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Ainda Sobre o Open Insurance

23, Set. 2021

Como o Open Insurance vai melhorar o mercado

Novo modelo traz benefícios e facilitará o processo de investimentos, além de ampliar e desmistificar os produtos de seguro e previdência

O Open Banking é um sistema que compartilha dados pessoais e financeiros de clientes entre instituições financeiras. Isso é fiscalizado pelo Banco Central e ocorre mediante autorização, o objetivo é promover uma experiência melhor.

Já o Open Insurance compreende o mesmo processo. Mas, nesse caso, no universo das seguradoras e mais especificamente da previdência privada e seguros. É a abertura do mercado de seguros e envolve a troca de dados entre seguradoras e outros participantes do setor. Esse processo também será regulamentado e, nesse caso, aprovado pela Susep (Superintendência de Seguros Privados), a reguladora oficial do segmento.

Seu foco é a oferta de opções adequadas para cada cliente, com personalização, atendendo a necessidade do investidor e não da entidade. A novidade promove uma competição saudável e com mais transparência, facilitando a tomada de decisão dos clientes.

Outro benefício inclui o acesso digital por meio de canais e redes de atendimento das instituições financeiras. Isso empodera e oferece conhecimento para os clientes sobre o movimento do seu patrimônio.

Criado recentemente, o Open Insurance é um projeto que promove um ecossistema financeiro amplamente integrado. Isso prepara o terreno para o que o mercado chama de Open Investments, conceito que permite mais transparência no segmento de investimentos e um ambiente mais confiável, melhores produtos e serviços, mais segurança e inovação.

O fluxo livre de informações é um benefício para todos e a ampla utilização da internet nos mostra este movimento. Porém, é importante ter regras claras para que o cliente esteja no centro das decisões e não apenas das informações.

Para implementar o Open Banking, por exemplo, o Banco Central está trabalhando com fases. A terceira e última acaba de ser adiada e está prevista para ocorrer em outubro. Com isso, o ecossistema entre as empresas se desenvolve a cada dia mais. Porém, ainda há muita incerteza no setor e as instituições mais tradicionais podem ficar para trás.

A transparência é algo contemporâneo que se popularizou com a internet e chegou de fato para ficar. Não seria diferente no sistema financeiro e quem se beneficia disso é o cliente.

Neste movimento de transparência e compartilhamento de informações, a previdência privada deve assumir o papel de protagonista na acumulação de dinheiro e formação de patrimônio.

Esse movimento já ocorre em outros países, pois o investimento apresenta condições fiscais mais atrativas e é uma etapa importante da vida do investidor. É essencial ter uma previdência antes de partir para investimentos de risco, por exemplo. Até mesmo para diversificar a carteira e garantir que grandes oscilações no mercado não sejam muito prejudiciais.

Os grandes fundos previdenciários de renda fixa e multimercado registraram retorno positivo no 2º trimestre deste ano. Segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), juntos estes fundos reúnem R$197 bilhões em patrimônio, com um resgate líquido de R$35 bilhões nos últimos seis meses. Para os multimercados o patrimônio atingiu R$67 bilhões, com uma captação líquida acumulada de R$8 bilhões no período.

É um mercado bilionário, mas que ainda fica estigmatizado no Brasil como uma renda complementar à aposentadoria. Na realidade, também pode ser usado para outros objetivos. Há acesso a benefícios fiscais, acúmulo de capital e auxílio no processo de sucessão patrimonial.

Com o Open Insurance o brasileiro se apodera de uma cidadania financeira e passa a entender os mecanismos de acumulação de dinheiro, com a possibilidade de comparar as opções no mercado, sem ficar preso aos players tradicionais.

Desta forma, o novo modelo traz diversos benefícios e facilitará o processo de investimentos, além de ampliar e desmistificar o acesso aos produtos de seguro e previdência para os brasileiros.

Fonte: Revista Apólice / Autor: Luiz Bacellar, CEO da Saks

Escalada de ataques encarece seguro ciber

Fonte: Valor Econômico

Uma espécie de pandemia ciber, que emergiu a reboque da digitalização acelerada e do trabalho remoto implementado entre as medidas para combater a covid-19, tem causado um forte impacto sobre o segmento de seguros criados para proteger contra-ataques virtuais. Como resultado, as apólices do gênero já ficaram, em média, 50% mais caras no Brasil quando comparadas ao ano passado. Além disso, a quantidade de pedidos de novas coberturas ciber recusadas mais que dobrou no período, segundo as corretoras e seguradoras.

Dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) ilustram o tamanho do estrago causado pelos criminosos cibernéticos: os sinistros, as indenizações pagas pelas seguradoras decorrentes de eventos cobertos nas apólices, saltaram quase 39 vezes entre 2019 e 2020. Os valores das ocorrências de ataques cibernéticos saíram de R$ 811,5 mil há dois anos a R$ 31,6 milhões em 2020. No período, os prêmios emitidos para as coberturas ciber, ou seja, os valores a serem pagos pelas companhias protegidas pelo produto, tiveram alta mais modesta, de cerca de 101%, basicamente dobrando de um ano para outro.

Em 2021, até junho, os números da Susep mostram que os prêmios emitidos mantiveram o ritmo de crescimento. Em um semestre, quase igualaram o volume do ano passado inteiro, com R$ 41 milhões. Os sinistros, por sua vez, recuaram em termos absolutos. Em meio ano, houve perdas de R$ 7 milhões.

Ainda que a situação tenha melhorado em 2021, o salto sem precedentes dos sinistros acendeu uma luz de alerta para o setor. As seguradoras estão mais restritivas, com mais receio, exatamente pela magnitude dos ataques e, com isso, o custo já ficou 50% mais caro e com tendência de alta, diz Alexandre Delgado, sócio da corretora 3SEG, especializada no mercado corporativo.

Segundo Marta Schuh, diretora de risco cibernético da Marsh, estamos vendo uma aceleração do aumento do número de incidentes em todas as indústrias e os prejuízos estão bem maiores que os vislumbrados pelos clientes e seguradoras. A executiva explica que o cenário tem levado as seguradoras a ficarem mais cautelosas. Algumas casas criaram, por exemplo, sublimites para reduzir potenciais perdas em determinadas coberturas, como no caso de ataques de ransonware, o sequestro de sistemas com exigência de resgates financeiros.

Ataques do tipo cresceram 85% no Brasil no primeiro semestre, segundo a consultoria ISH.

ANEEL avalia projetos de usina eólica offshore, mas aguarda regulação

A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) analisa os pedidos de autorização para instalação de duas usinas eólicas offshore no Ceará, mas tende a aguardar o amadurecimento de uma regulação específica para o setor, o que deve acontecer em 2022.

A informação foi dada pelo assessor da diretoria da Aneel, Daniel Vieira, em seminário on-line sobre a regulação do setor organizado nesta terça-feira (21) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

Segundo Vieira, o maior dos projetos em análise pelo diretor-relator dos processos na Aneel é a usina eólica marítima de Asa Branca I, no Ceará, com capacidade de 720 MW. O empreendimento, da Eólicas do Brasil, chegou a obter uma primeira autorização da Aneel, mas com base no regramento válido para usinas eólicas em terra, o que não deve bastar.

Por ora, a recomendação da área técnica da agência aos diretores que analisam os projetos é aguardar as regras para a operação em alto mar antes de emitir os chamados despachos de requerimento de outorga (DRO), primeiro documento que autoriza a geração de energia. Vieira disse, no entanto, que o relator dos processos e a diretoria podem ou não seguir as recomendações dos técnicos.

A recomendação da área técnica foi não dar o DRO e incluir o assunto na agenda regulatória. Mês que vem, em outubro, a sociedade vai ser convidada a participar dessas atividades da Aneel, disse ele sobre o envio de sugestões à regulação da geração eólica no mar. Pelo calendário, a publicação do regramento só deve acontecer no ano que vem.

Além das autorizações da Aneel, esses projetos precisam do aval de outros órgãos, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Superintendência de Patrimônio da União e a Marinha do Brasil. Essas autorizações podem acontecer em paralelo ao trâmite do processo na Aneel e dizem sobre o local de instalação das usinas, área pública, e seu impacto ambiental e no tráfego marítimo.

A segunda usina eólica no mar em avaliação pela Aneel terá capacidade para produzir 576 MW, disse Vieira. Ele não foi específico, mas trata-se do projeto Caucaia, da Bi Energia. O projeto prevê a instalação de 48 aerogeradores em mar aberto (576 MW) e outros 11 na extremidade dos molhes, extensões de terra ou pedra (22 MW). Vieira disse que existe ainda um terceiro pedido em tramitação na agência, mas ainda em fase inicial de análise pela área técnica da Superintendência de Concessões e Autorizações de Geração (SCG).

De acordo com Vieira, a regulamentação específica do setor deve contemplar quatro aspectos principais: a definição da área de instalação das usinas, que no onshore envolve negociações privadas, mas no offshore depende mais da União; o estabelecimento dos prazos para a realização dos projetos, que deverão ser mais longos que os utilizados para instalações em terra; a conexão com a rede; e diretrizes de acompanhamento dos projetos pela Aneel.

