Jogos Olímpicos
26, Jul. 2021
Jogos Olímpicos
Investimento de € 11 bi nas Olimpíadas não terá retorno
no curto prazo
Pandemia frustra expectativas do Japão, diz professor da
ESPM.
Fonte: Monitor Mercantil
A organização dos Jogos Olímpicos de Tóquio consumiu
investimentos de € 11 bilhões, mas a esperança para um impulso para a economia
japonesa foi frustrada pela pandemia. Diferentemente de 1964, quando o Japão
sediou as competições com crescimento acelerado na economia, agora o país
enfrenta um cenário de estagnação há três décadas. Os Jogos foram oficialmente
abertos nesta sexta-feira.
Havia uma alta expectativa de que a economia fosse
crescer com o aumento do turismo e com uma renovação na imagem do país. Com o
adiamento das Olímpiadas no ano passado e o avanço da Covid-19, essas
expectativas foram frustradas. Os altos investimentos ficarão sem retorno no
curto prazo. A esperança é que as melhorias implementadas beneficiem o turismo
após o fim da pandemia, diz Alexandre Uehara, coordenador do Núcleo de Estudos
e Negócios Asiáticos da ESPM.
Para Uehara, essa frustração com o adiamento das
Olimpíadas se tornou ainda mais negativa com a condução da política de saúde
pública pelo governo local. O governo japonês não se comunicou bem com a
população durante a pandemia. O Japão é o país com maior proporção de idosos no
mundo: são 30% da população. Essa parcela vulnerável não foi tratada como
prioridade no discurso, que destacava mais a importância das Olimpíadas do que
a contenção da pandemia para os grupos mais frágeis. A vacinação teve um
cronograma mais lento do que o esperado e isso não foi bem visto, diz.
Com esse cenário, cresceu a oposição de parte importante
dos japoneses aos Jogos, o que provocou a redução de exposição de
patrocinadores locais como a Toyota e a Panasonic. Agora, a torcida dos
organizadores é que não haja um surto de Covid durante as Olimpíadas. Isso
traria prejuízos ainda maiores para a organização e para o governo japonês,
afirma.
A aplicabilidade do seguro-garantia de 30% nas concessões
e PPPs
Fonte: CQCS
Lucio Roca Bragança, Advogado, pós-graduado pela UFRGS.
MBA em Gestão Jurídica de Seguros e Resseguros pela ENS. Secretário-Geral da
Comissão de Seguros e Previdência Complementar da OAB/RS. Membro da AINDA
(Association Internationale de Droit des Assurances). Professor convidado da Escola
Superior da Magistratura do Rio Grande do Sul (AJURIS). Sócio do Escritório
Agrifoglio Vianna Advogados Associados
Cristiano Borges Castilhos, Advogado, pós-graduado pela
UFRGS. Atualmente, é Diretor Jurídico da Construtora Queiroz Galvão S.A., Membro
da Comissão de Direito Público da OAB/RJ, Vice-Presidente da Comissão de Obras,
Concessões e Controle da Administração Pública da OAB/RJ, Membro da Comissão
Especial de Obras, Concessões e Controle da Administração do Conselho Federal
da OAB e Membro do IDASAN, Instituto de Direito Administrativo Sancionador
Brasileiro.
A Lei 14.133/21, chamada de Nova Lei de Licitações e
Contratos Administrativos, apresenta duas novidades visando a maior efetividade
da contratação pública, que serão abordadas neste artigo: a ampliação da
exigibilidade de seguro-garantia para grandes obras até o limite de 30% do
valor do contrato e a possibilidade da seguradora realizar o chamado step in, a
assunção da obra inacabada.
Com isso, ganha vulto o papel das seguradoras nos contratos
administrativos, que terão três possibilidades ante o inadimplemento consumado
da construtora: a) contratar um terceiro para terminar a obra por sua conta e
risco; b) assumir a execução do projeto e finalizá-lo por seus próprios meios;
ou c) indenizar o Contratante no valor total da Importância Segurada, que pode
chegar aos 30%, e independe do valor do prejuízo.
Neste artigo, nos propomos a examinar se tais inovações
impactam também o mercado de Concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs).
