Gestão de Riscos e Pandemia
29, Jul. 2021
Gestão de Riscos e Pandemia
Atual realidade leva população a pensar em se proteger e
se prevenir, inclusive, contra outros riscos
Presidente do CVG-SP e convidados destacam bom desempenho
dos seguros de vida e saúde na live do Sindseg-SP
Fonte: CVGSP / Sonho Seguro
O presidente do CVGSP, Marcos Kobayashi, diretor
Comercial Nacional Vida da Tokio Marine Seguradora, participou, nesta
quarta-feira (28/07), do Workshop Vida e Saúde, Oportunidades e desafios no
pós-pandemia, promovido pelo Sindseg-SP. Transmitido ao vivo pela internet, o evento
foi mediado pelo presidente do SindsegSP, Rivaldo Leite, e contou com as
participações de Luciano Lima, da SulAmérica Seguros, e de Marco Antonio
Gonçalves, do Grupo MAG.
Questionado por Rivaldo Leite sobre o bom desempenho do
seguro vida durante a pandemia, Kobayashi explicou que o ramo vem apresentando
crescimento contínuo e consistente. Tanto que, em 2017, ultrapassou a
arrecadação do seguro automóvel e, em 2019, do seguro saúde. Segundo ele, esse
desempenho é fruto de um trabalho de conscientização e esclarecimento da
população. A pandemia materializou de uma forma dura para as pessoas a
necessidade de enxergar a proteção pessoal, financeira e familiar como parte do
processo de planejamento, disse. Na Tokio Marine, por exemplo, Kobayashi
informou que o seguro de vida individual cresceu 71% no último semestre.
Para Marco Antonio Gonçalves, a pandemia fez a população
pensar em se proteger e se prevenir, inclusive, contra outros riscos, como o de
doença grave. Na sua visão, o mercado de seguros tomou a decisão acertada ao
cobrir os sinistros provocados pela covid-19, honrando as indenizações. Mas, o
vírus acabou antecipando muitas mortes e sequelas nas pessoas, tornando o preço
do seguro inadequado. Apesar disso, o seguro de vida tem crescido. Hoje, o seguro
é contratado para outras finalidades, além do risco de morte, como é o caso do
planejamento sucessório. Temos muitos a avançar, e estamos no caminho certo,
disse.
Rivaldo Leite citou dados da FenaPrevi sobre a
sinistralidade do ramo de pessoas, desde que boa parte das seguradoras decidiu
cobrir o risco de pandemia, excluído da maioria dos contratos, e indenizar os
sinistros provocados pela covid-19. Segundo os dados apurados, o mercado
indenizou até o momento 72.043 vidas. Em 2021, foram pagos 48.121 sinistros,
que já ultrapassaram o montante de R$ 2,1 bilhões. Somando 2020 com 2021, o
mercado já indenizou R$ 3,1 bilhões. É um alto valor e não estava precificado,
disse.
Kobayashi confirmou a informação e acrescentou que as 20
maiores seguradoras apresentaram resultado inferior ao mesmo período de 2020 na
carteira de vida. Ele reconheceu que haverá a necessidade de revisão na
precificação do seguro, mas observou que é possível reduzir outros gastos,
como, por exemplo, os de despesas administrativas, para fazer o contraponto com
o aumento de custos. Trata-se de um grande desafio e um dos caminhos é aumentar
o nosso público, trazendo os mais jovens para a proteção do seguro, disse.
O presidente do Sindseg-SP comentou o impacto da pandemia
na saúde suplementar, observando que, a princípio, não acreditava que o setor
fosse ser muito afetado. Mas, então, veio a segunda onda e a situação se
complicou, disse Rivaldo Leite. De acordo com Luciano Lima, na primeira onda,
de fato, os hospitais estavam mais vazios e houve redução na sinistralidade. Já
na segunda, o setor enfrentou o pico de casos, com o aumento do período de
internações. Uma internação que custava R$ 20 mil, aumentou para R$ 100 mil,
disse. Logo em seguida, também houve aumento de procedimentos eletivos e dos
custos médicos.
Para Kobayashi, o aumento da média de diárias de
internação, que passou de 3 dias para 10 dez dias e, em muitos casos, superou
até os 30 dias, agravou os custos. Mesmo assim, ele acredita que o setor
continuará crescendo. Não tenho bola de cristal, mas afirmo que nos próximos
anos os setores de vida e saúde continuarão crescendo porque o mercado,
assessorias, corretores e seguradoras, tem feito um forte trabalho de
conscientização.
