Susep Cria Nova Plataforma
11, Ago. 2021
Nova plataforma SRO, criada pela Susep, vai integrar
dados de seguros de todo o país
B3, CERC e CSD contratam SUTHUB para criação da
plataforma integrada de dados que irá conter o Sistema de Registro de Operações
(SRO) da Susep
Fonte: Suthub / Sonho Seguro
O mercado de seguros do Brasil começa, no segundo
semestre de 2021, uma nova fase dentro do Sistema de Registro de Operações
(SRO), especificamente a criação de uma plataforma integrada de dados na qual
deverão ser disponibilizados todos os seguros e operações registradas pelas
registradoras no âmbito da interoperabilidade.
Para atender a demanda, B3, CERC e CSD, as três primeiras
registradoras de seguros homologadas pela Susep, criaram uma associação e, ao
analisar o mercado, fecharam contrato com a SUTHUB, insurtech pioneira na
distribuição digital de seguros. A empresa está desenvolvendo uma plataforma
que entregará informações amplas e consolidadas sobre o mercado de seguros e
que ficarão ao alcance da superintendência para análise e fiscalização do
mercado. Futuramente, a plataforma realizará a entrega de dados das seguradoras
diretamente para a Susep, com ganhos de escala e diminuição do custo de
observância para o mercado.
A SUTHUB atua no mercado desde 2017 como uma VAN (Value
Added Network) especializada em seguros, interligando canais digitais, meios de
pagamento, sistemas de enriquecimento de dados, corretoras, seguradoras e
assistências para que as empresas acelerem a implantação de projetos de vendas
de seguros de forma 100% digital.
É um desafio e uma honra termos sido escolhidos para
criar a plataforma de SRO no Brasil. Trabalhar com grandes volumes de dados é o
nosso dia a dia desde sempre. Mas, agora, fazer isso em âmbito ainda mais
amplo, com o apoio das registradoras e da Susep, é uma missão muito importante,
pois sabemos o quanto a plataforma será utilizada pelo órgão fiscalizador e é
uma peça importantíssima para o desenvolvimento do mercado e do Open Insurance,
explica Marcos Kenji Watanabe (foto), Chief Data Scientist da SUTHUB.
A plataforma integrada que está sendo construída pela
SUTHUB é um passo importante na próxima fase de entrega do Sistema de Registro
de Operações. Contar com a expertise da SUTHUB no mercado vai permitir uma
entrega simples, rápida e completa para auxiliar a Susep no seu processo de
supervisão do mercado. A plataforma integrada é um marco importante desse
processo de digitalização e evolução do mercado de seguros, afirma Icaro
Demarchi Araujo Leite, Superintendente de Produtos de Seguros da B3.
O setor de seguros é muito sofisticado e cresce em ritmo
acelerado já há alguns anos. Neste contexto, a introdução do SRO pela Susep
representa um grande passo na transformação digital do setor, começando pela
substituição dos tradicionais mapas de risco por ferramentas de analytics
baseadas nos dados do SRO, para supervisão do mercado pela Susep. A atuação de
parceiros inovadores e ágeis como a SUTHUB é crucial para que os benefícios
trazidos pelo SRO sejam possíveis e se expandam para muito além da substituição
de mapas de risco, viabilizando serviços de conectividade e análise de dados,
reduzindo riscos, custos e, acima de tudo, promovendo o crescimento sustentável
do mercado, com muita segurança, diz Marcelo Maziero, Chairman e fundador da
CERC.
Contar com a SUTHUB nesse projeto tão importante é muito
bom para o SRO. Com conhecimento do mercado de seguros e capacidade técnica, a
SUTHUB é o parceiro ideal para apoiar esse projeto de grande relevância, que
vai gerar valor para o mercado todo, reduzindo custos e aumentando eficiência,
comenta Daniel Miranda, CFO da CSD.
Seguro para aquisições pode liberar até R$ 60 bi
Apólice substitui depósito em contas-caução exigido em
M&A
Fonte: Valor Econômico
Um bolsão de cerca de R$ 60 bilhões de liquidez empoçada
em contas de garantias originadas de transações de fusões e aquisições
(M&A, na sigla em inglês) no Brasil pode começar a voltar aos caixas das
companhias com um novo produto de seguros. A primeira apólice para substituir a
necessidade do depósito de recursos em contas-caução para reduzir riscos de o
comprador responder a passivos anteriores ao fechamento do negócio foi emitida
no Brasil em junho pela BMG Seguros, em conjunto com a Marsh e o ressegurador
IRB.