Trata-se de questão de suma relevância econômica, já que, em empreendimentos de
grande porte, tais como aqueles previstos no Programa de Parcerias de
Investimentos, PPI do Governo Federal, ou nos programas de concessão estaduais,
os valores de contrato superam a casa de bilhão de reais ou de dezena de bilhão
de reais.
De efeito, os valores destes Contratos correspondem, por
exemplo, ao valor presente das Receitas Tarifárias e Não-Tarifárias estimadas
para todo o prazo da concessão (ANAC, Concessão dos Aeroportos: Bloco Nordeste:
R$ 5,7bi; Guarulhos: R$ 17,6bi); ou, ainda, ao somatório dos valores nominais
do aporte, da contraprestação pecuniária, das receitas decorrentes da tarifa de
remuneração e das receitas acessórias (Estado de São Paulo, PPP Linha 6 do
Metrô: R$ 23bi); ou, por fim, ao somatório dos valores de investimentos
previstos ao longo do Prazo Contratual (Estado de São Paulo, PPP Rodovia dos
Tamoios: R$ 3,9bi).
Do ponto de vista jurídico, a questão da aplicabilidade
da nova Lei de Licitações às Concessões e às PPPs não é de simplória resposta,
já que tais modalidades são regidas por leis próprias (Lei 8.987/95 e Lei
11.079/04). Para responder ao questionamento, é preciso uma visão sistêmica,
para enxergar o ordenamento como um todo harmônico, em que há uma Lei Geral e
também Leis Especiais, formando um ambiente de complementariedade, pelo qual a
Lei de Licitações ganha destaque por regular de modo amplo o art. 37, XXI, da
Constituição Federal, funcionando como marco princípio lógico e sistematizador
de todas as licitações e contratos, tirante as contratações das Estatais.
Neste cenário, aplica-se a nova Lei de Licitações às
Concessões e às PPPs sempre que for compatível, isto é, sempre que se
harmonizar à natureza e peculiaridades destas modalidades, bem como quando
estas Leis expressamente chamam a norma geral de compras públicas. É assim que
deve ser lido o art. 186 da nova Lei, que determina a sua aplicação subsidiária
às Leis 8.987/95 e 11.079/04. Porém, para chegar à conclusão específica dos
temas aqui abordados, é preciso aprofundar a análise.
Examinando a particularidade do regime das Concessões,
vê-se que ele não prescinde garantias, que estão expressamente previstas nos
arts. 18, XV e 23, parágrafo único, II, da Lei correspondente, ainda que sem
menção expressa ao seguro. Deve-se observar apenas que a exigência feita, na
Lei de Concessões, às garantias se limitam àquelas precedidas de obras
públicas; há ainda outra limitação, relativa ao patamar de garantia: seu valor
deve ser limitado ao valor da obra.
Na prática, quase invariavelmente, a garantia de execução
exigida em Contratos de Concessão prevê um patamar de garantia mais alto na
fase de obras de implantação (período pré-completion), o qual diminui
sensivelmente com a entrega da infraestrutura, mantendo-se em percentual mais
diminuto durante de operação e manutenção dos serviços públicos. São exemplos
dessa dinâmica, as principais concessões federais aeroportuárias e também as
concessões estaduais metroviárias e rodoviárias.
Já a Lei das PPP se reporta expressamente à Lei 8.666/93
para disciplinar o regime atinente à prestação as garantias. Quando for
revogada a Lei vigente (2 anos após a publicação da Lei 14.133/21),
aplicar-se-ão as disposições da Lei nova, que regula especificamente o regime
das garantias em contratos administrativos (veja-se o art. 189 da Nova Lei:
aplica-se esta Lei às hipóteses previstas na legislação que façam referência
expressa à Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993).
Outrossim, a Lei das PPPs, em seu art. 5º, VIII, é clara
ao impor ao parceiro privado a prestação de garantias de execução suficientes e
compatíveis com os ônus e riscos envolvidos, observados os limites dos §§ 3º e
5º do art. 56 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Daí se infere que: a)
nos contratos de PPP e na vigência da Lei 8.666/93, o limite de garantia de
execução do contrato é limitado a 10% do valor do contrato (art. 56, § 3º da
Lei 8666/93); e b) esse limite de garantia se aplica aos Contratos de PPP
independentemente da realização de obras e serviços de engenharia de grande
vulto; c) passada a vigência da Lei atual, aplicam-se os novos limites e
disposições previstos na Nova Lei.