Sobre o terceiro ponto, Vieira informou que é preciso haver um tratamento especial e aprofundamento da regulação sobre a conexão com a rede de transmissão porque, no caso de usinas eólicas no mar, isso deve responder, em média, por 21% do custo do empreendimento, variando com relação à distância da costa e a infraestrutura nela instalada, enquanto em usinas em terra, gira em torno de 10%.

Eólicas offshore para eletrificar plataformas de petróleo e gás

Presente no evento, o diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Raphael Moura, disse que as eólicas offshore estão no centro de qualquer debate sobre transição energética bem sucedido.

Ele lembrou que a ANP aprovou, em 2020, resolução sobre o descomissionamento e transferência de ativos ligados à indústria do petróleo em alto mar, seja para extensão de sua vida útil ou para sua adaptação a outros fins, como o suporte ou integração com unidades eólicas capazes de alimentar as plataformas de produção de petróleo e gás. Segundo ele, os investimentos necessários à reutilização e ao licenciamento de ativos offshore da indústria de petróleo são menores que o do lançamento de novas estruturas e, por isso, devem ser cada vez mais considerados pelo mercado.

Há possibilidade de utilização dos ativos para outros fins. Isso é tema da regulação da ANP. Um deles é a geração de energia [eólica] de que a gente está tratando, afirmou. Basicamente teremos as subestações eólicas offshore e a eletrificação das plataformas a partir dessas instalações, além de possibilidades futuras como a geração do hidrogênio offshore a partir da energia eólica, continuou o diretor da ANP.

Moura disse ver na geração de energia eólica em águas profundas para eletrificação das plataformas o caminho para a neutralização das emissões de gases poluentes nos campos de produção de petróleo e gás no Brasil. Ele se refere às emissões ligadas à geração de energia a partir do gás natural ou diesel nas plataformas.

No Brasil, disse, levar eletricidade gerada em terra para plataformas em águas profundas pode ser inviável em função do custo da operação, o que muda com a instalação de usinas no mar. Ainda não existem no país instalações desse tipo, comuns em países com tradição petrolífera, como Holanda e Noruega. Mas Moura observou que as petroleiras em atividade no Brasil têm apresentado projetos nesse sentido e, de forma mais ampla, vêm incluindo em seus planos de negócios um nível de investimento crescente em geração eólica.

Fonte: Valor Econômico

Transição Energética no Brasil: Shell planeja investir R$ 3 bi

A Shell planeja investir R$ 3 bilhões em mercados de transição energética no Brasil até o final de 2025, segundo o diretor de Renováveis e Soluções de Energia, Guilherme Perdigão. O executivo participou, na terça-feira (21/9), de entrevista coletiva sobre o lançamento da marca Shell Energy Brasil, responsável pelo portfólio nacional de geração e comercialização de energia elétrica e certificados e compensações de carbono.

Depois de ser introduzida na Europa, EUA e Austrália, a Shell Energy chega ao Brasil com a termelétrica Marlim Azul e a planta solar Aquarii em sua carteira de projetos. O último, desenvolvido em parceria com a Gerdau, tem decisão final de investimento prevista para o final do ano. Também em seu portfólio, a empresa tem o contrato de fornecimento de gás do pré-sal à Copergás.

De acordo com Perdigão, o país é uma das quatro áreas prioritárias para a marca, cuja estratégia prioriza investimentos em geração eólica e solar, trading e comercialização de produtos e serviços para consumidores livres, o que inclui o modelo de autoprodução.

Os R$ 3 bilhões previstos serão distribuídos entre os negócios de energia solar, desenvolvimento de sua capacidade comercial, implantação da UTE Marlim Sul e expansão da geração térmica a gás.

Nesse sentido, a empresa estuda participar do leilão de reserva de capacidade para energia termelétrica, previsto para dezembro. Como é um leilão novo, estamos na fase de entender as regras, tem uma série de questões novas que ainda estamos entendendo para vermos, como investidores, como nos preparamos para viabilizar essa oportunidade dentro da Shell, disse Perdigão, para quem as perspectivas de participação são otimistas.

Já os projetos de eólica offshore que a companhia estuda implementar no Brasil aguardam o marco regulatório do segmento.

Fonte: Revista Brasil Energia

Consumo de energia no Brasil fica quase estável na 1ª metade de setembro, diz CCEE

Fonte: Reuters

O consumo de energia no sistema elétrico brasileiro se manteve quase estável nas primeiras duas semanas de setembro ante o mesmo período do ano passado, com leve aumento de 0,2%, para 64.693 MW médios, informou nesta quarta-feira a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Na comparação com o mesmo período de 2019, porém, houve um aumento de 4,2% no consumo.