O presidente da BMG Seguros, Jorge Sant’Anna, afirma que
o total dos ativos sob custódia em garantia nos diversos mecanismos, que
incluem as custódias judiciais e outros instrumentos, pode alcançar entre R$
8,4 trilhões e R$ 9 trilhões. Só nas chamadas contas escrow, ou contascaução,
há mais de R$ 60 bilhões, diz.
De acordo com Sant’Anna, apenas o BNDES retém em contas
do gênero R$ 13 bilhões em dinheiro e mais R$ 8 bilhões em títulos, originados
de operações de M&A. É um processo bastante ineficiente, afirma o executivo
sobre as garantias empoçadas. A especialista em subscrição da BMG, Flavia
Rezende, explica que o uso de garantias por meio de contas-caução, também
chamadas de contas-garantia, ajuda uma aquisição a se concretizar de maneira
mais rápida. Nas transações de fusões e aquisições, esse tipo de instrumento
aparece em um momento mais avançado do processo. Após a identificação dos
passivos, o vendedor, que quer fechar rápido o negócio, até então não tinha a
opção de um seguro garantia para substituir essa escrow.
O mercado de M&A tem acelerado no Brasil, com a
percepção de que as empresas estão baratas, diz Sant’Anna. O ano de 2021
começou bem forte. De janeiro a maio, tivemos 693 operações do gênero, ou seja,
um volume 37,6% superior ao de 2020, aponta o presidente da BMG. Conforme o
executivo, apenas neste ano haverá a necessidade de R$ 10 bilhões a R$ 15
bilhões de necessidade de novas garantias por meio de contas do gênero. O
problema é que esse tipo de mecanismo tira liquidez do negócio.
De acordo com a superintendente de consultoria de seguro
de crédito para projetos estruturados da Marsh, Carolina Jardim, existe no
mercado um seguro para M&A, mas que cobre apenas passivos não
identificáveis. Esse produto, porém, não constitui liberação de garantias,
porque são passivos ocultos e, em geral, é contratado junto com a constituição
das escrow, explica. A nova apólice, por outro lado, substitui a necessidade de
ter de depositar recursos nessas contas caucionadas.
Segundo Carolina, ainda que seja novidade no Brasil, é um
produto usual no mercado internacional. A superintendente da Marsh acrescenta
que o valor que fica na conta é, na verdade, uma parte do valuation do custo de
aquisição. O vendedor poderia estar investindo, mas está com o dinheiro preso
e, em determinado período, o dinheiro não tem dono definido, porque pode voltar
ao vendedor ou ficar com o comprador, diz.
O seguro que substitui a conta caucionada é contratado
pelo vendedor, aponta Flavia, da BMG. O vendedor contrata o seguro em benefício
do comprador. E, no futuro, se um dos passivos identificados nos relatórios de
auditoria gerar, por exemplo, uma condenação judicial, a seguradora faz o
pagamento ao comprador. A primeira apólice emitida cobre uma garantia de R$ 800
mil por um prazo que pode variar entre dois e cinco anos. O middle market é o
foco do M&A, então esse tipo de cobertura não é só para empresas gigantes,
mas, principalmente, para pequenas ou médias, diz Sant'Anna.
As taxas, ou seja, o prêmio pago pela contratação se situa
entre 1% e 3% do valor da garantia. O custo é definido pelo perfil de crédito
do tomador. O CEO da BMG afirma que o vendedor deixou de entregar na mão R$ 800
mil reais e teve uma taxa menor do que se fosse buscar garantia num banco e sem
deixar colateral. A apólice emitida pela BMG e pela Marsh contou com
participação do ressegurador IRB.
Segundo o sócio fundador da Ernesto Tzirulnik Advocacia e
presidente do Instituto Brasileiro de Direito do Seguro, Ernesto Tzirulnik, o
mercado para o seguro de escrow depende do interesse de resseguradores que
possam assumir parte dos riscos. Essa é uma cobertura que, se não houver
vontade no setor ressegurador para assumir esse tipo de risco, não vai existir
produto minimamente solvável no mercado. Mas não há dúvida que o seguro tem
vantagens naturais [sobre a conta escrow], afirma.
O especialista enumera como principais vantagens o custo
menor, a liquidez maior e um controle mais efetivo de solvência na comparação
com as contas garantia. O seguro vai ter um custo estruturado sobre a forma de
prêmio que costuma ser menor do que o depósito em uma escrow account, então o
devedor imobiliza menos capital, explica. Além disso, acrescenta, é mais barato
que a fiança bancária.
