área a ser assegurada e
idade do cafezal, explica o presidente da Comissão de Seguro Rural da FenSeg. A
indenização é estabelecida depois da avaliação de um perito, engenheiro
agrônomo que presta serviço para a seguradora, que identifica ocorrido (granizo
ou geada, por exemplo) e os danos causados. Conforme a incidência há uma
indenização.
Caso o pé de café tenha até dois anos, quando ainda não
há produção, pode haver a necessidade do arranquio. Quando isso acontece, o
valor de indenização é de 100%, segundo Neto. Se o dano não foi tão grande,
pode acontecer a recepa, ou seja, o corte próximo ao chão, e a indenização é de
50%. Se a árvore tiver mais de dois anos e for feita a recepa, a indenização é
de 75% do que foi contratado, ele resume.
De acordo com Aloisio Gois, proprietário da assessoria em
seguro rural Valleagro, dos 1,7 milhão de hectares de arábica no Brasil, só 160
mil têm seguro contratado. Não chega a 10% de acesso ao seguro e a gente acha
que isso se deve porque o formato atual não é atrativo ao produtor, comenta.
Ele ainda observa que os danos registrados atualmente
pelas geadas no Sudeste estão prejudicando a safra futura, que irá florescer em
setembro. A safra corrente ou já colheu ou está colhendo e, nessa fase, os
grãos estão totalmente protegidos pelos ramos e folhas da safra futura, conta.
Indenização por produção
De olho nesse mercado, a Valleagro e a Fairfax Brasil
postam em um formato diferente de seguro para café. De acordo com as empresas,
tradicionalmente, os contratos disponíveis são voltados para garantir o pé de
café. A proposta é de que a apólice indenize de acordo com a produção. O
cafeicultor seria ressarcido pelas perdas na safra assegurada, considerando
também os insumos e o valor das sacas que deixou de colher.
É difícil fazer seguro de quantificação de produção,
então partimos para o dano direto causado à planta aplicado ao valor de
produção, definido pelo produtor, diz Gois.
O diretor de agronegócio da Fairfax Brasil, Fabio
Damasceno, pondera que há um teto de precificação, que acompanha os preços da
commodity no mercado. O novo produto é voltado apenas para a variedade arábica,
já que o conilon está concentrado em regiões mais quentes como Espírito Santo e
Bahia.Outra característica destacada por Damasceno é que será possível incluir
na mesma apólice as safras atual e futura. Isto porque, segundo ele, a
bienalidade da cultura influencia diretamente nas contratações de seguro.
Quando a gente coloca a [safra] presente e futura, tira essa volatilidade. A
expectativa é de atender 30 mil hectares na safra futura, incluindo áreas das
principais cooperativas de café do País.
Outra opção de cobertura adicional é em relação ao trato
fitossanitário. Quando a planta do café sofre um impacto com granizo e geada,
os riscos de fungos e bactérias aumenta. Segundo ele, neste produto oferecido
pela Fairfax e Valleagro, são indenizados R$ 200 por hectare para que haja
tratamento, a exemplo da aplicação de fungicidas. É imprescindível que logo
depois seja feito um tratamento, com pulverizações devidas, comenta Gois.
O valor das apólices pode variar de município para
município, devido às previsões climáticas, explica Fabio Damasceno. Exatamente
por perceber quanto a meteorologia pode contribuir para o planejamento da
safra, o executivo ainda revela que a Fairfax está em vias de contratação de
uma consultoria meteorológica.
ESG: Gestores de ativos pedem regras claras para
investimentos
O S está se tornando o problema, disse o
diretor-presidente da Index Industry Association, referindo-se ao investimento
socialmente responsável
Fonte: Bloomberg
Muitos dos maiores gestores de ativos do mundo dizem que
está cada vez mais difícil entender algumas das regras que orientam o mercado
para investimentos ambientais, sociais e de governança, que movimenta US$ 35
trilhões.
Grande parte da confusão gira em torno da definição do S
da sigla em inglês ESG que define esses padrões.
Os marcos são geralmente vistos como confusos e isso se
tornará um problema maior daqui para a frente, de acordo com Rick Redding,
diretor-presidente da Index Industry Association (IIA), que tem sede em Nova
York.
Ele destaca uma pesquisa realizada pela IIA segundo a
qual 56% dos 300 profissionais de investimento na Europa e nos Estados Unidos,
alguns com mais de US$ 1 trilhão sob gestão, dizem que enfrentam dificuldade em
cumprir os decretos que pretendem direcionar o capital para ativos ESG. Ao
mesmo tempo, 85% dizem que o ESG tem grande prioridade.
