Mitigação de Riscos Climáticos
29, Set. 2021
Conseguro 2021: Seguro mitiga riscos climáticos
Palestrantes apresentaram experiências com produtores de
cacau da Bahia e com pessoas vulneráveis, na América Central
Fonte: Sonho Seguro
Experiências na utilização de seguros paramétricos para
mitigar riscos e oferecer proteção financeira em casos de desastres naturais
foram apresentados hoje, 27/09, no painel Parceria público-privada, seguro
paramétrico & microsseguro, durante a Conseguro, conferência bianual da
Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), que discute todos os aspectos do
setor. O painel foi moderado por Ivani Benazzi de Andrade, membro da Comissão
de Seguros Inclusivos e da Comissão de Integração ASG da CNseg e também
superintendente de Sustentabilidade da Bradesco Seguros.
Rodrigo Motroni, diretor e vice-Presidente da Newe
Seguros, apresentou o projeto desenvolvido para os pequenos produtores de cacau
do Sul da Bahia que prevê a cobertura de seguro paramétrico para produtores de
cacau, durante a prefloração e floração, nos meses de agosto e setembro. Nesta
época do ano, a falta de chuvas afeta a produtividade do cacau e, consequentemente,
a sua qualidade. O índice pluvial foi avaliado para especificar a cobertura,
utilizando dados da estação do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), de
Ilhéus, desde 2013. O projeto com esse grupo de agricultores começou neste ano
e contou com várias parcerias, entre elas, com o INMET, o Governo Federal, por
meio da subvenção que custeia 20% do seguro, e com o Instituto Arapyaú.
Avaliamos que a média era de 269 mm de chuva no período
(agosto e setembro) e estabelecemos em qual ponto a falta de chuva começava a
gerar problemas de produtividade e qualidade. Junto aos parceiros e produtores,
estabelecemos que o ponto fosse de 170 mm, afirmou Motroni.
Para a indenização, o cálculo é feito pelo rendimento
esperado e informado pelos agricultores, de 15 arrobas de cacau por hectare, a
um preço de R$ 200,00 a arroba. Nós estabelecemos uma cobertura de 10 arrobas
por hectare e uma indenização máxima de R$ 2 mil por hectare, caso os 170 mm de
chuva não fossem atingidos. A cobertura vai de 170 mm a 70 mm, especificou.
Carlos Boelsterli, CEO da seguradora MICRO, empresa de
gerenciamento de riscos relacionados a desastres naturais, compartilhou a
solução da empresa para pessoas vulneráveis, expostas a riscos climáticos na
América Central. Nesse caso, a cobertura do seguro paramétrico é para perdas
financeiras. São produtos bem simples, como se fossem um desaster cash
(proteção para desastres). Quando acontece o evento, os segurados recebem o
dinheiro para garantir a continuidade de sua produção, explicou.
A solução é para qualquer população de baixa renda,
classe média ou emergente, sem entrar nos segmentos que já são protegidos pela
indústria tradicional. O que nos interessa é a inclusão financeira. Para ter o
seguro é preciso apenas ter uma atividade produtiva que possa ser afetada por
um evento (climático), seja por um aumento nos gastos ou na diminuição da
renda.
Na prática, uma plataforma de cálculo da MICRO detecta o
evento e determina a porcentagem de pagamento, a partir da gravidade do evento.
A seguradora recebe a notificação da plataforma, identifica quem são os
clientes naquela localidade, aplica a porcentagem de pagamento e procede o
pagamento, informando-os, geralmente, por SMS ou uma mensagem de texto sobre a
ocorrência do sinistro, especifica.
Na Colômbia, Mabyr Valderrama, responsável pela agenda de
sustentabilidade do setor de seguros na Fasecolda (Federação de Seguros da
Colômbia), falou sobre o desenvolvimento dos seguros paramétricos no país.
Apesar de já existirem produtos de seguros paramétricos na Colômbia que são
comercializados, principalmente para fazer frente aos riscos catastróficos, do
setor agropecuário e também dos negócios, essa modalidade não foi plenamente
desenvolvida na Colômbia como nós gostaríamos.
A explicação, disse ela, está na incerteza jurídica que
desincentiva não apenas a criação e a comercialização, mas também a compra dos
seguros por parte dos segurados. Os seguros paramétricos não têm um marco de
normas específicos nas leis colombianas, lamentou.