Por conseguinte, tais fundamentos nos permitem expor, à
guisa de conclusão, que o seguro-garantia dos frequentemente bilionários
Contratos de Concessão e de PPP poderá ser exigido no patamar de 30%,
admitindo-se também a cláusula de step in. É claro que, na formatação do
projeto, a Administração deverá avaliar e fundamentar a conveniência e a
necessidade, além de perquirir a possibilidade mercadológica destas exigências,
ressalvando-se que, nos Contratos de Concessão, o percentual fica limitado ao
valor das obras.
Ataques cibernéticos sequestram dados para extorsão de
empresas: o que fazer?
Entenda como funciona esse tipo de golpe, que já é cada
vez mais comum; Brasil está no top 10 de países com mais ataques no mundo
Fonte: InfoMoney
Ataques cibernéticos a empresas estão se tornando cada
vez mais comuns no mundo todo. O grupo Fleury ficou com os sistemas fora do ar,
enquanto a empresa de alimentos JBS (JBSS3) teve suas operações de
processadoras de carne na América do Norte e na Austrália impactadas.
A americana Colonial Pipeline teve que paralisar
suas operações durante alguns dias, afetando a distribuição de gasolina em boa
parte da Costa Leste dos EUA. Entre as semelhanças dos episódios citados, mais
do que o ataque cibernético propriamente dito, está a origem do problema: o
crime ocorreu através de ransomwares.
Mas afinal, o que é um ataque ransomware? O ransomware
pode ser traduzido como um sequestro de dados. É um software de extorsão, ou
seja, os hackers acessam sistemas críticos, os bloqueiam e exigem valores
financeiros das vítimas para que elas liberem as informações.
Ransom em inglês significa resgate. Assim, como o próprio
nome sugere, as vítimas desses golpes, como as empresas citadas, geralmente
precisam desembolsar uma quantia alta para recuperarem seus sistemas que ficam
bloqueados pelos cibercriminosos.
O InfoMoney contatou especialistas para entender o
cenário de segurança digital no Brasil, como funciona o ransomware e para
coletar dicas de como as empresas podem evitar esse tipo de problema.
A extorsão via ransomware
O ransomware é um software feito para sequestrar os dados
do local que vai atacar e depois extorquir a vítima.
A ação de um ransomware pressupõe que o hacker queira
infectar de alguma forma um ambiente digital com esse software malicioso com o
objetivo de estabelecer algum tipo de controle sobre o conteúdo, explica Paulo
Alessandro, head de vendas da área de engenharia da Tempest, consultoria de
segurança.
Ao iniciar o processo, o ransomware vai sequestrar, reter
a informação e criptografá-la, mantendo uma única chave de acesso para liberar
o acesso aos dados. Depois pede o resgate para a vítima, geralmente em
criptomoedas, explica Alessandro.
Mas há dois tipos de extorsão a partir da infecção do
ransomware em um dispositivo, segundo Marco DeMello, CEO da PSafe, empresa de
segurança digital.
A primeira (e a mais comum) é essa que sequestrar os
dados e exigir dinheiro como resgate desses dados. Porém, ao fazer esse
sequestro, o cibercriminoso pode copiar todos eles, e semanas depois dar início
a uma segunda extorsão, conta.
Então, ele vai contatar a empresa novamente e pedir mais
dinheiro, ameaçando a empresa: se não houver pagamento, eles divulgam as
informações ao público, resultando no vazamento de dados, explica.
Assim, o vazamento de dados pode ser uma consequência de
um ataque ransomware, caso a empresa opte por não pagar.
O problema é que é uma chantagem eterna. Se a empresa
paga ambas as extorsões, os cibercriminosos podem voltar semanas depois pedindo
mais dinheiro, vira um ciclo vicioso e a empresa fica na mão do criminoso, diz
o CEO.
Por isso, muitas empresas não pagam essa segunda ameaça.
Preferem correr o risco de ter os dados vazados. Afinal, não ter acesso aos
próprios dados pode quebrar a empresa. Uma vez que os dados voltam para as mãos
da empresa, a recuperação pode ser lenta, mas deve acontecer. Os dados vazados
é uma crise de imagem, mas que a empresa eventualmente pode recuperar, avalia
DeMello.