O consumo no mercado livre (ACL), ambiente em que grandes indústrias e centros comerciais podem negociar diretamente contratos de suprimento, foi de 22.001 MW médios, alta de 5,5% na comparação anual.

Já o mercado regulado (ACR), no qual pequenas e médias empresas e residências adquirem eletricidade junto às distribuidoras, demandou 42.692 MW médios, um recuo de 2,4% frente ao ano passado, influenciado pelo feriado de 7 de setembro, que ocorreu numa terça-feira e levou a emendas na segunda-feira para parte do comércio, disse a CCEE.

Os números também foram influenciados pela saída de consumidores do ACR para o ACL nesse período. Se desconsiderarmos o efeito de migração entre os ambientes nos últimos doze meses, o mercado livre teria crescido 1,1% enquanto o mercado regulado recuaria menos, cerca de 0,2%, disse a câmara.

FMI diz que economia brasileira está se saindo melhor do que o esperado

Forbes Brasil

O FMI (Fundo Monetário Internacional) disse hoje (22) que o desempenho econômico do Brasil tem sido melhor do que o esperado em parte devido à resposta enérgica das autoridades à medida que a economia emerge da desaceleração causada pela pandemia.

A previsão do Fundo para o crescimento econômico da maior economia da América Latina é de expansão de 5,3% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2021, inalterada em relação à estimativa de julho.

A incerteza em torno das perspectivas é excepcionalmente alta, mas os riscos para o crescimento são vistos como amplamente equilibrados, disse o Fundo na conclusão de suas consultas do Artigo IV, discussões bilaterais mantidas entre o Fundo e seus membros todos os anos.

No entanto, disse o FMI, a pandemia exacerbou os desafios de longa data para um maior crescimento e inclusão socioeconômica.

O mercado de trabalho está atrasado em relação à recuperação da produção e a taxa de desemprego é alta, especialmente entre jovens, mulheres e afro-brasileiros, disse o FMI.

Nesse sentido, o país precisa de mais esforços para aumentar a confiança do mercado e fortalecer as perspectivas de médio prazo.

O Fundo apontou necessidades específicas em termos de aumento da flexibilidade do mercado de trabalho formal e melhoria da governança, bem como fortalecimento das estruturas anticorrupção.

Também são necessárias medidas para melhorar ainda mais o ambiente para o investimento do setor privado, disse o Fundo.

O Conselho do FMI se mostrou a favor da recente postura de política monetária hawkish (dura com a inflação) do Banco Central, conforme ele busca ancorar as expectativas de inflação. A inflação no Brasil é a terceira mais alta entre os países do G20, atrás da Argentina e da Turquia.

Ontem (22), o Copom (Comitê de Política Monetária ) deve aumentar a taxa Selic pela quinta reunião consecutiva, em 1 ponto percentual, a 6,25% ao ano.

A indústria brasileira perde espaço

Fonte: Estadão

A indústria de transformação vem perdendo espaço na economia brasileira, fenômeno observado em outros países, mas vem encolhendo também na comparação com a do resto do mundo, o que é um mau sinal no presente e um alerta para o futuro. Nos últimos anos, como mostrou reportagem do Estado (19/9), a indústria brasileira caiu da 9.ª posição entre as maiores do mundo para a 14.ª. No período, a participação do Brasil na manufatura global caiu de 2,2% para 1,3%, de acordo com o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

O futuro parece pouco promissor. Mudanças que já ocorriam nas cadeias globais de produção, das quais o Brasil vinha se afastando, foram aceleradas na pandemia e países mais preparados conseguiram se reposicionar de maneira ainda mais competitiva no cenário mundial. A indústria brasileira parece mal conseguir enfrentar o presente e não demonstra estar preparada para os novos desafios.

Governos dos principais países deram resposta rápida aos novos problemas. Os planos do governo Biden nos Estados Unidos, os programas de recuperação da União Europeia e a revisão do plano quinquenal da China são citados pelo economista do Iedi Rafael Cagnin para mostrar a capacidade desses países de reagir a situações de emergência.

No Brasil, ao contrário, o encerramento de atividades de fábricas de empresas multinacionais instaladas há muito tempo no País mostrou que a disponibilidade de um mercado interno volumoso e com grande potencial não é mais o bastante para o desenvolvimento industrial. A reorganização das cadeias de produção visando à eficiência e à redução de custos, a velocidade da modernização dos processos produtivos, a integração entre diferentes setores ligados à produção, distribuição, marketing e comercialização, características da nova indústria mundial, parecem distantes do País.