Outra vantagem do produto seria um maior controle de
solvência do fiduciário. Na conta escrow, dependendo de quem for o [agente]
fiduciário, pode não existir nenhum controle, diz. O especialista pondera ser o
caso de contas que ficam sob responsabilidade de escritórios de advocacia. “Já
vi várias situações nas quais os escritórios são constituídos como escrow. O
controle de solvência dessas entidades inexiste. É muito diferente se for um
banco. Ou a seguradora, no caso de contratação de apólice.
Tzirulnik também cita como uma possibilidade incluir na
proteção o chamado step in, ou seja, uma cláusula para prever que a seguradora
assuma a continuidade de um processo. Esse tipo de cláusula, em uma obra, por
exemplo, colocaria a seguradora como responsável por dar continuidade ao
cumprimento da obrigação.
O advogado, ressalva, porém, que, apesar da
possibilidade, é muito raro as companhias do setor assumir esse tipo de
responsabilidade. É uma vantagem teórica, mas, na prática, é uma espécie de
mico-leão dourado do seguro, afirma. Quando as seguradoras são chamada a pagar
uma indenização, pagam e termina a obrigação, mas se tiverem de assumir uma
obra ficam responsáveis por tudo o que está atrelado ao andamento do projeto.
A tributarista, Camila Tápias, sócia do escritório Utumi
Advogados, também vê a substituição de contas-caução por seguro como vantajosa.
O seguro garantia já se mostrou bastante confiável e seguro. A própria
Procuradoria Geral da Fazenda [Nacional] já aceita esse tipo de cobertura como
garantia aos débitos tributários. A especialista afirma, porém, que o valor do
prêmio poderá ser alto na comparação com o valor do serviço de caução cobrado
pelos bancos.
Segundo Camila, que o custo de abrir uma escrow em
instituições financeiras gira em torno de R$ 17 mil. Os bancos cobram ainda
mais R$ 17 mil cada vez que a conta tem de ser movimentada. Esse valor pode ser
considerado baixo no caso de operações muito grandes. Como o custo do seguro
pode chegar a 3% do valor segurado, nessa porcentagem de fato seria um prêmio
bem alto. Mas, se o contratante fizer uma boa negociação com a seguradora, o
seguro garantia é excelente instrumento para substituição da escrow.
Polícia prende chefe de quadrilha que desviou R$ 5
milhões com golpe do seguro
Crimes eram cometidos em todo o País desde 2014
Líder de quadrilha especializada no golpe do seguro,
criminoso de 35 anos foi preso em Barra do Turvo, em São Paulo, após dois anos
de investigação e pedido de prisão preventiva feitos pela delegacia de Água
Clara. Ao todo, o grupo que atuava desde 2014 desviou mais de R$ 5 milhões.
Durante investigações, a Polícia Civil de Mato Grosso do
Sul identificou que o criminoso agia em todo o País, forjando acidentes que não
aconteciam para receber valores por serviço de guincho que nunca era prestado.
O esquema contava com ajuda de empresas de seguros de veículos, que
forneciam informações para o
estelionatário.
Em Água Clara, o criminoso comprou uma base de guincho
negociada por R$ 1.000, mas não chegou a pagar todo o valor para o
proprietário. Foram identificadas pelo menos onze bases de guincho comandadas
pelo acusado em todo o País para que os crimes fossem praticados.
Em 2020 foram apreendidos veículos de luxo ligados ao
esquema criminoso. Segundo apurado, o suspeito comprava e revendia veículos de
luxo para lavar o dinheiro, sendo que em uma única loja de Campo Grande teria
adquirido mais de 20 veículos. Dentre eles, caminhonetes Dodge Ram, SUVs Range
Rover, Santa Fé, Suzuki e uma moto Kawasaki.
Durante busca e apreensão na casa dele, em Água Clara,
foram encontrados diversos artigos de luxo como bolsas femininas, televisores,
relógios, aparelhos celulares e roupas que denunciavam o estilo de vida luxuoso
que o criminoso levava com o dinheiro das fraudes. Ele usava dois nomes com
documentação completa incluindo RG e CPF, um deles falso.
Fonte: CQCS
Compliance
Advogada aponta oportunidades para empresas de médio
porte
Fonte: Migalhas
A nova lei, corretamente, atribui mais valor às empresas
que já desenvolveram seu programa de integridade, diz a advogada Ana Paula
Ávila.
Empresas de médio porte que acham que a nova lei de
licitações só interessa às grandes companhias e que ainda não instituíram um
programa de integridade, Compliance, podem estar perdendo oportunidades. A
opinião é da advogada especialista em compliance e doutora em Direito Público
Ana Paula Ávila (Silveiro Advogados).
