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Em Que Consiste o Open Insurance?

26, Ago. 2021

Open Insurance: o que é e como vai funcionar o compartilhamento de dados de seguros e previdência

XP Seguros, SulAmerica e Icatu discutem as vantagens e desafios da chegada do Open Insurance no Brasil, prevista para dezembro

Fonte: InfoMoney

Fluxo de informações livre. O cliente no centro das atenções e com poder de decisão sobre seus dados financeiros. Mais opções à disposição. Esse é um resumo do cenário que o consumidor vai encontrar com a chegada do Open Banking no Brasil, que já começou.

O conceito vem se popularizando à medida que mais fases do ecossistema vêm sendo implementadas, mas, na prática, o Open Banking vai permitir o compartilhamento de dados e serviços de clientes entre instituições financeiras por meio da integração de seus respectivos sistemas. O InfoMoney preparou uma reportagem especial sobre o tema, que explica tudo o que você precisa saber para ficar por dentro do assunto.

E na esteira dessa inovação, o setor de seguros também está preparando um ecossistema próprio de compartilhamento e circulação de dados, o chamado Open Insurance. Se de um lado o Open Banking, fiscalizado pelo Banco Central, diz respeito às informações financeiras e bancárias, o Open Insurance abrange dados de seguros e previdência.

Esse foi o tema do painel Quais os benefícios que o Open Insurance trará para o mercado que contou com a presença de Amancio Paladino, diretor de investimentos da XP Seguros, Henrique Diniz, diretor de previdência da Icatu, e Victor Bernardes, diretor da SulAmérica, durante a Expert 2021.

O que é?

O Open Insurance é um projeto criado recentemente e que está incluso no conceito mais amplo de Open Finance: um ecossistema completo e integrado, que além dessa fatia focada em seguros, já conta com o Open Banking, que começou a ser implementado no país neste ano, e também vai evoluir para incluir o Open Investments, que vai permitir que o cliente compartilhe dados do segmento de investimentos a fim de obter melhores produtos e serviços.

De acordo com Paladino, a ideia é promover um mercado de seguros aberto, no qual haja troca de informações entre seguradoras e outros participantes do setor, desde que sejam aprovados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), reguladora do segmento.

Será possível transmitir informações não só de produtos, mas de todas as transações e todas as posições que os clientes venham a ter nas seguradoras, diz.

O objetivo é oferecer ofertas mais adequadas aos clientes, ou seja, mais personalizadas e de acordo com as necessidades dele.

Além disso, entre as funcionalidades está a possibilidade de agregar e comparar ofertas de diferentes seguradoras facilitando a tomada de decisão do cliente. A ideia é que as ofertas de seguros sejam mais competitivas em termos de custos e inovação, explica Paladino.

Ainda, outra funcionalidade, segundo a Susep, será a possibilidade de acesso automatizado e consolidado a canais e redes de atendimento relacionadas aos produtos, aos provedores de serviços e às empresas vendedoras provendo mais conhecimento para os consumidores.

Para Paladino, a boa notícia é que o brasileiro vai adquirir sua cidadania financeira. Ou seja, vamos passar a entender melhor o que possuímos e ter a possibilidade de comparar facilmente as opções no mercado, afirma o executivo.

Assim, a expectativa é de que esse novo modelo traga benefícios e facilite a vida dos consumidores para ampliar o uso de diversos produtos de seguro e previdência.

Como vai funcionar?

Assim, como o Open Banking, o open Insurance também será implementado no Brasil de forma gradual. A primeira fase está marcada para ter início em 15 de dezembro deste ano e terá um caráter mais burocrático contemplando o compartilhamento de dados públicos das empresas referentes a produtos e canais de atendimentos.

Na segunda fase, prevista para começar em 1º de setembro de 2022, os clientes poderão compartilhar seus dados pessoais. Já a terceira fase, que prevê a execução de serviços por meio do ecossistema, terá início em 1º de dezembro de 2022, praticamente um ano após a largada da primeira fase.

As diretrizes sobre as regras e funcionamento do novo sistema foram publicadas em julho pela Susep em julho deste ano e estabelecem condições para permitir que o consumidor acesse e compartilhe seus dados com outras seguradoras ou terceiros, de forma segura, ágil, precisa e conveniente, e quando desejar.

Os dados poderão ser utilizados, para desenvolver novos produtos e serviços que atendam às necessidades atuais e futuras dos consumidores de seguros, previdência e capitalização, diz nota do órgão. Vale lembrar, inclusive, que o Open Banking já previa em seu escopo produtos de seguros e previdência distribuídos pelo canal bancário.

Portanto, a regulamentação do Open Insurance no âmbito do setor de seguros é fundamental para que todas as seguradoras possam participar do Open Finance, permitindo, assim, que seus consumidores possam usufruir de todas as vantagens que estarão disponíveis com o ecossistema, informou a Susep em nota.

Por que começar o Open Insurance neste ano?

Diniz explica que uma convergência de fatores fez com o que o Open Insurance começasse a ser desenvolvido neste ano.

Tudo começa com a demanda do cliente: cada vez mais as pessoas quere ter uma experiência digital, além de mais informação, e mais transparência. E hoje o mercado segurador ainda é complexo para a grande maioria dos brasileiros, tem produtos financeiros que nem todo mundo é próximo, usa ou conhece, ainda falta democratizar mais o acesso, explica.

E conforme a demanda do cliente cresceu nessa direção nos últimos anos, surgiu também uma necessidade por parte das seguradoras em atender a esses pedidos. Então, houve investimentos e melhoria nos processos, principalmente em previdência, com a portabilidade, por exemplo, que ajuda e facilita a dar uma movimentação para os participantes, mas ao mesmo tempo precisamos de mercado ainda mais eficiente, diz.

E com o Open Insurance e mais dados circulando, a expectativa é que o mercado segurador seja mais acessível para os clientes, o que é positivo para quem comercializa os produtos e para que consome, afinal o seguro possui uma característica de proteção e amparo financeiro para as pessoas em momentos de fragilidade, segundo Diniz.

De fato, a demanda vem aumentando: a captação do setor cresceu 42% no 1º semestre deste ano. Com os juros baixos e o aumento na oferta de produtos de previdência mais sofisticados ao longo dos últimos meses, investidores interessados em formar uma poupança para aproveitar na aposentadoria por meio de fundos de investimento têm partido cada vez mais para alternativas de maior nível de risco e expectativa de retorno.

Benefícios do Open Insurance

De forma resumida, então, a premissa do Open Insurance, bem similar com a do Open Banking, é dar mais autonomia para o cliente, que com os seus dados em mãos e acesso facilitado a mais informações poderá tomar decisões mais assertivas.

