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Mitigação de Riscos Climáticos

29, Set. 2021

Conseguro 2021: Seguro mitiga riscos climáticos

Palestrantes apresentaram experiências com produtores de cacau da Bahia e com pessoas vulneráveis, na América Central

Fonte: Sonho Seguro

Experiências na utilização de seguros paramétricos para mitigar riscos e oferecer proteção financeira em casos de desastres naturais foram apresentados hoje, 27/09, no painel Parceria público-privada, seguro paramétrico & microsseguro, durante a Conseguro, conferência bianual da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), que discute todos os aspectos do setor. O painel foi moderado por Ivani Benazzi de Andrade, membro da Comissão de Seguros Inclusivos e da Comissão de Integração ASG da CNseg e também superintendente de Sustentabilidade da Bradesco Seguros.

Rodrigo Motroni, diretor e vice-Presidente da Newe Seguros, apresentou o projeto desenvolvido para os pequenos produtores de cacau do Sul da Bahia que prevê a cobertura de seguro paramétrico para produtores de cacau, durante a prefloração e floração, nos meses de agosto e setembro. Nesta época do ano, a falta de chuvas afeta a produtividade do cacau e, consequentemente, a sua qualidade. O índice pluvial foi avaliado para especificar a cobertura, utilizando dados da estação do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), de Ilhéus, desde 2013. O projeto com esse grupo de agricultores começou neste ano e contou com várias parcerias, entre elas, com o INMET, o Governo Federal, por meio da subvenção que custeia 20% do seguro, e com o Instituto Arapyaú.

Avaliamos que a média era de 269 mm de chuva no período (agosto e setembro) e estabelecemos em qual ponto a falta de chuva começava a gerar problemas de produtividade e qualidade. Junto aos parceiros e produtores, estabelecemos que o ponto fosse de 170 mm, afirmou Motroni.

Para a indenização, o cálculo é feito pelo rendimento esperado e informado pelos agricultores, de 15 arrobas de cacau por hectare, a um preço de R$ 200,00 a arroba. Nós estabelecemos uma cobertura de 10 arrobas por hectare e uma indenização máxima de R$ 2 mil por hectare, caso os 170 mm de chuva não fossem atingidos. A cobertura vai de 170 mm a 70 mm, especificou.

Carlos Boelsterli, CEO da seguradora MICRO, empresa de gerenciamento de riscos relacionados a desastres naturais, compartilhou a solução da empresa para pessoas vulneráveis, expostas a riscos climáticos na América Central. Nesse caso, a cobertura do seguro paramétrico é para perdas financeiras. São produtos bem simples, como se fossem um desaster cash (proteção para desastres). Quando acontece o evento, os segurados recebem o dinheiro para garantir a continuidade de sua produção, explicou.

A solução é para qualquer população de baixa renda, classe média ou emergente, sem entrar nos segmentos que já são protegidos pela indústria tradicional. O que nos interessa é a inclusão financeira. Para ter o seguro é preciso apenas ter uma atividade produtiva que possa ser afetada por um evento (climático), seja por um aumento nos gastos ou na diminuição da renda.

Na prática, uma plataforma de cálculo da MICRO detecta o evento e determina a porcentagem de pagamento, a partir da gravidade do evento. A seguradora recebe a notificação da plataforma, identifica quem são os clientes naquela localidade, aplica a porcentagem de pagamento e procede o pagamento, informando-os, geralmente, por SMS ou uma mensagem de texto sobre a ocorrência do sinistro, especifica.

Na Colômbia, Mabyr Valderrama, responsável pela agenda de sustentabilidade do setor de seguros na Fasecolda (Federação de Seguros da Colômbia), falou sobre o desenvolvimento dos seguros paramétricos no país. Apesar de já existirem produtos de seguros paramétricos na Colômbia que são comercializados, principalmente para fazer frente aos riscos catastróficos, do setor agropecuário e também dos negócios, essa modalidade não foi plenamente desenvolvida na Colômbia como nós gostaríamos.

A explicação, disse ela, está na incerteza jurídica que desincentiva não apenas a criação e a comercialização, mas também a compra dos seguros por parte dos segurados. Os seguros paramétricos não têm um marco de normas específicos nas leis colombianas, lamentou.