As políticas públicas mostram-se incapazes de evitar a ampliação dessa distância. Não se trata mais, obviamente, de escolher segmentos a serem beneficiados, como se fez com frequência no passado. É preciso, porém, que o setor público tenha políticas que não prejudiquem o crescimento. De que adianta ter robôs, inteligência artificial e outros recursos se a internet não é confiável e veloz o suficiente e a energia cai? Outros exemplos poderiam ser lembrados.

Brasil pode ser um dos países mais afetados por crise na empresa chinesa Evergrande

Fonte: BBCNews

A incorporadora imobiliária Evergrande, gigante do setor de construção na China, causou pânico em bolsas de valores no mundo inteiro na segunda (20/9) em meio a notícias de que a empresa corria risco de dar calote em parte de sua dívida bilionária, que passa de US$ 300 bilhões.

O mau humor foi sendo dissipado com a avaliação de que a probabilidade de o episódio se tornar o Lehman Brothers da China, uma referência à quebra do banco americano que catalisou a crise financeira global de 2008, não era tão grande.

Entre os argumentos está o fato de que o mercado financeiro chinês é bem mais fechado, o que reduz o potencial de contágio em escala mundial, e a possibilidade de que o governo interfira para evitar os desdobramentos negativos, uma marca do capitalismo de Estado praticado pela China.

Mas esse não é o único temor dos analistas.

O mais preocupante não é o [impacto no] sistema financeiro mundial, é muito mais a economia real, diz o professor de economia chinesa do Insper Roberto Dumas.

O problema de liquidez da Evergrande colocou sob os holofotes um jogo de forças que há algum tempo vem mexendo com o setor imobiliário da China. De um lado estão as empresas, que há anos têm contribuído para o crescimento agressivo do país tomando muito dinheiro emprestado. De outro, o governo, que agora tenta impor limites a um endividamento que enxerga como excessivo.

Assim, a crise na gigante do setor pode ser prenúncio de algo maior, a desaceleração do setor da construção, que responde por cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) chinês. Nesse cenário, o Brasil, que fornece uma parte relevante do minério de ferro usado para erguer os arranha-céus no país, está no topo da lista dos potenciais prejudicados.

Devo, não nego

A Evergrande é hoje um império com 200 mil funcionários e cerca de 1.300 projetos em mais de 280 cidades.

Foi fundada em 1996 por Hui Ka Yan e cresceu com uma estratégia agressiva que a fez inclusive transbordar o setor da construção. O grupo tem uma divisão de veículos elétricos, investimentos na área de mídia e no setor alimentício, é dono de parque temático, o Evergrande Fairyland (ainda em construção), e um time de futebol, o Guangzhou FC.

O endividamento foi um pilar fundamental da expansão, e fez dela a incorporadora mais endividada do mundo.

O que aconteceu nesta semana foi um pequeno capítulo de uma história longa. Os mercados reagiram à notícia de que a companhia talvez não tivesse caixa para pagar títulos com vencimento na quinta-feira (23/9). A empresa acabou conseguindo negociar refinanciamento com um dos credores, mas o acordo não resolve o problema, já que a Evergrande ainda tem um volume extremamente elevado de passivo com vencimento neste e no próximo ano.

O que me surpreende é que as pessoas estejam surpresas com o que está acontecendo, brinca o economista Livio Ribeiro, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre-FGV).

Ele lembra que um episódio semelhante já havia ocorrido em setembro do ano passado, quando investidores aceitaram alongar o prazo de um débito de US$ 13 bilhões da Evergrande para evitar uma crise de solvência na companhia naquele momento.

Muito além de uma empresa

O pesquisador acrescenta que o modelo de negócio da Evergrande não é um caso isolado.

Essa é uma questão setorial. Ela é de longe a mais endividada, mas há várias outras empresas com nível de endividamento muito elevado.

E foi esse o cenário que levou o governo chinês a tentar impor limites à alavancagem das incorporadoras imobiliárias.

Uma série de controles regulatórios, batizados de three red lines (três linhas vermelhas, em tradução literal), vêm sendo implementados desde setembro do ano passado.

Um deles estabeleceu índices de endividamento que definem se as companhias poderão ou não tomar novos empréstimos. Caso ultrapassem o limite, as companhias ficam impedidas de fazer dívidas adicionais, o que aconteceu com a Evergrande, que se viu impossibilitada de acessar o canal tradicional do crédito para tentar pagar as dívidas com vencimento de curto prazo.

As medidas também afetaram um outro canal usado pelas empresas privadas para se financiar, o shadow banking, que reúne uma série de instrumentos que estão fora do escrutínio da legislação do sistema bancário no país.