Susep avança na simplificação dos seguros de responsabilidades
com nova norma
O objetivo é alinhar o segmento aos avanços promovidos
pela nova norma geral de seguros de danos, proporcionando mais liberdade para
inovação
Fonte: Susep / Sonho Seguro
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) publicou
hoje a Circular Susep nº 637/2021, que revisa e consolida as regras aplicáveis
aos seguros de responsabilidades, dando continuidade ao processo de
simplificação regulatória, flexibilização na elaboração de produtos e estímulo
à inovação. A norma foi submetida à consulta pública entre os meses de março e
abril deste ano.
A superintendente da Susep, Solange Vieira, explica que o
novo normativo adequa os seguros de responsabilidades aos avanços da norma
geral de seguros de danos (Circular Susep nº 621/2021). Com a medida, estamos
simplificando as regras específicas do segmento, dando continuidade ao processo
de redução das amarras regulatórias, possibilitando a diversificação dos
produtos, com o objetivo de expandir a utilização destes seguros para proteção
do patrimônio dos cidadãos e das empresas, afirma.
Outro avanço importante é a possibilidade de produtos sem
limites predefinidos por cobertura, permitindo-se a utilização de todo o valor
da apólice para diferentes coberturas ou garantias conforme a necessidade do
segurado, conferindo maior flexibilidade aos contratos. Houve também
aprimoramentos diversos do normativo, após recepção das sugestões advindas da
consulta pública, destacando a inclusão de dois novos tipos de seguro de
responsabilidades à base de reclamações: com notificações; e com primeira
manifestação ou descoberta.
A norma autoriza também que as seguradoras paguem
indenizações impostas por decisões administrativas do Poder Público, como o TCU
por exemplo, o que não é permitido atualmente. O diretor da Autarquia, Igor
Lourenço, acrescenta que a Circular também proporciona maior autonomia aos
consumidores do mercado de seguros, uma vez que torna possível a livre escolha
ou utilização de profissionais referenciados, pelos segurados, no caso de ser
comercializada cobertura para os custos de defesa.
As linhas de negócio de responsabilidade civil vêm
registrando crescimento contínuo nos últimos anos. Entre 2015 e 2020, houve
crescimento nominal da ordem de 175%, com o segmento contabilizando total de R$
2,6 bilhões de prêmios de seguros em 2020. O destaque vem sendo o ramo de
responsabilidade civil geral, com cerca de R$ 1,2 bilhões em prêmios subscritos
no ano de 2020, seguido dos de responsabilidade civil para diretores e
administradores, com R$ 920 milhões.
Mais acesso ao seguro
A expectativa também é que as mudanças propostas
colaborem com o desenvolvimento e crescimento do setor do Brasil, aumentando o
acesso ao seguro. Dados da OCDE (Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico) mostram que há significativo espaço para crescimento
do setor. No final de 2020, os seguros de responsabilidade civil representaram
0,06% do PIB e apenas 3,3% dos prêmios de seguros de danos no Brasil, enquanto
outros países sul-americanos apresentam números superiores. Somente em 2019,
Colômbia e Uruguai já registravam prêmios de seguros de danos equivalendo a
0,11% do PIB, e o Equador, 0,07%. Em países mais desenvolvidos, como Austrália,
Alemanha e EUA, os números em relação ao PIB foram ainda mais expressivos, respectivamente
0,31%, 0,34% e 0,63%, ou seja, entre 5 a 10 vezes maior do que o verificado no
Brasil.
Seguro indeniza 72.043 vidas e paga R$ 3.1 bilhões em
sinistros na pandemia
Fonte: CQCS
Quais foram os impactos da pandemia no seguro de pessoas
e na saúde suplementar? Esse foi o tema do bate-papo no Workshop Vida e Saúde,
Oportunidades e desafios no pós-pandemia, que contou com a participação dos
diretores do Sindseg SP, Luciano Lima (SulAmérica) e Marco Antônio Messere
Gonçalves (Grupo MAG), além do presidente do CVG-SP, Marcos Kobayashi (Tokio
Marine Seguradora), e com mediação do presidente da entidade, Rivaldo Leite.