Superintendente de Produtos Analytics da B3, Fabiano Yasuda, comentou sobre o potencial do mercado de seguros. Com o uso de informações e analytics, a gente vê um grande mar azul a ser explorado para poder contribuir com o crescimento e adoção de analytics para o mercado de seguros como um todo e para os paramétricos, que é uma agenda nova.

Paulo Costa, assessor do diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), destacou os trabalhos do instituto. O INMET vem se estruturando e fomentando esse mercado de índice paramétrico para que todos tenham um seguro mais adequado, façam o planejamento de risco e a gestão de suas lavouras de forma mais adequadas.

Cresce interesse de cafeicultor por seguro

Intempéries que afetam os cafezais desde meados do ano passado vêm ampliando o interesse de produtores pela ferramenta

Fonte: Valor Econômico

As intempéries que têm afetado os cafezais desde meados de 2020 ampliaram o interesse de produtores de café por seguro rural, ferramenta historicamente pouco utilizada no segmento. Quem recorre ao seguro faz a contratação como um adicional de operação de financiamento, uma forma de mitigar os riscos das operações de empréstimo.

O instrumento não é ofertado ao cafeicultor como um serviço, como uma possibilidade interessante para o negócio dele, diz Saulo Faleiros, diretor comercial da Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas (Cocapec), com sede em Franca (SP). Os cafeicultores da Mogiana Paulista e do sudoeste de Minas Gerais, onde há cooperados da Cocapec, assim como os que cultivam o grão em outras regiões de Minas, a exemplo do sul do Estado, estão despertando para o necessidade de proteger as lavouras.

Desde o ano passado, os produtores enfrentaram seguidas estiagens, uma das razões da atual crise hídrica, e o quadro se agravou com as geadas do último mês de julho. A seca de 2020 foi responsável pela quebra de cerca de 30% da atual safra, enquanto os efeitos do clima seco e do frio recente devem prejudicar também a próxima temporada.

Novos formatos

O cenário tem levado lideranças de cooperativas a distribuir informações sobre seguro e também a contribuir com a revisão de moldes de apólices, dialogando com instituições financeiras. É que, segundo produtores, existe uma espécie de nó quando o assunto é seguro em café, com ou sem subvenção do governo: a cobertura mais comum (e acessível) tem como foco a proteção das árvores, e não da produção. Isso desestimula o contratante em caso de perdas. Estamos renegociando formatos e notamos que há seguradoras mais dispostas a ouvir ideias, para criar novos produtos, do que no passado, diz Faleiros.

Uma das sugestões da Cocapec é que se estabeleça um limite de cobertura para o preço do café, de modo que a apólice englobe parte da produção. As cotações do grão são inconstantes, o que deixa a apólice salgada. O objetivo é encontrar equilíbrio para produtor e seguradora. Se por um lado há um risco grande relacionado à instabilidade do clima e dos preços, por outro, há 2 milhões de cafeicultores interessados no produto, afirma.

Vale lembrar que a cultura ocupa o quarto lugar na lista de valor bruto da produção agrícola no país, a estimativa para este ano é de quase R$ 36 bilhões, segundo o Ministério da Agricultura. Outras cooperativas também estão se movimentando em busca de soluções nesse campo, como as mineiras Cocatrel e Minasul.

Marco Brito, presidente da Cocatrel, reforça que o seguro é uma opção ainda recente no setor. Com isso, diz, a atuação das cooperativas é fundamental para fomentar a cultura entre os cafeicultores e encontrar soluções para o produto.

O presidente da Minasul, José Marcos Magalhães, por exemplo, admite que não tinha seguro para seus cafezais. Vou negociar um para o próximo ano, diz. A ideia é buscar equilíbrio, encontrar garantia que seja no mínimo razoável. Não vou buscar garantia de prêmio total, se não o prêmio sobe muito.

Ana Carolina Gomes, analista de agronegócios da gerência técnica do Sistema Faemg, de Minas Gerais, lembra que há ainda muita desinformação, inclusive sobre a subvenção ao prêmio das apólices fornecida pelo governo federal. É apoio que se pode pleitear para diminuir o custo do produto financeiro, lembra.

