Seguro D&O e a Sucessão Empresarial
04, Set. 2021
A importância do seguro D&O na sucessão empresarial
Diante das mais diversas situações que uma empresa pode
passar, existem produtos de cobertura de seguro para proteger o patrimônio dos
sócios e/ou diretores
O assunto sucessão empresarial ainda é um tema pouco
discutido no ambiente corporativo e de seguros relacionados, mas que é
extremamente importante para o futuro de qualquer negócio. O procedimento de
passagem de poder e capital entre a atual geração dirigente e a que virá
dirigir, situação pela qual todas as empresas que perduram irão um dia passar,
exige alguns esclarecimentos.
Quando um diretor tem poder mandatório na empresa, o que
o empodera também a ter autonomia para a tomada de decisões, ele passa a
responder pela empresa mesmo após ter se desligado do cargo, com patrimônio
próprio. O cônjuge, inclusive, pode ter contas e bens penhorados, de acordo com
o regime de casamento que estiver vinculado.
Diante das mais diversas variantes que a situação como um
todo pode provocar, existem produtos de cobertura de seguro para proteger o
patrimônio dos sócios e/ou diretores, assim como produtos de investimento no
exterior que podem blindar o patrimônio quanto a este tipo de situação, que
pode estar sujeita a problemas e divergências burocráticas nos mais diversos
níveis.
Por isso, é extremamente importante contratar os seguros
necessários antes de qualquer problema relacionado aparecer, pois,
posteriormente, pode ficar inviável. No produto de investimento, por exemplo, a
remessa para o exterior só pode ser feita da conta da própria pessoa, o que
dificulta este procedimento se já estiver penhorada, não sendo possível a
movimentação. Já no que se refere ao seguro, se o processo já estiver
acontecendo, isso não estará coberto.
Muitos executivos pedem o seguro D&O ao entrar na
empresa e muitas vezes não se atentam à cláusulas que podem fazer muita
diferença. As apólices têm vigência anual e um período complementar de 1 ano,
e, caso aconteça algo no ano de vigência e o processo seja apenas no ano
seguinte, estará coberto. É possível contratar até 3 anos de cobertura
suplementar, mantendo 5 anos de cobertura e contando com o ano de vigência.
Mas por que é importante contratar a suplementar mesmo
que a empresa informe que renovará o seguro todos os anos? Porque a vigência
anual quer dizer que a seguradora não tem obrigatoriedade de renovação. Caso a
empresa comece a apresentar problemas financeiros ou seja processada, a
seguradora pode cumprir apenas com as obrigações do contrato vigente.
O seguro D&O (Directors & Officers, na sigla em
inglês), que é uma modalidade de seguro que visa garantir a tranquilidade e a
proteção para executivos e administradores de empresas, pode cobrir a
indenização, as custas e os advogados, e ainda ter verba de marketing para algo
que venha a manchar a imagem do diretor. Pode, inclusive, oferecer uma renda
mensal enquanto a penhora de conta não cair, claro que dentro de algumas
limitações que vale a pena entender.
Complementar à cobertura de seguro, é valioso investir
parte dos ativos próprios no exterior. Além da diversificação de mercados e da
moeda forte, existem alguns países que só liberam penhora em processos
criminais, protegendo, assim, de maneira mais efetiva, o patrimônio dos sócios
e/ou diretores de forma que não seria possível aqui no Brasil. Além disso, para
que a blindagem seja efetiva, este investimento deve ser feito de forma legal,
enviado via Banco Central, declarado no imposto de renda, e, em alguns casos,
também no Bacen.
É importante garantir que todos esses procedimentos e
esclarecimentos sejam realizados com o profissional de seguros de sua
confiança, que vai garantir que o seu negócio esteja protegido de ponta a
ponta.
Fonte: Revista Apólice / Autor: Ale Boiani, CEO, gestora
e fundadora do 360iGroup
Seguro de vida cresce 19% no primeiro semestre
O setor avançou dez anos em 30 dias. Não podemos trazer a
vida de uma pessoa de volta, mas podemos dar um alívio financeiro para um
recomeço, afirma Helder Molina, CEO da MAG
Fonte: Valor Econômico
A preocupação com a saúde e bem-estar das famílias e a
conscientização sobre a necessidade de proteger o patrimônio financeiro em caso
de perda de renda ou doença grave têm favorecido o mercado de seguro de vida.