De fato, a empresa tem dificuldade em mensurar o tamanho
do risco, pontua Alessandro. É complicado: você como empresa vai ceder e pagar
pelos próprios dados? Aí, paga e não tem os dados de volta. Não tem como
confiar na palavra do cibercriminoso, diz o executivo da Tempest.
Como funciona o ransomware?
O consenso entre os especialistas consultados é de que o
método mais comum de um ransomware infectar um dispositivo de uma empresa é por
meio do e-mail.
Os cibercriminosos preparam e-mails que chamem a atenção
do funcionário, por exemplo. Pode ser sobre qualquer tema que incentive o
clique, mas geralmente tem relação com a identidade visual da empresa, pode
usar materiais já publicados, tudo para enganar a pessoa do outro lado da tela,
explica Alessandro.
Segundo ele, a ação do cibercriminoso geralmente é
direcionada à empresa que será a vítima, por isso, existe a preocupação de
tornar a mensagem corrompida e o mais comum possível para o ataque ser
bem-sucedido.
Marco Zanini, CEO da Dinamo Networks, acrescenta que ao
infectar o dispositivo, o ransomware procura por documentos como planilhas,
bancos de dados, documento do Word, entre outros documentos que potencialmente
são importantes para a empresa.
O elo mais fraco é o ser humano. Geralmente, o ransomware
entra na empresa por descuido de algum funcionário, que mesmo sem querer abre o
e-mail corrompido, diz.
Alessandro pondera, no entanto, que raramente o ataque
ransomware tem como origem um ponto isolado.
Os cibercriminosos praticam a engenharia social de forma
muito eficiente, enganando, de fato, as pessoas. E não estamos falando dos
funcionários que trabalham em áreas distantes da segurança da informação. Mesmo
experts são enganados por esses e-mails e abordagens direcionadas. Mas a
empresa também precisa de ferramentas que auxiliem nessa proteção. Sem elas é
quase impossível conter 100% das tentativas, explica.
Mas não funciona somente dessa maneira. Segundo uma apuração
da Bloomberg, o ataque na Colonial Pipeline, por exemplo, aconteceu porque a
empresa provavelmente foi violada por meio de uma senha vazada para uma conta
antiga que tinha acesso à rede privada virtual (VPN) usada para acessar
remotamente os servidores da empresa.
A conta supostamente não tinha autenticação dupla, então
os hackers só precisavam saber o nome de usuário e a senha para obter acesso ao
maior oleoduto de petróleo do país.
Ciclo vicioso prejudica ação de defesa
Segundo DeMello, de dois anos para cá houve uma evolução
drástica no comportamento dos ataques e uma injeção de capital muito grande do
crime organizado virtual.
A deep web se organizou e existem empresas operando que
alugam ferramentas de ransomwares. O hacker tem interesse em atacar uma empresa
X. Busca na deep web uma provedora de ransomware, aluga o software, geralmente,
em bitcoin, faz o ataque e divide o lucro com essa provedora. A sofisticação da
operação é alta. O criminoso só precisa acertar uma vez, enquanto a empresa e
seus parceiros que ajudam na defesa precisam estar certos o tempo todo, diz.
A PSafe tem como um de seus serviços, inclusive, um
seguro para ataques ransomware. O seguro cobre as consequências da invasão,
seja auxiliando financeiramente na recuperação de dados pós ataque, ou mesmo
pagando o resgate, explica DeMello.
Os seguros contra ransomwares podem alimentar esse ciclo
de extorsão: se os hackers sabem que a empresa possui seguro, praticamente têm
a garantia de que vão receber alguma quantia. Mas é uma operação complexa de
ser impedida.
Luis Corrons, pesquisador sênior da Avast, afirma que
esses ataques cibernéticos criminosos são um dilema para as empresas.
De um lado, se ninguém paga os criminosos teoricamente os
ataques poderiam diminuir, afinal, eles estão atrás de dinheiro, da recompensa
financeira. Por outro lado, não existe garantia de que isso acabe. As
motivações dos criminosos são variadas, afirma.
A Colonial Pipeline fornece combustível para boa parte da
Costa Leste americana. Quando o ataque foi noticiado já começaram os estoques e
picos de preços. Se a empresa não paga o resgate o que ia acontecer? Ia ser uma
crise. A empresa teve que desembolsar US$ 4,4 milhões, diz DeMello.