Em Minas e São Paulo, importantes produtores de café arábica, e Espírito Santo, onde o carro-chefe é o conilon, as áreas seguradas somaram 7,9%, 8% e 8,3% do total cultivado na safra atual, respectivamente. O dado, do governo, é calculado com base no dinheiro liberado por meio do Programa de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural (PSR) e do Proagro, ligado ao Pronaf (agricultores familiares).

No âmbito do PSR, pode haver desconto de até 40% na contratação de apólice. Neste ano, estão reservados R$ 46,2 milhões para subvenção na categoria outros, que inclui café, cana e olerícolas. Ser caro ou não é questão de interpretação. É como fazer um seguro de vida: os benefícios são maiores, avalia Gomes. Ela reforça que há distintos produtos no mercado, já que as apólices variam conforme a seguradora, mas admite que adaptações são necessárias. É preciso reajuste. Algumas não cobrem geadas, por exemplo.

Consumidor pós-COVID impõe desafios ao mercado segurador

Fonte: CQCS

A pandemia de COVID 19 acelerou a adoção de processos digitais pelas seguradoras, que souberam atender às necessidades em termos de produtos e inovação. Mas também reforçou novas demandas por parte dos consumidores, exigindo ainda mais inovação, simplificação e agilidade, afirmou o presidente da Comissão de Inteligência de Mercado da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e superintendente de BI Corporativo da Liberty Seguros, Gilberto Garcia. O debate ocorreu durante a Conseguro 2021, evento bianual da CNseg, considerado o maior do mercado de seguros do país.

Entender quem é o novo consumidor, o que ele espera do mercado segurador e como as empresas devem se preparar para atender a estas demandas foi o ponto central do painel O novo consumidor de seguros, Percepções e tendências, na tarde desta segunda-feira, 27/09. Dados apresentados por Karina Maia Machado, especialista de Inteligência e Pesquisa de Mercado da Prudential e membro da Comissão de Inteligência de Mercado da CNseg (CIM), comprovam a intensa transformação do mercado segurador nos últimos anos.

Desde que a Comissão foi criada, em 2017, Grupos de Trabalhos (GT) foram montados para entender o contexto do mercado segurador e também apontar desafios e tendências. No GT Experiência do Cliente, a necessidade de melhorar a qualidade do atendimento foi destaque. Os estudos mostraram que metade (50%) dos consumidores de seguro compram com mais frequência após uma experiência positiva e que são necessárias 12 experiências positivas para compensar uma negativa. Além disso, 96% dos clientes insatisfeitos não reclamam, mas 91% deles vão embora e nunca voltam.

No ano seguinte, outro GT focou na digitalização dos processos das seguradoras. Em 2018, 79% das seguradoras tinham processos digitais relacionados a sinistros, reembolso, sorteio e benefícios; 72% cobrança, 61% cancelamento e 61% aquisição/contratação. Os percentuais caíram quando o tema foi renovação/manutenção (33%), cancelamento (32%) e subscrição (28%).

O processo de digitalização já vinha ocorrendo, mas acelerou muito com a covid-19”, comenta Karina, citando dados do GT Covid 2020, que apontou as ações implantadas para atendimento ao cliente como processos de sinistro digitalizados (49%), reembolso 100% digital (40%), serviços assistenciais 24 horas (79%), vistoria Prévia/inspeção de risco virtual (44%) e avaliação prévia digital de saúde para seguros de vida (73%).

Dados sobre o comportamento do cliente de seguro também foram apresentados por Nayara Alonso, gerente de Inteligência de Mercado da UOTZ. Em uma das pesquisas, no público que decidiu não renovar e deixar de ter um seguro, quatro em cada 10 pessoas alegaram o preço. Os outros seis não renovaram para mudar de seguradora, devido à qualidade do serviço e do atendimento.

Para a especialista, haverá cada vez mais pressão por novos produtos que acompanhem as mudanças na sociedade, com eletrodomésticos conectados que podem sinalizar vazamento de gás ou riscos de incêndios e carros autônomos que reduzirão o risco de acidentes. Os produtos de seguro precisam acompanhar estas mudanças que virão em breve. Muita coisa vai mudar e as seguradoras precisam acompanhar esta revolução que terá impacto no preço do seguro, afirmou.