De acordo com os executivos, os corretores despertaram
para a venda de seguros de vida e saúde. O mercado surpreendeu. O corretor não
deixou de atender o segurado, as seguradoras se organizaram, e os corretores se
adaptaram, revelou Luciano. O papel que fizemos foi admirável e vamos
lembrar disso com orgulho, finalizou.
Rivaldo ressaltou também que o mercado atualmente está
bem preparado. Além disso, revelou um dado muito solicitado pelos Corretores, o
percentual do sinistro deste ano. Segundo com o presidente, até agora, o
mercado como um todo, indenizou 72.043 vidas.
Ainda segundo os dados divulgados por Rivaldo, em 2020 e
2021, foram R$ 3.1 bilhões pagos em sinistro. Eu acabei de receber esses dados
e fiquei surpreso com o número. É muito dinheiro, disse o presidente.
Para Marco Antônio, esses números foram os que deram
protagonismo ao seguro de vida e ao corretor de seguros. A pandemia fez com que
o segurado pensasse no seguro de vida. O mercado tomou a decisão mais acertada,
em cobrir por morte, pagando os sinistros da Covid, opinou. O corretor passou a
ser vital na pandemia. Na MAG Seguros, as pessoas de até 30 anos tiveram
aumento de 36% na contratação de seguro. Antes, quem fazia seguro eram pessoas
perto de morrer. Hoje temos um planejamento sucessório, que é importantíssimo.
Temos muito a avançar, mas estamos no caminho certo, pontuou o presidente.
No segmento de saúde, Marcos revelou que setor precisa
ter criatividade no lançamento de novos produtos que não sejam tradicionais de
seguro saúde. O setor de saúde assumiu seu protagonismo. Os dois produtos,
ainda com previdência, são a maior arrecadação do setor de seguros, disse.
Além disso, os executivos conversaram sobre os impactos
da pandemia no setor de saúde, principalmente com a chegada da vacina. Assista
ao vídeo na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=ocDltz-jk9w
Nova parceria quer ampliar conhecimento sobre setor de
seguros
Fonte: Valor Econômico
O impacto da digitalização no setor de seguros, as
mudanças de comportamentos ocasionadas pela pandemia e a expectativa do início
do open insurance [sistema de compartilhamento de dados da indústria de
seguros] no Brasil, motivaram uma parceria da PUC-Rio com a Escola de Negócios
e Seguros (ENS). As instituições de ensino irão produzir cursos, workshops e
formar grupos de pesquisa acadêmica sobre o setor. O objetivo é atingir 10 mil
alunos no país, sendo um público mais geral, de consumidores a consultores, ao
mesmo tempo que querem debater novas competências que profissionais do setor
precisam desenvolver.
Queremos trazer as discussões do momento do setor, que
vão desde a LGPD e compartilhamento de dados, mudança na distribuição e vendas
até como o open insurance vai transformar o setor, mudando interfaces, criando
novas soluções e o próprio olhar das pessoas para uma proteção financeira mais
ampla, diz Rafael Nasser, coordenador executivo e professor do IAPUC (Instituto
de Gestão de Riscos Financeiros e Atuariais, da PUC-Rio).
Há pelo menos cinco anos, quando criou um programa de
inovação em seguros com o IRB Brasil, o IAPUC vê a demanda por esses novos
conhecimentos crescer, afirma Luiz Roberto Cunha, presidente do IAPUC.
Do lado da ENS, a parceria é importante porque a escola
acredita que os profissionais de seguros precisam ter acesso a conhecimentos
mais amplos, inclusive de outros setores, para melhor definir riscos e
encontrar oportunidades de novas soluções. Uma área específica da ENS será
criada dentro da plataforma de educação da PUC-Rio, a ECOA, e que já reúne
conhecimentos produzidos por vários departamentos da instituição. Ali, serão
compartilhados 450 programas hoje oferecidos pela ENS, totalizando até 5 mil
horas de vídeos.
A PUC-Rio também poderá utilizar a Sala do Futuro, espaço
físico, aberto pela ENS em 2020 em São Paulo, e que abriga telas em alta
resolução para receber 40 alunos remotos e até 30 presenciais.