Até os criminosos pararem os ataques por não estarem
recebendo, os prejuízos podem ser gigantescos, inclusive para a economia de um
país. Se os alvos forem as grandes empresas, pode afetar muitas pontas da
cadeia, completa. A operação da empresa já voltou à normalidade.
O InfoMoney contatou o Grupo Fleury e a JBS EUA sobre a
situação atual dos sistemas e um posicionamento sobre os respectivos casos. A
JBS não respondeu à solicitação até o momento de publicação desta reportagem.
Oficialmente, nenhuma das empresas informou pagar o resgate das informações.
Em nota, o Fleury informou apenas que a base de dados se
manteve íntegra, os sistemas foram rapidamente reestabelecidos e em nenhum
momento os atendimentos foram interrompidos.
Ataques em alta
Segundo a empresa de segurança digital Sonic Wall, no
Brasil, esses ataques de ransomware aumentaram 62% em 2020, na comparação com o
ano anterior. O Brasil é o nono país do mundo com maior registro desse tipo de
golpe. Veja abaixo o ranking.
Por aqui, foram mais de 3,8 milhões de ataques da
ransomware bem-sucedidos. Embora sejam muitos, o volume é uma fração na
comparação com os mais de 203 milhões observados nos EUA em 2020.
Ainda, dados da Fortinet, empresa de soluções de
segurança cibernética, revelam que o Brasil sofreu mais de 3,2 bilhões de
tentativas de ataques cibernéticos só no primeiro trimestre de 2021.
Um outro estudo da consultoria Gartner mostra que há a
intenção de investir cada vez mais em segurança da informação: os gastos
mundiais com tecnologias para segurança da informação e serviços de gerenciamento
de risco devem crescer 12,4% em 2021, chegando a US$ 150,4 bilhões. Como base
de comparação, em 2020, os gastos com segurança e gerenciamento de risco
cresceram 6,4%.
Como as empresas evitam o problema?
Paulo Alessandro, da Tempest, afirma que as empresas
precisam entender que ser vítima de um ataque ransomware não é fruto de uma
única imprudência ou de uma única ação ou tomada de decisão incorretas.
É fruto de uma cadeia de eventos e escolhas executivas e
operacionais no dia a dia, que podem criar essa janela de exposição. A sinergia
entre as áreas administrativas, operacionais e de segurança é fundamental, diz.
Por isso, o InfoMoney pediu dicas para todos os
especialistas (da Tempest, da Dinamo, da Avast e da PSafe) ouvidos para esta
matéria. Veja abaixo.
1) Conheça o horizonte de risco
Cada empresa precisa saber o horizonte de risco para
medir quais critérios de segurança vai adotar. Segundo os especialistas, não
saber isso é navegar às escuras em um mar totalmente desconhecido.
Como fazer isso? É preciso conhecer as joias da coroa,
como exemplificou Alessandro. Ou seja, a empresa precisa identificar quais as
informações mais importantes para proteger com o máximo de critério e rigor.
Fazer escolhas é essencial porque, no limite, tentar
proteger todas as informações pode tornar o negócio inviável pelo custo alto e
baixa eficiência operacional. Ter muitos controles das informações pode
desacelerar o trabalho dos funcionários no dia a dia, o que pode ser ruim.
Por isso, é preciso identificar dentro da empresa as
informações chaves, que vão variar de acordo com o negócio. Se a empresa tiver
uma área grande de pesquisa e desenvolvimento a atenção vai para um lado, se a
empresa for de bens de consumo, provavelmente terá mais dados de pessoas
físicas, e o foco vai para outro lado, por exemplo.
2) Segurança da informação é parte da estratégia
Mais do que identificar seu horizonte de risco, é preciso
tornar esse diagnóstico prático. Por isso, os especialistas recomendam que a
segurança da informação seja uma pauta constante dentro das empresas,
integrando a parte estratégica do negócio.
Os times da empresa precisam jogar juntos, ou seja, as
prioridades de segurança da informação devem estar alinhadas com as outras
áreas. Uma forma de desenvolver isso é fazer um plano de ação focado em
segurança da informação.