Falando em nome dos corretores, quem participou do painel foi Gutemberg Alves de Souza, diretor de Business Intelligence da MDS Corretora de Seguros. A transição para o atendimento virtual trouxe um receio inicial, de que o relacionamento ficaria deteriorado, mas a adaptação foi rápida e isto não ocorreu, comentou Souza.

Tivemos demandas novas geradas pela pandemia. Riscos cibernéticos ganhando espaço, risco de transporte, aumento do delivery, ou seja, várias possibilidades para olhar e criar produto. Os desafios da digitalização agora são: automação, treinamento, velocidade e novos riscos que surgem, acrescentou. Para Souza, será cada vez mais importante pensar em plataformas para distribuir os produtos e também difundir, de forma clara, a cultura do seguro.

A Conseguro vai até esta sexta-feira, 1º/10. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site www.conseguro.cneg.org.br

Queda de Barragem

Processo contra Tüv Süd sobre Brumadinho começa em Munique

Fonte: Monitor Mercantil

Ação afirma que empresa alemã certificou erroneamente uma barragem de rejeitos insegura, permitindo operação contínua e levando ao colapso final.

O caso do rompimento da barragem de Brumadinho vai a julgamento na Alemanha nesta terça-feira, buscando reparação para os atingidos pelo desastre. A Tüv Süd é acusada de dar um laudo positivo para uma barragem de rejeitos insegura e de aplicar padrões de verificação de segurança que não atendem aos padrões internacionais. Essas negligências permitiram a operação contínua da barragem e da mina, levando ao desastre que liberou cerca de 13 milhões de metros cúbicos de lama de minério altamente tóxica e culminou na morte de 270 pessoas.

O prefeito de Brumadinho Avimar Barcelos (PV) espera que este processo possa finalmente proporcionar alguma forma de justiça à sua comunidade.

É hora de justiça. Apesar de toda a tristeza que carregamos, nosso município não tem recebido a ajuda necessária nem para indenizar as famílias, nem para reconstruir sua economia, seja pelo fortalecimento do agricultor rural, pelo turismo ou pela captação de novos negócios. Brumadinho está tentando se reconstruir novamente em termos morais, sociais e econômicos e até hoje estamos fazendo tudo sozinhos. Mas estou muito confiante na justiça alemã. Brumadinho foi punido com a morte de mais de 270 pessoas e terá que lidar com todo esse trauma para sempre. Mas as corporações responsáveis ficaram impunes às consequências de seus atos. O que aconteceu não pode ser desfeito, mas esperamos e rezamos para que o caso na Alemanha possa fornecer alguma forma de justiça para nosso povo.

Os advogados do escritório PGMBM, que representam uma das vítimas do desastre de Brumadinho, acreditam que a Tüv Süd deva ser responsabilizada e esperam que seja estabelecido um precedente para que mais de 1.200 autores adicionais que também perderam parentes ou foram diretamente afetados pelo rompimento da barragem possam reivindicar danos à empresa.

Pedro Martins, sócio e advogado do PGMBM, afirma: Nós estamos na porta da Tüv Süd na Alemanha, e agora eles devem levar em conta o que fizeram a milhares de quilômetros de distância. Nossas evidências mostram que a Tüv Süd certificou esta barragem como segura quando, na verdade, não era. Este foi um fato que eles sabiam, mas ignoraram, uma combinação de corrupção corporativa e ações e omissões intencionais que levou diretamente a 270 mortes e à destruição de comunidades, famílias, meios de subsistência e um ambiente precioso.

Jan Erik Spangenberg, do escritório de advocacia alemão Manner Spangenberg, que está trabalhando em parceria com o PGMBM no caso, disse que documentos mostraram que a barragem não atendeu aos padrões mínimos de segurança em duas das quatro categorias.

É extremamente difícil entender como uma empresa poderia desconsiderar esses achados. Eles sabiam que os operários continuariam a trabalhar na mina e que o povo de Brumadinho continuaria a viver o dia a dia debaixo de uma barragem prestes a estourar.