Mas afinal o que o cliente pode esperar de efeito prático a partir do funcionamento do sistema no Brasil? De fato, ainda é cedo para cravar na prática que tipo de serviços e novos produtos vão surgir.

Mas Victor Bernardes, da SulAmérica, deu um panorama inicial. Segundo ele, a transferência de poder das instituições para as mãos do cliente vai gerar mais autonomia e transparência.

O primeiro efeito que podemos esperar a partir disso é mais competição. E isso vai refletir em preços menores, relacionamento mais atencioso com o cliente e naturalmente as instituições participantes não só do Open Insurance, mas do Open Finance, vão precisar se adaptar às demandas do cliente. Não é mais a commodity de prateleira apenas para perfis financeiros, demográficos e familiares diferentes, será preciso desenvolver customização em todos os níveis, explica.

As seguradoras estão próximas da Susep para adequar e atender todas as regras e funcionamento do Open Insurance, incluindo todos os aspectos de segurança.

A confiança no nosso trabalho vai ser crucial para o Open Insurance funcionar, queremos evitar qualquer tipo de problema que afete o cliente final. E confiar não só em quem distribui, mas em quem faz a gestão do produto também. Todos terão que correr, nós que já estamos no mercado, e novos entrantes também, para acompanhar o movimento, diz Bernardes.

Desafios?

A verdade é que hoje os desafios são vários e ainda estão sendo endereçados. Com o desenvolvimento ainda incipiente, os players do mercado precisam lidar com algumas questões, e resolvê-las para conseguirem sucesso no novo cenário que vem pela frente.

Para Paladino, a segurança da informação é crucial dentro de um ecossistema completamente digital e de fluxo livre de informação. Precisamos prover um ambiente onde as informações possam trafegar de forma segura e de forma correta, saindo de um ponto de partida A para o ponto de destino B sem qualquer interrupção. E para isso o nível de tecnologia é alto e robusto, diz.

Outro desafio é o de integração de sistemas, afinal o mercado precisa trabalhar em conjunto para conseguir colocar de pé uma solução que seja única e que todas as seguradoras e participantes regulados do setor possam utilizar de forma padronizada, por meio das APIs (Application Programming Interface, em inglês, ou Interface de Programação de Aplicativos), que é uma espécie de ponte que conecta aplicações diferentes por meio de uma mesma linguagem.

Essa modernização do setor como um todo precisa acontecer de forma ágil e eficiente, explica Palatino.

Diniz, da Icatu, ressalta que além desse arcabouço tecnológico muito grande que precisa estar preparado, há um fator regulatório denso que também precisará ser cumprido: para participar do Open Insurance é obrigatório que a empresa interessada esteja de acordo com todas as regulações da Susep, além das novas regras para participar desse ambiente aberto, o que exige infraestrutura tecnológica e jurídica robusta.

Ainda, ele destaca que a Susep, em um papel muito semelhante ao do Banco Central para o setor financeiro, tem a responsabilidade de organizar e regulamentar esse ecossistema para as empresas que estão sob seu guarda-chuva estejam prontas já que as agendas de Open Insurance e Open Banking vão convergir para funcionar de forma integrada no âmbito do Open Finance.

Bernardes, por sua vez, acrescenta que outro grande desafio vai ser a adesão do público. Em previdência, por exemplo, um recurso similar ao que se espera no Open Insurance já funciona, que é a portabilidade.

Os investidores podem mudar de planos sem custos adequando ao seu momento de vida. Mas em um mercado de mais de R$ 1 trilhão em reservas, apenas cerca de 3% das pessoas usam a portabilidade ao ano. Ou seja, 97% do mercado não sabe se o produto que comprou alguns anos atrás ainda faz sentido às suas necessidades correntes, explica Bernardes.

Efeitos levarão tempo até chegar no dia a dia do cliente

Do lado consumidor é preciso balancear a expectativa: as transformações prometem ser  grandes e positivas para o cliente final, mas ainda devem demorar para chegar no dia a dia das pessoas.

Tudo vai acontecer de forma paulatina a fim de evitar erros, falhas de segurança e com o objetivo de monitorar de perto as transações, mesma estratégia adotada pelo Banco Central e players do setor financeiro em relação ao Open Banking.

A primeira fase, que começa em 15 de dezembro, vai ser uma espécie de continuidade do Open Banking e vai englobar a base de consulta de produtos que hoje são comercializados pelos players e também base de informações dos canais de atendimento de cada seguradora.

Ao longo de 2022 esses serviços serão expandidos, até chegar em um ponto em que o cliente vai determinar que as informações dele sejam, de fato, compartilhar dados com seguradoras e outros players do setor autorizados, como iniciadoras de seguro, corretores, entre outros. E isso acontecerá para o fim de 2022 em diante, diz Palatino.

Open Insurance domina debate em evento

Fonte: Sonho Seguro

O Sindicato das Seguradoras do Paraná e Mato Grosso (SindSeg-PR/MS) comemora 97 anos em grande estilo. Inaugurou ontem, 25, seu programa de tevê, via canal do Youtube, e promete trazer muito conteúdo de qualidade para levar conhecimento sobre o setor de seguros para a sociedade. O programa de estreia dá uma amostra do ritmo que o presidente Altevir Prado impõe ao time: Cenários Econômicos: oportunidades e desafios para o mercado segurador.

O jornalista de economia da Rádio CBN Carlos Alberto Sardenberg fez uma análise do atual cenário macroeconômico do Brasil e trouxe ritmo ao debate de temas cruciais do setor de seguros, como Open Insurance, Sandbox e Novas regulamentações, respondidas por Marcio Coriolano, presidente da CNseg, por Ivan Gontijo, presidente da Bradesco Seguros, e por Murilo Riedel, CEO da HDI.

Todos parabenizaram Prado, que está no comando do Sindicato desde fevereiro de 2020, impondo um ritmo de inovação e inclusão que sucede figuras carismáticas como Mario Petrelli e João Gilberto Possiede, que, segundo ele, com toda a competência de ambos, criaram uma organização sindical como ferramenta para disseminar a cultura de seguros no Brasil.

Altevir ressaltou que o evento faz parte da missão do Sindicato. O nosso papel tem sido desafiador nos últimos tempos com as imensas reformas que o setor de seguros enfrenta, o que traz desafios e oportunidades. Temos o papel de agregar valor aos nossos representados e promover a cultura de seguros para que o mercado seja uma entidade moderadora, sem cair em modismos. Nossa missão é ser um orientador, um farol, um balizador. E promover a cultura de seguros e o desenvolvimento humano.