A lei 14.133/21 foi sancionada por Bolsonaro e publicada
no dia 1º de abril com 26 vetos, que ainda serão analisados pelo Congresso. A
Administração Pública terá dois anos para se adaptar à nova lei, prazo em que a
norma anterior será revogada. Nesse período, ambas as regras poderão ser
utilizadas.
A advogada explica que a nova lei de licitações exige que
o licitante institua o programa de integridade em contratações de grande vulto,
cujo valor do edital supere R$ 200 milhões. Mas a NLL é uma lei de normas
gerais, ou seja, Estados e municípios podem ajustar esses dispositivos segundo
as suas especificidades, esclarece.
Segundo ela, no âmbito estadual e municipal haverá uma
grande movimentação no mercado para a institucionalização desses programas de
compliance dentro das empresas:
Muitos Estados, tais como Rio de Janeiro e Rio Grande do
Sul, assim como o Distrito Federal e muitos municípios, já têm leis
anticorrupção que exigem programa de integridade das empresas que celebrem
contratos para obras e serviços de engenharia e para compras e serviços. Esses
casos tendem a se multiplicar.
Oportunidades
Outra vantagem das empresas que já tiverem o compliance
consolidado, qualquer que seja o seu porte, é a preferência no caso de empate
de propostas em uma licitação.
A nova lei, corretamente, atribui mais valor às empresas
que já desenvolveram seu programa de integridade.
O programa de compliance também aparece como fator
atenuante de sanções aplicáveis às empresas que prestam serviços ao poder
público, no caso de eventuais infrações à lei de licitações. Tal função se
assemelha à previsão da Lei Anticorrupção, que permite à empresa obter
reduções, nas respectivas sanções aplicadas pela prática de ato lesivo à
Administração Pública, se for comprovada a existência de mecanismos internos de
integridade, explica a advogada.
Além disso, o compliance é exigido para a reabilitação da
empresa perante o Poder Público. Um exemplo prático: uma empresa que tenha
apresentado uma declaração falsa em uma licitação pode ser declarada inidônea
pela administração pública, sendo impedida de participar de outros certames. Um
dos requisitos para essa empresa ser reabilitada pelo Poder Público é comprovar
que adotou medidas de superação da inidoneidade, o que inclui a implementação
do compliance.
Valores
A advogada lembra que as funções de um programa de
compliance transcendem muito às funções desempenhadas na nova lei de
licitações. Segundo ela, a disseminação do valor integridade já é um fim em si
mesmo na construção de uma sociedade mais justa.
As empresas que vivem a ética em suas rotinas operam com
mais segurança e confiança, e experimentam um tipo de eficiência alcançável por
poucos agentes econômicos, decorrente da própria autoestima dos colaboradores e
fornecedores, que se projeta no aumento de produtividade, na inovação e na
valorização reputacional da empresa, afirma.
Seis medidas para conter o avanço do aquecimento global,
das mais simples às mais inovadoras
Fonte: Estadão
O alerta dado pelo novo relatório do Painel
Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) é claro: é preciso
imediatamente reduzir as emissões de gases do efeito estufa a ponto de zerarmos
o balanço entre o que é lançado e o que é retirado da atmosfera em meados deste
século. Este é o único caminho para contermos o aquecimento global, suas
consequências extremas e tentar reverter o avanço da temperatura até 2100.
Zerar as emissões líquidas (a diferença entre o carbono
emitido e o retirado da atmosfera) exige de governos nacionais, subnacionais,
setor privado e da população esforços até aqui pouco aparentes. Ferramentas
para isso, no entanto, existem e, se entendermos o recado da ciência, tendem a
se tornar mais e mais presentes no cotidiano.
O Estadão ouviu especialistas em mudanças climáticas e
preservação do ambiente e lista aqui seis delas, das mais simples e efetivas às
mais inovadoras formas de sequestro de carbono da atmosfera.
Manter florestas naturais em pé
De todas as formas possíveis de sequestro de carbono,
esta é a mais efetiva. As árvores retiram dióxido de carbono (CO2) do ar ao
fazerem fotossíntese. Logo, mantê-las vivas é o meio mais lógico para diminuir
a concentração no ar do principal gás gerador do efeito estufa.
Diferentes estimativas comprovam esse fato. Estudo
realizado pela USP em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, estimou que
cada árvore da Mata Atlântica absorve 163,14 kg de gás carbônico (CO2)
equivalente ao longo de seus primeiros 20 anos. Estudos conduzidos entre a década
de 1990 e o início deste século apontam que a Amazônia era, então, responsável
pela absorção de 1 a 9 toneladas de carbono por hectare por ano.