O S está se tornando o problema, disse Redding,
referindo-se ao investimento socialmente responsável. O que estamos vendo são
abordagens regulatórias potencialmente diferentes para o S em várias
jurisdições, disse.
A preocupação é que você tem muito menos dados
quantitativos disponíveis, o que torna difícil para investidores apoiarem suas
estratégias com números, disse Redding.
Andy Howard, que ajuda a administrar mais de US$ 920
bilhões como responsável global por investimentos sustentáveis da Schroders,
espera regras mais claras da União Europeia para ajudar a orientar o setor. Os
investidores do bloco já possuem uma taxonomia verde. Agora esperam por uma
taxonomia social para ajudá-los a definir e medir o risco social em diversos
aspectos, por exemplo, como uma empresa trata os funcionários até a exposição
ao trabalho infantil, além de parâmetros básicos como igualdade.
Mas isso ainda levará tempo. Por enquanto, um subgrupo
nomeado pela UE ainda estuda o que deveria entrar em uma taxonomia social, e um
relatório sobre as conclusões é previsto para o final deste ano.
Garantia Judicial
Parceria entre Zurich e Avita agiliza emissão de
contratos
Integração da seguradora à plataforma desenvolvida pela
insurtech permitirá aos clientes a emissão automática, controle e gestão de
seguro garantia judicial
Fonte: Zurich / Sonho Seguro
A emissão e gerenciamento de apólices de seguro garantia
demanda bastante tempo e energia das equipes jurídicas, financeiras e de
seguros envolvidas nesse ecossistema. Mas, se depender da Zurich e da Avita
Seguros, essa realidade mudará muito em breve. A seguradora acaba de se
integrar ao Portal Avita (portalavita.com.br), plataforma desenvolvida pela
insurtech e que tem como objetivo desburocratizar e agilizar o processo de
emissão e gestão de garantias judiciais, tornando-o totalmente automático.
O portal é uma plataforma online de emissão instantânea,
controle e gestão de seguro garantia judicial. Com a parceria, a Zurich
possibilitará aos seus clientes a cotação e emissão desse tipo de seguro em
segundos, além da consolidação e controle de todas as apólices e minutas
emitidas, limites, vencimentos, renovações e cancelamentos de forma 100%
automática.
O volume de emissões dentro dessa modalidade é bastante
elevado. Portanto, uma ferramenta automatizada é de extrema importância para
que a seguradora consiga ter a agilidade e o dinamismo que o cliente necessita,
afirma Fernando Saccon, Superintendente de Linhas Financeiras e Seguro Garantia
da Zurich. É uma plataforma muito útil, que permite ao cliente gerir, da melhor
maneira possível, seus fluxos para emissão de garantias judiciais.
A Avita é a primeira insurtech brasileira a desenvolver
uma plataforma online capaz de ajudar os diferentes membros do ecossistema a
gerenciar eficientemente todos os aspectos de suas garantias judiciais. A
empresa já é a maior emissora de seguro garantia judicial do país. Hoje, já
possuímos mais de 30 mil apólices emitidas pelo portal. Diminuímos os custos
operacionais e financeiros relacionados à contratação e gestão de seguro
garantia judicial, de forma a beneficiar tanto as seguradoras, que podem
ofertar seu produto com mais agilidade e facilidade, como as empresas
contratantes, aliviando a sobrecarga antes causada pela emissão e gestão dessas
apólices, afirma Adriano Almeida, CEO e fundador da Avita Seguros.
Segundo Fernando Saccon, da Zurich, a integração da Zurich
com o Portal Avita tem potencial para aumentar significativamente a geração de
prêmio em seguro garantia, tanto pela rapidez quanto pela praticidade das
empresas para lidar com esse tipo de seguro, o que deve atrair novos clientes
para a companhia.
Esta parceria está totalmente alinhada à jornada de
transformação digital da Zurich, que coloca o cliente em primeiro lugar. A
presença da empresa nessa plataforma significa que estamos oferecendo um
serviço de boa qualidade, simples, ágil e 100% digital aos nossos clientes, em
linha com o que o mercado precisa, conclui o executivo.
OPEN INSURANCE, NEM SEMPRE A OUSADIA É O MELHOR CAMINHO
Fonte: Sindseg
Ao contrário do ex-governador Orestes Quercia, que,
lembrando o ditado caipira, dizia que cautela e caldo de galinha nunca fizeram
mal a ninguém, parece que as autoridades federais encarregadas do setor de
seguros gostam de viver perigosamente.