No aspecto acadêmico, a parceria quer unir professores e
alunos de ambas as instituições para mapear mudanças de comportamentos e de
tecnologia que estão influenciando a forma como as pessoas veem e consomem
seguros, diz Tarcísio Godoy, diretor geral da ENS. Por conta da pandemia, os
comportamentos se alteraram. Saindo menos e com as vias mais congestionadas,
muita gente, por exemplo, passou a repensar o seguro de automóvel ao mesmo
tempo que muitas olharam pela primeira vez para um seguro de vida.
País está na mira dos hackers, mas só 1/3 das empresas se
protege contra ataques
Fonte: CNN Brasil
No mês passado, subsidiária da JBS pagou cerca de US$ 11
milhões para recuperar banco de dados
Recentemente, um relatório da consultoria de
cibersegurança Fortinet mostrou que o Brasil é um dos países que mais sofreram
ataques de hackers neste ano. Ao todo, foram registradas quase 3,2 bilhões de
tentativas de invasões só no primeiro trimestre.
Mesmo assim, a maioria das empresas parece não estar
preocupada com a cibersegurança: apenas 30% das companhias brasileiras possuem
equipe dedicada a lidar exclusivamente com problemas de segurança digital. É o
que aponta a pesquisa Barômetro da Segurança Digital, feita pelo Datafolha a
pedido da Mastercard.
Um ataque pode provocar diversos problemas, desde roubo
de informações estratégicas até a captação de dados pessoais de clientes. No
mês passado, a subsidiária da JBS na América do Norte teve de fechar
temporariamente seus frigoríficos, depois de ter sido alvo de um ataque
ransomware.
O ransomware é uma espécie de sequestro digital, em que
os cibercriminosos infectam um banco de dados, restringindo o acesso por parte
da empresa e, posteriormente, cobram um resgate para o restabelecimento do
sistema. No caso da JBS, a empresa afirmou ter desembolsado US$ 11 milhões para
recuperar as informações.
Não se sabe exatamente como os hackers acessaram o
sistema da empresa, mas, conforme destaca Paulo Reus, gerente de operações da
Scunna Cyber Defense Center, o trabalho remoto recomendado durante a pandemia é
um dos fatores de vulnerabilidade para os ataques, já que nem todas as empresas
estavam preparadas para essa migração repentina.
Conseguindo comprometer o colaborador remoto, o hacker
invade o ambiente da empresa, estuda, analisa, instala o ransomware e criptografa
todos os dados daquela organização, tornando-a inoperante. Depois disso, é
cobrado o resgate, explica Reus.
O que as empresas devem fazer?
Para evitar problemas de cibersegurança, o melhor é se
antever ao problema, mitigando os riscos. Hoje, já existem no mercado diversas
instituições especializadas em proteção digital que fornecem serviços
personalizados para as companhias.
Uma das soluções é a implantação dos chamados SOCS
(Centro de Operações de Segurança, em português), um conjunto de mecanismos que
funciona como uma barreira de defesa dos bancos de dados.
Existe, ainda, o seguro cibernético, que oferece
assistência e indenização aos contratantes no caso de ataques. A apólice prevê
a cobertura contra paralisações provocadas por invasões criminosas, diminuindo
os prejuízos quando não for possível evitar o ocorrido.
Em um ambiente cada vez mais digitalizado, parece
inevitável que, em algum momento, organizações sofram algum incidente de
segurança da informação com potencial para prejudicar a reputação, confiança,
além de gerar prejuízos financeiros, legais e de produtividade. A questão é se
tais organizações estarão preparadas ou não para responder a esses incidentes
de forma rápida e efetiva, indaga Reus.
Made in Brazil
A recuperação industrial brasileira seguiu de perto a
global. Numa perspectiva de mais longo prazo, porém, perdemos espaço desde
2013, fenômeno que sugere a presença de entraves locais à expansão da produção
Fonte: InfoMoney / Autor: Alexandre Schwartsman
A recuperação industrial foi rápida, o que é por vezes
vendido como sinal de sucesso da política econômica, apesar da quase estagnação
na primeira metade de 2021. Pouca atenção, contudo, é dada ao comportamento da
economia global, em particular seu componente industrial, no período, o que
poderia jogar novas luzes sobre nosso processo.
Neste sentido é interessante aproveitar o esforço do CPB,
um instituto de pesquisa econômica holandês, que provê tempestivamente
estimativas globais tanto para o volume de comércio internacional (em
quantidades físicas, não em dólares, euros, ou outras moedas), quanto para a
produção industrial global.