Tenha um plano criterioso de segurança e baseado em dois
pilares centrais: o universo de risco da empresa e a informação que deseja
proteger. Ao longo do tempo esse plano, que vai ser adaptado e acompanhando de
perto, vai mostrar quais os riscos são maiores, quais as fragilidades, e
garantir uma prevenção ao ataque cibernético.
Mesmo se acontecer, a resposta tende a ser mais rápida se
há um plano traçado para momentos como esse. Inevitavelmente, esse plano vai
exigir investimentos de tempo, dinheiro e recursos humanos, mas é isso que vai
evitar uma surpresa negativa ou um ataque de risco imensurável.
3) Olho nos parceiros
Essa prevenção aos ataques ransomwares não pode parar
dentro da estrutura da empresa. Todo mundo relacionado ao ecossistema de
negócio faz parte do escopo de segurança, seja por força regulatória, seja por
precaução de mercado.
Saber como os parceiros cuidam das suas informações é
fundamental para que o plano de segurança seja eficiente. Não adianta a empresa
ter uma ótima infraestrutura, se os parceiros não tiverem. A força da corrente
sempre será proporcional ao elo mais fraco dela.
4) Treinamentos e campanhas
Uma outra forma de incentivar a segurança da informação é
a empresa promover campanhas e treinamento de segurança internos para os próprios
funcionários. Se todos os funcionários tiverem uma noção básica dos riscos a
chance de mitigar pelo menos parte deles é boa.
As empresas brasileiras carecem de uma cultura de
segurança digital, ainda é necessário treinar as pessoas para pensar nos riscos
envolvidos em uma operação de negócio. Durante a pandemia, em que muitas
empresas estão operando à distância isso é ainda mais importante, já que não há
uma supervisão constante, nem um ambiente fixo seguro onde as informações
circulam.
5) Qualquer empresa é alvo
Apesar dos exemplos citados serem referentes a empresas
de grande porte em seus respectivos negócios, não há uma regra para esse tipo
de ataque. Qualquer companhia pode enfrentar problemas desse tipo.
O que muda é que o software sabe que ao atacar empresas
de menor porte precisa pedir uma recompensa proporcional, sabendo quanto ela
pode gastar. Por isso, médios e pequenos empresários precisam ficar atentos com
a área de segurança da informação de seus negócios.
As dicas são as mesmas, e vale aplicá-las de forma
coerente ao tamanho do negócio, conforme os especialistas explicaram.
Startups de segurança surfam na onda
Em meio à crescente preocupação das empresas com o tema
segurança digital, as oportunidades aumentaram para startups que estão atuando
nesse nicho, com diversos tipos de produtos e serviços.
A VU Security, por exemplo, tem foco na melhoria da
identificação digital e prevenção de fraudes. A empresa argentina coloca como
diferencial prover experiências digitais simples, mas protegidas. A ideia
conquistou um novo investimento recente de R$ 60 milhões, e parte dos recursos
serão usados para a entrada da VU Security no mercado brasileiro.
A Incognia, uma startup que possui uma solução de
autenticação para aplicativos mobile, teve um aumento de 66% na sua base de
usuários no segundo trimestre de 2021. Só em julho de 2021, três bancos
digitais integraram nossa tecnologia em seus aplicativos, somando mais 30
milhões de contas protegidas, diz André Ferraz, CEO da empresa.
A Unico, que desenvolve soluções para proteção de
identidade e prevenção de fraudes, atingiu até junho 110% do volume de
autenticações que fez em 2020 para seus clientes. De maio de 2020 até 20 de
julho deste ano, a Unico saltou de 180 para 600 colaboradores e quase triplicou
de tamanho, atingindo a meta de crescimento anual nos primeiros seis meses de
2021, afirma Thiago Diogo, diretor de segurança da informação, privacidade e
plataforma da empresa.
A AllowMe, outra startup de segurança da informação e
identificação de usuários, também registrou crescimento: houve um aumento de
40% de novos clientes no primeiro semestre de 2021 comparando com o mesmo
semestre de 2020.
Mesmo outras categorias de empresas como a Dinamo
Networks, por exemplo, registraram crescimento de 30% na demanda de produtos e
serviços para a proteção de dados e criptografia no primeiro semestre de 2021.