Superintendente de Produtos Analytics da B3, Fabiano
Yasuda, comentou sobre o potencial do mercado de seguros. Com o uso de
informações e analytics, a gente vê um grande mar azul a ser explorado para
poder contribuir com o crescimento e adoção de analytics para o mercado de
seguros como um todo e para os paramétricos, que é uma agenda nova.
Paulo Costa, assessor do diretor do Instituto Nacional de
Meteorologia (INMET), destacou os trabalhos do instituto. O INMET vem se
estruturando e fomentando esse mercado de índice paramétrico para que todos
tenham um seguro mais adequado, façam o planejamento de risco e a gestão de
suas lavouras de forma mais adequadas.
Cresce interesse de cafeicultor por seguro
Intempéries que afetam os cafezais desde meados do ano
passado vêm ampliando o interesse de produtores pela ferramenta
Fonte: Valor Econômico
As intempéries que têm afetado os cafezais desde meados
de 2020 ampliaram o interesse de produtores de café por seguro rural,
ferramenta historicamente pouco utilizada no segmento. Quem recorre ao seguro
faz a contratação como um adicional de operação de financiamento, uma forma de
mitigar os riscos das operações de empréstimo.
O instrumento não é ofertado ao cafeicultor como um
serviço, como uma possibilidade interessante para o negócio dele, diz Saulo
Faleiros, diretor comercial da Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas
(Cocapec), com sede em Franca (SP). Os cafeicultores da Mogiana Paulista e do
sudoeste de Minas Gerais, onde há cooperados da Cocapec, assim como os que
cultivam o grão em outras regiões de Minas, a exemplo do sul do Estado, estão
despertando para o necessidade de proteger as lavouras.
Desde o ano passado, os produtores enfrentaram seguidas
estiagens, uma das razões da atual crise hídrica, e o quadro se agravou com as
geadas do último mês de julho. A seca de 2020 foi responsável pela quebra de
cerca de 30% da atual safra, enquanto os efeitos do clima seco e do frio
recente devem prejudicar também a próxima temporada.
Novos formatos
O cenário tem levado lideranças de cooperativas a
distribuir informações sobre seguro e também a contribuir com a revisão de
moldes de apólices, dialogando com instituições financeiras. É que, segundo
produtores, existe uma espécie de nó quando o assunto é seguro em café, com ou
sem subvenção do governo: a cobertura mais comum (e acessível) tem como foco a
proteção das árvores, e não da produção. Isso desestimula o contratante em caso
de perdas. Estamos renegociando formatos e notamos que há seguradoras mais
dispostas a ouvir ideias, para criar novos produtos, do que no passado, diz
Faleiros.
Uma das sugestões da Cocapec é que se estabeleça um
limite de cobertura para o preço do café, de modo que a apólice englobe parte
da produção. As cotações do grão são inconstantes, o que deixa a apólice
salgada. O objetivo é encontrar equilíbrio para produtor e seguradora. Se por
um lado há um risco grande relacionado à instabilidade do clima e dos preços,
por outro, há 2 milhões de cafeicultores interessados no produto, afirma.
Vale lembrar que a cultura ocupa o quarto lugar na lista
de valor bruto da produção agrícola no país, a estimativa para este ano é de
quase R$ 36 bilhões, segundo o Ministério da Agricultura. Outras cooperativas
também estão se movimentando em busca de soluções nesse campo, como as mineiras
Cocatrel e Minasul.
Marco Brito, presidente da Cocatrel, reforça que o seguro
é uma opção ainda recente no setor. Com isso, diz, a atuação das cooperativas é
fundamental para fomentar a cultura entre os cafeicultores e encontrar soluções
para o produto.
O presidente da Minasul, José Marcos Magalhães, por
exemplo, admite que não tinha seguro para seus cafezais. Vou negociar um para o
próximo ano, diz. A ideia é buscar equilíbrio, encontrar garantia que seja no
mínimo razoável. Não vou buscar garantia de prêmio total, se não o prêmio sobe
muito.
Ana Carolina Gomes, analista de agronegócios da gerência
técnica do Sistema Faemg, de Minas Gerais, lembra que há ainda muita
desinformação, inclusive sobre a subvenção ao prêmio das apólices fornecida
pelo governo federal. É apoio que se pode pleitear para diminuir o custo do
produto financeiro, lembra.