Prado: Nossa missão é ser um orientador, um farol, um balizador. E promover a cultura e o desenvolvimento humano.

Carlos Sardenberg ressaltou o cenário de pessimismo dos agentes do mercado financeiro com relação ao crescimento do Brasil. A previsão do mercado financeiro para a inflação de 2021 atingiu 7,11%, 20ª alta na projeção para o IPCA. Há um mês, a previsão estava em 6,56%. Boa parte do mercado estava otimista com o desempenho da economia brasileira, acreditando que com o andamento da vacinação e o bom desempenho de alguns setores da economia ajudariam o PIB avançar.

Agora temos inflação alta, dólar avançando e o Banco Central sendo obrigado a subir a taxa de juros para tentar conter os indicadores. Além da taxa de desemprego elevada pelo baixo nível de investimentos públicos e privados, pois o andamento da economia e política traz desconfiança aos investidores. Com as reformas administrativa e tributária, a expectativa era que o PIB crescesse até 6%. Sem elas, 2%, comentou.

Entrando no tema seguro, Sardenberg foi enfático: Temos um grande dilema em seguros: Todos querem plataformas abertas e cambiáveis, transitar de uma para outra. Mas ao mesmo tempo, queremos proteção de dados. Como combinar a proteção de dados? Tem de haver abertura ao mercado em geral e ao mesmo tempo proteção de dados e privacidade. Não é fácil o que está por acontecer, comentou o jornalista.

Dito isso, Sardenberg pediu aos participantes para falarem sobre Open Insurance, Sandbox, LGPD e ameaças ao setor. Todos eles concordam que o Open Insurance já era uma realidade do mercado segurador, mas que agora contará com mais tecnologia por meio das plataformas, é uma realidade e vai trazer benefícios aos consumidores. Também é unanime entre eles que ainda há muitas incógnitas quanto ao modelo de negócios.

Coriolano: Há uma preocupação grande em relação ao sigilo das informações que, em caso de falhas, pode ter impactos muito negativos no setor, principalmente depois da entrada em vigor da LGPD

Todos falam agora de marketplace, mas isso já existe há tempos em seguros. O que se coloca hoje é o componente tecnológico. Isso não veio para modificar grandes coisas do mercado, pois por trás disto tudo está o consumidor, que é quem toma a decisão do que fazer. Com quem quer comprar e quais dados quer compartilhar, afirma Coriolano.

Segundo ele, há uma preocupação grande em relação ao sigilo das informações que, em caso de falhas, pode ter impactos muito negativos no setor, principalmente depois da entrada em vigor da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). O governo terá de cuidar bem para garantir efetivamente a proteção dos dados dos segurados. Este é um patrimônio das seguradoras que investiram por anos para captar clientes, analisar os dados e assim ter um diferencial competitivo de oferta. Os dados também são um patrimônio dos clientes e por isso precisam ser preservados, acrescentou.

O presidente da Bradesco Seguros destacou que há ainda uma série de questões a serem debatidas, principalmente no que diz respeito à governança. Temos ainda pontos a serem debatidos nas normas. Como assegurar a proteção e o bom uso dos dados e informações dos nossos clientes para efeitos comerciais. Esse é um ponto de atenção fundamental para que se possa operar na plenitude no novo modelo, ressaltou.

Gontijo ressaltou que o setor é Open há temos. Os investidores podem fazer a portabilidade dos planos de previdência há tempos. E este modelo funciona muito bem, citou. Segundo ele, o setor está no meio do caminho. Vivemos o que eu chamo de modelo fisidigital. Embora o processo de transição para meios digitais esteja em curso acelerado, não podemos nos esquecer da grande parcela de clientes que permanecem no mundo analógico e precisam ser igualmente entendidos e atendidos com a mesma dedicação e eficiência.

O CEO da HDI foi no mesmo caminho. Os dados já são compartilhados pelos consumidores estas informações precisam ter proteção, disse ele. Com uma visão pragmática, Riedel afirmou que o setor investiu muito dinheiro na análise de dados e todas as seguradoras estão equipadas com sistemas analíticos. Esta transparência gerou matéria prima para o desenvolvimento de matrizes de precificação de produtos eficientes.

Tal sofisticação trouxe concorrência e margens apertadas. Por isso, minha visão é que já temos um mercado transparente. Já funciona de uma forma aberta, sem instrumentalização tão eficiente, mas os dados transitam. As plataformas estão disponíveis. Por isso não acreditamos que possam ser desenhados produtos diferentes do que são ofertados isso, afirmou. O executivo acredita no surgimento de produtos complementares aos que são ofertados atualmente. Complementares são mais difíceis de serem vendidos. Requer maior esforço de venda. Vemos muitas iniciativas, mas se elas não tiverem investimento expressivo em vendas, não vão representar muito na agenda de ecossistema do setor, finalizou.

Tudo pronto para o imperdível Conexão futuro Seguro Brasil

Fonte: CQCS

Tudo pronto para a realização, na próxima terça-feira (31 de agosto), do Conexão Futuro Seguro Brasil, que encerrará, com chave de ouro, após nove etapas regionais, o ciclo de eventos virtuais Conexão Futuro Seguro, organizado pela Fenacor, ENS e Sincors. Esse grande evento de âmbito nacional trará muitas novidades e grandes palestras. Vocês não podem perder, convoca o presidente da Fenacor, Armando Vergilio.

O evento começará às 17 horas. Mas, antes mesmo da abertura, haverá um sensacional esquenta, a partir das 16 horas, com muitas premiações e a participação do renomado humorista Diogo Portugal, que apresentará um stand-up com foco em situações próprias do mercado de seguros. Será uma grande atração. Além disso, temos o compromisso das seguradoras que apoiam o ciclo de que serão ofertadas excelentes premiações durante o esquenta. Vale a pena participar, afirma Vergilio.

É muito fácil garantir a sua participação no Conexão Futuro Seguro Brasil. Os profissionais que participaram de qualquer etapa regional, já estão automaticamente inscritos no Conexão Futuro Seguro Brasil. Os dados de acesso serão enviados em breve pelo sistema zoom.

Já os demais Corretores de Seguros associados aos Sincors também podem se inscrever, clicando aqui https://tinyurl.com/Conexao2021

PROGRAMAÇÃO. Outra grande atração do evento será a edição especial do Connection Talk, que reunirá lideranças do mercado para um amplo debate sobre as perspectivas do setor, logo após o esquenta.

Já confirmaram presenças, como painelistas, os presidentes das seguradoras Bradesco, Ivan Gontijo; Porto Seguro, Roberto Santos; MAG, Helder Molina; e Tokio Marine, José Adalberto Ferrara; e, como debatedores, os da Zurich, Edson Franco; Sulamérica, Ricardo Bottas; Liberty, Patrícia Chacon; e HDI, Murilo Riedel.