De acordo com dados da Susep, o seguro de vida teve crescimento de 19,1% no
primeiro semestre, em relação a igual período de 2020, correspondendo a um
aumento de R$ 1,75 bilhão na arrecadação de prêmios, para R$ 24,4 bilhões.
Também registra o menor número de cancelamentos de apólices. Apesar de todas as
perdas envolvidas nesta crise sanitária, ela despertou as pessoas para a
necessidade de se fazer um check-up da saúde financeira das famílias, afirma
Bianca Mangraviti, head comercial B2B da XP Inc, no evento XP Expert.
Segundo Helder Molina, CEO da MAG Seguros, a pandemia
acelerou os projetos de inovação das seguradoras e mostrou à sociedade o
propósito do setor: proteger famílias de imprevistos financeiros. O setor
avançou dez anos em 30 dias. Não podemos trazer a vida de uma pessoa de volta,
mas podemos dar um alívio financeiro para um recomeço, afirma. O setor pagou
indenizações para mais de 10% das mortes confirmadas por covid-19. Queríamos
pagar para 100% das pessoas que tiveram perdas. Mas, infelizmente poucos ainda
têm seguro de vida no Brasil.
Luciano Snel, CEO da Icatu Seguros, dimensiona o impacto
social. Já foram pagos R$ 3,8 bilhões em indenizações por mortes provocadas
pela covid-19 entre abril de 2020 e julho de 2021. Quase 86 mil apólices foram
acionadas, diante das mais de 577 mil mortes registradas desde o início da
crise. Deste total, R$ 2,8 bilhões foram pagos em 2021. Cerca de 90% do valor
pago foi por morte.
Apesar de muitas apólices terem cláusula de exclusão no
caso de pandemias, as seguradoras decidiram pagar. O contrato conta com
programas para gerenciar a saúde integral e evitar uma possível morte
financeira. E é isso que estamos conseguindo mostrar às pessoas, que agora
parecem estar mais abertas para ouvir o que temos a dizer, acrescenta CEO da
Prudential, David Legher.
Cerca de 95% das pessoas com covid-19 sobreviveram e uma
parte significativa precisa de apoio para lidar com problemas decorrentes da
pandemia. Eu calculo que 25% das coberturas em vigor podem ser usadas em vida,
permitindo, assim, uma reorganização da nova realidade que surge, afirma Snel.
Ele cita a cobertura por doenças graves, em que o
beneficiário poderá usar o dinheiro, sem qualquer tipo de burocracia, para
fazer um tratamento que talvez não seja coberto pelo plano de saúde, por
exemplo.
Estamos em processo de construção de uma nova consciência
que nos traz a clara percepção de que o nosso futuro depende das decisões que
estamos tomando no presente.
O maior legado da pandemia, segundo os seguradores, foi
despertar a necessidade de reavaliação da saúde financeira das famílias, uma
vez que o seguro de vida é uma das melhores ferramentas para garantir o
planejamento financeiro e sucessório. A procura por proteção do patrimônio ou
da renda vai depender do momento em que o cliente está, e a consultoria que
prestamos ajuda a despertar este interesse no cliente, destaca o CEO da MetLife
Brasil e Colômbia, Raphael de Carvalho. O objetivo é olhar o cliente de forma
holística e apresentar as melhores soluções para o seu momento de vida e seus
objetivos futuros, recomenda.
Todos estão animados com o potencial de negócios neste
segmento. Os executivos citam o baixo consumo do seguro de vida no Brasil,
inferior a 1% do PIB brasileiro, em comparação a dois dígitos de países como
Estados Unidos, França, Suíça, Inglaterra.
No Japão, por exemplo, 70% das vítimas da covid-19
receberam indenização, afirma Carvalho, da MetLife. Molina, da MAG, traz outro
dado sobre o potencial. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea) nossa população economicamente ativa é de 140 milhões de pessoas. Temos
15 mil assessores financeiros. Ou seja, 9 mil por pessoa. Cada assessor pode ir
buscar 9 mil clientes para colocar em sua base. Este é o tamanho do mercado
potencial que calculamos que temos para conquistar, afirma.
É um ganha-ganha para todos os envolvidos na cadeia do
seguro de vida, ressalta o CEO da Prudential. Ele cita o Prudential Vitality,
programa de bem-estar e recompensas que incentiva as pessoas a uma vida mais
saudável, com foco na longevidade. Na África, a expectativa de vida é de 63
anos. Registramos aumento de 37% na prática de atividades esportivas dos
clientes que usam a nossa plataforma de bem-estar, o que eleva a expectativa de
vida. Nosso objetivo é chamar a atenção para a saúde integral, corpo, mente e
financeira.