Em Minas e São Paulo, importantes produtores de café
arábica, e Espírito Santo, onde o carro-chefe é o conilon, as áreas seguradas
somaram 7,9%, 8% e 8,3% do total cultivado na safra atual, respectivamente. O
dado, do governo, é calculado com base no dinheiro liberado por meio do
Programa de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural (PSR) e do Proagro, ligado ao
Pronaf (agricultores familiares).
No âmbito do PSR, pode haver desconto de até 40% na
contratação de apólice. Neste ano, estão reservados R$ 46,2 milhões para
subvenção na categoria outros, que inclui café, cana e olerícolas. Ser caro ou
não é questão de interpretação. É como fazer um seguro de vida: os benefícios
são maiores, avalia Gomes. Ela reforça que há distintos produtos no mercado, já
que as apólices variam conforme a seguradora, mas admite que adaptações são
necessárias. É preciso reajuste. Algumas não cobrem geadas, por exemplo.
Consumidor pós-COVID impõe desafios ao mercado segurador
Fonte: CQCS
A pandemia de COVID 19 acelerou a adoção de processos
digitais pelas seguradoras, que souberam atender às necessidades em termos de
produtos e inovação. Mas também reforçou novas demandas por parte dos
consumidores, exigindo ainda mais inovação, simplificação e agilidade, afirmou
o presidente da Comissão de Inteligência de Mercado da Confederação Nacional
das Seguradoras (CNseg) e superintendente de BI Corporativo da Liberty Seguros,
Gilberto Garcia. O debate ocorreu durante a Conseguro 2021, evento bianual da
CNseg, considerado o maior do mercado de seguros do país.
Entender quem é o novo consumidor, o que ele espera do
mercado segurador e como as empresas devem se preparar para atender a estas
demandas foi o ponto central do painel O novo consumidor de seguros, Percepções
e tendências, na tarde desta segunda-feira, 27/09. Dados apresentados por
Karina Maia Machado, especialista de Inteligência e Pesquisa de Mercado da
Prudential e membro da Comissão de Inteligência de Mercado da CNseg (CIM),
comprovam a intensa transformação do mercado segurador nos últimos anos.
Desde que a Comissão foi criada, em 2017, Grupos de
Trabalhos (GT) foram montados para entender o contexto do mercado segurador e
também apontar desafios e tendências. No GT Experiência do Cliente, a
necessidade de melhorar a qualidade do atendimento foi destaque. Os estudos
mostraram que metade (50%) dos consumidores de seguro compram com mais
frequência após uma experiência positiva e que são necessárias 12 experiências
positivas para compensar uma negativa. Além disso, 96% dos clientes
insatisfeitos não reclamam, mas 91% deles vão embora e nunca voltam.
No ano seguinte, outro GT focou na digitalização dos
processos das seguradoras. Em 2018, 79% das seguradoras tinham processos
digitais relacionados a sinistros, reembolso, sorteio e benefícios; 72%
cobrança, 61% cancelamento e 61% aquisição/contratação. Os percentuais caíram
quando o tema foi renovação/manutenção (33%), cancelamento (32%) e subscrição
(28%).
O processo de digitalização já vinha ocorrendo, mas
acelerou muito com a covid-19”, comenta Karina, citando dados do GT Covid 2020,
que apontou as ações implantadas para atendimento ao cliente como processos de
sinistro digitalizados (49%), reembolso 100% digital (40%), serviços
assistenciais 24 horas (79%), vistoria Prévia/inspeção de risco virtual (44%) e
avaliação prévia digital de saúde para seguros de vida (73%).
Dados sobre o comportamento do cliente de seguro também
foram apresentados por Nayara Alonso, gerente de Inteligência de Mercado da
UOTZ. Em uma das pesquisas, no público que decidiu não renovar e deixar de ter
um seguro, quatro em cada 10 pessoas alegaram o preço. Os outros seis não
renovaram para mudar de seguradora, devido à qualidade do serviço e do
atendimento.
Para a especialista, haverá cada vez mais pressão por
novos produtos que acompanhem as mudanças na sociedade, com eletrodomésticos
conectados que podem sinalizar vazamento de gás ou riscos de incêndios e carros
autônomos que reduzirão o risco de acidentes. Os produtos de seguro precisam
acompanhar estas mudanças que virão em breve. Muita coisa vai mudar e as
seguradoras precisam acompanhar esta revolução que terá impacto no preço do
seguro, afirmou.