SUSTENTABILIDADE

Organizações farão apelo na ONU contra desmonte ambiental por Bolsonaro

Fonte: Reuters

Organizações da sociedade civil farão um apelo na Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o que consideram uma política de desmonte ambiental em curso no Brasil pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, citando uma série de projetos que, em sua visão, tem por objetivo enfraquecer ainda mais os mecanismos de proteção ao meio ambiente e aos povos indígenas.

O grupo citou projetos em tramitação no Congresso como o que dificulta a demarcação das terras indígenas e outro que flexibiliza o licenciamento ambiental. Os ativistas irão rebater discurso que Bolsonaro fez recentemente na abertura da Assembleia-Geral da ONU, em que citou uma alegada defesa do meio ambiente pelo governo, citando o que consideram ataques e uma grave violação de direitos humanos e socioambientais.

Novamente os povos indígenas do Brasil chamam a atenção para a grave situação dos direitos humanos e socioambientais que enfrentamos. Conforme apontado pela alta comissária Michelle Bachelet, os povos indígenas estão sob ataque físico e institucional no Brasil, destacaram as organizações em nota.

O alerta sobre a situação no Brasil será feito durante o diálogo interativo com o relator especial sobre os direitos dos povos indígenas, no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, na quarta-feira, acrescentaram os grupos.

Brasil anda de lado em ranking mundial de competitividade digital

Fonte: Revista Veja

Divulgado nesta terça-feira, 28, o ranking de competitividade digital 2021 coloca o Brasil em 51º lugar, mantendo a mesma posição alcançada no ano passado, quando o país havia subido na classificação. Realizado pelo International Institute for Management Development (IMD), na Suíça, em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), no Brasil, o índice compara 64 países em suas capacidades de criação, manutenção e promoção de tecnologias digitais nos setores público e privado. Este ano, o estudo incorporou Botswana ao rol de nações observadas.

Para elaborar o ranking, os pesquisadores avaliam e analisam três fatores: conhecimento (condições para descoberta e aprendizagem de novas tecnologias), tecnologia (capacidade de desenvolvimento de tecnologias digitais) e prontidão futura (preparo para incorporar as novas tecnologias). Nesta edição, o Brasil mostrou progresso em conhecimento, passando do 57º lugar para o 51º, e em tecnologia, saltando da 57ª posição para a 55ª. E sofreu uma queda em prontidão futura, despencando da 43ª colocação para a 45ª.

Nos últimos 5 anos, o país progrediu no ranking, no entanto, não houve constância nas melhorias, o que permitiu o avanço de outros países e explica a estagnação na 51ª posição. A partir desses resultados, nota-se que ainda há muito a ser feito. Corremos o risco de perder competitividade, mesmo melhorando, diz Carlos Arruda, Coordenador do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral e um dos responsáveis pelo estudo. Estamos na direção correta, mas não na melhor velocidade.

O Brasil mostrou ganhos no investimento em telecomunicações em proporção ao PIB (0,5%), subindo da 38ª posição para a 21ª. Na percepção de que o treinamento dos funcionários é uma das prioridades das empresas, o país passou do 59º lugar para o 43º. Além disso, mostrou estabilidade em alguns pontos, como na proporção de pesquisadores do sexo feminino (49%, 8º) e na produtividade de pesquisa e desenvolvimento medido pelo volume de publicações em proporção ao PIB (51.371, 8º).

As principais perdas se concentraram na quantidade de assinantes de banda larga (de 89,2% da população para 75,7%; passando da 23ª posição para a 30ª), no total de gastos em pesquisa e desenvolvimento em proporção ao PIB (de 1,26%, em 2016, para 1,17%, em 2018; passando da 31ª posição para a 35ª) e também na proporção da população usuária de internet. Neste caso, apesar de ter crescido o número de usuários por mil habitantes no Brasil (de 647, em 2017, para 724, em 2020), no ranking geral o país perdeu sete posições (caiu da 46ª posição para a 53ª) devido ao maior crescimento de outros países. A Argentina, por exemplo, passou de 541 usuários por mil habitantes para 830, saindo da 53ª posição para a 39ª.