Na tentativa de contornar a situação, a Evergrande chegou a tentar vender ativos para levantar os recursos para pagar os títulos de dívida no prazo, mas os valores não foram suficientes.

A cruzada do governo chinês contra o endividamento

Em uma longa análise sobre a crise exposta pelo caso Evergrande, o professor de Finanças na Universidade de Pequim Michael Pettis escreveu que há anos as autoridades do país vêm numa cruzada contra o endividamento excessivo da economia chinesa.

As razões são várias. No caso do setor imobiliário, o acesso fácil aos empréstimos contribuiu para criar uma bolha que elevou artificialmente o preço dos imóveis e abriu espaço para especulação. Olhando especificamente para o mercado de crédito, por sua vez, a ideia de que o governo chinês sempre socorreria com vultosas injeções de capital as empresas que se vissem à beira da falência fez com que as instituições financeiras emprestassem aos grandes conglomerados sem muito critério.

Ao tentar convencer os credores de que não protegeria mais os grandes tomadores de empréstimos, eles estão tentando transformar o sistema financeiro chinês, fazendo com que os credores sejam mais reticentes em financiar projetos pouco produtivos, escreveu o especialista, que é também senior fellow no Carnegie-Tsinghua Center for Global Policy.

Por isso, existe uma grande discussão no momento sobre se o governo chinês vai interferir na questão da Evergrande e, se o fizer, em que nível.

O que isso significa para a economia chinesa e para o Brasil

No pano de fundo, a expectativa é que haja uma significativa desaceleração do setor imobiliário do país. Para o economista-chefe para a Ásia da consultoria Capital Economics, Mark Williams, esse era um cenário que estava colocado ainda antes dos novos controles regulatórios instituídos pelo governo.

Ainda que as três linhas vermelhas tenham precipitado a crise, ela não é a principal causa dela, ressaltou em relatório enviado a clientes.

O setor imobiliário da China, segundo ele, está entrando em um ciclo longo de declínio. Entre os fatores que estão reduzindo a demanda por imóveis entre os chineses, ele cita o crescimento mais lento da população urbana, uma acomodação do movimento de forte migração de pessoas do campo para a cidade, e a tendência de diminuição de novos matrimônios no país.

Muitas famílias veem o imóvel próprio como um pré-requisito para casar. Mas o número de novas famílias é cada vez menor: entre 2013 e 2019, o número de casamentos caiu 31%.

Toda essa dinâmica acaba afetando diretamente o Brasil, já que pouco mais de 30% de tudo o que o país exporta tem como destino a China.

Um dos principais canais é o minério de ferro: o preço da commodity já vinha caindo nas últimas semanas e despencou diante da expectativa de que a China vai passar a comprar menos.

A pauta de exportação do Brasil para a China é muito concentrada, mais de 20% é minério de ferro, destaca Ribeiro. Estaria entre os mais afetados, junto de países como Austrália e Chile.

O Brasil venderia menos tanto em valor, por conta da queda da cotação, quanto em volume, com a demanda deprimida. Com uma renda menor de exportações, a tendência é que essa dinâmica ajude a encarecer o dólar e enfraquecer o real.

O economista pontua que um capítulo em aberto é se a crise instalada com o caso Evergrande terá algum impacto sobre a confiança do consumidor chinês, contribuindo para reduzir ainda mais seu interesse por produtos imobiliários.

Os imóveis estão entre os principais investimentos das famílias no país. Elas chegam a pagar valores altos de entrada, de até 80% do valor total, um outro fator, aliás, que diferencia o cenário da China hoje dos Estados Unidos de 2008.

Não há mercado de hipoteca organizado, o problema [do endividamento] está nas incorporadoras, diz ele, reforçando a avaliação de que a crise de liquidez da Evergrande não deve ter o mesmo efeito de contágio no mercado financeiro global que a crise dos subprimes americana.

Do lado da economia real, a desaceleração é uma notícia preocupante para o Brasil especialmente neste momento, já que enfraquece um motor que vinha sendo importante diante da fragilidade de outros pilares de crescimento, diz o professor do Insper Roberto Dumas.

E se soma a outras notícias ruins que vêm deteriorando as expectativas para o próximo ano.

Se a gente pensar num avião, o crescimento tem quatro motores: consumo, investimento, gastos do governo e exportações líquidas. A turbina do consumo doméstico vem sendo prejudicada pelos juros e inflação altos, pela depreciação cambial. Agora, a exportação líquida não vai crescer no mesmo ritmo porque a China está desacelerando, e um terço das nossas exportações vai para a China. Cadê o motor de crescimento?