Nada de novo debaixo do céu. Desde que este Governo
assumiu, foram baixados uma série de atos que causaram estresse no setor e que
foram tão longe quanto, sem qualquer discussão sobre o tema - revogar a Lei dos
Corretores de Seguros e retirá-los do Sistema Nacional de Seguros Privados. O
Congresso Nacional não permitiu a manobra, mas nem por isso os corretores de
seguros estão tranquilos.
Agora eles estão ameaçados por conta do projeto do Open
Insurance, que cria, entre várias novidades perigosas, uma figura que terá o
monopólio da distribuição das operações. O Open Insurance parece uma nova
jabuticaba, ou melhor, um projeto de jabuticabeira que tem tudo para dar
errado, mas que vai sendo levado a ferro e fogo pela SUSEP (Superintendência de
Seguros Privados).
As razões para o provável insucesso começam no fato de
que o Open Insurance não existe nos países desenvolvidos, com exceção da
Inglaterra, onde um projeto neste sentido vai sendo tocado. Continua porque nos
Estados Unidos ninguém está dando atenção ao tema. E vai em frente no
desconhecimento do Governo sobre a matéria, tanto que vários pontos são
absolutamente nebulosos, outros copiados do Banco Central e a SUSEP não
responde quando questionada sobre eles.
De concreto, temos que o Open Insurance vem a reboque do
Open Banking, capitaneado pelo Banco Central. Há quem diga que as autoridades
de seguros não foram consultadas, que simplesmente foram participadas de que
seria assim e que era para seguirem o Banco Central, sem muita discussão.
Pode ser que sim, pode ser que não, as razões não são
relevantes. Relevante é se ter claro que as atividades financeiras e de seguros
são completamente diferentes uma da outra e que o que é bom para uma não é
necessariamente bom para a outra. Aliás, pelas tipicidades de cada setor, é
fácil ver que o que eles fazem é completamente diferente e que, portanto, as
regras válidas para um não devem ser automaticamente aplicadas ao outro, porque
as chances da nova variedade de jabuticaba não vingar são grandes.
O CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados) decidiu
baixar as regras para a introdução do Open Insurance. Um tema que precisaria
muito mais debate antes de ter datas e ciclos para entrar em vigor, já tem data
certa para começar a funcionar, em dezembro deste ano, com mais duas etapas a
serem implementadas no ano que vem. Como o assunto ainda está praticamente cru,
cabe a pergunta: É confiar no taco e ter muita ousadia ou é desconhecimento do
assunto? Pelo andar da carruagem e pelo que contam as pessoas que têm
participado das exposições feitas pela SUSEP, falta muita definição, muito
conceito e muita certeza para o projeto ter chance de vingar.
Seguro não combina com ousadia. O desenho do setor está
muito mais para caldo de galinha e cautela, até porque sua atividade precípua é
a proteção da sociedade, através da reposição de patrimônios e capacidades de
atuação atingidos por eventos danosos, apesar dos cuidados e das medidas de
minimização de riscos adotadas.
O setor de seguros não nasceu feito, nem foi tirado de
uma nuvem por um anjo bom, numa noite estrelada. O que temos hoje é fruto de
uma longa história, de um constante aprendizado, com erros e acertos que,
incluídos os planos de saúde privados, representam mais de 500 bilhões de reais
de faturamento anual, reservas de mais de um trilhão e duzentos bilhões de
reais e dezenas de milhões de segurados. Este patrimônio não pode ser ameaçado.
Ninguém é contra a ideia do Open Insurance. Ao contrário,
bem dimensionado, baseado em estudos profundos, feitos por gente que conhece o
dia a dia da atividade, ele pode dar certo. Mas, antes, cabe a pergunta: se ele
é tão bom, por que os países onde o seguro é desenvolvido não se interessam por
ele?
Setor de Infraestrutura Defende Maior Governança no
Planejamento
Agentes e especialistas da área de infraestrutura
defenderam a busca por melhores mecanismos de governança no planejamento
setorial. O debate faz parte de uma auditoria do Tribunal de Contas da União
(TCU) que analisa de que forma o Plano Nacional de Logística (PNL 2035)
contribui para o planejamento integrado de transporte e para a otimização da
aplicação dos recursos. De forma específica, técnicos do tribunal vão avaliar
de que forma o plano atende aos requisitos de governança e como o documento
orienta a seleção e priorização dos projetos e corredores logísticos.
Outro ponto a ser visto pelos auditores é como o PNL
contribui para integração e compatibilização entre diferentes modos de
transporte. Sobre esse aspecto, será verificado como a intermodalidade é
considerada no PNL e no planejamento integrado de transporte (PIT). O relatório
final do PNL está em elaboração, com Ministério da Infraestrutura e a Empresa
de Planejamento e Logística (EPL) avaliando contribuições da audiência pública
realizada após o lançamento do relatório preliminar. O relator do processo no
TCU é o ministro Raimundo Carreiro.