Para os pesquisadores, o Brasil tem uma deficiência grave em infraestrutura tecnológica. A velocidade média de acesso à internet no Brasil está muito aquém da potencialidade da tecnologia, diz Arruda. Isso significa que vamos atrasar, em relação a outros países, em coisas operacionais. Por exemplo, na hora de digitalizar uma fábrica ou uma operação agrícola. Nós vamos sofrer em relação aos outros porque nossa infraestrutura é inadequada.

A chave está, diz o analista, em investir mais em pesquisa e desenvolvimento. Tradicionalmente, no Brasil, o setor público investe mais do que o privado. Nos Estados Unidos, há investimento do setor público, mas o setor privado investe muito, também. Em meio a uma evolução tecnológica, temos de fazer o mesmo aqui. É a hora certa de fazer isso.

Eneva Inaugura Unidade de Tratamento de Gás

A Eneva inaugurou a Unidade de Tratamento de Gás de Azulãonesta segunda-feira (27/9). A unidade, localizada no município de Silves, no interior do Amazonas, faz parte do projeto integrado Azulão-Jaguatirica, que tem como objetivo extrair o gás natural do campo de Azulão, na Bacia do Amazonas, para abastecer a UTE Jaguatirica II.

O gás de Azulão chegará a Boa Vista sob forma de GNL, sendo transportado por meio de carretas criogênicas para o abastecimento da usina.

Em maio, a companhia iniciou o processo de comissionamento à quente do campo, etapa que demandou um breve teste de produção em um dos poços de Azulão.

A previsão é que a usina Jaguatirica II entre em operação no quarto trimestre deste ano. A UTE vai gerar cerca de 117 MW, com capacidade para abastecer cerca de 70% do consumo de todo o estado de Roraima. Quando estiver em operação, a termelétrica substituirá a matriz de geração local, baseada em diesel, por gás natural.

O projeto integrado Azulão-Jaguatirica foi vencedor do leilão de 2019 promovido pela ANEEL.

Azulão

Azulão possui atualmente uma reserva certificada (2P) de aproximadamente 6,3 bilhões de m³ de gás natural, dos quais 3,6 bilhões de m³ estão comprometidos com Jaguatirica. Trata-se da primeira área produtora de gás na Bacia do Amazonas.

O gás produzido também poderá ser vendido diretamente para consumidores livres, já que as reservas encontradas pela Eneva são superiores aos volumes necessários para o abastecimento da UTE Jaguatirica II.

Em julho, a Eneva contratou a Constellation para perfurar sete poços no campo de Azulão. A previsão é que a campanha exploratória tenha duração de 290 dias.

A sonda QG VIII, que executará a campanha, perfurou três poços em Azulão em 2019.

Fonte: Revista Brasil Energia

PrograMaria traz soluções para o desafio da contratação com diversidade na tecnologia

Negócio de impacto social facilita a conexão e a contratação com diversidade desses talentos, por meio de cursos, eventos e outras ações

Fonte: InfoMoney

Contratar profissionais para vagas de tecnologia tem sido uma verdadeira façanha para empresas dos mais diversos setores. A aceleração digital causada pela pandemia ampliou o cenário de alta demanda: levantamento da startup Revelo mostra que as contratações em carreiras digitais só no primeiro semestre de 2021 já representam 95,6% do total das admissões ocorridas durante todo o ano de 2019.

Isso em um setor que, em tempos pré-pandêmicos, gerava 70 mil novas oportunidades por ano e não conseguia preencher todas elas. A Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais) estimava, em 2019, que o Brasil chegaria em 2024 com um déficit de nada menos do que 290 mil profissionais.

Mas não é só a falta de candidatos que tira o sono do RH. Em um segmento onde apenas 20% dos cargos são ocupados por mulheres, a diversidade de gênero, cada vez mais entendida como fator de sustentabilidade empresarial, também preocupa. Um ponto que se torna ainda mais desafiador ao ficar nítido que, em geral, mulheres que atuam em TI têm preferido ingressar em empresas onde já existe ao menos outra mulher na equipe.

Elas entendem que assim irão encontrar um ambiente mais seguro, com menos chances de ocorrer microviolências como não ser levada em consideração em uma reunião ou projeto; e o mercado hiperaquecido possibilita esta escolha, diz Iana Chan, que há seis anos se dedica a levar mais mulheres para o mercado de TI.

