Novo Broker no Mercado
04, Out. 2021
Susep autoriza corretora Gallagher Brasil a operar a
partir de outubro
Vamos começar a operar em outubro, já contratando os
primeiros 30 colaboradores, afirmou o CEO Rodrigo Protasio
Fonte: Sonho Seguro
A Gallagher, terceira maior corretor de seguros Global e
de capital aberto, recebeu autorização da Superintendência de Seguros Privados
(Susep) para operar no Brasil. Estamos muito felizes de comemorar a chegada da
Gallagher (www.ajg.com) ao Brasil. Recebemos nosso registro na Susep e vamos
começar a operar em outubro, já contratando os primeiros 30 colaboradores,
afirmou o CEO Rodrigo Protasio em sua página no LinkedIn.
Estamos motivados. Vamos ser uma #tecnologia empresa no
Brasil que vai focar nas áreas de seguros, gerenciamento de riscos e
benefícios, trazendo tecnologia, inovação, e uma proposta diferente para as
empresas e segurados brasileiros, afirmou empresário que liderava uma das
corretoras mais ativa no segmento de petróleo e gás, a JLT, durante 2008 a
2014, quando foi adquirida pela número 1 do mundo, a Marsh.
Em agosto deste ano, a Arthur J. Gallagher & Co.
anunciou um acordo para adquirir as operações de corretagem de resseguro da
Willis Towers Watson plc. Espera-se que a transação seja concluída durante o
quarto trimestre de 2021. Ampliar nossas ofertas de corretagem de resseguro tem
sido um objetivo estratégico na Gallagher a aquisição aumentará
significativamente nossa proposta de valor global, disse J. Patrick Gallagher,
Jr., Presidente e CEO, no dia do anuncio feito ao mercado.
Ficamos muito impressionados com os profissionais de
resseguro Willis Towers Watson que conhecemos durante nossa diligência inicial
e acreditamos fortemente que uma combinação aumentará significativamente nossas
ofertas para clientes e clientes em potencial. Estou ansioso para dar as
boas-vindas aos 2.200 novos colegas que se juntarão a nós como parte desta
transação à nossa crescente família de profissionais Gallagher.
O anuncio foi feito menos de um mes depois da Aon e
Willis desistirem da fusão avaliada em US$ 30 bilhões, em julho, e que havia
sido anunciada em 9 de marco de 2020.
D&O em destaque
Após Lava Jato, cresce busca de executivos por seguros
contra processos judiciais
Fonte: CQCS
É um inevitável e claro efeito da Operação Lava-Jato no
mercado: grandes empresas têm buscado mais as apólices de seguro Directors
& Officers para proteger seus executivos de ações judiciais.
A apólice de D&O oferece cobertura em casos de
processos na Justiça, ações de fraudes e afins. Segundo a Federação Nacional de
Seguros, a arrecadação do D&O chegou a R$ 651 milhões no acumulado de
janeiro a julho deste ano, um aumento de 49,1% em relação ao mesmo período de
2020.
Agora é a vez do Open Insurance: Por onde começar?
Fazer a transição para uma maior abertura digital com
sucesso exigirá que as equipes de liderança de tecnologia trabalhem em
colaboração com a empresa
O setor bancário brasileiro está começando a experimentar
os impactos do open banking e isso já traz alguns spoilers do que irá acontecer
com o mercado de seguros. Embora ainda esteja engatinhando, o Open Insurance
chega para conduzir uma revolução semelhante, promovendo um processo mais
colaborativo e novas soluções de negócios.
A implementação dessa estratégia de inovação aberta no
Brasil será feita de forma gradual. Estamos há um pouco mais de três meses da
data prevista para o início da primeira fase (15 de dezembro) que terá um
caráter mais burocrático incluindo o compartilhamento de dados públicos das
empresas referentes a produtos e canais de atendimento. Mas será que as
seguradoras e demais companhias do setor estão preparadas para iniciar essa
transformação? Quais são os desafios que vem pela frente?
A experiência com as insurtechs prova que não se deve
nadar contra a corrente das novidades tecnológicas e mudanças de padrões. As
empresas mais tradicionais perceberam a necessidade de se envolver e se
beneficiar desses novos players, seja por meio de investimentos diretos, incubadoras,
parcerias ou colaborações. Quem ignorou essa nova realidade perdeu espaço no
mercado.
Do mesmo modo, o open insurance é um impulsionador para o
caminho da transformação digital e apesar de ser analisado com uma certa
cautela pelas companhias do mercado, esse é um futuro inevitável. Portanto, a
melhor estratégia é colaborar com as mudanças desenvolvendo novas proposta de
valor e principalmente investindo em inovação tecnológica.
Algumas tecnologias trazem eficiência para a indústria de
seguros e por isso são essenciais nessa trajetória. Mas também é preciso se
concentrar em algumas ações-chave como, por exemplo:
1 / Melhorar a experiência do cliente
Um aspecto fundamental do Open Insurance é conectar
seguradoras e corretores para que todos na cadeia de valor, incluindo clientes,
possam trocar dados de maneira significativa. É fazer a jornada centrada no
cliente, em vez de ter o foco no produto. A partir disso, existem
possibilidades reais de criar experiências de compra mais amplas para o
cliente, basta saber usar a inteligência de dados de forma eficiente para
aproveitar essas oportunidades.