Manter a floresta em pé e procurar recuperar as áreas
degradadas com espécies nativas é a forma natural de retirar o carbono da
atmosfera, diz o professor de uso, manejo e preservação do solo da Unesp Iraê
Guerrini.
Apesar de ser o mais lógico, esse ainda não parece ser o
meio mais simples. O desmatamento acumulado entre agosto de 2020 e julho deste
ano na Amazônia, por exemplo, foi o segundo maior do governo Jair Bolsonaro e o
terceiro maior da série histórica, iniciada em 2015, segundo dados do Deter,
sistema de alerta do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado
ao Ministério da Ciência.
No caso do Cerrado, onde vivem 5% dos animais e plantas
do planeta, os dados de alertas Deter indicam 661 km² de desmatamento em julho,
totalizando 5.102 km² entre agosto de 2020 o último mês - um crescimento de
quase 24% em relação ao ano anterior (2019-2020).
Para se ter ideia do tamanho do problema que fatos como
estes, comprovados por dados oficiais, representam: de sumidouro de CO2,
algumas partes da Amazônia brasileira já se transformaram em geradores do
principal gás causador do efeito estufa. A conclusão é de pesquisa do Instituto
Nacional de Investigação Espacial (Inpe), órgão do Ministério da Ciência e
Tecnologia, publicada em julho na revista científica Nature.
O estudo também descobriu que as emissões de carbono são
maiores na parte oriental da Amazônia do que na ocidental, sobretudo por causa
de incêndios.
Plantio direto
Esse sistema faz o plantio sem que o solo seja revolvido
antes por implementos agrícolas como o arado e grade niveladora. Outras
características são a semeadura feita sobre os restos de culturas anteriores no
solo, a chamada palhada, e a rotação de culturas.
Isso evita que o solo fique descoberto em algumas partes
do ano, emitindo CO2, diz Guerrini.
No início, essa técnica de plantio era usada para
combater a erosão do solo, por protegê-lo da ação da chuva. Aos poucos, no
entanto, foram notados os benefícios também em relação à emissão de CO2. A
técnica se mostrou eficiente por promover o acúmulo de matéria orgânica no solo
ao longo do tempo.
Plantas de cobertura, gramíneas e leguminosas acabam por
fixar essa matéria orgânica, explica o professor da Unesp.
O processo que antes se mostrava efetivo para culturas de
maior porte como grãos e cana-de-açúcar, também se comprovou viável
ecologicamente para hortaliças. Pesquisa da Embrapa calculou a quantidade de
carbono acumulada no solo em três diferentes métodos de plantio. De acordo com
os resultados, o sistema de plantio direto de hortaliças acumulou 62 toneladas
de carbono por hectare, contra 60 t/ha do sistema de preparo reduzido e 57 t/ha
do sistema de preparo convencional com adubação verde.
Outra vantagem desse sistema é que dispensa em até 90% o
uso de máquinas agrícolas, evitando a queima de combustível e a consequente
emissão de CO2.
Cultivo mínimo florestal
Esse sistema virou uma referência no Brasil que hoje é
copiado no exterior, diz Guerrini.
Assim como o plantio direto, o cultivo mínimo em áreas
florestais empregado em plantações de eucalipto e pinus, por exemplo, mantém a
matéria orgânica entre as árvores. Antigamente, colocava-se fogo nesse material
para limpar o terreno.
Além de fixar nutrientes e o carbono no solo, essa
técnica mescla o plantio de espécies com a manutenção de florestas nativas e a
biodiversidade. É o que existe de melhor na área florestal hoje, explica o
professor da Unesp.
Mercado de crédito de carbono
Desde a década de 1990, o mercado de crédito de carbono
começou a se expandir no mundo, impulsionado pelo Protocolo de Kyoto, em 1997.
Trata-se da emissão de créditos pela não emissão de carbono para a atmosfera
que podem ser comercializados.
A premissa básica é que os países que reduzem suas
emissões podem negociar com aqueles que têm mais dificuldade para cumprir suas
próprias metas.
Como cortar emissões nos países ricos, na década de 1990,
envolvia altos custos, desativar termelétricas a carvão e trocar por eólica ou
solar, por exemplo, foi criado o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo para que os
países ricos pudessem comprar créditos de redução de emissões de carbono de
países em desenvolvimento. No Brasil, esse mercado é regulamentado desde 2006.
Além de ser inicialmente visto como uma licença para
continuar poluindo, com o passar do tempo, a confiabilidade desse mercado
passou a ser questionado. Por aqui, até a construção da Usina de Jirau foi
inscrita no MDL. Não demorou para que os países ricos parassem de comprar esses
créditos. Muitos deles não foram pagos e os países em desenvolvimento passaram
a reclamar essas dívidas.