Falando em nome dos corretores, quem participou do painel
foi Gutemberg Alves de Souza, diretor de Business Intelligence da MDS Corretora
de Seguros. A transição para o atendimento virtual trouxe um receio inicial, de
que o relacionamento ficaria deteriorado, mas a adaptação foi rápida e isto não
ocorreu, comentou Souza.
Tivemos demandas novas geradas pela pandemia. Riscos
cibernéticos ganhando espaço, risco de transporte, aumento do delivery, ou
seja, várias possibilidades para olhar e criar produto. Os desafios da
digitalização agora são: automação, treinamento, velocidade e novos riscos que
surgem, acrescentou. Para Souza, será cada vez mais importante pensar em
plataformas para distribuir os produtos e também difundir, de forma clara, a
cultura do seguro.
A Conseguro vai até esta sexta-feira, 1º/10. As
inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site www.conseguro.cneg.org.br
Queda de Barragem
Processo contra Tüv Süd sobre Brumadinho começa em
Munique
Fonte: Monitor Mercantil
Ação afirma que empresa alemã certificou erroneamente uma
barragem de rejeitos insegura, permitindo operação contínua e levando ao
colapso final.
O caso do rompimento da barragem de Brumadinho vai a
julgamento na Alemanha nesta terça-feira, buscando reparação para os atingidos pelo
desastre. A Tüv Süd é acusada de dar um laudo positivo para uma barragem de
rejeitos insegura e de aplicar padrões de verificação de segurança que não
atendem aos padrões internacionais. Essas negligências permitiram a operação
contínua da barragem e da mina, levando ao desastre que liberou cerca de 13
milhões de metros cúbicos de lama de minério altamente tóxica e culminou na
morte de 270 pessoas.
O prefeito de Brumadinho Avimar Barcelos (PV) espera que
este processo possa finalmente proporcionar alguma forma de justiça à sua
comunidade.
É hora de justiça. Apesar de toda a tristeza que
carregamos, nosso município não tem recebido a ajuda necessária nem para
indenizar as famílias, nem para reconstruir sua economia, seja pelo
fortalecimento do agricultor rural, pelo turismo ou pela captação de novos
negócios. Brumadinho está tentando se reconstruir novamente em termos morais,
sociais e econômicos e até hoje estamos fazendo tudo sozinhos. Mas estou muito
confiante na justiça alemã. Brumadinho foi punido com a morte de mais de 270
pessoas e terá que lidar com todo esse trauma para sempre. Mas as corporações
responsáveis ficaram impunes às consequências de seus atos. O que aconteceu não
pode ser desfeito, mas esperamos e rezamos para que o caso na Alemanha possa
fornecer alguma forma de justiça para nosso povo.
Os advogados do escritório PGMBM, que representam uma das
vítimas do desastre de Brumadinho, acreditam que a Tüv Süd deva ser
responsabilizada e esperam que seja estabelecido um precedente para que mais de
1.200 autores adicionais que também perderam parentes ou foram diretamente
afetados pelo rompimento da barragem possam reivindicar danos à empresa.
Pedro Martins, sócio e advogado do PGMBM, afirma: Nós
estamos na porta da Tüv Süd na Alemanha, e agora eles devem levar em conta o
que fizeram a milhares de quilômetros de distância. Nossas evidências mostram
que a Tüv Süd certificou esta barragem como segura quando, na verdade, não era.
Este foi um fato que eles sabiam, mas ignoraram, uma combinação de corrupção
corporativa e ações e omissões intencionais que levou diretamente a 270 mortes
e à destruição de comunidades, famílias, meios de subsistência e um ambiente
precioso.
Jan Erik Spangenberg, do escritório de advocacia alemão
Manner Spangenberg, que está trabalhando em parceria com o PGMBM no caso, disse
que documentos mostraram que a barragem não atendeu aos padrões mínimos de
segurança em duas das quatro categorias.
É extremamente difícil entender como uma empresa poderia
desconsiderar esses achados. Eles sabiam que os operários continuariam a
trabalhar na mina e que o povo de Brumadinho continuaria a viver o dia a dia
debaixo de uma barragem prestes a estourar.
SUSTENTABILIDADE
Organizações farão apelo na ONU contra desmonte ambiental
por Bolsonaro
Fonte: Reuters
Organizações da sociedade civil farão um apelo na
Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o que consideram uma política de
desmonte ambiental em curso no Brasil pelo governo do presidente Jair
Bolsonaro, citando uma série de projetos que, em sua visão, tem por objetivo
enfraquecer ainda mais os mecanismos de proteção ao meio ambiente e aos povos
indígenas.