2 / Reduzir o risco por meio da automação.
O termo automação é bastante amplo e engloba desde a
simples coleta de dados e monitoramento até a implantação de robôs para
executar tarefas rotineiras. Essas ações trazem uma enorme eficiência para o
processo atuarial de ponta a ponta e proporcionam alguns benefícios como o fato
de operar 24 horas por dia e 7 dias por semana. Isso permite que a concentração
da mão-de-obra em processos mais analíticos e não operacionais.
O uso típico de software de automação e governança de
processos permite que as empresas automatizem dados e fluxos de trabalho
analíticos, simplifiquem os processos de negócios e reduzam custos. Ele também
permite maior resiliência operacional, aumentando o poder de computação,
reduzindo a dependência de indivíduos-chave e diminuindo significativamente a
probabilidade de erro humano.
3 / Infraestrutura e a computação em nuvem
A tecnologia em nuvem é hoje fundamental para se ter
simplicidade e agilidade nas operações. Apesar disso, a adoção desse tipo de
inovação tem sido lenta nas empresas de seguros ao redor do mundo. Inércia
operacional, arquitetura de segurança e problemas com recrutamento de talentos devidamente
qualificados são alguns dos obstáculos encontrados pelo setor.
Neste cenário, o papel da liderança de tecnologia
corporativa é muito significativo para manter o equilíbrio do processo. Uma
implementação bem-sucedida trará benefícios como mais tempo gasto em inovação e
agilidade nas soluções, o que é fundamental para a competitividade da empresa.
4 / Análises avançadas de dados
Os conhecimentos que as empresas do mercado de seguros
ganham com a análise de dados, ajudam a obter uma compreensão mais profunda
para tomar decisões e reduzir os riscos de negócios. Com a troca de informações
estimulada pelo Open Insurance, novas oportunidades poderão ser captadas, mas
isso depende também da modernização dos processos e equipamentos. Também será
preciso investir mais em tecnologias que permitem maior rastreabilidade,
gerenciamento e privacidade de dados.
Por fim, fazer a transição para uma maior abertura
digital com sucesso exigirá que as equipes de liderança de tecnologia trabalhem
em estreita colaboração com a empresa para definir visões claras e desenvolver
novas propostas de valor para aproveitar ao máximo essa onda de novidades
digitais.
Fonte: Revista Apólice / Autor: Eduardo Figueiredo, líder
de Risco Corporativo e Corretagem da Willis Towers Watson
Prevent: após primeira condenação, outras podem vir
Para associação médica, confirmação de depoimentos coloca
o Brasil como sujeito de uma das maiores atrocidades cometidas contra a
humanidade.
Fonte: Monitor Mercantil
Nas últimas semanas, enquanto o diretor técnico da
Prevent Senior depunha na CPI da Pandemia, instalada no Senado Federal, a
Justiça de São Paulo dava ganho de causa a um de seus usuários, que havia sido
internado para tratamento de Covid, mas que alega não ter recebido o
atendimento adequado e acabou pedindo para ser transferido para outra rede. A
decisão, ainda liminar, determina o depósito em juízo de cerca de R$ 2 milhões,
num prazo de cinco dias. Na sentença, o juiz diz que há elementos indicativos
de falha em atendimento médico-hospitalar por parte da operadora, que deu ao
paciente medicamentos comprovadamente ineficazes, como ivermectina e
hidroxicloroquina, quando ele já estava com insuficiência respiratória.
A operadora ainda está sendo investigada por denúncias de
entrega indiscriminada de kits de medicamentos sem comprovada eficácia para
tratamento da doença, alteração de dados de estudos sobre a eficácia desses
tratamentos, alteração do Código Internacional de Doenças de internados e
indicação de tratamento paliativo para pacientes que teriam condições de serem
tratados e virem a se recuperar.
Na opinião de Renata Abalém, advogada e presidente da
Comissão de Direito do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil / Seção
Goiás, todos esses episódios devem gerar muitas dúvidas nos clientes da Prevent
Senior.
O consumidor direto da operadora, ou seus familiares, têm
direito a saber o que realmente lhes aconteceu e de serem indenizados em caso
de falhas, explica.
Segundo ela, é possível se socorrer de uma teoria
francesa que, embora complexa, tem sido adotada pelos tribunais superiores
brasileiros. Trata-se da Teoria da Perda de uma Chance.
Ela inclusive recentemente foi adotada em julgamento de
erro médico pelo Superior Tribunal de Justiça, pontua Abalém. A ideia é
reconhecer uma conduta negligente que retira do reclamante a possibilidade de
êxito. Segundo a advogada, o STJ tem sólido entendimento sobre o tema. Dessa
forma, o consumidor, ou se esse tiver falecido, seus familiares, têm
tranquilamente condição de propor uma ação judicial para averiguar a falha na
prestação de serviços e buscar uma indenização.