61% das empresas que entraram na Bolsa em 2021 perderam valor

Fonte: Poder360

O Brasil viveu um boom de IPOs (oferta pública inicial) em 2021, mas a maior parte das ações que estrearam na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo) neste ano está operando no vermelho. O baque é fruto do mau humor que tomou conta do mercado diante dos ruídos políticos e das incertezas fiscais que rondam o governo de Jair Bolsonaro.

Dados levantados pelo Poder360 mostram que 25 empresas brasileiras que abriram o capital em 2021 viram seus papeis perderem valor até a última 3ª feira (21.set.2021). São 61% dos 41 IPOs registrados no ano. O levantamento comparou o preço fixado em cada IPO e o fechamento do mercado na 3ª feira.

A maior queda foi da OceanPact. As ações da empresa de serviços marítimos estrearam na B3 em fevereiro a R$ 11,15, mas terminaram o pregão da 3ª feira valendo R$ 3,91. O baque de 64,9% ocorre em meio a atrasos contratuais e a um acordo de reajuste salarial que vai impactar o caixa da companhia.

A TC, ex-TradersClub, também opera no vermelho. Os papeis da plataforma de investidores caíram de R$ 9,50 para R$ 6,44 em menos de 2 meses. Com o baque de mais de 32%, a empresa anunciou a recompra de até 1 milhão de ações nesta semana com o objetivo de maximizar a geração de valor para os acionistas. A empresa avaliou que o valor atual de suas ações não reflete o real valor dos seus ativos combinado com a perspectiva de rentabilidade e geração de resultados futuros.

Já a Raízen, que em 4 e agosto levantou R$ 6,9 bilhões no maior IPO do ano na B3, tem andado de lado. Os papeis da empresa de biocombustíveis nunca superaram os R$ 7,40 fixados no IPO. A cotação mínima foi de R$ 6,35, em 9 de setembro. Na 3ª feira, fechou em R$ 7,28.

Efeito Bolsonaro

Para especialistas, o baque das novas ações da B3 indica o humor ruim do mercado. No início deste ano, havia mais liquidez e o clima era de otimismo com a recuperação econômica. Porém, agora, o que predomina é a cautela. Há incerteza com os ruídos políticos e o rumo das contas públicas.

O Ibovespa, que atingiu 130 mil pontos em junho, opera perto dos 112 mil pontos hoje. Os papéis de muitas empresas seguiram a trajetória de queda, e quem pensava em abrir o capital está reavaliando a empreitada.

Segundo a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), há 31 pedidos de IPO em análise, dos quais 6 foram registradas neste mês, como o da Interplayers Soluções Integradas. Porém, as desistências já somam 43 em 2021. Privalia e BBM Logística, por exemplo, suspenderam o IPO devido à volatilidade do mercado.

Dados da B3 reforçam que o boom de aberturas de capital visto no início de 2021 perdeu fôlego. Depois de um 1º semestre de 26 IPOs e mais 12 ofertas em julho, houve 4 em agosto e 1 em setembro até agora. O próximo deve ser o da rede de academias Bluefit, marcado para 28 de setembro. Especialistas dizem que a janela de oportunidade está se fechando, porque a volatilidade não deve ceder até as eleições de 2022.

Houve uma concentração de IPOs no início do ano, porque muitas empresas estavam ávidas por entrar na Bolsa e o mercado estava se recuperando no início. Porém, o momento agora é de aversão ao risco, por causa dos problemas do país e das dúvidas fiscais. Isso gera volatilidade, tira a pressão compradora, afeta a Bolsa e frustra os investidores dos IPOs, afirmou o economista da BlueMetrix Ativos Renan Silva.

O mercado como um todo está sofrendo pelos problemas macroeconômicos. O investidor estrangeiro, que comprou boa parte desses IPOs, está muito ressabiado e revê a sua posição, porque o Brasil não está fazendo o seu dever de casa, afirmou o economista da Órama Investimentos Alexandre Espírito Santo. Ele citou a questão dos precatórios e do novo Bolsa Família como duas das grandes fontes de incerteza do mercado hoje.

Para o mercado, esse clima de volatilidade vai tornar os IPOs mais escassos a partir de agora. A expectativa é que quem já esteja preparado e tenha uma história boa o suficiente para atrair investidores insista no plano, mas que outras empresas suspendam a abertura de capital ou diminuam os preços para entrar na Bolsa.

O ambiente mais favorável não está mais presente, e o poder de barganha dos investidores é um pouco maior agora, mas ainda há apetite para investimentos interessantes, a preços razoáveis. Outros ofertantes podem adiar para esperar uma janela melhor, mas ano que vem tem eleição, então a janela talvez não seja tão longa assim, disse o gerente de research da Ativa Investimentos Pedro Serra.