O Acordo de Paris, pacto de 2015 para conter as mudanças
climáticas, estipula a necessidade de criar regras para o comércio de créditos
correspondentes ao corte de emissões de gases estufa.
A definição do mercado global de carbono foi um dos
principais entraves nas negociações da Cúpula do Clima das Nações Unidas, a
COP-25, em 2019. Algumas medidas como essas eram vistas como varrer a sujeira
para baixo do tapete, mas os mecanismos para diminuir as emissões estão aí, o
ser humano tem tecnologia e capacidade para isso, diz a oceanógrafa Letícia
Cotrim da Cunha, professora da UERJ e autora de um capítulo do relatório do
IPCC.
O mercado de créditos de carbono deve ser um dos temas
centrais a serem retomados entre os países na próxima COP, neste ano, na
Escócia.
Projetos de injeção de CO2 no subsolo
O projeto Sleipner, da Statoil, na Noruega, foi o
primeiro no mundo a armazenar o CO2 separado na produção de gás natural e
injetá-lo em um reservatório subterrâneo no Mar do Norte, em 1996. O objetivo
inicial era evitar as taxas cobradas pelo governo norueguês para a emissão de
dióxido de carbono.
Depois dele, outros projetos semelhantes foram
desenvolvidos na Argélia e Canadá e se expandiram para outros países como a
Austrália.
Apesar de ser inovadora, a técnica exige grandes
investimentos e tecnologia de ponta para ser aplicada. Críticos desses projetos
de geosequestro também questionam a segurança e estabilidade do CO2 armazenado
no subsolo, e citam a possibilidade de vazamento ou erupções.
Semear o mar para capturar CO2
As plantas marinhas são extremamente eficazes no
sequestro de carbono da atmosfera. Estudo publicado pela Science, em 2019,
apontou que os oceanos são responsáveis por retirar um terço do CO2 da
atmosfera.
Pensando nisso, a Running Tide, uma empresa americana do
Estado do Maine, resolveu investir nessa ideia cultivando algas marinhas para
capturar o CO2 e prendê-lo no fundo do oceano.
As algas gigantes utilizadas nesse processo são
cultivadas em laboratório e depois colocadas em boias biodegradáveis. Conforme
elas crescem e se tornam pesadas demais acabam por afundar, levando com elas o
gás retirado da atmosfera.
Em seu site ela diz: Na Running Tide, estamos desenvolvendo
o sistema de remoção de carbono mais eficiente do mundo. Nosso projeto piloto
já está em andamento removendo carbono da atmosfera. Com a ajuda da
fotossíntese, das correntes oceânicas e da gravidade, podemos usar algas para
armazenar carbono nas profundezas do oceano. Este processo natural existe na
Terra há milhões de anos, e nós o estamos acelerando.
De acordo com a empresa, esse método é capaz de remover
gigatoneladas de CO2 do ar em um processo escalável e de baixo custo.
Produção de grãos deve ser impactada por clima adverso
Segundo a Conab, apesar do aumento de área plantada em
mais de 4%, há redução nas produtividades estimadas nas culturas de segunda
safra.
As condições climáticas registradas durante o ano safra
2020/2021 impactaram as lavouras e a nova estimativa da Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab) para a produção brasileira de grãos no período é de 254
milhões de toneladas, volume menor que a safra anterior em 1,2%. Apesar de ter
havido aumento de área plantada em mais de 4%, a redução se deve,
principalmente, à queda das produtividades estimadas nas culturas de segunda
safra, justificada pelos danos causados pela seca prolongada nas principais
regiões produtoras, bem como às baixas temperaturas com eventos de geadas
ocorridas nos estados da Região Centro-Sul do país. Os dados estão no 11º
Levantamento da Safra de Grãos 2020/2021, divulgado hoje pela companhia.
Entre as culturas mais afetadas destaca-se o milho. A
produção total deve chegar a 86,7 milhões de toneladas, sendo 24,9 milhões de
toneladas na primeira safra, 60,3 milhões de toneladas na segunda e 1,4 milhão
de toneladas na terceira safra. Apenas para a segunda safra do cereal, a queda
na produtividade estimada é de 25,7%, uma previsão de 4.065 quilos por hectare.
A redução só não foi maior porque os altos preços do grão impulsionaram um
aumento de área plantada em 8,1%, chegando a 14,87 milhões de hectares. Além
disso, Mato Grosso, principal estado produtor, foi o que menos registrou
condições climáticas adversas durante o cultivo do cereal.