A Teoria da Perda de uma Chance nasceu em 1889, em corte
francesa, na qual a justiça entendeu que a perda da chance do demandante não
foi apenas um prejuízo hipotético, embora não houvesse certeza sobre o êxito
final. No entanto, a conduta do outro fez com que a oportunidade fosse perdida.
Assim, o paciente que veio a óbito e foi tratado de maneira inadequada perdeu a
chance de viver. Quem garante essa chance? Ninguém. É probabilidade. Mas ele
deixou de ter a oportunidade, avalia Abalém. Em sua opinião, esse será um
debate interessante, porém potencialmente destruidor do ponto de vista
financeiro. Uma vez que a reputação da Prevent Senior já foi para o espaço, nos
parece que o seu patrimônio vai seguir o mesmo caminho, haja vista a quantidade
de consumidores que poderão buscar essa compensação, conclui.
Já a Associação Paulista de Medicina (APM), em nota, diz
registra perplexidade quanto aos recentes depoimentos colhidos pela Comissão
Parlamentar de Inquérito indicando suposto envolvimento de médicos em esquema
que funcionaria para induzir a chamada imunidade de rebanho. De acordo com os
depoimentos na CPI em curso, isso se daria por meio da administração de drogas
comprovadamente ineficazes contra o vírus SARS-CoV-2 e, inclusive, envolveria
experimentação em seres humanos realizada à margem dos padrões éticos vigentes.
O objetivo seria a contraposição às medidas de isolamento social, de forma a
privilegiar a atividade econômica. A questão é gravíssima e exige apuração
imediata, transparente e aprofundada.
Segundo a Associação Paulista de Medicina, a confirmação
dos depoimentos que todos ouvimos configura retrocesso à barbárie e coloca o
Brasil como sujeito de uma das maiores atrocidades cometidas contra a
humanidade.
CRISE HÍDRICA
MP sofre alterações que vão deixar conta de luz mais
cara, dizem especialistas
Fonte: Fonte SP
O deputado Adolfo Viana (PSDB-BA) incluiu em seu
relatório da MP (Medida Provisória) da crise hídrica a extensão de subsídios
para usinas a carvão e outras medidas para setores específicos que, segundo
entidades e especialistas, devem aumentar o custo da energia no país.
Estimativas da Abrace (Associação dos Grandes
Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres) apontam que o
custo repassado para conta de luz vai chegar a R$ 46,5 bilhões.
No jargão do Congresso, as emendas estranhas ao tema principal
de uma MP, como fez o deputado, são apelidadas de jabutis.
Viana apresentou seu relatório na sexta-feira (1º). O
texto publicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no final de junho
já está valendo. Para que as alterações feitas pelo parlamentar entrem em
vigor, a MP precisa ser votada pela Câmara e pelo Senado.
O ponto principal da MP é a criação da CREG (Câmara de
Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética), um grupo emergencial de
monitoramento do sistema elétrico liderado pelo Ministério de Minas e Energia.
O objetivo da câmara é garantir uma resposta mais rápida
eficaz do governo no enfrentamento da crise hídrica.
O comitê recebeu poderes para decidir sobre o nível de
vazão de água nos reservatórios das hidrelétricas, um tipo de medida que antes
dependia do aval de agências como Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis) e ANA (Agência Nacional de Águas e
Saneamento).
Em seu relatório, Viana incluiu um dispositivo que, na
prática, dá mais poderes ao presidente da República.
A mudança permite que, em situações de escassez hídrica,
o chefe do Executivo instaure a CREG a qualquer momento por meio de decreto e
defina sua duração.
O decreto só pode ser editado caso a ANA comunique
situação de escassez ou por recomendação do CMSE (Comitê de Monitoramento do
Setor Elétrico) da entidade.
De acordo com o texto original editado por Bolsonaro, a
previsão era que a duração do grupo emergencial terminasse em 30 de dezembro de
2021.
O congressista também estabeleceu que a CREG terá
competência para promover ações de conscientização sobre redução voluntária do
consumo de energia.
Entidades do setor criticaram os trechos do relatório de
Viana que tratam de benefícios e subsídios a segmentos específicos. Essas inclusões
feitas pelo deputado não têm relação com o grupo emergencial de monitoramento
do sistema elétrico.
Viana acrescentou no texto, por exemplo, a ampliação de
subsídios para a produção de energia a partir do carvão mineral. Pela nova
redação, o prazo para uso de recursos da CDE (Conta de Desenvolvimento
Energético) na promoção desse combustível passou de 2027 para 2035.
Ele colocou como condicionante que o benefício valerá
apenas para as termelétricas que, a partir de 2028, passem a substituir o
carvão por biomassa.
Viana também acolheu uma emenda que permite que as
despesas de instalação de gasodutos sejam diluídas nos custos de transmissão do
setor elétrico.