O grupo citou projetos em tramitação no Congresso como o
que dificulta a demarcação das terras indígenas e outro que flexibiliza o
licenciamento ambiental. Os ativistas irão rebater discurso que Bolsonaro fez
recentemente na abertura da Assembleia-Geral da ONU, em que citou uma alegada
defesa do meio ambiente pelo governo, citando o que consideram ataques e uma
grave violação de direitos humanos e socioambientais.
Novamente os povos indígenas do Brasil chamam a atenção
para a grave situação dos direitos humanos e socioambientais que enfrentamos.
Conforme apontado pela alta comissária Michelle Bachelet, os povos indígenas
estão sob ataque físico e institucional no Brasil, destacaram as organizações
em nota.
O alerta sobre a situação no Brasil será feito durante o
diálogo interativo com o relator especial sobre os direitos dos povos
indígenas, no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, na quarta-feira,
acrescentaram os grupos.
Brasil anda de lado em ranking mundial de competitividade
digital
Fonte: Revista Veja
Divulgado nesta terça-feira, 28, o ranking de
competitividade digital 2021 coloca o Brasil em 51º lugar, mantendo a mesma
posição alcançada no ano passado, quando o país havia subido na classificação.
Realizado pelo International Institute for Management Development (IMD), na
Suíça, em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), no Brasil, o índice compara
64 países em suas capacidades de criação, manutenção e promoção de tecnologias
digitais nos setores público e privado. Este ano, o estudo incorporou Botswana
ao rol de nações observadas.
Para elaborar o ranking, os pesquisadores avaliam e
analisam três fatores: conhecimento (condições para descoberta e aprendizagem
de novas tecnologias), tecnologia (capacidade de desenvolvimento de tecnologias
digitais) e prontidão futura (preparo para incorporar as novas tecnologias).
Nesta edição, o Brasil mostrou progresso em conhecimento, passando do 57º lugar
para o 51º, e em tecnologia, saltando da 57ª posição para a 55ª. E sofreu uma
queda em prontidão futura, despencando da 43ª colocação para a 45ª.
Nos últimos 5 anos, o país progrediu no ranking, no
entanto, não houve constância nas melhorias, o que permitiu o avanço de outros
países e explica a estagnação na 51ª posição. A partir desses resultados,
nota-se que ainda há muito a ser feito. Corremos o risco de perder
competitividade, mesmo melhorando, diz Carlos Arruda, Coordenador do Núcleo de Inovação
e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral e um dos responsáveis pelo estudo.
Estamos na direção correta, mas não na melhor velocidade.
O Brasil mostrou ganhos no investimento em
telecomunicações em proporção ao PIB (0,5%), subindo da 38ª posição para a 21ª.
Na percepção de que o treinamento dos funcionários é uma das prioridades das
empresas, o país passou do 59º lugar para o 43º. Além disso, mostrou
estabilidade em alguns pontos, como na proporção de pesquisadores do sexo
feminino (49%, 8º) e na produtividade de pesquisa e desenvolvimento medido pelo
volume de publicações em proporção ao PIB (51.371, 8º).
As principais perdas se concentraram na quantidade de
assinantes de banda larga (de 89,2% da população para 75,7%; passando da 23ª
posição para a 30ª), no total de gastos em pesquisa e desenvolvimento em
proporção ao PIB (de 1,26%, em 2016, para 1,17%, em 2018; passando da 31ª
posição para a 35ª) e também na proporção da população usuária de internet.
Neste caso, apesar de ter crescido o número de usuários por mil habitantes no
Brasil (de 647, em 2017, para 724, em 2020), no ranking geral o país perdeu
sete posições (caiu da 46ª posição para a 53ª) devido ao maior crescimento de
outros países. A Argentina, por exemplo, passou de 541 usuários por mil
habitantes para 830, saindo da 53ª posição para a 39ª.
Para os pesquisadores, o Brasil tem uma deficiência grave
em infraestrutura tecnológica. A velocidade média de acesso à internet no
Brasil está muito aquém da potencialidade da tecnologia, diz Arruda. Isso
significa que vamos atrasar, em relação a outros países, em coisas
operacionais. Por exemplo, na hora de digitalizar uma fábrica ou uma operação
agrícola. Nós vamos sofrer em relação aos outros porque nossa infraestrutura é
inadequada.