Na PSafe, a dfndr enterprise, solução contra vazamentos de dados empresariais,
foi lançada em janeiro e até junho registrou aumento médio mensal de 50% no número
de novos clientes.
Petrobrás Investirá US$ 13 Bilhões na Bacia de Campos até
2025
Entre 2021 e 2025 a Petrobras prevê investir US$ 13
bilhões em negócios na Bacia de Campos, sobretudo para a revitalização de
campos de petróleo.
A Petrobras tem realocado investimentos por meio do que
chama gestão ativa de portfólio, ou seja, tem apostado nos ativos com potencial
de gerar mais valor no médio e no longo prazo e possibilidade de maior
lucratividade. Na região, obteve cerca de US$ 3,7 bilhões com a venda de ativos
como 50% do Campo de Tartaruga Verde e Espadarte, Campo de Frade, Polo Pampo,
Polo Enchova e Polo Pargo.
A região também se beneficiará dos investimentos das
empresas que adquiriram campos que eram operados pela Petrobras. Pelo menos
seis novas empresas passaram a atuar na região, com perspectivas de alavancar a
produção. Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
(Firjan), quatro das empresas que compraram ativos na região já apresentaram
planos de desenvolvimento que somam R$ 13,2 bilhões.
Líder mundial em exploração e produção em águas profundas
e ultraprofundas, a Petrobras produz atualmente na Bacia de Campos 710 mil
barris de óleo equivalente (boe) por dia, o que representa 25% da produção de
óleo e gás no Brasil. São cerca de 280 poços produtores e 29 plataformas
marítimas em operação, que produzem tanto no pós-sal quanto no pré-sal.
Faz parte da estratégia da Petrobras continuar produzindo
fortemente nesta bacia petrolífera. Segundo a companhia, um grande plano de renovação
está em andamento, com investimentos realizados e previstos para os próximos
anos. Foram investidos pela Petrobras na região nos últimos 10 anos US$ 53
bilhões, colocando em operação mais de 270 poços, além de 10 novos sistemas de
produção.
A Petrobras vai instalar na Bacia de Campos três novas
plataformas nos próximos cinco anos. Está programada para 2023 a instalação de
duas plataformas no campo de Marlim, com capacidade de produzir, juntas, 150
mil barris de petróleo por dia (bpd) e processar 560 mil barris de líquidos por
dia, e uma unidade para 2024 para o complexo integrado do Parque da Baleias,
com potencial de produzir sozinha 100 mil bpd de óleo e processar 240 mil
barris de líquidos por dia.
As duas plataformas de Marlim permitirão a ampliação da
produção das jazidas até 2048. As plataformas estarão interligadas a 77 poços
(14 novos e 63 que serão remanejados de Unidades de Produção que serão
descomissionadas). Os novos sistemas possibilitarão a ampliação da produção
atual de Marlim e Voador dos cerca de 45 mil boepd (barris de óleo equivalente
por dia).
Também está prevista a interligação de cerca de 100 novos
poços aos sistemas de produção já instalados na Bacia de Campos. Entre 2017 e
2019, a Petrobras adquiriu 14 blocos exploratórios, que ocupam uma área total
de 12 mil km², o que equivale praticamente à extensão de uma nova Bacia de
Campos. A maioria dos prospectos promissores está localizada na camada pré-sal
dessa bacia.
Fonte: Revista Portos e Navios
CRISE HÍDRICA
Argentina declara emergência hídrica por causa de baixa
do Rio do Paraná
Fonte: Poder360
O presidente argentino, Alberto Fernández, declarou
estado de emergência hídrica pelos próximos 180 dias na região da Bacia do Rio
Paraná. A capital Buenos Aires e outras 6 cidades foram afetadas. O decreto foi
publicado no Diário Oficial desta 2ª feira (26.jul.2021). Eis a íntegra do
documento, em espanhol (186 KB).
A declaração de emergência dá ao ministro-chefe da Casa
Civil, Santiago Cafiero, na qualidade de presidente do Conselho Nacional de
Gestão Integral do Risco e Proteção Civil, o papel de delimitar as áreas
afetadas pela emergência e destinar os recursos necessários.
O decreto também instrui diferentes áreas do governo a
adotarem medidas para mitigar as consequências da situação hídrica que a região
enfrenta.