Ana Carla Petti, presidente da MegaWhat Consultoria,
explica que a modificação determina que o custeio desses novos gasodutos deverá
ocorrer por meio da tarifa de uso do sistema de transmissão, que é paga pelos
consumidores e pelos geradores.
Ela considerou ainda que a definição da competência do
presidente para instituir e definir o prazo de duração da CREG por meio de
decreto é importante por tornar esse processo mais célere.
Já Paulo Pedrosa, da Abrace (Associação dos Grandes
Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres), criticou a
inclusão dos jabutis.
É impressionante a perspectiva de um parecer que traz
tantos custos para a sociedade ser votado sem transparência e sem debate. Com o
debate, vai ficar evidente que essas novas inclusões são péssimas para
consumidores e para a sociedade. Mais da metade da nossa energia já está atribuída
a custos adicionais que não fazem parte da cadeia da energia. E isso tira
desenvolvimento do país, afirma.
O relator também estendeu o prazo para que os geradores
decidam pela renovação do Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas
de Energia Elétrica).
Edvaldo Santana, ex-diretor da Aneel e especialista em
energia, concorda que as medidas incluídas no relatório devem elevar o preço da
energia elétrica.
O consumidor vai pagar, além do consumo da energia, a
construção de gasodutos que abastecem as termelétricas por meio de tarifa. Isso
tende a distorcer a matriz de recursos, afirma.
Sobre a prorrogação do Proinfa, o especialista diz que a
contratação deveria ser feita por meio de leilão, porque cria reserva de
mercado.
Ao colocar diferentes jabutis em seu relatório, Viana
tenta repetir a estratégia adotada pelo Congresso durante a votação da MP da
desestatização da Eletrobras. Na ocasião, parlamentares conseguiram incluir
emendas que não estavam na versão original do projeto.
Segundo associações do setor elétrico, as mudanças feitas
na MP da Eletrobras irão encarecer a geração de energia nos próximos anos. O
governo refuta a tese e diz que, apesar das alterações do Parlamento, haverá
corte no custo da energia.
Pelas estimativas de Abrace os custos adicionais serão
bilionários.
Na contratação de reserva de capacidade, por exemplo, o
custo de gasodutos pode ser incorporado ao custo do sistema de transmissão de
energia. Nesse caso, o aumento para geradores e consumidores deve chegar a R$
33,2 bilhões para 15 anos de operação.
A prorrogação do subsídio para carvão nacional, que
acabaria em 2027 e seria estendido até 2035, criaria uma conta extra de R$ 2,8
bilhões na CDE.
A entidade também avaliou um outro ponto: a reserva de
mercado de PCHs da MP Eletrobras. Haveria aumento no prazo dos contratos de 20
para 25 anos. Considerando encargos e tributos, o aumento seria de R$ 700
milhões.
Foi avaliada também a extensão do Proinfa (Programa de
Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica) por 20 anos. O impacto
seria de R$ 8 bilhões. Como será possível elevar a entrega de energia a preços
fixados, sem competição, a Abrace avaliou que para cada 10% de aumento da
entrega de energia, o custo do Proinfa aumenta em R$ 1,9 bilhão.
Procurado, o deputado Adolfo Viana não retornou os
contatos feitos pela Folha.
Mercado e a disseminação do pessimismo e da desconfiança
Fonte: Estadão
O pessimismo dissemina-se pelo ambiente econômico. O
salto de 14,3 pontos no Indicador de Incerteza da Economia Brasileira aferido
pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV)
entre agosto e setembro, o maior desde abril de 2020, quando a pandemia atingiu
duramente a economia brasileira, resume a deterioração das expectativas de
consumidores e dirigentes empresariais da indústria, do comércio e dos
serviços.
Índices de confiança medidos mensalmente pela
instituição, e corroborados, no caso da indústria, por pesquisa semelhante da
Confederação Nacional da Indústria (CNI), estão em queda, desenhando uma
tendência que se estende pelos diferentes segmentos.
A exceção é a construção, setor que, graças sobretudo ao
mercado imobiliário, vem alcançando resultados brilhantes. Os lançamentos e as
vendas de unidades habitacionais de diferentes padrões mostram forte evolução
desde meados do ano passado. E podem manter-se aquecidos pelos próximos meses,
pois as condições que os impulsionaram, especialmente a oferta de crédito e seu
custo relativamente baixo, se mantêm.
Para os demais setores e para os consumidores, porém, o
cenário contém sinais fortes de deterioração que acabam por minar suas
expectativas e sua confiança.
No caso do aumento no Indicador de Incerteza, que passou
para 133,9 pontos em setembro, o nível mais alto desde março deste ano, a alta
decorre das diferentes crises, reais ou potenciais, que ensombrecem o cenário
político e econômico.
Entre os fatores que contribuíram para a alta estão as
diversas crises do momento, política, institucional e hídrica, o cenário fiscal
indefinido, a inflação ascendente e dúvidas remanescentes quanto à pandemia que
injetaram uma dose adicional de incerteza no mês, resume a economista do
Ibre/FGV Anna Carolina Gouveia.