A chave está, diz o analista, em investir mais em
pesquisa e desenvolvimento. Tradicionalmente, no Brasil, o setor público
investe mais do que o privado. Nos Estados Unidos, há investimento do setor
público, mas o setor privado investe muito, também. Em meio a uma evolução
tecnológica, temos de fazer o mesmo aqui. É a hora certa de fazer isso.
Eneva Inaugura Unidade de Tratamento de Gás
A Eneva inaugurou a Unidade de Tratamento de Gás de
Azulãonesta segunda-feira (27/9). A unidade, localizada no município de Silves,
no interior do Amazonas, faz parte do projeto integrado Azulão-Jaguatirica, que
tem como objetivo extrair o gás natural do campo de Azulão, na Bacia do
Amazonas, para abastecer a UTE Jaguatirica II.
O gás de Azulão chegará a Boa Vista sob forma de GNL,
sendo transportado por meio de carretas criogênicas para o abastecimento da
usina.
Em maio, a companhia iniciou o processo de
comissionamento à quente do campo, etapa que demandou um breve teste de
produção em um dos poços de Azulão.
A previsão é que a usina Jaguatirica II entre em operação
no quarto trimestre deste ano. A UTE vai gerar cerca de 117 MW, com capacidade
para abastecer cerca de 70% do consumo de todo o estado de Roraima. Quando
estiver em operação, a termelétrica substituirá a matriz de geração local,
baseada em diesel, por gás natural.
O projeto integrado Azulão-Jaguatirica foi vencedor do
leilão de 2019 promovido pela ANEEL.
Azulão
Azulão possui atualmente uma reserva certificada (2P) de
aproximadamente 6,3 bilhões de m³ de gás natural, dos quais 3,6 bilhões de m³
estão comprometidos com Jaguatirica. Trata-se da primeira área produtora de gás
na Bacia do Amazonas.
O gás produzido também poderá ser vendido diretamente
para consumidores livres, já que as reservas encontradas pela Eneva são
superiores aos volumes necessários para o abastecimento da UTE Jaguatirica II.
Em julho, a Eneva contratou a Constellation para perfurar
sete poços no campo de Azulão. A previsão é que a campanha exploratória tenha
duração de 290 dias.
A sonda QG VIII, que executará a campanha, perfurou três
poços em Azulão em 2019.
Fonte: Revista Brasil Energia
PrograMaria traz soluções para o desafio da contratação
com diversidade na tecnologia
Negócio de impacto social facilita a conexão e a
contratação com diversidade desses talentos, por meio de cursos, eventos e
outras ações
Fonte: InfoMoney
Contratar profissionais para vagas de tecnologia tem sido
uma verdadeira façanha para empresas dos mais diversos setores. A aceleração
digital causada pela pandemia ampliou o cenário de alta demanda: levantamento
da startup Revelo mostra que as contratações em carreiras digitais só no
primeiro semestre de 2021 já representam 95,6% do total das admissões ocorridas
durante todo o ano de 2019.
Isso em um setor que, em tempos pré-pandêmicos, gerava 70
mil novas oportunidades por ano e não conseguia preencher todas elas. A
Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e
de Tecnologias Digitais) estimava, em 2019, que o Brasil chegaria em 2024 com
um déficit de nada menos do que 290 mil profissionais.
Mas não é só a falta de candidatos que tira o sono do RH.
Em um segmento onde apenas 20% dos cargos são ocupados por mulheres, a
diversidade de gênero, cada vez mais entendida como fator de sustentabilidade
empresarial, também preocupa. Um ponto que se torna ainda mais desafiador ao
ficar nítido que, em geral, mulheres que atuam em TI têm preferido ingressar em
empresas onde já existe ao menos outra mulher na equipe.
Elas entendem que assim irão encontrar um ambiente mais
seguro, com menos chances de ocorrer microviolências como não ser levada em
consideração em uma reunião ou projeto; e o mercado hiperaquecido possibilita
esta escolha, diz Iana Chan, que há seis anos se dedica a levar mais mulheres
para o mercado de TI.