Os dados mais recentes se referem a maio, permitindo uma
comparação direta com os números brasileiros, também disponíveis até este mês,
como se vê no gráfico.
A queda, para falar a verdade, foi mais pronunciada do
que a registrada pelo conjunto mundial: cerca de 30% na comparação com
fevereiro, enquanto o mundo caiu algo em torno de 10% (um pouco mais, se
tomarmos o fim de 2019 como base); a volta, portanto, também foi mais forte.
No conjunto da obra, todavia, em maio a produção da
indústria de transformação brasileira se encontrava praticamente no mesmo nível
observado em fevereiro de 2020; já a produção global se achava 5,4% acima do
patamar de fevereiro e 2% acima do registrado em dezembro de 2019.
A diferença, ainda que a favor do mundo, não é enorme,
mas revela que o desempenho brasileiro foi, em grandes linhas, bastante similar
ao observado na indústria global.
Numa perspectiva de mais longo prazo, porém, tal
semelhança se perde.
A partir de 2013 a indústria nacional, que até então
seguia razoavelmente de perto sua contraparte global, se descolou dela
completamente. Do final de 2013 a maio de 2021, mesmo com a crise, a indústria
global se expandiu ao ritmo de 1,8% ao ano; no mesmo intervalo, o Brasil
registrou contração de 1,9% ao ano, conforme ilustrado abaixo.
A propósito, o dólar aqui se valorizou (já descontada a
diferença entre a inflação brasileira e a norte-americano) quase 70% neste
intervalo, o que já deveria levar os defensores do câmbio desvalorizado como
solução para todos os problemas da indústria a uma reflexão mais aprofundada,
algo que, vamos falar sério, não corremos o menor risco de observar.
Tal desempenho sugere que o ciclo econômico brasileiro
não é muito distinto do observado no mundo. Mesmo sendo, como notado, uma
economia bastante fechada ao comércio, nossas flutuações de curto prazo
aparentam seguir determinantes globais, como o ritmo de crescimento das trocas
mundiais e preços de commodities.
Por outro lado, a dinâmica de crescimento de longo prazo,
em particular se crescemos mais ou menos do que o mundo parece depender muito
mais dos fatores locais, que, ao contrário da crença habitual, têm muito menos
a ver com a demanda interna do que supõe a vã filosofia.
Não foi certamente por falta de demanda, impulsionada
tanto pela expansão desmesurada do gasto público como pelo aumento inédito do
crédito oficial, que a indústria encolheu, como revelavam à época a forte
aceleração da inflação, com ênfase no componente de serviços, e o déficit
externo superior a US$ 100 bilhões.
Nosso desempenho ruim naquele momento foi determinado por
dificuldades do lado da capacidade produtiva: falta de mão de obra capacitada,
baixa expansão da produtividade, infraestrutura deficiente, assim como um
regime tributário bizantino, mais pesado sobre a indústria do que o restante da
economia, para citar apenas os mais visíveis.
Em face do elevado desemprego hoje, a restrição de oferta
de mão de obra aparenta ser menos relevante do que no passado, embora ainda
restem questões sobre sua capacitação. As demais, contudo, permanecem
inalteradas.
Há condições, portanto, para algum crescimento mais forte
na esteira da recuperação global enquanto houver folga de desemprego (apesar da
utilização de capacidade se encontrar próxima a seu nível natural), mas, numa
perspectiva de mais longo prazo, quando a economia retornar a seu potencial, a
expansão voltará a ser limitada pela baixa capacidade de aumento da oferta.
Endividamento das famílias bate recorde
Taxa média de juros permanece estável em junho, diz BC.
A taxa média de juros das operações contratadas em junho
deste ano permaneceu estável no mês em 19,9% ao ano, com aumento de 0,4 ponto
percentual em 12 meses. Os dados são das Estatísticas Monetárias e de Crédito,
divulgadas hoje, pelo Banco Central. Para as famílias, a taxa média de juros no
crédito livre está em 39,9% ao ano, mesmo índice registrado em maio. Na
comparação em 12 meses, houve redução de 1,5 pontos percentuais nessa taxa. Nas
contratações com empresas, a taxa livre alcançou 14,5% ao ano em junho,
variação negativa de 0,1 ponto percentual em relação ao mês anterior. Em 12
meses, houve aumento de 1,5 pontos percentuais nos juros às empresas.