Iana fundou a startup PrograMaria e apostou na oferta de formação inicial básica, de conexões e de conteúdos para empoderar mulheres na área de tecnologia e aumentar a representatividade no setor. Hoje, a rede PrograMaria reúne mais de 21.000 mulheres e mais de 6.000 pessoas escreveram suas primeiras linhas de código ao participarem do Eu ProgrAmo, curso online sobre introdução à programação web exclusivo para mulheres, cis e trans, e pessoas fora do padrão cisheteronormativo.

Ao preparar mais mulheres para entrar no mercado, Iana notou que era preciso, também, ajudar as empresas a atrair essas pessoas para seus quadros. As empresas precisam mostrar que estão comprometidas com a diversidade, preparadas para agir em caso de assédio e dedicadas a construir um ambiente seguro, no qual as mulheres não só possam desempenhar plenamente as funções para as quais foram contratadas, como, também, desenvolver seu potencial e carreira, defende.

Para promover esta conexão, a PrograMaria passou a abrir suas ações a empresas que buscam por mais diversidade na composição das equipes. Só no primeiro semestre de 2021, nomes como Intel, Avanade, Globo, Wildlife, Linx, Softex, Grupo Boticário e Z-Tech constaram do calendário de eventos da startup.

Nossas iniciativas são oportunidades para as empresas trabalharem seu employer branding, se tornarem referência em assuntos de interesse e, também, estreitarem o seu relacionamento com as mulheres desenvolvedoras, elenca Iana.

Destacam-se, na agenda, ações como o PrograMaria Encontros, evento online, em geral com duas horas de duração, com a apresentação de palestras e cases; o PrograMaria Fala, programa de entrevistas no qual executivas e profissionais referência no mercado respondem perguntas enviadas pela comunidade de mulheres na tecnologia; e a PrograMaria Sprint, uma jornada semanal relacionada a um tema relevante, durante a qual as participantes recebem materiais por e-mail, assistem palestras, lives, debates, cumprem atividades e interagem com outras mulheres.

A cereja do bolo é o PrograMaria Summit, considerado um dos maiores eventos de mulheres na tecnologia do Brasil. A quarta edição irá acontecer entre os dias 16 e 18 de setembro e, ainda em fase de captação de patrocinadores, já conta com patrocínios confirmados de empresas como Bmg e Via Varejo.

Xará da CEO da PrograMaria, Ianna Gico, de 40 anos e moradora de Recife, tem uma jornada que exemplifica os objetivos da startup. Tendo estudado nutrição e música, há dois anos e meio resolveu iniciar um processo de transição de carreira e migrar para a área de tecnologias da informação, ingressando em um curso superior em TI. Conheceu a PrograMaria em buscas pela internet e participou da quarta turma do curso online Eu ProgrAmo, última turma de 2020.

A experiência foi maravilhosa pelo fato de, na faculdade, eu ter muito medo de colocar a mão na massa, da prática mesmo. Eu posso dizer que eu comecei a programar na PrograMaria, conta. E foi em um PrograMaria Encontros que conheceu a Avanade e seu ambiente favorável à equidade de gênero, o que a motivou participar de um processo seletivo, sendo contratada como estagiária. A parceria com a PrograMaria possibilitou à Avanade ter mais conhecimento e acesso à comunidade tech feminina do Brasil. Temas de inclusão são extremamente relevantes para nosso negócio, e, junto com a PrograMaria pudemos fortalecer esse pilar, além de contribuir com a comunidade tech trazendo conteúdos sobre as tecnologias que a Avanade utiliza em seu dia a dia, explica Eric Toyoda, Gerente Sênior de Talent Acquisition na Avanade.

Participação como estratégia de atração e posicionamento pela inclusão

Em seus esforços para posicionar-se como uma midiatech e mostrar suas necessidades como empresa de tecnologia, a Globo decidiu marcar presença em diversas ações da PrograMaria no decorrer de 2021. Logo na primeira, realizada no mês de abril, os números ultrapassaram as expectativas.