Também irão participar desse grande debate os presidentes da CNseg, Márcio Coriolano; e da ENS, Lucas Vergilio, além do próprio Armando Vergilio, que será o mediador.

As atrações não param por aí. No bloco seguinte, será apresentada palestra de um dos mais renomados filósofos da atualidade, Luiz Felipe Pondé, que falará sobre o tema Criatividade e Empreendedorismo em Tempos de Incertezas.

SORTEIOS. Poderão participar do sorteio do carro zero km, que será feito pela organização do evento, os profissionais inscritos em qualquer uma das nove etapas regionais do Conexão Futuro Seguro e que também estejam conectados e participando da edição nacional.

Esse sorteio poderá premiar Corretores de Seguros Pessoas Físicas ou Jurídicas. No caso de o sorteado ser um colaborador, o veículo será da empresa para a qual ele trabalha.

Para o sorteio do segundo carro, oferecido pela MAG Seguros, será preciso também seguir as regras estabelecidas por essa seguradora, incluindo o preenchimento de um cadastro e participação da trilha realizada pela companhia.

Todos os inscritos poderão participar de várias outras premiações que serão oferecidas ao longo do evento, inclusive um notebook e um smartphone de última geração. Basta apenas estar on-line o evento todo. Fique atento!

Bayer vai subsidiar seguro de produtores rurais

Fonte: Valor Econômico

A divisão agrícola da Bayer acaba de lançar um projeto pioneiro para oferecer subvenção privada aos agricultores na safra 2021/22: clientes do programa de fidelidade e relacionamento da multinacional poderão ter parte do prêmio da apólice de seguro paga pela empresa para proteger culturas como soja, milho, trigo e cana. A contratação poderá ser feita de forma digital na plataforma Orbia, lançada em 2019, agora com o incremento do subsídio.

Os produtores poderão trocar os pontos do programa Impulso Bayer pela subvenção, que será de 5% a 15% do valor final do seguro, a depender da classificação do cliente. O benefício será complementar ao oferecido pelo governo federal no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), que vai de 20% a 40%, a depender da atividade e cobertura contratada, e demais subvenções públicas. O projeto é uma parceria com a agtech Agristamp e a seguradora Fairfax.

Com apenas 20% da área cultivada no Brasil assegurada, ela vê potencial de expansão com esse novo incentivo aos clientes. Fabio Damasceno, diretor executivo de agronegócio da Fairfax, uma das principais seguradoras em atuação no setor, afirma que o momento é interessante para o mercado de seguros rurais no país. Ele acredita que as inovações podem impulsionar a contratação de apólices.

As intempéries climáticas estão ficando cada vez mais extremas. Eventos que não aconteciam há 50 anos têm uma previsão maior de recorrência. O mercado está se movimentando bastante para oferecer novas alternativas em seguro e a subvenção é um dos grandes impulsionadores da contratação, diz.

A Orbia, joint venture entre Bayer e Bravium, é totalmente digital e promete entregar transparência e agilidade ao produtor na hora da contratação do seguro. Em menos de 15 minutos, o próprio agricultor entra no sistema e insere os dados. A análise é rápida e ele já pode ter sua lavoura segurada no mesmo dia, destaca Bárbara Danc.

São 27 diferentes produtos de seguro disponíveis, com cobertura para culturas como soja, milho, trigo, cana-de-açúcar, frutas e vegetais. Os riscos previstos nas apólices são chuva excessiva, tromba d’água, geada, granizo, ventos fortes ou frio, incêndio e seca.

Governo dará bônus para quem reduzir consumo de energia em casa a partir de setembro, diz ministro

Fonte: Estadão

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que o programa de redução voluntária voltado para consumidores residenciais iniciará a partir de 1º de setembro. O governo vai dar descontos nas contas de luz de consumidores residenciais que economizarem energia elétrica, como antecipou o Estadão/Broadcast. A expectativa, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), é divulgar as regras da medida no início da próxima semana.

O programa está sendo estruturado e contará com definição de meta mínima de redução para concessão de crédito, informou o ministério em nota distribuída à imprensa. Estamos avaliando a métrica para todos os consumidores. A ideia do programa é premiar aqueles consumidores que se esforçarem em reduzir a carga e, assim, contribuir para o aumento da segurança, da confiabilidade e do custo de geração, disse o secretário de energia elétrica do ministério, Christiano Vieira, sem detalhar como será dado esse prêmio aos consumidores.

Ele afirmou que havia uma escassez bem caracterizada nos reservatórios localizados no Sudeste, considerado a caixa d'água do sistema elétrico, mas que as perspectivas de chuvas na região Sul não estão se concretizando. Durante entrevista coletiva, ele citou aprovação para aumentar a transferência de energia do Nordeste para Sudeste e Sul, para aproveitar a geração de usinas eólicas.

Para garantir o abastecimento de energia elétrica, o governo tem autorizado o acionamento de usinas termelétricas, até mesmo as mais caras. Segundo o secretário, hoje há usinas em uso que custam acima de R$ 2 mil por megawatts-hora (MWh).

O governo espera, segundo ele, que o programa de redução de consumo voluntário voltado para os grandes consumidores (como a indústria), e as demais iniciativas, sejam opções mais econômicas. Com economia voluntária, poderemos não colocar em operação usinas com custo acima de R$ 2 mil/MWh, afirmou.

Apesar do incentivo financeiro para economia de energia, as medidas adotadas para evitar racionamento e apagões vão custar caro para o consumidor. Conforme mostrou o Estadão/Broadcast, cálculos internos apontam a necessidade de que a bandeira vermelha nível 2, hoje em R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora (kWh), seja elevada para algo entre R$ 15 e R$ 20. Há ainda um cenário-limite de até R$ 25, mas é improvável que ele seja adotado. A bandeira para setembro será anunciada na sexta, 27. A bandeira vermelha 2 está vigente desde junho.

O governo ainda decretou a redução compulsória do consumo de eletricidade na administração pública federal. Órgãos e entidades deverão reduzir entre 10% a 20% o consumo de eletricidade de 1º de setembro a abril de 2022. Os órgãos deverão apresentar justificativas em casos em que não conseguirem atingir a meta de redução.

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, o ministro afirmou que todos sabem que o custo da geração de energia tem aumentado em face da geração termelétrica, mas descartou racionamento. Isso tem que ficar muito claro, afirmou.