Venda de veículos cai pelo 3º mês seguido
Fonte: O Estado de S. Paulo
As vendas de veículos novos caíram pelo terceiro mês
seguido, em parte ainda reflexo da falta de modelos nas revendas em razão da
escassez de semicondutores. Foram vendidos em agosto 172,8 mil automóveis,
comerciais leves, caminhões e ônibus, volume 1,5% inferior ao de julho e 5,8%
menor do que o de igual mês de 2020. No acumulado, as vendas somam 1,42 milhão
de unidades, alta de 21,9% na comparação com o ano passado.
Isolando o segmento de automóveis e comerciais leves,
mais afetado pela falta de chips, os resultados são piores, com redução de
vendas de 2,3% na passagem de julho para agosto, e de 8% em relação há um ano,
para 159,4 mil unidades. No ano, há crescimento de 19,9%, para 1,33 milhão de
unidades.
O presidente do grupo Stellantis (Fiat, Jeep, Peugeot e
Citroën), Antonio Filosa, disse ontem que a situação de abastecimento
continuará complicada neste ano e que é difícil prever quando haverá solução
definitiva. Isso deve ocorrer no próximo ano, mas não nos primeiros meses.
Apesar das dificuldades com os chips, o grupo Stellantis foi um dos menos
afetados. A companhia paralisou alternadamente apenas algumas linhas produtivas
da fábrica da Fiat em Betim (MG) por períodos de dez dias. A unidade opera em
dois turnos, e a da Jeep, em Goiana (PE), em três.
Essa é uma das vantagens que levaram a Fiat à liderança,
antes ocupada pela General Motors. Até agosto, a marca vendeu 306,5 mil
automóveis e comerciais leves, o que representa 23% do mercado total do
segmento. A participação da segunda colocada, a Volkswagen, é de 15,6%, com
208,6 mil unidades. A Stellantis como um todo vendeu 440,6 mil unidades, ou 33%
do total comercializado.
Filosa credita o resultado também aos lançamentos do ano,
como as novas Fiat Strada e Toro e o SUV Commander, da Jeep. Este ano ainda
chegará o Pulse, primeiro SUV da Fiat na região. Mantivemos investimentos e
lançamentos previstos.
Ele explicou que o grupo, por ter forte participação nos
mercados do Brasil e da América do Sul, tem sido tratado igualmente a outros
países na divisão dos semicondutores adquiridos globalmente, o que não ocorre
com outras fabricantes locais.
Brasil corre risco de Apagão? Entenda as consequências da
crise hídrica
Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e
televisão, o ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque pediu o envolvimento
de toda a sociedade para evitar apagões e racionamento de energia nos próximos
meses. O ministro explicou a situação hídrica nos reservatórios das usinas e a
alta na tarifa para pagar a energia produzida por termelétricas.
Mas afinal, a crise hídrica pode deixar o Brasil sob o
risco de um novo apagão? Vamos relembrar um passado recente para explicar a
situação.
Quem era crescidinho em 2001 tem na memória uma profunda
readaptação nos lares e municípios brasileiros naquele ano. Quem tinha duas
geladeiras desligou uma. As lâmpadas comuns foram trocadas por fluorescentes. A
ordem era não demorar no banho, não deixar a luz acesa e evitar todo e qualquer
desperdício de energia. Os shoppings e comércios em geral funcionaram em horários
restritos e mesmo a indústria teve que se readaptar à nova realidade.
Naquele ano, o Brasil vivia seu primeiro racionamento de
energia desde que se constituíra de fato como um país urbano e industrial. A
ação coletiva evitou o apagão, risco iminente naquele ano, mas não poupou o
país de uma queda no crescimento econômico, que caiu de 4,5% em 2000 para 1,4%
em 2001.
Após duas décadas, os reservatórios enfrentam a maior
seca em 91 anos. No entanto, hoje nossa matriz energética é mais diversa.
Segundo um levantamento do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a partir de dados do Operador
Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o Brasil dispõe, em agosto de 2021, de 172
GW de capacidade de geração, distribuídos desta forma: 63% proveniente de
usinas hidroelétricas (UHE), 13% de usinas térmicas, 11% de plantas eólicas, 3%
de painéis solares, 8% de usinas à biomassa e pouco mais 1% relativo às duas
usinas nucleares.