A queda dos juros bancários médios ocorre mesmo em
momento de aumento da taxa básica de juros da economia. Depois de chegar ao
menor nível da história no mês de agosto do ano passado, em 2% ao ano, a taxa
Selic começou a subir somente em março deste ano, quando avançou para 2,75% ao
ano e, no início de maio, foi elevada para 3,5% ao ano. Em junho, subiu para
4,25% ao ano.
No mês, a taxa do cheque especial para as pessoas físicas
subiu 2,7 pontos percentuais, chegando a 125,6% ao ano em junho. Em contrapartida,
os juros do rotativo do cartão de crédito cobrados pelos bancos tiveram redução
de 2,2 pontos percentuais no mês, alcançando 327,5% ao ano. O rotativo é o
crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura
do cartão e dura 30 dias. Após o prazo, as instituições financeiras parcelam a
dívida. Nesse caso, no cartão parcelado, houve queda de 0,3 ponto percentual,
com a taxa de juros ficando em 164,1% ao ano.
Os juros do crédito pessoal consignado também caíram 0,2
ponto percentual no mês para 18,7% ao ano. Nos empréstimos não consignados a
taxa ficou em 82,4% ao ano em junho, redução de 0,7 ponto percentual em relação
a maio.
No caso do crédito direcionado, a taxa média para pessoas
físicas ficou em 6,8% ao ano em junho, alta de 0,1 ponto percentual no mês.
Para as empresas, a taxa caiu 0,3 ponto percentual para 7,2% ao ano no mês
passado.
A inadimplência (considerados atrasos acima de 90 dias)
das famílias, no crédito livre, reduziu 0,1 ponto percentual, para 4%, em junho.
Assim como das empresas, na mesma modalidade, que ficou em 1,6%. De acordo com
Fernando Rocha, as taxas de inadimplência permanecem nos menores níveis da
história. O endividamento das famílias, relação entre o saldo das dívidas e a
renda acumulada em 12 meses, chegou ao recorde de 58,5% em abril, na série
histórica iniciada em janeiro de 2005, refletindo o aumento das concessões de
empréstimos. Com a exclusão do financiamento imobiliário, que pega um montante
considerável da renda, ficou em 36% no mês.
Já o comprometimento da renda, relação entre o valor
médio para pagamento das dívidas e a renda média apurada no período, ficou em
30,5% naquele mês. Para os últimos dados, há uma defasagem maior do mês de
divulgação, pois o Banco Central depende de dados apresentados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a renda das famílias.
No mês passado, o estoque de todos os empréstimos
concedidos pelos bancos ficou em R$ 4,213 trilhões, um aumento de 0,9% em
relação a maio. O crescimento em 12 meses da carteira total foi de 16,1%, em
maio, para 16,3%, em junho.
O saldo do crédito correspondeu a 52,6% do Produto
Interno Bruto. Segundo Rocha, o cenário de juros estáveis contribui para o
desempenho das operações. Já o crédito ampliado ao setor não financeiro, que é
o crédito disponível para empresas, famílias e governos independente da fonte
(bancário, mercado de título ou dívida externa) alcançou R$ 12,548 trilhões,
crescendo 1,1% no mês e 13,9% em 12 meses.
A variação mensal refletiu crescimentos no mercado
doméstico de 0,9% nos empréstimos e financiamentos e de 3,5% nos títulos de
dívida. Já a dívida externa caiu 3,2% refletindo a alta cambial de 4,4% no mês.
Na comparação interanual, o resultado se deve, principalmente, à elevação da
carteira de empréstimos do Sistema Financeiro Nacional em 16,1% e de títulos
públicos em 22%.
Fonte: Agência Brasil
Vale tem lucro líquido de US$ 7,6 bilhões no 2º trimestre
de 2021
Fonte: Poder360
A mineradora Vale registrou lucro líquido de US$ 7,586
bilhões no 2º trimestre de 2021, beneficiada pela alta demanda de minério de
ferro da China e pelo aumento de 100% dos preços internacionais da commodity. O
valor representou expansão de 662% em comparação com o resultado de igual
período de 2020.
No primeiro trimestre, a Vale já havia registrado
desempenho positivo, com lucro líquido de US$ 5,546 bilhões. Os dados constam
do resultado financeiro divulgado pela empresa nesta 4ª feira (28.jul).