Medidas

A bonificação para consumidores residenciais faz parte de uma série de ações que o governo busca para tentar evitar apagões em horários de pico, quando há mais demanda por energia. Na segunda-feira, 23, o MME publicou as regras para o programa similar de redução voluntária do consumo de energia, mas voltado para grandes consumidores, como as indústrias. Em contrapartida, as empresas vão receber compensações financeiras.

Para possibilitar uma maior adesão ao programa, o governo acatou pleitos de agentes do setor e reduziu o lote mínimo de economia que as empresas devem oferecer de 30 megawatts médios (MWm) para 5 MWm. As propostas deverão ser apresentadas ao ONS e serão analisadas pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). A medida valerá até 30 de abril de 2022.

Sem chuvas

Bento Albuquerque afirmou que as perspectivas de chuvas até o fim do período seco deste ano, meados dos meses de setembro e outubro, não são boas no momento. Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, 25, ele afirmou que os meses de julho e agosto registraram a pior quantidade de águas que chegaram nos reservatórios da série histórica.

As perspectivas para o futuro que temos até agora, em termos de precipitação até o final do período seco, não são boas. Permanece com a perspectiva de menores precipitações até o final do período seco, até o final de setembro, outubro, afirmou.

O ministro afirmou que o governo monitora o setor elétrico 24 horas por dia e que nesta semana foram realizadas reuniões importantes de forma extraordinária, do CMSE e da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG).

Identificamos que os meses de julho e agosto foram os piores meses da série histórica de monitoramento do nosso setor elétrico. Particularmente, os reservatórios da região Sul, que corresponde a 10% da nossa capacidade de armazenamento e dos reservatórios do Sistema Interligado Nacional como um todo. Isso evidentemente que causa consequência para a gestão hidroenergética do nosso sitema, afirmou.

O País enfrenta a pior crise hídrica nos últimos 91 anos, com grave escassez nos reservatórios das principais usinas hidrelétricas. Na terça, 24, o Ministério de Minas e Energia (MME) admitiu, em nota, uma relevante piora no cenário hídrico do País e nas projeções para os próximos meses. O governo anunciou novas medidas para restringir o uso de água e afirmou ser imprescindível a adoção de todas as ações em andamento e propostas para garantir o fornecimento de energia.

ONS prevê necessidade de aumentar produção de energia em 7% para conter apagão

Fonte: Poder360

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) emitiu uma nota técnica alertando para um cenário de degradação no nível dos reservatórios. Segundo a instituição, a previsão é que o consumo de energia elétrica seja maior que a oferta em outubro e novembro deste ano, caso novas unidades de geração de energia não comecem a operar. Eis a íntegra do documento (4 MB).

O operador disse ser necessário aumento de 5,5 GWmed de energia por dia a partir de setembro para que não haja déficit. Isso corresponde a cerca de 7% do consumo diário. Se uma nova fonte de energia não passar a operar, haverá riscos de apagão.

O problema é que, por conta da crise hídrica, as usinas têm gerado um volume muito baixo de energia. Itaipu, a maior hidrelétrica do país, opera com seu reservatório em nível baixíssimo e tem produzido pouco mais de 4 GW por dia.

Agora, a redução de consumo pode ser a solução mais viável. No entanto, com o passar do tempo, vai se tornando cada vez mais difícil atender essa carga, pois o nível de água nos reservatórios continuará baixando, tornando-se essencial viabilizar novas fontes.

CENÁRIOS

No documento, o ONS prevê 2 cenários, que chamou de Caso A e Caso B:

Caso A: principais reservatórios da bacia do rio Paraná se esgotam em outubro. Nesse cenário, os recursos disponíveis atualmente seriam insuficientes. O déficit será de 3.824 MWmed em outubro e de 3.746 MWmed em novembro;

Caso B: aponta a necessidade da produção de 5,5 GWmed de energia extra a partir do mês de setembro, com a utilização de recursos adicionais.

A oferta adicional incorporada no Caso B além de resultar em ganhos de armazenamento, elimina os déficits de energia do Caso A. Desta forma, para assegurar o atendimento energético é imprescindível o aumento da oferta em cerca de 5,5 GWmed a partir de setembro/2021 até novembro/2021, lê-se na nota.

O ONS também sugere que as manutenções programadas nas usinas sejam postergadas; que seja viabilizada a importação de energia da Argentina e do Uruguai; que seja garantido o uso de mais termelétricas e facilitada a aquisição de combustível; que os consumidores residenciais e pequenos comércios recebam incentivos para economizar; entre outras medidas.

Como devastação e aquecimento podem fazer Brasil deixar de ser potência agrícola global

Fonte: BBCNews

O Brasil viverá, nas próximas décadas, secas cada vez mais prolongadas, temperaturas mais altas e extremos climáticos que terão um profundo impacto na forma como sobrevivemos e produzimos energia e comida.

Na prática, o clima vai mudar tanto a vida nas cidades grandes quanto a produção agrícola, causando o risco de o Brasil perder o status de gigante global na produção de alimentos.

E a responsabilidade disso recai sobre o avanço do desmatamento, aliado às (e potencializado pelas) mudanças climáticas no mundo inteiro.

A avaliação é do cientista do clima Carlos Nobre, que já foi pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), coordena o Instituto Nacional de Tecnologia para Mudanças Climáticas e é um dos principais especialistas do tema no Brasil.

Nobre conversou com a BBC News Brasil para comentar os dados recém-divulgados pela organização MapBiomas, que mostram que a superfície de área com água no Brasil ficou 15% menor desde o início dos anos 1990, esses 3,1 milhões de hectares perdidos equivalem a uma vez e meia à superfície de água de todo o Nordeste.

A maior perda (absoluta e proporcional) de superfície de água na série histórica analisada pelo MapBiomas ocorreu no Mato Grosso do Sul, com uma redução de 57%.

Enquanto isso, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais identificou que os focos de incêndio neste ano até agora cresceram, em relação ao mesmo período no ano passado, na Mata Atlântica, no Cerrado e na Caatinga, neste último, o aumento foi mais de 100%.

Na Amazônia, o Instituto Imazon aponta que o acumulado do desmatamento na floresta nos últimos 12 meses até julho atingiu a pior marca dos últimos dez anos.

Todos esses dados estão interligados: quanto mais avança o desmatamento, em conjunto com o aumento das temperaturas globais, menores ficam as temporadas de chuva no Brasil.

Há estudos que mostram claramente que as chuvas estão diminuindo em áreas altamente desmatadas, e as estações secas estão mais longas, explica Nobre.

No sul da Amazônia, as secas já estão de três a quatro semanas mais longas, com menos chuvas e temperaturas cerca de 3°C mais altas.

O grande problema é que, em áreas desmatadas, perde-se a capacidade de reciclar água, o que intensifica as secas. Há menos vegetação e raízes para absorver a água, transpirá-la e jogá-la de volta à atmosfera, diz o cientista.