Há 20 anos, o sistema estava baseado somente nas
hidrelétricas e nas termoelétricas. Essa diversidade da matriz energética é o
que protege, por exemplo, a região Nordeste, com índices próximos a 70% em seus
reservatórios.
Mesmo assim, a situação é grave. O próprio governo, por
meio da ONS, já lançou um programa que visa estimular a redução do consumo de
energia para evitar o racionamento. O vice-presidente Hamilton Mourão também
tratou o racionamento como possível.
Embora haja divergências entre os principais estudiosos
do assunto em relação à dimensão da crise, um fato com o qual todos concordam é
que há risco de racionamento em razão dos índices dos reservatórios, em torno
de 20% no Sudeste/Centro-Oeste e Sul. Outra certeza é que a conta de luz vai
ficar mais cara.
Tem uma questão que não aparece no cenário que é o
racionamento via preço. As medidas oneram muito uma tarifa que já estava
elevada, afirma Clarice Ferraz, diretora do Instituto Ilumina, voltado ao
desenvolvimento estratégico do setor elétrico.
Outro risco apontado por Ferraz diz respeito à gestão do
sistema elétrico brasileiro. Em 2001, o setor ainda tinha preponderância do
Estado na geração, distribuição e transmissão de energia, o que favorecia ações
centralizadas, fundamentais num contexto de crise. O que não há agora.
A situação é mais grave. Naquela época você tinha
recém-aberto o setor à concorrência. Nesse setor todo mundo tem que estar
alinhado. O mercado livre era 2%. Hoje a gente já está em 30%, afirma. A crise
foi tamanha [naquele ano] que o entendimento da crise fez com que os gestores,
depois de muito adiarem, tomaram a decisão de centralizar [a gestão da crise].
Você teve justamente uma criação de uma câmara de gestão de crise. Foi tudo
centralizado na mão do Estado via governo.
A especialista aponta também para mudanças no perfil do
consumo de eletricidade no âmbito doméstico. À época, ela lembra, a energia
elétrica era barata e o país vivia ainda a memória do período de inflação, que
havia se encerrado há pouco mais de cinco anos. Desse modo, quando veio o
racionamento foi mais fácil adaptar o cotidiano.
Hoje, os eletrodomésticos consomem menos energia e a
conta de luz é mais alta. Esses fatores estimulam o uso mais racional da
eletricidade por um lado. Por outro lado, nos tornamos mais dependentes da
energia elétrica dentro de casa. Afinal, a gente está trabalhando em home
office, lembra Ferraz.
A questão ambiental também é outro fator apontado por
Ferraz, ante os sequentes recordes de desmatamento que o país tem enfrentado.
Faz mais de 10 que a pluviometria não é a mesma. Lá no Sul, as afluências do
Rio que abastece estão em 21% da média histórica. Isso é muito seco. Há na
média uma tendência a aquecimento e mais seca.
Diante desse contexto, o pesquisador Ronaldo Bicalho, da
UFRJ, um dos maiores conhecedores do sistema elétrico brasileiro, alerta para
risco de danos nas turbinas das hidrelétricas se os reservatórios atingirem
índices abaixo de 10%. Abaixo de um determinado nível, você coloca em risco a
turbina. Tem um fenômeno chamado cavitação (quando entra água e ar). Essas bolhas
de ar batem na paleta da turbina e danificam. Para não danificar a turbina,
você para a central hidrelétrica, explica. Isso, ele afirma, torna o setor
demasiado dependente do volume de águas dos rios, criando um cenário de
instabilidade para o sistema. A gente tem um problema estrutural no setor
elétrico. Esse problema não vai acabar em novembro, março, nem em 2023. É uma
crise que veio para ficar.
Bicalho explica que isso ocorre em virtude da perda de
capacidade dos reservatórios em acumular água e das próprias mudanças dos
índices pluviométricos, num país cuja matriz energética está baseada, por
questões geográficas, na hidroeletricidade. Nós precisamos mudar nossa matriz
de recursos naturais. Buscar uma diversidade maior. Chover ou não chover tornou-se
uma questão dramática, afirma. As nossas [usinas] térmicas são ruins e caras.
Essas térmicas quando a gente desenhou, eram as térmicas dos reservatórios
grandes. Elas não entravam nunca [em atividade]. Elas são inadequadas para o
jogo que a gente precisa jogar.