Exceções: 39% valorizaram

Das 41 estreantes da B3, 16 viram suas ações se valorizarem depois do IPO. O destaque é a Intelbras. As ações da fabricante de produtos de telefonia e segurança eletrônica subiram quase 20% já no 1º dia de negociação e mais quase 67% depois. Foram precificadas em R$ 15,75 em fevereiro e hoje estão valendo R$ 30,81, alta de 95,6%.

A 2ª maior alta é da Boa Safra. As ações da produtora de sementes de soja estrearam na B3 a R$ 9,90 e hoje valem R$ 13,90, valorização de 40,4%. O CEO da Boa Safra, Marino Colpo, disse que a alta mostra a força do agronegócio. O investidor sabe que o agronegócio é o setor que mais cresce no Brasil e quer investir no setor, mas tem poucas opções desse tipo na Bolsa. Esse tipo de empresa tem muito a crescer na Bolsa, afirmou Colpo.

Ele acrescentou que o desempenho da Boa Safra contribui com o resultado. A empresa entrou na B3 com mais de 15 mil investidores pessoa física e hoje já tem 40 mil, segundo o CEO. Crescemos em média 38% ao ano nos últimos 3 anos e vamos usar todo o dinheiro captado no IPO para investir no negócio, para crescer mais, afirmou.

CIST debaterá Mudanças do Marco Regulatório e os novos desafios de seguros de Transporte

O próximo evento promovido pelo Clube Internacional de Seguros de Transportes (CIST) debaterá os impactos na contratação do seguro de Transportes e desafios frente futuras alterações regulatórias. O encontro, gratuito e online, acontecerá na próxima quinta-feira, dia 23 de setembro, às 9h.

Essas e outras mudanças trarão novos desafios e riscos, inclusive no segmento de seguro de Transporte, e precisam ser debatidas, justifica Alfredo Chaia, presidente do CIST.

A mesa redonda será composta pelos debatedores Thiago Menegon, da TDB Transportes; Cristiano de Oliveira, da Zattar Seguros; Rosevaldo Silva, da Tokio Marine; e Conceição Souza, da Apisul. O moderador será Amílcar Spencer, diretor de Solução Transportes e de Gerenciamento de Riscos da Seguros Sura.

Como o objetivo desse encontro é contribuir no desenvolvimento da cultura de gestão de riscos e seguros no Brasil, e de ajudar na capacitação dos trabalhadores desses segmentos, as inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo link http://www.cist.org.br/workshop-old/ 

O evento conta ainda com apoio da 3S Tecnologia, Buonny Gerenciamento de Riscos; Grupo FOX; Guep Technology e Munich Re; além do apoio institucional da Mas Container.

Webinar Regional da Marsh

Tema: Oportunidades e riscos do hidrogênio verde na América Latina

Data: 29 de setembro / Horário: 10:00 (BRT) / Tradução simultânea espanhol / português

Inscrições: https://mmc.zoom.us/webinar/register/6816315598661/WN_Muqx1rsZRBqyz_rNqmOJ1Q  

Vindo de fontes renováveis, o hidrogênio verde está se tornando a chave para a transição energética global, devido às suas baixas emissões de carbono.

Na América Latina, o cenário é muito favorável para o desenvolvimento dessa energia: o Chile tem como objetivo se tornar um dos três maiores exportadores de hidrogênio verde do planeta em menos de duas décadas; A Colômbia também busca se posicionar como potência exportadora de gás do hidrogênio verde; O Brasil tem a vantagem de possuir um litoral privilegiado e um dos menores custos marginais para geração de energia renovável.

Junte-se aos principais players do setor para saber mais sobre:

Qual é o verdadeiro potencial da América Latina para se tornar a potência mundial na produção de hidrogênio verde?

Como os diferentes regulamentos e certificações locais afetam a realização dos projetos?

Quais são os principais riscos associados ao seu armazenamento e transporte?

Como gerenciar o risco de todos os agentes envolvidos na produção para garantir os mais altos níveis de segurança, minimizando sinistros e garantindo a continuidade das operações?

Painel internacional de especialistas

Alberto Escofet / Founding member of the Mexican Association of Hydrogen and Country Manager of ENAGAS Mexico.

André Clark / General Manager of Siemens Energy Brazil

Marcos Nishimura / Head of Risks and Insurance Latin America da ENGIE

Raphael Barreau / Chief Business Development Officer, Head of M&A, Innovation and Strategy da ENGIE

Paulo Mantovani / Director, Specialty | Power & Utilities, Mining & Metals, Renewables da Marsh Brazil

Webinar Regional: Oportunidades y riesgos del hidrógeno verde en América Latina

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