Portanto, quanto mais incêndios e florestas derrubadas, mais seco e quente o clima ficará no curto e no longo prazo.

Embora ainda não seja possível saber se esses efeitos serão permanentes, a secura do clima vivida neste momento em grande parte do Brasil, parte de uma tendência já observada nos últimos anos, é uma espécie de fotografia do que será o clima do Brasil no futuro, observa Nobre.

No melhor dos cenários, diz ele, a redução das chuvas será de 10%.

Mesmo que consigamos manter o máximo de aumento da temperatura (global) em 1,5°C, que é o plano mais ambicioso da Convenção das Mudanças Climáticas (o chamado Acordo de Paris), devemos estar preparados para uma estação de chuvas mais curta e uma estação de secas mais longa na maior parte do Brasil.

Os impactos disso foram observados pelo coordenador do MapBiomas água, Carlos Souza Jr.

As evidências vindas do campo já indicam que as pessoas já começaram a sentir o impacto negativo com o aumento de queimadas, impacto na produção de alimentos, e na produção de energia, e até mesmo com o racionamento de água em grandes centros urbanos, afirmou Souza no comunicado emitido pela organização.

Semi-deserto no Nordeste e savana na Amazônia

As regiões do Brasil a serem mais afetadas pelas secas prolongadas serão o Norte, o Centro-Oeste e o Nordeste, segundo Nobre.

No Nordeste, caso a temperatura global continue aumentando, o perigo é mais de 50% da região virar um semi-deserto, em vez do semiárido atual, explica o cientista.

O alerta já havia sido dado, no início de agosto, pelo relatório mais recente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC na sigla em inglês):

O Nordeste brasileiro é a área seca mais densamente povoada do mundo e é recorrentemente afetado por extremos climáticos, destacou o texto.

O impacto será direto na vida de ao menos 10 milhões de pessoas que vivem atualmente na agricultura e pecuária nordestinas. Isso porque um Nordeste semi-desértico não terá agricultura como se pratica hoje. Poderia haver só um pouco de agricultura à beira do rio São Francisco, mas mesmo a vazão do São Francisco vai diminuir, afetando também o potencial de geração de energia elétrica, diz Nobre.

É um exemplo da crise hídrica vivida em todo o Brasil e que já impacta a produção de energia pelas hidrelétricas do país, leva a aumento nos custos das contas de luz pagas pelos consumidores e força o uso de usinas termelétricas,que por sua vez, são mais poluentes e contribuem para mais emissão de gases do efeito estufa.

Enquanto isso, na Amazônia, o perigo identificado por pesquisadores como Carlos Nobre é com o iminente risco de a região virar uma savana, perdendo, portanto, as características únicas de uma floresta tropical.

Vários estudos mostram que se continuarmos a desmatar, vamos passar do que chamamos de ponto de não retorno, um ponto irreversível de savanização, diz Nobre. Espécies animais e vegetais únicas do Brasil serão perdidas no processo. Antes, víamos uma mega-seca a cada 20 anos na Amazônia; agora são duas secas por década.

Em julho, um estudo publicado na revista Nature, que teve participação do Inpe, apontou que, por conta do desmatamento e das queimadas, a Amazônia já está emitindo mais CO2 do que consegue absorver.

Precisamos zerar o desmatamento a jato (rapidamente), em poucos anos, no que talvez seja o maior desafio que o Brasil pode enfrentar, opina Nobre.

Saúde humana e agricultura

Se sentimos (literalmente) no corpo os efeitos do clima mais seco na saúde, a produção agrícola também vai viver os impactos da escassez de água, explica Nobre.

(Produção de) grãos, pecuária, toda essa estrutura que são importantes elementos econômicos (do Brasil) já está sendo prejudicada pelo aumento dos extremos climáticos, afirma.

Por mais que empresas de pesquisas, universidades e Embrapa (agência de pesquisas agrícolas) tentem desenvolver variedades de grãos mais adaptadas a secas prolongadas e a temperaturas mais elevadas, o clima está ganhando a guerra. A agricultura tem que se preparar para isso, prossegue.

E temos que torcer para (o aumento global da) temperatura não passar de 1,5°C, porque se nós continuarmos com este ritmo de emissões e não tivermos sucesso em zerá-las até 2050, na segunda metade do século, o Brasil tropical deixará de ser uma potência agrícola, ficará muito quente e seco e inapropriado para esse tipo de agricultura, prossegue.

Ele cita como exemplo a queda na produtividade da soja na região conhecida como Matopiba (que reúne Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) em decorrência do ar mais quente que tem sido soprado da Amazônia.

Boletim de julho da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou efeitos mistos da crise hídrica no mês passado: de um lado, prejudicou a irrigação de lavouras; de outro, ajudou na maturação das safras de milho e algodão.

Eventos climáticos extremos

E se no centro e no norte do Brasil as chuvas ficarão mais escassas, a tendência é de que o mesmo não se repita em parte do Sudeste e Sul do país, que podem, na verdade, ver sua quantidade de chuvas aumentar nas próximas décadas, diz o pesquisador.

Com isso, essas regiões (onde o clima é, por si só, mais ameno que no restante do país, por sua localização geográfica) podem acabar ganhando força na produção agrícola nacional.

O que não significa, porém, que não sofrerão com os devastadores efeitos dos chamados eventos climáticos extremos, como chuvas torrenciais, secas prolongadas e ondas de calor.

Esses eventos climáticos têm se tornado mais frequentes em todo o mundo são também consequência direta do aquecimento global, como apontou o relatório do IPCC divulgado no início de agosto.

Com o aumento gradual do nível do mar, os eventos extremos que ocorreram no passado apenas uma vez por século ocorrerão com mais frequência no futuro, disse, na ocasião do lançamento do relatório, Valérie Masson-Delmotte, copresidente do grupo de trabalho do IPCC que produziu o texto.

No Brasil, segundo Carlos Nobre, mesmo que, hipoteticamente, não houvesse um aquecimento global em curso no mundo, os sucessivos recordes de desmatamento na Amazônia e no Pantanal já estariam tendo impactos nocivos sobre o clima brasileiro.

Na prática, os dois fenômenos, desmatamento e aumento das temperaturas, têm ocorrido juntos, potencializando um ao outro.

Mesmo no ano passado, quando a maioria dos países reduziu suas emissões (de gases do efeito estufa) por conta da pandemia, o Brasil aumentou suas emissões por culpa do desmatamento, diz Nobre.