Para o pesquisador sênior do Gesel, Roberto Brandão, a
situação é mais grave, do ponto de vista da seca, mas o racionamento, se
houver, não será na mesma proporção que de 2001. Acho que a gente pode ter
problemas mais para o final do ano. Pode ter até um racionamento, mas não na
dimensão de 2001. Em 2001, a gente já estaria racionando numa média de 20%.
Segundo o especialista isso não deve se repetir neste ano. É uma situação muito
pior do ponto de vista hidrológico, mas o sistema está mais folgado e mais
diversificado. Foi dimensionado para um consumo bem maior que esse aí.
No entanto, ele alerta que a energia deve ficar mais
cara, questão também apontada por Ferraz e Bicalho. A gente pode vir [também] a
ter problemas de abastecimento.
Energia das ondas podem gerar eletricidade
Fonte: Revista IstoÉ
Um modo para conseguir energia limpa dos oceanos pode
estar na eletricidade estática que a energia das ondas fornece. Cientistas de
Portugal conseguiram utilizar com sucesso pequenos geradores dentro de uma boia
de navegação, alimentando os sensores e as luzes que a boia utiliza para
recolher dados e ajudar os marinheiros.
Embora a escala do projeto seja pequena até agora, os
pesquisadores dizem que é uma importante prova de que a técnica que poderia
complementar as tentativas existentes para extrair a energia das ondas, bem
como outros tipos de movimentos naturais.
Os oceanos são um alvo atrativo para a geração de energia
renovável. Só as ondas produzem 32.000 terawatt/hora de energia natural por ano
(para referência, o mundo inteiro utiliza cerca de 23.000 terawatt/hora
anualmente). Também há o poder das correntes, das marés e da energia térmica.
Mas apesar de décadas de pesquisa, a energia dos oceanos
tem-se revelado difícil de aproveitar.
Os padrões das ondas são imprevisíveis, a água do mar
corrói os geradores de metal, e a energia das ondas está simultaneamente
dispersa por três dimensões (para cima, para a frente e para trás e
esquerda-direita).
Dessa forma, os pesquisadores portugueses concentraram-se
em algo menor e mais manejável: a alimentação de boias de navegação, que
frequentemente incorporam luzes para guiar barcos e sensores para monitorar as
condições oceânicas.
A equipe nomeou a tecnologia de nanogeradores
triboelétricos, ou TENGs, que convertem o movimento em uma corrente elétrica
utilizando eletricidade estática, o mesmo princípio que esfregar um balão em
uma camisa felpuda para gerar carga.
No núcleo de cada TENG há duas superfícies, com apenas
alguns centímetros, que podem ser facilmente carregadas positiva ou
negativamente. Sobre estas duas superfícies empilhadas, os cientistas colocaram
10 bolas de aço inoxidável, de cerca de 12 milímetros de diâmetro, que podem se
movimentar livremente. Quando o seu recipiente se inclina, as bolas rolam e
esfregam as duas superfícies juntas. Isto gera uma carga estática, que pode ser
convertida em eletricidade para alimentar uma bateria.
Os dispositivos são de baixo custo. Atingem altas
densidades de potência com alta eficiência, diz Cátia Rodrigues, estudante de
doutorado em nanotecnologia na Universidade do Porto, em Portugal. Ela
acrescenta que as TENGs continuam a ter um bom desempenho mesmo quando as ondas
são pequenas e dispersas.
A equipe de pesquisadores está trabalhando para aprimorar
os protótipos. O objetivo é gerar eletricidade a partir de qualquer tipo de
onda. Os cientistas testaram os modelos em uma piscina e simularam diversos
padrões.
Rodrigues diz que a produção poderia ser aumentada
através da incorporação de múltiplas TENGs ou da adição de nanopartículas às
superfícies por baixo das esferas metálicas, aumentando a capacidade dos
materiais para reunir carga.
As TENGs podem oferecer uma solução para um problema
chave que tem impedido outras tecnologias de energia oceânica. E assim, fornece
energia mais limpa para a sociedade.
Próximo leilão de petróleo tem menor número de inscritos
Fonte: Reuters
Com reflexos da transição energética global, a próxima
rodada de licitação de blocos exploratórios de petróleo e gás no Brasil teve
apenas nove empresas inscritas, o menor número já registrado para uma licitação
sob regime de concessão no país, ao incluir também áreas que estão em regiões
de nova fronteira, com maior risco exploratório.