Iana fundou a startup PrograMaria e apostou na oferta de
formação inicial básica, de conexões e de conteúdos para empoderar mulheres na
área de tecnologia e aumentar a representatividade no setor. Hoje, a rede
PrograMaria reúne mais de 21.000 mulheres e mais de 6.000 pessoas escreveram
suas primeiras linhas de código ao participarem do Eu ProgrAmo, curso online
sobre introdução à programação web exclusivo para mulheres, cis e trans, e
pessoas fora do padrão cisheteronormativo.
Ao preparar mais mulheres para entrar no mercado, Iana
notou que era preciso, também, ajudar as empresas a atrair essas pessoas para
seus quadros. As empresas precisam mostrar que estão comprometidas com a
diversidade, preparadas para agir em caso de assédio e dedicadas a construir um
ambiente seguro, no qual as mulheres não só possam desempenhar plenamente as
funções para as quais foram contratadas, como, também, desenvolver seu potencial
e carreira, defende.
Para promover esta conexão, a PrograMaria passou a abrir
suas ações a empresas que buscam por mais diversidade na composição das
equipes. Só no primeiro semestre de 2021, nomes como Intel, Avanade, Globo,
Wildlife, Linx, Softex, Grupo Boticário e Z-Tech constaram do calendário de
eventos da startup.
Nossas iniciativas são oportunidades para as empresas
trabalharem seu employer branding, se tornarem referência em assuntos de
interesse e, também, estreitarem o seu relacionamento com as mulheres
desenvolvedoras, elenca Iana.
Destacam-se, na agenda, ações como o PrograMaria
Encontros, evento online, em geral com duas horas de duração, com a
apresentação de palestras e cases; o PrograMaria Fala, programa de entrevistas
no qual executivas e profissionais referência no mercado respondem perguntas
enviadas pela comunidade de mulheres na tecnologia; e a PrograMaria Sprint, uma
jornada semanal relacionada a um tema relevante, durante a qual as
participantes recebem materiais por e-mail, assistem palestras, lives, debates,
cumprem atividades e interagem com outras mulheres.
A cereja do bolo é o PrograMaria Summit, considerado um
dos maiores eventos de mulheres na tecnologia do Brasil. A quarta edição irá
acontecer entre os dias 16 e 18 de setembro e, ainda em fase de captação de
patrocinadores, já conta com patrocínios confirmados de empresas como Bmg e Via
Varejo.
Xará da CEO da PrograMaria, Ianna Gico, de 40 anos e
moradora de Recife, tem uma jornada que exemplifica os objetivos da startup.
Tendo estudado nutrição e música, há dois anos e meio resolveu iniciar um
processo de transição de carreira e migrar para a área de tecnologias da
informação, ingressando em um curso superior em TI. Conheceu a PrograMaria em
buscas pela internet e participou da quarta turma do curso online Eu ProgrAmo,
última turma de 2020.
A experiência foi maravilhosa pelo fato de, na faculdade,
eu ter muito medo de colocar a mão na massa, da prática mesmo. Eu posso dizer
que eu comecei a programar na PrograMaria, conta. E foi em um PrograMaria
Encontros que conheceu a Avanade e seu ambiente favorável à equidade de gênero,
o que a motivou participar de um processo seletivo, sendo contratada como
estagiária. A parceria com a PrograMaria possibilitou à Avanade ter mais
conhecimento e acesso à comunidade tech feminina do Brasil. Temas de inclusão
são extremamente relevantes para nosso negócio, e, junto com a PrograMaria
pudemos fortalecer esse pilar, além de contribuir com a comunidade tech
trazendo conteúdos sobre as tecnologias que a Avanade utiliza em seu dia a dia,
explica Eric Toyoda, Gerente Sênior de Talent Acquisition na Avanade.
Participação como estratégia de atração e posicionamento
pela inclusão
Em seus esforços para posicionar-se como uma midiatech e
mostrar suas necessidades como empresa de tecnologia, a Globo decidiu marcar
presença em diversas ações da PrograMaria no decorrer de 2021. Logo na
primeira, realizada no mês de abril, os números ultrapassaram as expectativas.
O PrograMaria Encontros As Tecnologias por trás do BBB
obteve mais de 13.000 visualizações, sendo 10.900 espectadoras únicas e 669
respostas no formulário do feedback, com um impressionante NPS 96. Além disso,
89,5% das pessoas que responderam ao documento ficaram extremamente ou muito
interessadas em trabalhar na Globo após o evento.