Embora ele destaque que, nos últimos anos, o Brasil avançou em construir uma matriz energética mais limpa, cerca de 11% da nossa energia vem de fontes eólicas ou solares, diz ele, o Brasil, até o momento, está na contramão dos compromissos assumidos de participar do esforço contra o aquecimento global.

Arrecadação federal chega a R$ 171,27 bilhões em julho

Apesar do número recorde da Receita Federal, especialista recomenda cautela.

A União arrecadou R$ 171,270 bilhões no mês passado, de acordo com dados divulgados hoje pela Receita Federal. Na comparação com julho do ano passado, houve um crescimento real de 35,47%, ou seja, descontada a inflação, em valores corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O valor é o maior para o mês de julho desde o início da série histórica da Receita Federal, em 1995, com correção pela inflação.

Nos sete primeiros meses de 2021, a arrecadação federal soma R$ 1,053 trilhão, com alta de 26,11% acima da inflação pelo IPCA, também recorde para o período acumulado. Segundo a Receita, todos os indicadores macroeconômicos que influenciam na arrecadação federal, como a produção industrial, a venda de bens e até mesmo o setor de serviços apresentaram variação positiva.

De acordo com a Receita Federal, o resultado da arrecadação federal pode ser explicado, principalmente, pelos fatores não recorrentes (que não se repetirão em outros anos), como recolhimentos extraordinários de aproximadamente R$ 24 bilhões em Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e em Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), de janeiro a julho de 2021.

No mesmo período do ano passado, os recolhimentos extraordinários foram de R$ 2,8 bilhões. No mês, essa arrecadação foi de R$ 4 bilhões. Nos últimos meses, esses recolhimentos fora de época têm impulsionado a arrecadação, por causa de empresas que registraram lucros maiores que o previsto e tiveram de pagar a diferença.

Os valores contrabalançaram a elevação de R$ 5,402 bilhões (em valores corrigidos pelo IPCA) nas compensações tributárias entre julho de 2020 e de 2021. O aumento foi de 26% na comparação interanual e o crescimento foi de 45% no período acumulado.

Por meio da compensação tributária, uma empresa que previu lucros maiores do que o realizado e pagou IRPJ e CSLL por estimativa em um exercício pode pedir abatimento nas parcelas seguintes, caso tenha prejuízo ou lucro menor que o esperado. Por causa da pandemia, que impactou o resultado das empresas, o volume de compensações aumentou de R$ 20,860 bilhões, em julho de 2020, para R$ 26,262 bilhões, em junho de 2021. No acumulado do ano, o montante já chega a R$ 37,948 bilhões.

O total do IRPJ e CSLL no mês passado foi de R$ 41,103 bilhões. Além deles, os destaques do mês foram as altas registradas na arrecadação do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), 33,21% em valores reais, corrigidos pela inflação, chegando a R$ 31,641 bilhões.

A arrecadação da Previdência Social aumentou 16,64% acima da inflação, e ficou em R$ 38,957 bilhões. O resultado pode ser explicado pelo adiamento do recolhimento das contribuições patronais e do Simples Nacional, concedidos em 2020, e pelo aumento das compensações tributárias com débitos de receita previdenciária.

Também houve crescimento da arrecadação dos tributos de comércio exterior, em razão, principalmente, do crescimento da taxa de câmbio e do valor em dólar das importações, que teve elevação de 55,16% na comparação interanual para o mês de julho.

Gabriel Quintanilha, advogado tributarista, professor de Direito Tributário da FGV e mestre em Economia e Gestão Empresarial, lembra que o avanço da vacinação também tem efeito direto nesse desempenho.

Com o avanço da vacinação, o cenário de desconfiança para os empresários vai sendo afastado. Mesmo que ainda hoje o grande medo seja de um novo lockdown, com o maior controle da pandemia o interesse das empresas em novos investimentos e novas atividades cresce.

Ao comentar um dos motivos destacados pela Receita para a arrecadação recorde,  Quintanilha pede cautela nessa comparação.

Comparar a economia de 2021 com 2020 é bastante perigoso. Nesse mesmo período do ano passado, estávamos no auge do problema e da insegurança. Ninguém sabia como seria o futuro e o lockdown era uma realidade nas maiores cidades do país. Em 2021, estamos com a economia quase que 100% reaberta e a população sendo vacinada. Isso já é o suficiente para acelerar a economia e criar boas expectativas.

Com o recorde da arrecadação e o aquecimento da economia, o ministro Paulo Guedes vê a possibilidade de viabilizar parte da reforma tributária. Para ele, a redução da arrecadação em até R$ 30 bilhões com as mudanças no Imposto de Renda seria compensada pelo bom desempenho que vem sendo registrado em 2021. Na opinião de Gabriel Quintanilha, o foco do governo para viabilizar a reforma deveria ser outro.

É um enorme risco pautar investimentos na arrecadação gerada por crescimento econômico, sobretudo no cenário de inflação em alta e dólar pressionado. O governo deveria focar no corte de gastos e reforma administrativa.

Fonte: Agência Brasil

Investimento estrangeiro em Bolsa cai 77% em julho com cenário instável no Brasil

Fonte: Folha SP

O volume aplicado por estrangeiros no mercado de ações, fundos de investimento e títulos públicos brasileiros somou US$ 1,2 bilhão em julho, redução de 77% em relação ao mês anterior. Os dados foram divulgados pelo BC (Banco Central) nesta quarta-feira (25).

O mês foi marcado por volatilidade na B3 (Bolsa de Valores brasileira), com a ameaça da variante Delta do coronavírus, crise hídrica e inflação em alta.

No período, os investidores estrangeiros preferiram papéis mais seguros e retiraram US$ 728 milhões de ações e fundos de investimentos. A saída foi compensada pela entrada líquida de US$ 1,9 bilhão em títulos públicos.

Apesar de mais baixo, o investimento em portfólio tem mantido a trajetória de ingressos líquidos. É importante lembrar que nos 12 meses anteriores houve uma saída muito forte causada principalmente pela pandemia em março, abril e maio, ponderou o chefe do departamento de estatísticas do BC, Fernando Rocha.

Em agosto, o cenário se deteriorou ainda mais com ruídos fiscais. Dúvidas em relação ao custeio do novo programa social do governo, o Auxílio Brasil, e ao pagamento de precatórios (dívidas do governo na Justiça) provocaram alta volatilidade no mercado.

Dados parciais do BC até a última sexta-feira (20) mostram que os investidores estrangeiros aplicaram US$ 444 milhões no mercado doméstico.

Em relação a julho do ano passado, no entanto, houve crescimento de 33%, quando foram aplicados US$ 885,4 milhões. Em 12 meses, houve ingresso líquido de US$ 44,9 bilhões.