O texto informa que o Ebitda, lucro calculado antes de
excluir os pagamentos de juros, impostos, depreciação e amortização de
passivos, foi de US$ 11,038 bilhões. No mesmo período de 2020, alcançou US$
3,371 bilhões.
A empresa investiu no 2º trimestre US$ 1,139 bilhão, em
especial na mina de Voisey’s Bay e nas plantas de energia solar do Sol do
Cerrado e da Serra do Sul.
A receita líquida do período chegou a US$ 16,675 bilhões,
volume 121,8% maior do que o do 2º trimestre de 2020. A geração de fluxo de
caixa livre operacional foi de US$ 6,527 bilhões. A dívida líquida totalizou
US$ 738 milhões.
O caixa gerado das operações nos permitiu distribuir US$
2,208 bilhões em dividendos aos acionistas em junho e continuar com nosso
programa de recompra de US$ 2,004 bilhões de nossas próprias ações, informou o
relatório financeiro.
Brumadinho
No 2º trimestre, a Vale registrou US$ 185 milhões em
despesas relacionadas a Brumadinho. O rompimento de barragem da Vale na região
de Mariana (MG), em 2019, causou a morte de 270 pessoas. Ainda há 10
desaparecidos. Tratou-se da maior catástrofe da história do país.
A empresa informou que os trabalhos de reparação e
indenização às vítimas foram acelerados no período, apesar do processo de
recuperação judicial da Samarco. O texto traz os compromissos da Vale de
entregar obras para reassentamento de famílias em Bento Rodrigues, Paracatu de
Baixo e Gesteira até dezembro deste ano.
Conforme mencionado, 5.300 pessoas firmaram acordos de
indenização por danos individuais por meio de um sistema simplificado criado em
agosto de 2020. Mais de 17 mil pessoas foram compensadas por meio desse
programa. A Vale diz que pagou R$ 1,6 bilhão em indenizações individuais até o
final de junho.
Acesse as edições mais recentes das publicações do mercado:
Revista Apólice: https://www.revistaapolice.com.br/2021/05/edicao-265/
Revista Cobertura: https://www.revistacobertura.com.br/revistas/revista-cobertura/revista-cobertura-edicao-231/#2
Revista Segurador Brasil: https://issuu.com/revistaseguradorbrasil/docs/segurador_166_
Revista Seguro Total: https://revistasegurototal.com.br/2021/06/14/mercados-de-vida-e-previdencia-apresentam-crescimento/
Revista Insurance Corp:
Caderno de Seguros: https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n-916.html
Revista Brasil Energia: https://editorabrasilenergia.com.br/wp-content/uploads/sites/1/flips/129726/Bia469v3/2/index.html
Relatório 2020 da CNseg (destaca os seus projetos e ações em ano desafiador): https://cnseg.org.br/noticias/relatorio-2020-da-cnseg-destaca-os-seus-projetos-e-acoes-em-ano-desafiador.html
2021 / CNseg: O Setor de Seguros Brasileiro: https://cnseg.org.br/publicacoes/o-setor-de-seguros-brasileiro-folder-2021.html
Curso Extensão de Responsabilidade Civil da ENS
O Curso de Extensão ENS em parceria com a AIDA, tem como objetivo proporcionar o conhecimento das modalidades de seguros do ramo de Responsabilidade Civil, as normas legais que o regulam, a formação do contrato e todas as obrigações e os direitos dele decorrentes, como coberturas, exclusões e diversos temas conexos e diretamente relacionados. Para maiores informações e inscrições acesse: https://www.ens.edu.br/.../cursos-de-extensao-aulas-ao...
Curso de Pós-Graduação em Saúde Suplementar ENS
Capacite-se para atuar com segurança na área de saúde suplementar, aprofundando seus conhecimentos, especialmente, em aspectos regulatórios e de gestão.
O curso é ministrado on-line, ao vivo, em ambiente virtual que possibilita a interação entre alunos e professores em tempo real.
Acesse e saiba mais em: https://www.ens.edu.br/cursos/posgraduacao-aulas-ao-vivo-saude-suplementar-aulas-ao-vivo?inscricao=2837&ead=True&fbclid=IwAR0rapTheczh4kEkwvNu8UDX1YbFLAZG82jpptMQkWAO0UZKYnJmBcye7zw
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