A lista, porém, conta com algumas das maiores petroleiras
globais. Além da Petrobras, a ANP aprovou a participação de Chevron, Shell,
TotalEnergies, Ecopetrol, Murphy, Karoon, Wintershall Dea e 3R.
A 17ª Rodada de Licitações de blocos exploratórios sob
regime de concessão ofertará 92 blocos com risco exploratório, com área total
de 53,93 mil km², em 11 setores de elevado potencial e de nova fronteira de
quatro bacias sedimentares marítimas brasileiras: Campos, Pelotas, Potiguar e
Santos.
A rodada ocorre enquanto petroleiras em todo o mundo
estão acelerando planos voltados para transição energética, sob pressão para
que reduzam suas emissões. Além disso, o mundo ainda lida com incertezas
relacionadas ao baque econômico provocado pela pandemia de Covid-19.
Com certeza o apetite das empresas que já têm muitos
ativos em desenvolvimento é menor. A transição é um fator de incerteza, afirmou
à Reuters o professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio
de Janeiro, Edmar de Almeida.
O professor destacou ainda a grande presença de áreas em
novas fronteiras exploratórias, que reúnem menor conhecimento geológico e, portanto,
mais risco. Elas também podem encontrar dificuldades para obter licenças para
perfurações e sísmicas, devido a questionamentos sobre possíveis fragilidades
ambientais.
Na minha opinião o número reduzido está associado ao fato
de que são áreas de maior risco geológico e as empresas estão tendo acesso a
ativos exploratórios através da Rodada Permanente (da ANP), além da venda de
ativos pela Petrobras, afirmou.
De toda forma, é um sinal preocupante que deveria chamar
atenção das autoridades energéticas.
Por outro lado, algumas das áreas em oferta podem conter
reservas do pré-sal, segundo a ANP, embora estejam fora dos limites do polígono
traçado pelo governo.
MUITO RISCO E PORTFÓLIOS CHEIOS
Magda Chambriard, ex-diretora-geral da ANP, apontou que a
rodada poderia ser interessante para grandes petroleiras globais, devido aos
blocos próximos ao polígono do pré-sal, nas bacias de Santos e Campos, embora
estejam em áreas também pouco exploradas.
No entanto, elas estão com portfólio cheio, tiveram
dificuldades financeiras ano passado e estão começando a recobrar agora. Ela
destacou que as gigantes petroleiras sofreram com a pandemia no ano passado,
quando postergaram investimentos, e ainda não os retomaram plenamente.
Chambriard, hoje coordenadora de pesquisa de óleo e gás
na Fundação Getulio Vargas (FGV), destacou ainda que a Bacia de Pelotas não tem
descobertas realizadas e a de Potiguar está na margem equatorial em águas
profundas, pouco exploradas e com histórico de dificuldade de licenciamento
ambiental.
Em resumo: muito risco para algo caro nesse momento
difícil, afirmou.
Recentemente, um grupo de acionistas petroleiros da
Petrobras chamado Anapetro enviou uma carta à empresa pedindo que não participe
da 17ª Rodada, dada a fragilidade ambiental e jurídica de áreas em oferta.
Aldren Vernersbach, economista, pesquisador e consultor
UFRJ/FGV também citou os impactos da pandemia na economia global como um dos
fatores que afetaram o certame.
A pandemia... ainda gera perturbações na economia, uma
avaliação de aumento dos riscos e afeta a previsibilidade dos agentes
econômicos. Esse cenário, consequentemente, leva a uma maior precaução quanto a
maiores investimentos, disse Vernersbach.
A grande oscilação no preço internacional do petróleo
também é uma variável considerada no conjunto de escolhas das operadoras do
setor.
O economista pontuou, entretanto, que a transição
energética ainda não pode ser considerada um fator determinante, nesse caso,
uma vez que a economia mundial ainda é dependente de óleo e gás. Contribui, mas
ainda existe um vasto mercado a ser atendido.
A ANP não respondeu imediatamente a pedido de
comentários.
Assim como o Brasil,
principais países da América Latina devem estourar meta de inflação
Fonte: Estadão
O Brasil não está sozinho
quando o assunto é estouro da meta inflacionária este ano. Todas as grandes
economias da América Latina também devem superar a banda superior do alvo de
inflação: México, Chile, Colômbia e Peru. Segundo especialistas, uma mistura de
commodities (produtos básicos, como alimentos, minério de ferro e petróleo,
cotados no mercado internacional em dólar) em alta, depreciação cambial,
gargalos globais de oferta e retomada econômica explicam a aceleração dos
preços na região.