Esses US$ 44,9 bilhões se destinam a repor a exposição dos estrangeiros no mercado doméstico, mas já supera a queda do ano passado, destaca Rocha.

Em maio e junho, os investimentos deste tipo foram significativos, com US$ 5,9 bilhões e US$ 5,1 bilhões, respectivamente.

Em março do ano passado, quando o vírus chegou ao país, os estrangeiros retiraram US$ 22 bilhões do mercado de títulos brasileiros, que registrou resultados negativos até maio.

Esse tipo de investimento normalmente apresenta queda em meses mais turbulentos porque é muito sensível a crises momentâneas e ruídos.

Após registrar o menor resultado em cinco anos em junho (US$ 174 milhões), os investimentos diretos mostraram recuperação e somaram US$ 6,1 bilhões em julho. Para o mês, o número foi o maior desde 2014.

Nos 12 meses, a modalidade totalizou US$ 47,5 bilhões, o equivalente a 3,04% do PIB (Produto Interno Bruto).

Diferentemente das aplicações em ações e títulos públicos, os investimentos diretos no país são feitos por empresas que estabelecem um relacionamento de médio e longo prazo com o país e são menos voláteis por envolver decisões mais duradouras.

De acordo com dados preliminares de agosto, foram aportados US$ 4,17 bilhões no período. O BC estima que o mês encerre com ingresso de US$ 5,8 bilhões.

Segundo Rocha, a maior parte do investimento direto em julho foi feita por meio de participação no capital, quando a matriz estrangeira injeta recursos em troca de uma fatia da empresa brasileira. Na modalidade, a remuneração para a companhia investidora é feita a partir da distribuição de lucros.

Já os empréstimos intercompanhia, quando a matriz concede crédito à empresa brasileira, caíram no mês. Nesse caso, o retorno da companhia estrangeira é feito com pagamento de parcelas fixas em um prazo determinado, com juros.

A escolha da modalidade depende da exposição que o investidor que ter no balanço da empresa. Não dá pra dizer que é uma tendência, mas a participação no capital vem aumentando e o empréstimo intercompanhia caindo em relação a períodos anteriores, disse o técnico do BC.

O ingresso dessas aplicações no país foi impactado pela pandemia. Com a crise, esses investimentos despencaram em 2020. Em comparação ao ano anterior, o volume de aplicações caiu pela metade. Ao todo, foram aportados US$ 34,1 bilhões no país no período, contra US$ 69,1 bilhões no ano anterior. O número foi o menor desde 2009, quando foram investidos US$ 31,4 bilhões.

De acordo com o BC, em julho as contas externas tiveram déficit de US$ 1,6 bilhão, ante déficit de US$ 600 milhões no mesmo período de 2020. Nos 12 meses, o resultado foi negativo em US$ 20,3 bilhões.

A projeção do BC para agosto é de superávit de US$ 1,1 bilhão em transações correntes.

A balança comercial registrou superávit de US$ 6,3 bilhões em julho.

As exportações ficaram em US$ 25,8 bilhões no mês, aumento de 31,9% em relação ao mesmo período do ano passado. As importações somaram US$ 19,5 bilhões, alta 49,9% na mesma base de comparação.

Brasil tem déficit em transações correntes de US$ 1,584 bilhão em julho

O Brasil registrou déficit em transações correntes de US$ 1,584 bilhão em julho, interrompendo três meses de resultados superavitários, num dado influenciado pelo aumento das remessas de lucros e dividendos para fora, divulgou o Banco Central hoje (25).

Com isso, o déficit em transações correntes em 12 meses passou a 1,30% do PIB, frente a 1,26% no acumulado até junho.

O resultado de julho veio pior que a expectativa de analistas em pesquisa Reuters, de um déficit de US$ 650 milhões, ficando também mais alto que o déficit de US$ 646 milhões obtido em julho do ano passado. Já os IDPs (investimentos diretos no país) somaram US$ 6,103 bilhões no mês, acima da projeção de analistas de US$ 4,45 bilhões.

Para agosto, o BC previu superávit em transações correntes de US$ 1,1 bilhão e IDP de US$ 5,8 bilhões.

No acumulado de janeiro a julho, o déficit das transações correntes é de 8,320 bilhões de dólares, abaixo dos US$ 13,907 bilhões de igual etapa de 2020. Para o consolidado do ano, a expectativa do BC é de um resultado superavitário em US$ 3 bilhões.

DETALHAMENTO

Em julho, o rombo na conta de renda primária subiu 26,3% sobre igual período de 2020, a US$ 6,769 bilhões. A alta foi influenciada principalmente pelo avanço das despesas líquidas de lucros e dividendos, que são associadas aos investimentos direto e em carteira e que somaram US$ 3,125 bilhões, frente a US$ 1,702 bilhão um ano antes.

Enquanto isso, o superávit da balança comercial caiu ligeiramente a US$ 6,271 bilhões, contra US$ 6,537 bilhões em julho do ano passado. Já o déficit na conta de serviços caiu 34,0%, a US$ 1,338 bilhão.

Dentro dessa linha, as despesas líquidas com viagens internacionais subiram a 229 milhões de dólares, contra apenas US$ 127 milhões em julho de 2020. Por outro lado, as despesas líquidas de aluguel de equipamentos sofreram queda de 48,4% na mesma base de comparação, a US$ 609 milhões, afetadas, segundo o BC, pela nacionalização de equipamentos no âmbito do Repetro.

Fonte: Reuters

Acesse as edições mais recentes das publicações do mercado:

Revista Apólice: https://www.revistaapolice.com.br/2021/05/edicao-265/

Revista Cobertura:  https://www.revistacobertura.com.br/revistas/revista-cobertura/revista-cobertura-edicao-231/#2

Revista Segurador Brasil: https://issuu.com/revistaseguradorbrasil/docs/segurador_166_

Revista Seguro Total: https://revistasegurototal.com.br/2021/06/14/mercados-de-vida-e-previdencia-apresentam-crescimento/

Revista Insurance Corp: http://insurancecorp.com.br/pt/content/pdf/ic_ed36_2021.pdf

Caderno de Seguros: https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n-916.html

Revista Brasil Energia: https://editorabrasilenergia.com.br/wp-content/uploads/sites/1/flips/129726/Bia469v3/2/index.html

Relatório 2020 da CNseg (destaca os seus projetos e ações em ano desafiador): https://cnseg.org.br/noticias/relatorio-2020-da-cnseg-destaca-os-seus-projetos-e-acoes-em-ano-desafiador.html

2021 / CNseg: O Setor de Seguros Brasileiro: https://cnseg.org.br/publicacoes/o-setor-de-seguros-brasileiro-folder-2021.html

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