O sócio-fundador da Inter.B Consultoria e diretor do
International Growth Center (LSE), Claudio Frischtak, disse que o país tem o
desafio de investir mais e melhor em infraestrutura. Ele observa que,
historicamente, o país tem um problema de fragilidade de governança das
empresas públicas. Depende da qualidade da governança dos investimentos
públicos, hoje menos de um terço dos investimentos em infraestrutura, mas dos
investimentos financiados pelo setor público que continuam sendo
significativos, comentou, nesta quinta-feira (22), durante painel de referência
sobre a auditoria no PNL 2035.
Na ocasião, o presidente da Associação Brasileira dos
Terminais Portuários (ABTP), Jesualdo Silva, disse que o PNL tem alguns gaps,
mas consegue dar uma visão da logística brasileira de forma integrada. Ele
concorda com a necessidade de implementar mecanismos de governança que sejam planos
de Estado, e não de governo. Da mesma forma, chamou atenção para que planos
setoriais sejam aderentes e que a priorização dos projetos case com o objetivo
da redução dos custos logísticos. Silva também defendeu maior exploração do
potencial da navegação interior, por meio de estímulos a investimentos e
fortalecimento do arcabouço jurídico que envolve o setor, de forma a desatar o
modelo que a navegação compete com a geração hidrelétrica.
Para o diretor-executivo da Associação nacional dos
Transportadores Ferroviários (ANTF), Fernando Paes, a maior contribuição do TCU
pode ser fortalecer os planos e ajudar na blindagem positiva do poder executivo
nas decisões de planejamento intermodal que, muitas vezes, esbarram no conflito
de interesses entre os entes federativos, que competem para atrair projetos de
infraestrutura. É importante que esses planos consigam chegar com estabilidade
que perpasse um e outro governo, mas também que possa sinalizar, senão os
projetos, os critérios mínimos que o Executivo precisa demonstrar para alocar
recursos públicos para construção ou revitalização do trecho ferroviário,
sugeriu Paes.
A diretora-executiva da Associação de Terminais
Portuários Privados (ATP), Luciana Guerise, estima que o setor portuário já
assistiu a mais de 20 planos de logística ou específicos para o segmento
portuário desde o final da década de 1940. Entre os pontos apontados, a ATP
gostaria de conferir a apresentação dos cálculos da saturação da capacidade de
ferrovias e portos que justificam projetos ferroviários e de cabotagem. A
associação entende que o PNL, ou o plano setorial portuário, poderia incluir
projetos e obras de dragagem dos canais de navegação, na medida em que tais
intervenções melhoram a velocidade dos fluxos e capacidades das cargas em seus
modais de transporte. A ATP também sentiu falta de maior destaque aos terminais
de uso privado (TUP), que representam dois terços da movimentação portuária no
país e indicam grande potencial de expansão.
Fonte: Revista Portos e Navios
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Maiores informações acesse: Conhecer Seguros
Acesse as edições mais recentes das publicações do mercado:
Revista Apólice: https://www.revistaapolice.com.br/2021/05/edicao-265/
Revista Cobertura: https://www.revistacobertura.com.br/revistas/revista-cobertura/revista-cobertura-edicao-231/#2
Revista Segurador Brasil: https://issuu.com/revistaseguradorbrasil/docs/segurador_166_
Revista Seguro Total: https://revistasegurototal.com.br/2021/06/14/mercados-de-vida-e-previdencia-apresentam-crescimento/
Revista Insurance Corp:
Caderno de Seguros: https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n-916.html
Revista Brasil Energia: https://editorabrasilenergia.com.br/wp-content/uploads/sites/1/flips/129726/Bia469v3/2/index.html
Relatório 2020 da CNseg (destaca os seus projetos e ações em ano desafiador): https://cnseg.org.br/noticias/relatorio-2020-da-cnseg-destaca-os-seus-projetos-e-acoes-em-ano-desafiador.html
2021 / CNseg: O Setor de Seguros Brasileiro: https://cnseg.org.br/publicacoes/o-setor-de-seguros-brasileiro-folder-2021.html
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O Curso de Extensão ENS em parceria com a AIDA, tem como objetivo proporcionar o conhecimento das modalidades de seguros do ramo de Responsabilidade Civil, as normas legais que o regulam, a formação do contrato e todas as obrigações e os direitos dele decorrentes, como coberturas, exclusões e diversos temas conexos e diretamente relacionados. Para maiores informações e inscrições acesse: https://www.ens.edu.br/.../cursos-de-extensao-aulas-ao...
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