A notória incapacidade do governo Bolsonaro de dar
respostas adequadas a desafios antigos e a problemas emergentes, diante dos
quais reage com demagogia e oportunismo, só agrava as coisas. As consequências
são ruins. Com todos esses choques, dificilmente o indicador de incerteza
convergirá para a (já elevada) média de 20015-2019, como parecia possível
alguns meses atrás, completa a economista do Ibre/FGV.
Pandemia causa maior redução da expectativa de vida nos
EUA e na Europa desde a 2ª Guerra
Fonte: BBCNews
Sob o impacto da pandemia de covid-19, 27 dentre 29
países estudados tiveram uma queda expectativa de vida para ambos os sexos de
2019 a 2020, com exceção das mulheres na Finlândia e de homens e mulheres na
Dinamarca e na Noruega.
Mulheres em 15 países e homens em 10 países acabaram com
uma expectativa de vida menor ao nascer em 2020 do que tinham em 2015.
E os Estados Unidos sofreram as maiores quedas, com
recuos de mais de dois anos para os homens, segundo dados analisados pelos
pesquisadores do Centro de Ciências Demográficas Leverhulme, da Universidade de
Oxford, no Reino Unido.
Essas reduções, explicam os especialistas, são atribuídas
principalmente ao aumento da mortalidade em pessoas com mais de 60 anos e às
mortes registradas oficialmente por covid-19 (por causa da subnotificação, o
volume desses óbitos pode ser muito maior).
A pandemia teve um impacto bastante considerável e sem
precedentes nas taxas de mortalidade e expectativa de vida, diz Ridhi Kashyap,
professor de demografia social da universidade e um dos principais autores do
estudo.
Perdas de mais de um ano são particularmente incomuns.
Isso é algo que realmente não temos desde a Segunda Guerra Mundial para a maior
parte da Europa Ocidental, e desde a dissolução da União Soviética, na década
de 1990, na Europa Oriental, afirma Kashyap.
Dada a gravidade da pandemia de covid-19, a surpresa não
é pela queda generalizada na expectativa de vida, diz o coautor do estudo, Jose
Manuel Aburto, mas a magnitude da queda.
Os EUA foram particularmente afetados porque as taxas de
mortalidade de covid-19 foram altas na população em idade ativa, em vez de se
limitarem à população idosa, um padrão visto em vários países do Leste Europeu
e até certo ponto na Escócia.
Em comparação, as mulheres na Finlândia e ambos os sexos
na Dinamarca e na Noruega mostraram ligeiros aumentos na expectativa de vida, e
países como a Estônia e a Islândia tiveram pequenas perdas.
No Reino Unido, a expectativa de vida dos homens caiu
pela primeira vez em 40 anos. Em geral, esses índices aumentam com o tempo, e
as quedas são raras. E isso não deve parar por aí.
Especialistas dizem ainda que outras quedas na
expectativa de vida podem ocorrer nos próximos anos, antes que esse indicador
comece a se recuperar.
Desigualdade
Outro resultado alarmante, explica Aburto, é a diferença
que existe entre os países, ou seja, a pandemia afetou de forma distinta os
países desenvolvidos, assim como várias nações incluídas na pesquisa.
Os EUA são um país que se considera desenvolvido, mas
também são um país com muita desigualdade, e isso se reflete nesse patamar de
queda acentuada de expectativa de vida.
Embora o estudo tenha permitido observar que a maior
parte das perdas na expectativa de vida se deveu à mortalidade ocorrida acima
de 60 anos, Aburto explica que países como os EUA viram a mortalidade de
adultos jovens também contribuir muito para esse declínio na expectativa de
vida.
Para o especialista, diversos motivos podem explicar as
diferenças do impacto da pandemia nesses lugares. Cada país agiu de maneira
diferente em relação à pandemia. Por exemplo, houve países que seguiram
intervenções não farmacêuticas com mais rapidez e eficácia, como lockdowns, uso
obrigatório de máscara e assim por diante.
Além disso, diz Aburto, outro fator fundamental é a
qualidade dos serviços de saúde, e isso também se reflete negativamente no caso
dos EUA.
Efeito de sobrevivência
Apesar do nome, esses números da expectativa de vida,
conhecidos como expectativa de vida de período, não preveem uma expectativa de
vida real. Em vez disso, mostram a idade média que um recém-nascido viveria se
as taxas de mortalidade atuais continuassem por toda a sua vida.
E como as taxas de mortalidade da covid-19 não devem
continuar a longo prazo, as novas estimativas não significam que um menino
nascido em 2020 terá uma vida mais curta do que um menino nascido em 2019.
Mas eles fornecem um instantâneo do efeito da pandemia
que pode ser comparado ao longo do tempo e entre países e diferentes
populações.
E assim que a pandemia acabar e suas consequências para a
mortalidade futura forem finalmente conhecidas, é possível que a expectativa de
vida volte a uma tendência de melhora no futuro, diz afirma a estatística
Pamela Cobb, do ONS (orgão britânico de estatísticas).
Pode até haver uma recuperação no primeiro ano ou logo
depois graças ao que os demógrafos chamam de efeito de sobrevivência.