Com a colheita encerrada, a soja apresenta uma elevação
de 11,1 milhões de toneladas na produção desta safra. Desta forma, o Brasil se
mantém como maior produtor mundial da oleaginosa com uma colheita recorde de 135,9
milhões de toneladas.
Para o arroz, a produção neste ciclo teve crescimento de
5% em relação ao período anterior, chegando a 11,74 milhões de toneladas. Já em
relação ao feijão, as atenções se voltam para a cultura de terceira safra, que
está em fase inicial de colheita. A produção total é estimada em 2,94 milhões
de toneladas, 8,8% menor que o obtido na safra 2019/2020, impactada pela seca
nas principais regiões produtoras do país.
Dentre as culturas de inverno, destaque para o trigo. Na
atual safra a expectativa é que a produção seja de 8,6 milhões de toneladas, um
novo recorde para o país caso confirmada a estimativa. Com o plantio já
encerrado, o grão apresenta um expressivo crescimento na área de 15,1%,
situando-se em 2,7 milhões de hectares.
Os preços elevados no mercado internacional nos últimos anos
incentivaram a maior procura pelos produtores. Aliado à valorização externa, o
alto custo do milho no cenário nacional também incentivou o cultivo do trigo,
por ser um possível substituto para ração animal. Caso a estimativa de colheita
seja confirmada, esta será a maior produção já registrada no país. No entanto,
as condições climáticas das lavouras podem influenciar nos resultados. As
consequências das geadas registradas nas principais regiões produtoras nas
últimas semanas ainda serão quantificadas pela Conab.
No âmbito do mercado externo, o algodão em pluma segue
com cenário positivo no mercado internacional. Neste levantamento, a companhia
elevou a previsão do volume exportado da fibra na safra 2020/2021 em 4,69%, em
relação à estimativa anterior. Por outro lado, foram reduzidas as previsões do
volume exportado de milho e de soja.
Para a oleaginosa, mesmo com o aumento da produção, foi
observado ao longo do ano baixo percentual comercializado até o momento. Com
isso, as exportações anteriormente estimadas em 86,69 milhões de toneladas
passaram para 83,42 milhões de toneladas. No caso do cereal, a partir dos
efeitos do clima na produção e da reversão do destino de contratos de
exportação para o mercado doméstico, a expectativa é de queda nas exportações
em 20%, o que corresponde a 23,5 milhões de toneladas ao final da safra. Por
outro lado, a projeção de importação manteve-se inalterada em 2,3 milhões de
toneladas.
Quanto ao trigo, para esta nova safra a Conab espera
aumento de produção aliado ao incremento do consumo interno em 3,74%. O cenário
é favorável, de modo que os estoques de passagem estarão em nível mais
confortável. A previsão é que fechem o ano em 1.793,9 mil toneladas, volume
próximo ao observado em safras anteriores a 2019/2020.
Fonte: Monitor Mercantil
Infraestrutura é prioridade nos EUA
Senado dos EUA aprova pacote de infraestrutura de US$ 1,2
tri; texto vai à Câmara
Resultado de uma articulação da Casa Branca com
parlamentares democratas e republicanos, o projeto prevê cerca de US$ 550
bilhões em novos gastos
Fonte: Estadão
O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira,
10, o pacote de infraestrutura bipartidário de US$ 1,2 trilhão proposto pelo
presidente norte-americano, Joe Biden. Foram 69 votos a favor e 30 contra. O
texto vai ser encaminhado agora para a Câmara dos Representantes.
Resultado de uma articulação da Casa Branca com
parlamentares democratas e republicanos, o projeto prevê cerca de US$ 550
bilhões em novos gastos. Os investimentos em pontes, estradas, ferrovias, rede
elétrica, banda larga e outras obras públicas serão realizados ao longo dos
próximos anos no país.
Durante o final de semana, os senadores propuseram
emendas e deram o sinal verde para que a tramitação do pacote avançasse, o que
culminou na votação final realizada nesta terça pelo plenário. Além de todos os
senadores democratas, 19 republicanos votaram a favor do projeto, incluindo
Mitch McConnell, líder da oposição na casa.
O objetivo é revitalizar nossa infraestrutura física e
dar a empresas e trabalhadores as ferramentas para trabalhar no século 21,
afirmou o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, durante um
discurso no plenário.
Esta é a segunda vitória de Biden no Senado desde que ele
assumiu o cargo de presidente no dia 20 de janeiro. Em março, os senadores
aprovaram um pacote fiscal de emergência no total de US$ 1,9 trilhão que previa
o envio de cheques às famílias e recursos para que as escolas organizassem uma
reabertura segura após o impacto da pandemia de covid-19.