Em relação aos outros
países, porém, o Brasil deve ter a maior taxa de inflação, e as preocupações
são crescentes com a dinâmica inflacionária. Para 2022, a expectativa é de
convergência lenta à meta em todos os países, com previsões dentro da meta, mas
acima do alvo central, conforme o cenário da maioria das instituições
consultadas.
Após o anúncio da bandeira
escassez hídrica na conta de luz, as projeções de mercado indicam que o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do País, deve
fechar este ano perto de 8%, o maior nível desde 2015 (10,67%) e quase 3 pontos
porcentuais acima do teto da meta de inflação (5,25%).
Na quarta-feira, 1.º, por
exemplo, o Itaú Unibanco elevou a projeção para o IPCA de 2021 de 6,9% para
7,7%. As previsões do banco para a inflação ao consumidor no México (6,0%),
Chile (4,5%), Colômbia (4,4%) e Peru (3,6%) também indicam estouro da meta, que
é de 3,0% nos primeiros e de 2,0% no último, todos têm 1 ponto de margem de
tolerância.
Na América Latina, todos os
países superam a meta de inflação, destacou o economista-chefe do Itaú, Mario
Mesquita, em evento do banco esta semana.
Para 2022, apenas a
inflação colombiana converge exatamente para o centro da meta, segundo o Itaú,
enquanto a expectativa para o México é de 3,6%, para o Chile, de 3,2%, para o
Peru, de 2,6% e, para o Brasil, de 3,9% - superior ao alvo central (3,50%).
A Oxford Economics têm
cenário parecido para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) em 2021: México
(6,2%), Peru (4,4%), Chile (4,5%) e Colômbia (4,2%). Para 2022, por sua vez, a
expectativa é de que todos convirjam à meta, mas ainda acima do ponto central.
As projeções são de 3,4% para Chile, Colômbia e México, e 3,0% para o Peru.
Segundo Felipe Camargo,
economista-sênior da consultoria na América Latina, a aceleração da inflação na
região é uma combinação de commodities em alta, depreciação cambial e gargalos
globais de oferta. No Brasil, ele adiciona ainda a crise hídrica.
O economista-chefe para
América Latina do BNP Paribas, Gustavo Arruda, concorda que a crise hídrica é
uma idiossincrasia brasileira. Após o anúncio da bandeira escassez hídrica, o
banco elevou a projeção para o IPCA deste ano de 7,5% para 8,0%. Para 2022, a
projeção é de 4,5%, 1 ponto acima do centro da meta (3,50%).
Mas, para além do choque de
commodities, que tem persistido, elevando preços de alimentos e começando a
produzir efeitos de segunda ordem, e dos problemas na cadeia global de
suprimentos, o economista acrescenta a retomada do crescimento como outro fator
de pressão sobre a inflação que os países latino-americanos compartilham.
No cenário do BNP, Chile
(4,5%), Colômbia (4,5%) e México (6,3%) também estouram a meta de inflação
deste ano e ficam acima do centro em 2022, com 3,5%, 4,0% e 3,8%,
respectivamente.
É uma parte de recuperação
de um choque que temos dificuldade de classificar, da covid. É importante
termos essa visão para também enxergar o contexto e não ficar achando que somos
um ente isolado. Quando olha para os outros países similares ao Brasil está
todo mundo no mesmo barco, preocupado, não só os latino-americanos, mas também
Rússia e África do Sul.
Nesse contexto, Arruda
argumenta que a política monetária precisa atuar para evitar a contaminação do
choque. No caso do Brasil, é necessário, contudo, bom senso de que não dá para
levar a inflação diretamente para meta em 2022 sem um choque negativo sobre a atividade.
O economista projeta
atualmente 7,5% para a taxa Selic no fim do ano e 8,5% no início do ano que
vem, mas admite que, com o IPCA no fim do ano em 8,0%, os riscos de inércia e
reajustes salariais em 2022 podem provocar antecipação do ciclo de juros.
Nos outros países da
América Latina monitorados, somente a Colômbia não iniciou ainda um processo de
aperto monetário, mas o economista do BNP diz que será inevitável diante da
inflação em alta e do déficit em conta corrente. A expectativa é que os juros
subam dos atuais 1,75% para 3,0% no final de 2021 e 4,50% no fim de 2022.
Na última quarta-feira, o
Chile surpreendeu com uma alta de 0,75 ponto porcentual dos juros, para 1,5%.