Essencialmente, isso significa que você perdeu uma grande
parte de sua população mais frágil e tem agora uma população sobrevivente mais
saudável. Então você esperaria matematicamente que houvesse menos mortes no
período que se segue, afirma o especialista em avaliação de risco Stuart
McDonald, cofundador do Grupo de Resposta de Atuários da Covid-19.
Mas, segundo ele, há ainda uma série de lacunas para
análises de longo prazo menos incertas. Por um lado, novas ondas de variantes
do coronavírus, covid longa, declínios econômicos e atrasos no tratamento de
câncer e outras doenças graves têm o potencial de manter baixa a expectativa de
vida no Reino Unido, diz McDonald.
De outro, o avanço dos programas de vacinação, um melhor
conhecimento do controle de infecções em massa e um maior foco na saúde podem
ajudar na recuperação dos índices de expectativa de vida.
A expectativa de vida volta à sua trajetória original e
continua aumentando ou aumenta do ponto mais baixo? Vou fazer o hedge: acho que
é um pouco dos dois. Na minha opinião, e no consenso emergente na profissão
atuarial, é que, mesmo em uma base de longo prazo, isso é um resultado negativo
líquido, o que significa um crescimento mais lento, conclui McDonald.
Impacto no Brasil
A pesquisa publicada na revista especializada
International Journal of Epidemiology analisou informações dos seguintes
países: Espanha, Suíça, França, Itália, Finlândia, Suécia, Portugal, Noruega,
Islândia, Áustria, Eslovênia, Bélgica, Chile, Grécia, Alemanha, Holanda,
Inglaterra e País de Gales, Dinamarca, Estônia, Irlanda do Norte, República
Tcheca, Croácia, Polônia, Estados Unidos, Lituânia, Escócia, Eslováquia,
Hungria e Bulgária.
Aburto, da Universidade de Oxford, explica que o estudo
se concentrou nesses 29 países porque havia dados disponíveis para eles,
divididos por idade, e isso permitiu fazer uma análise da expectativa de vida.
O Chile é uma exceção na América Latina em questões de
dados de saúde consistentes e de qualidade. No contexto latino-americano, mesmo
que um país forneça informações em tempo, os dados de mortalidade tendem a
apresentar falhas que devem ser corrigidas antes de se fazer cálculos
comparativos, como esse da expectativa de vida.
Embora o estudo tenha se concentrado em 29 países, os
autores observam que evidências emergentes de países de baixa e média renda
(como Brasil e México), que foram devastados pela pandemia, indicam que as
perdas na expectativa de vida ainda podem ser maiores em essas populações.
Em abril de 2021, uma equipe de pesquisadores liderados
pela demógrafa Márcia Castro, professora da Faculdade de Saúde Pública da
Universidade Harvard, apontou que o brasileiro perdeu quase dois anos de
expectativa de vida em 2020 por causa da pandemia de covid-19.
Em média, bebês nascidos no Brasil em 2020 viverão 1,94
ano a menos do que se esperaria sem o quadro sanitário atual no país. Ou seja,
74,8 anos em vez dos 76,7 anos de vida anteriormente projetados. Com isso, a
esperança de longevidade dos brasileiros retornou ao patamar de 2013.
A queda interrompe um ciclo de crescimento da expectativa
de vida no país, que partiu da média de 45,5 anos, em 1945, até atingir os
estimados 76,7 anos, em 2020, um ganho médio de cinco meses por ano-calendário.
O estudo, ainda em versão pré-print (sem revisão pelos
pares), indica também que a pandemia reduziu de modo desigual a expectativa de
vida a depender da região do país.
Os pesquisadores descobriram que o Distrito Federal, onde
está a capital do país, registrou o pior resultado: ali, a expectativa de vida
recuou em mais de 3 anos. O DF foi seguido por três Estados do Norte: Amapá,
com queda de 2,98 anos na expectativa de vida, Amazonas, com perda de 2,92
anos, e Roraima, com redução de 2,74 anos. Na outra ponta, entre os Estados que
menos perderam na expectativa de vida em 2020, estão vários nordestinos, como
Maranhão, Piauí e Bahia, os três abaixo de 1,49 ano de redução na expectativa
de vida.
Mas os dados podem ser na verdade piores do que essa
estimativa. A gente sabe que houve muita dificuldade de acesso ao teste de
covid-19, subnotificação e muita morte pelo novo coronavírus que não foi
registrada dessa maneira, explica Castro.
Pandora Papers: Além de Guedes, presidentes do Chile,
Equador e República Dominicana são citados
Fonte: AFP
Vários governantes de todo o mundo, incluindo os
presidentes do Chile, Equador e República Dominicana, estão listados nos
Pandora Papers, uma investigação jornalística internacional publicada neste
domingo que revela a ocultação de ativos em paraísos fiscais por figuras
públicas.
A investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas
Investigativos (ICIJ), envolvendo cerca de 600 jornalistas, inclusive do The
Washington Post, BBC e The Guardian, se baseia no vazamento de cerca de 11,9
milhões de documentos de 14 empresas de serviços financeiros em todo o mundo.