A proposta aprovada em março, contudo, não contou com
apoio dos republicanos. O Partido Democrata precisou usar o dispositivo
orçamentário chamado de reconciliação para evitar obstruções e passar o texto
por maioria simples.
O partido de Biden tem 50 dos 100 assentos do Senado, mas
conta com o voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris, que acumula a
função de presidente da casa.
Os democratas pretendem usar a reconciliação novamente
para aprovar o próximo item da agenda econômica de Biden: um pacote de
investimentos sociais de US$ 3,5 trilhões, com foco em saúde, educação e
mudança climática.
Evento debate Nova Lei de Licitações e o Seguro Garantia de Obras e Serviços de Engenharia, uma parceria da CESPC e ESA/RS
A Comissão Especial de Seguros e Previdência Complementar (CESPC) da OAB/RS em parceria com a Escola Superior de Advocacia da OAB/RS (ESA/RS) promovem o evento: Nova Lei de Licitações e o Seguro Garantia de Obras e Serviços de Engenharia, no dia 19 de agosto, às 17h. O webinar que faz parte da programação do Mês da Advocacia é gratuito. Faça sua inscrição no Portal do Aluno e garanta seu certificado.
A palestra contará com a presença do Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Benjamin Zymler, que tem como intuito trazer a sua visão no âmbito dos tribunais. Além do advogado, doutor em Direito Administrativo, mestre em Direito e Políticas Públicas e ex-procurador do Amapá, Guilherme Carvalho; e da advogada, especialista em Direito do Seguro e Resseguro pela FGV, especialista em Seguro Garantia pela Parejo Consultores e pós-graduada em Direito Constitucional pela PUC/SP, Valéria Leite, que atuam diretamente no mercado de licitações e obras de serviços de engenharia e irão abordar as principais mudanças na n ova lei, de abril de 2021.
A abertura do evento será realizada pela diretora-geral da ESA/RS, Rosângela Herzer dos Santos, pelo presidente da CESPC, Ricardo Einsfeld Villar e pela organizadora do evento, coordenadora do GT da CESPC e moderadora do Grupo de Estudos de Direito de Seguros da ESA/RS, Jaqueline Wichineski dos Santos.
O webinar será moderado pelo advogado, especialista em Direito Público pela PUCRS, MBA em Gestão Empresarial pela FGV, Mauricio Gazen; pelo advogado, especialista em Direito do Estado pela UFRGS, MBA em Concessões e Parcerias Público-Privadas pela FESPSP e London School of Economics (LSE), Mateus de Farias Klein; e pelo advogado, especialista em Derecho de Seguros pelas Universidade de Salamanca, Universidade de Lisboa e Universidade de Buenos Aires, Marcio Alexandre Malfatti.
Fonte: Jornal da Ordem
Acesse as edições mais recentes das publicações do mercado:
Revista Apólice: https://www.revistaapolice.com.br/2021/05/edicao-265/
Revista Cobertura: https://www.revistacobertura.com.br/revistas/revista-cobertura/revista-cobertura-edicao-231/#2
Revista Segurador Brasil: https://issuu.com/revistaseguradorbrasil/docs/segurador_166_
Revista Seguro Total: https://revistasegurototal.com.br/2021/06/14/mercados-de-vida-e-previdencia-apresentam-crescimento/
Revista Insurance Corp:
Caderno de Seguros: https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n-916.html
Revista Brasil Energia: https://editorabrasilenergia.com.br/wp-content/uploads/sites/1/flips/129726/Bia469v3/2/index.html
Relatório 2020 da CNseg (destaca os seus projetos e ações em ano desafiador): https://cnseg.org.br/noticias/relatorio-2020-da-cnseg-destaca-os-seus-projetos-e-acoes-em-ano-desafiador.html
2021 / CNseg: O Setor de Seguros Brasileiro: https://cnseg.org.br/publicacoes/o-setor-de-seguros-brasileiro-folder-2021.html
Curso Extensão de Responsabilidade Civil da ENS
O Curso de Extensão ENS em parceria com a AIDA, tem como objetivo proporcionar o conhecimento das modalidades de seguros do ramo de Responsabilidade Civil, as normas legais que o regulam, a formação do contrato e todas as obrigações e os direitos dele decorrentes, como coberturas, exclusões e diversos temas conexos e diretamente relacionados. Para maiores informações e inscrições acesse: https://www.ens.edu.br/.../cursos-de-extensao-aulas-ao...
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