Por lá, a vacinação foi mais rápida, há estímulos fiscais e a economia está se
recuperando bem, diz Arruda. O BNP está em processo de revisão do cenário após
a surpresa. Mas a Oxford passou a prever taxa de 2,5% no fim do ano ante 1,5%.
No México, a economia
também tem surpreendido, mas Arruda destaca que não há consenso dentro de
comitê de política monetária do banco central do país (Banxico) sobre os
próximos passos de política monetária.
O México de hoje lembra o
discurso do BC do Brasil no início do ano, de que o ajuste seria parcial.
Achamos que a ação vai ser parecida também, que os dados vão forçar o BC a
manter o processo de alta em 0,25 ponto, mas de forma contínua, diz, sobre a
projeção de 5,25% no fim deste ano e de 6% no término do ano que vem para os
juros básicos mexicanos, dos atuais 4,50%.
CIST Promove Curso
Clube Internacional de Seguro de Transportes - CIST , entre os dias 13 e 17 de setembro, promoverá mais um curso de curta duração de 10 horas, 100% online. Desta vez, o tema será curso Gestão de Riscos no Transporte de Mercadorias de Seguros ISSO 31000, ministrado por René Ellis.
Objetivo:
A gestão de riscos é um assunto amplamente coberto no segmento industrial. Infelizmente, no setor de transporte de carga, e especialmente em nosso país, a gestão de riscos não é tratada na forma e profundidade que deveria. No entanto, aquelas empresas que nos próximos anos não gerenciem adequadamente seus riscos, pelos quais eles podem ser afetados, terão sérios problemas de subsistência.
O objetivo deste curso é dar uma abordagem clara e racional dos riscos à os quais uma empresa está exposta ao transportar mercadorias e como você deve gerenciá-los. Será missão desta proposta enfocar este assunto do ponto de vista do seguro e sobre qual deveria ser a posição das seguradoras ante a gestão de risco de transporte.
Conteúdos:
Definições e abordagem para gestão de risco / Evolução histórica no Brasil / ISO 31000: 2009 / Classificação de riscos / Processo de implementação de gestão de risco / Setor de Transporte de bens / Origem e história / Conceitos básicos do transporte de mercadorias / Classificação do transporte de mercadorias / O contrato de transporte / Inserção básica INCOTERMS / O transporte no Brasil / Brasil Gestão de riscos no transporte de carga / Mapa de Risco / Risco de compra de acordo com o INCOTERM utilizado / Riscos políticos e antissociais./ Riscos econômicos derivados de direitos e impostos / Riscos legais / Riscos derivados da área geográfica / Riscos derivados da escolha do modo e meio de transporte / Riscos derivados da escolha do modal de transporte / Riscos inerentes ao meio de transporte utilizado / Riscos inerentes à natureza das mercadorias transportadas / Riscos relacionados à interferência humana / Riscos derivados de defeitos ou deficiências antes do transporte / Avaliação do risco / Tratamento do Risco / Prevenção e Proteção / Atividades associadas à gestão de risco do ponto de vista do seguros de transporte / Abordagem e solução com enfoque das seguradoras de transporte Abordagem / Conclusões / Bibliografia.
Serviço: Data: 13 a 17 de setembro de 2021 / Horário: 19h00 às 21h00
Investimento: R$ 200,000 para sócio e de R$ 300 para não sócio.
Mais informações: secretaria@cist.org.br / #Conhecimento e #networking qualificado.
Acesse as edições mais recentes das publicações do mercado:
Revista Apólice: https://www.revistaapolice.com.br/2021/05/edicao-265/
Revista Cobertura: https://www.revistacobertura.com.br/revistas/revista-cobertura/revista-cobertura-edicao-231/#2
Revista Segurador Brasil: https://issuu.com/revistaseguradorbrasil/docs/segurador_166_
Revista Seguro Total: https://revistasegurototal.com.br/2021/06/14/mercados-de-vida-e-previdencia-apresentam-crescimento/
Revista Insurance Corp:
Caderno de Seguros: https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n-916.html
Revista Brasil Energia: https://editorabrasilenergia.com.br/wp-content/uploads/sites/1/flips/129726/Bia469v3/2/index.html
Relatório 2020 da CNseg (destaca os seus projetos e ações em ano desafiador): https://cnseg.org.br/noticias/relatorio-2020-da-cnseg-destaca-os-seus-projetos-e-acoes-em-ano-desafiador.html