No caso do presidente chileno, Sebastián Piñera, os
veículos de mídia locais CIPER e LaBot, que participaram da investigação,
revelaram a negociação nas Ilhas Virgens Britânicas da mineradora Dominga pelo
empresário Carlos Alberto Délano, um dos amigos de infância de Piñera.
Segundo o jornal espanhol El País, a empresa da família
Piñera-Morel vendeu o negócio a Délano com um contrato assinado no Chile por 14
milhões de dólares e outro nas Ilhas Virgens por 138 milhões. A operação
remonta a dezembro de 2010, quando Piñera estava havia nove meses no Palacio de
La Moneda.
O pagamento da operação teve de ser feito em três
parcelas, a última sujeita ao não estabelecimento de área de proteção ambiental
sobre a zona de atuação da mineradora, conforme reivindicam grupos
ambientalistas, cita o veículo espanhol.
O governo de Piñera decidiu não promover a proteção
ambiental na área, condição sob a qual o último pagamento teria sido realizado.
O presidente nunca participou ou teve qualquer informação
sobre a venda da Minera Dominga, afirmou a presidência chilena em nota.
A investigação do ICIJ também aponta a ligação de Luis
Abinader, presidente da República Dominicana, com duas sociedades no Panamá,
Littlecot Inc. e Padreso SA, ambas criadas antes de ele assumir o cargo,
segundo apuração do Noticias Sin.
De acordo com o meio, as ações dessas empresas eram ao
portador, um instrumento utilizado para ocultar os beneficiários das
companhias.
Abinader foi registrado publicamente como beneficiário em
2018, três anos após a entrada em vigor de uma lei que obriga as empresas a
divulgarem a identidade de seus proprietários, observa El País.
Ao tomar posse como presidente, em 2020, o presidente
declarou nove sociedades offshore que controlava por meio de um fundo
fiduciário. Abinader garante que não tem qualquer participação em sua gestão,
acrescentou a mídia.
O terceiro presidente a aparecer na investigação é o
equatoriano Guillermo Lasso. Segundo o jornal El Universo, o governante
controlava 14 empresas offshore, a maioria delas sediadas no Panamá, e as
fechou depois que o correísmo aprovou uma lei que proibia os candidatos
presidenciais de terem empresas em paraísos fiscais.
Lasso, um ex-banqueiro, alega que colocou dinheiro no
exterior porque a legislação nacional impede os banqueiros de investir em seu
país, indicou El País.
A investigação também inclui os nomes de 11
ex-presidentes latino-americanos: os panamenhos Juan Carlos Varela, Ricardo
Martinelli e Ernesto Pérez Balladares; os colombianos César Gaviria e Andrés
Pastrana; o peruano Pedro Pablo Kuczynski; o hondurenho Porfirio Lobo e o
paraguaio Horacio Cartes.
O ministro da Economia brasileiro, Paulo Guedes, homem de
confiança do presidente Jair Bolsonaro, também aparece nos documentos vazados.
Embate Uber x Motoristas
Relação piora com expulsões, corridas canceladas e
suposto uso de gabinete de vereador contra app
Sob pressão, app de transporte busca atrair mais
motoristas para atender a demanda de passageiros, os mais prejudicados pelas
falhas recorrentes do serviço
Se fosse uma série de televisão, a relação entre a
Uber e os seus motoristas cadastrados no país renderia muitos capítulos.
Os novos fatos acrescentados à trama envolvem o aumento
de corridas canceladas, o banimento de motoristas e até o uso suspeito de um
gabinete de vereador de São Paulo para a confecção de ações judiciais contra a
empresa.
Para entender essa série, é preciso olhar para os
capítulos anteriores com foco no consumidor, que vem sendo muito afetado com as
falhas na prestação do serviço.
Os capítulos conhecidos remontam aos impactos causados
pela crise econômica aprofundada pela pandemia de Covid-19, esta a responsável
por ruir o desempenho dos apps de transporte em escala global.
Por aqui, os motoristas do serviço ainda enfrentam o
preço galopante da gasolina que, em algumas regiões do país, atingiu o teto
máximo de R$ 7 o litro. Diante desse patamar de oferta do combustível, os
profissionais passaram a fazer uma Escolha de Sofia.
As corridas, para serem aceitas, precisam compensar as
perdas e, nessa queda de braço, muitas delas vem caindo na “malha fina do
cancelamento. Os motoristas alegam que os trajetos que fazem entre o local onde
aceitaram a corrida e o endereço dos clientes são arcados por eles.
Por isso, cada novo pedido de corrida tem sido milimetricamente
analisado, do início ao fim, para saber se renderá lucro ao motorista. O
motorista passou a selecionar as corridas. Ele abre o pedido e verifica onde o
passageiro está antes de aceitar. Tem corridas que o motorista está a 10 km do
passageiro, ele faz o trajeto e, no final, só ganha a tarifa mínima de R$ 5,25,
afirma Eduardo Lima de Souza, dirigente da Amasp-SP (Associação dos Motoristas
de Aplicativos em São Paulo).