Além de Buenos Aires, as cidades argentinas afetadas pelo
estado de emergência são Formosa, Chaco, Corrientes, Santa Fé, Entre Ríos e
Misiones. Elas ficam às margens dos rios Paraná, Paraguai e Iguaçu.
Na última 2ª feira (19.jul), o governo da Argentina pediu
aos cidadãos para reduzirem o consumo de água, armazenarem água da chuva para
irrigação e evitarem a queima de resíduos para prevenir incêndios florestais.
As orientações foram dadas para tentar aliviar a pressão sobre o Rio Paraná,
que registra o nível mais baixos dos últimos 77 anos.
Dias antes, o governo também anunciou a criação de um
fundo com US$ 10,4 milhões para reduzir os impactos do baixo nível de água.
O Rio Paraná é utilizado para a exportação de cereais,
como soja e trigo, como fonte de água potável e água de irrigação e para a
geração de energia elétrica.
O rio nasce no sul do Brasil e flui pela Argentina, até
próximo da costa de Buenos Aires. Com a falta de chuva no território
brasileiro, o nível de água do Paraná no país vizinho está sendo drasticamente
afetado.
O Brasil enfrenta a pior seca dos últimos 90 anos. Em
junho, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que a pasta não
trabalha com as hipóteses de racionamento de energia elétrica e de apagão.
No entanto, pela gravidade da situação, estima-se que os
consumidores poderão pagar até R$ 3,6 bilhões a mais na conta de luz.
Custos extras são gerados pela utilização de recursos
mais caros de produção e transmissão de energia, que precisaram ser acionados
por causa do baixo nível da água nas hidrelétricas.
Greve dos Caminhoneiros
Paralisação divide caminhoneiros e sindicatos da
categoria
Fonte: Revista IstoÉ
A possibilidade de uma nova greve dos caminhoneiros deixa
os brasileiros apreensivos. Embora exista muita divergência entre as lideranças
da categoria, algumas associações e sindicatos estão dispostos a uma
paralisação para protestar contra o aumento no preço dos combustíveis.
A principal queixa é em relação à política de Preço de
Paridade de Importação (PPI) da Petrobras, que regula o preço dos combustíveis
de acordo com o mercado internacional. Em 2018, quando houve a primeira grande
paralisação dos caminhoneiros, o preço do diesel era de RS$ 2,93/litro, hoje
varia por volta de RS$ 4,30/litro. Naquele ano, houve desabastecimento de
mercados, redução na frota de ônibus e escassez de combustíveis em todo o País.
+CNTTL apoia greve de caminhoneiros e CNTA não orienta
associados sobre adesão
+Ferroviários da Companhia Metropolitana estão em greve
em São Paulo
As entidades que representam os caminhoneiros no Brasil
são difusas e regionais, o que dificulta uma mobilização em nível nacional. O
Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logísticas do Estado de Minas
Gerais (Setcemg) afirma não haver clima para uma paralisação como a de 2018,
segundo a Rádio Itatiaia.
Já os transportadores autônomos da Baixada Santista
decidiram apoiar a paralisação. O presidente do Conselho Nacional do Transporte
Rodoviário de Cargas (CNTRC) convoca a greve nacional, em vídeo que circula nas
redes sociais. É lamentável termos que passar humilhação para podermos
trabalhar. Ninguém aguenta mais.
Quem também apoia a greve é a Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) e o Conselho Nacional do
Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC).
Outra importante entidade da categoria, a Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava) não irá aderir ao movimento, de acordo com seu presidente, Wallace Landim (Chorão), um dos líderes da greve de 2018. Consideramos justa a ação da categoria dos caminhoneiros autônomos nessa paralisação, no entanto, a Abrava não participará, afirmou Landim ao jornal Gazeta do Povo.
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Revista Seguro Total: https://revistasegurototal.com.br/2021/06/14/mercados-de-vida-e-previdencia-apresentam-crescimento/
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Relatório 2020 da CNseg (destaca os seus projetos e ações em ano desafiador): https://cnseg.org.br/noticias/relatorio-2020-da-cnseg-destaca-os-seus-projetos-e-acoes-em-ano-desafiador.html
2021 / CNseg: O Setor de Seguros Brasileiro: https://cnseg.org.br/publicacoes/o-setor-de-seguros-brasileiro-folder-2021.html
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