O PrograMaria Encontros As Tecnologias por trás do BBB obteve mais de 13.000 visualizações, sendo 10.900 espectadoras únicas e 669 respostas no formulário do feedback, com um impressionante NPS 96. Além disso, 89,5% das pessoas que responderam ao documento ficaram extremamente ou muito interessadas em trabalhar na Globo após o evento.

A Intel é uma das empresas que apoiam as ações da startup desde os primeiros anos de atuação. Até o final de 2021, irá patrocinar mais de 400 bolsas do curso online Eu ProgrAmo destinadas exclusivamente às pessoas trans e travestis, majoritariamente negras, numa parceria com a TransEmpregos, o maior e mais antigo projeto voltado para a empregabilidade de profissionais transgêneros.

Além de ser um dos meus propósitos pessoais, a Intel tem a inclusão como um dos seis valores da companhia e o comprometimento da Intel não é somente interno, como também externo, promovendo a inclusão em outras empresas e na comunidade. É um prazer trabalhar mais um ano com a PrograMaria e debater a inclusão de grupos ainda mais desfavorecidos no mercado de trabalho”, afirma Gisselle Ruiz Lanza, Diretora Geral da Intel Brasil.

Já foi o objetivo de diminuir a desigualdade social no país que levou a B3 Social, braço social da bolsa de valores oficial do Brasil, doar 250 bolsas de estudos para o Eu ProgrAmo.

Além disso, tivemos encontros online de funcionárias da B3 que contaram um pouco de suas experiências trabalhando na área de TI. Entendemos que é nosso papel colaborar para mudar as estatísticas de desigualdade de gênero e temos atuado intencionalmente para transformar o nosso ambiente em um lugar mais diversos e inclusivo, em que as nossas mulheres possam ocupar as posições que quiserem, comenta Ana Buchaim, diretora executiva de Pessoas, Comunicação, Marca e Sustentabilidade da B3.

Sobre a PrograMaria

A PrograMaria é um negócio de impacto social de formação e engajamento de mulheres na tecnologia com a missão de aumentar a diversidade na área, facilitando a conexão e a contratação desses talentos, por meio de cursos, eventos e outras ações. Foi reconhecida como a melhor startup de Impacto Social no Startup Awards 2019, acelerada no programa Itaú Mulher Empreendedora, e, também, residente da Estação Hack, parceria entre Facebook e Artemisia.

Webinar Regional da Marsh

Tema: Oportunidades e riscos do hidrogênio verde na América Latina

Data: 29 de setembro / Horário: 10:00 (BRT) / Tradução simultânea espanhol / português

Inscrições: https://mmc.zoom.us/webinar/register/6816315598661/WN_Muqx1rsZRBqyz_rNqmOJ1Q  

Vindo de fontes renováveis, o hidrogênio verde está se tornando a chave para a transição energética global, devido às suas baixas emissões de carbono.

Na América Latina, o cenário é muito favorável para o desenvolvimento dessa energia: o Chile tem como objetivo se tornar um dos três maiores exportadores de hidrogênio verde do planeta em menos de duas décadas; A Colômbia também busca se posicionar como potência exportadora de gás do hidrogênio verde; O Brasil tem a vantagem de possuir um litoral privilegiado e um dos menores custos marginais para geração de energia renovável.

Junte-se aos principais players do setor para saber mais sobre:

Qual é o verdadeiro potencial da América Latina para se tornar a potência mundial na produção de hidrogênio verde?

Como os diferentes regulamentos e certificações locais afetam a realização dos projetos?

Quais são os principais riscos associados ao seu armazenamento e transporte?

Como gerenciar o risco de todos os agentes envolvidos na produção para garantir os mais altos níveis de segurança, minimizando sinistros e garantindo a continuidade das operações?

Painel internacional de especialistas

Alberto Escofet / Founding member of the Mexican Association of Hydrogen and Country Manager of ENAGAS Mexico.

André Clark / General Manager of Siemens Energy Brazil

Marcos Nishimura / Head of Risks and Insurance Latin America da ENGIE

Raphael Barreau / Chief Business Development Officer, Head of M&A, Innovation and Strategy da ENGIE

Paulo Mantovani / Director, Specialty | Power & Utilities, Mining & Metals, Renewables da Marsh Brazil

Webinar Regional: Oportunidades y riesgos del hidrógeno verde en América Latina

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