A Intel é uma das empresas que apoiam as ações da startup
desde os primeiros anos de atuação. Até o final de 2021, irá patrocinar mais de
400 bolsas do curso online Eu ProgrAmo destinadas exclusivamente às pessoas
trans e travestis, majoritariamente negras, numa parceria com a TransEmpregos,
o maior e mais antigo projeto voltado para a empregabilidade de profissionais
transgêneros.
Além de ser um dos meus propósitos pessoais, a Intel tem
a inclusão como um dos seis valores da companhia e o comprometimento da Intel
não é somente interno, como também externo, promovendo a inclusão em outras
empresas e na comunidade. É um prazer trabalhar mais um ano com a PrograMaria e
debater a inclusão de grupos ainda mais desfavorecidos no mercado de trabalho”,
afirma Gisselle Ruiz Lanza, Diretora Geral da Intel Brasil.
Já foi o objetivo de diminuir a desigualdade social no
país que levou a B3 Social, braço social da bolsa de valores oficial do Brasil,
doar 250 bolsas de estudos para o Eu ProgrAmo.
Além disso, tivemos encontros online de funcionárias da
B3 que contaram um pouco de suas experiências trabalhando na área de TI.
Entendemos que é nosso papel colaborar para mudar as estatísticas de
desigualdade de gênero e temos atuado intencionalmente para transformar o nosso
ambiente em um lugar mais diversos e inclusivo, em que as nossas mulheres
possam ocupar as posições que quiserem, comenta Ana Buchaim, diretora executiva
de Pessoas, Comunicação, Marca e Sustentabilidade da B3.
Sobre a PrograMaria
A PrograMaria é um negócio de impacto social de formação
e engajamento de mulheres na tecnologia com a missão de aumentar a diversidade
na área, facilitando a conexão e a contratação desses talentos, por meio de
cursos, eventos e outras ações. Foi reconhecida como a melhor startup de Impacto
Social no Startup Awards 2019, acelerada no programa Itaú Mulher Empreendedora,
e, também, residente da Estação Hack, parceria entre Facebook e Artemisia.
Webinar Regional da Marsh
Tema: Oportunidades e riscos do hidrogênio verde na América Latina
Data: 29 de setembro / Horário: 10:00 (BRT) / Tradução simultânea espanhol / português
Inscrições: https://mmc.zoom.us/webinar/register/6816315598661/WN_Muqx1rsZRBqyz_rNqmOJ1Q
Vindo de fontes renováveis, o hidrogênio verde está se tornando a chave para a transição energética global, devido às suas baixas emissões de carbono.
Na América Latina, o cenário é muito favorável para o desenvolvimento dessa energia: o Chile tem como objetivo se tornar um dos três maiores exportadores de hidrogênio verde do planeta em menos de duas décadas; A Colômbia também busca se posicionar como potência exportadora de gás do hidrogênio verde; O Brasil tem a vantagem de possuir um litoral privilegiado e um dos menores custos marginais para geração de energia renovável.
Junte-se aos principais players do setor para saber mais sobre:
Qual é o verdadeiro potencial da América Latina para se tornar a potência mundial na produção de hidrogênio verde?
Como os diferentes regulamentos e certificações locais afetam a realização dos projetos?
Quais são os principais riscos associados ao seu armazenamento e transporte?
Como gerenciar o risco de todos os agentes envolvidos na produção para garantir os mais altos níveis de segurança, minimizando sinistros e garantindo a continuidade das operações?
Painel internacional de especialistas
Alberto Escofet / Founding member of the Mexican Association of Hydrogen and Country Manager of ENAGAS Mexico.
André Clark / General Manager of Siemens Energy Brazil
Marcos Nishimura / Head of Risks and Insurance Latin America da ENGIE
Raphael Barreau / Chief Business Development Officer, Head of M&A, Innovation and Strategy da ENGIE
Paulo Mantovani / Director, Specialty | Power & Utilities, Mining & Metals, Renewables da Marsh Brazil
Acesse as edições mais recentes das publicações do mercado:
Revista Apólice:
Revista Cobertura:
Revista Segurador Brasil:
Revista Seguro Total:
Revista Insurance Corp: http://insurancecorp.com.br/pt/content/pdf/ic_ed37_2021.pdf
Caderno de Seguros: https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n-917.html
Revista Brasil Energia: https://editorabrasilenergia.com.br/wp-content/uploads/sites/1/flips/130449/Bia470/index.html