Para a Uber, o que vem ocorrendo é uma prática de
cancelar diversas viagens em sequência logo após terem sido aceitas.
Essa atitude, segundo a empresa, tem prejudicado todos
que usam a plataforma porque, de um lado, impede que outros motoristas
parceiros gerem renda atendendo as mesmas solicitações de viagens canceladas,
e, por outro, deixam os usuários esperando mais tempo ou até desistindo da
solicitação.
Reportagem do InfoMoney mostrou clientes em São Paulo sob
apuros à espera dos carros da Uber. Um dos passageiros disse, em entrevista,
que teve um pedido de corrida cancelado por 12 vezes consecutivas.
Após o aceite, os passageiros também afirmam que tem sido
comum enviar súplicas aos motoristas para que o transporte não seja rejeitado,
isso tem sido muito recorrente, sobretudo, entre as passageiras que circulam
pelas cidades à noite.
Em outro capítulo dessa história, a Uber diz ter feito
seu dever de casa. Colocou em prática um reajuste para compensar as perdas
financeiras de seus cerca de 1 milhão de colaboradores no Brasil na crise.
Os novos valores repassados aos motoristas, segundo a
empresa, tiveram um acréscimo de até 35%.
Para a Amasp paulista, o teto máximo do repasse é
dificilmente atingido porque envolve variáveis como o horário, o local, o tipo
de corrida e o passageiro. A entidade também já afirmou que o reajuste já
começou defasado porque não cobre as perdas com as altas dos combustíveis e da
inflação.
Leia perguntas e respostas sobre os problemas recentes da
operação da Uber no país:
Por que a Uber baniu um grupo de motoristas recentemente?
A Uber nunca havia divulgado o número de motoristas e
entregadores banidos de seu sistema desde que iniciou as operações no Brasil,
em 2014.
O número veio à tona, em setembro, quando a Amasp afirmou
que os profissionais estavam no alvo de uma retaliação devido aos constantes
cancelamentos de corridas.
O aplicativo disse que baniu 1.600 motoristas e
entregadores, o número representa 0,16% do total de 1 milhão de colaboradores
vinculados à plataforma.
Em nota enviada ao InfoMoney, a Uber afirmou que os
profissionais tirados de sua base apresentaram de maneira recorrente
comportamentos de cancelamento de corridas que prejudicam intencionalmente o
funcionamento da plataforma.
Com isso, atrapalham outros motoristas e usuários que
apenas desejam gerar renda ou se deslocar, afirmou a empresa.
Quais são os critérios para expulsar motoristas vinculados
ao aplicativo?
A Uber diz que é constante a retirada de motoristas pegos
em falhas. Em seu código de conduta, a empresa deixa claro, por exemplo, que
motoristas envolvidos em atos de violência, grosseria e discriminação contra
passageiros, além dos com baixa avaliação dada pela comunidade, correm o risco
de expulsão.
O cancelamento premeditado de corridas é classificado
pela empresa como uma possível fraude e pode motivar banimentos. Cancelamentos
excessivos ou para fins de fraude representam abuso do recurso e configuram mau
uso da plataforma, pois atrapalham o seu funcionamento e prejudicam
intencionalmente a experiência dos demais usuários e motoristas, diz, por nota,
a Uber.
A empresa afirma que só divulgou o total de 1.600 contas
excluídas de sua plataforma para rebater dados da Amasp, a entidade havia
informado que o app teria expulsado ao menos 15 mil colaboradores de sua base
em setembro.
Os 1.600 profissionais banidos, segundo a empresa, foram
identificados por cancelar corridas de forma excessiva. A Uber encaminhou ao
InfoMoney um exemplo sobre um ex-Uber. O profissional saiu da plataforma porque
cancelou 2.014 das 2.163 viagens aceitas em 30 dias.
Os motoristas podem cancelar as corridas?
Segundo a Uber, os motoristas são profissionais independentes
e, assim como os usuários, podem cancelar viagens quando julgarem necessário.
Mas, para o app, o abuso no cancelamento de viagens é diferente da liberdade
que ele tem de recusar solicitações.
A empresa diz também que a conexão entre parceiro e usuário,
quando nome, modelo e placa do carro são compartilhados e o usuário recebe a
confirmação de que o motorista está a caminho, só ocorre depois de o motorista
ter conferido as informações da solicitação (tempo, distância, destino, entre
outras variáveis) e decidido aceitar a realização da viagem.
Como o aplicativo monitora os motoristas que mais
cancelam as corridas?
O aplicativo diz manter equipes e tecnologias apropriadas
que revisam constantemente as viagens e os cancelamentos para identificar suspeitas
de violação ao código de boas práticas da empresa.
Caso as suspeitas de infração sejam confirmadas, diz o
aplicativo, o passo seguinte é banir as contas envolvidas.
Por que os usuários têm levado mais tempo para conseguir
uma corrida?
A Uber diz que a sua operação vem passando por uma grande
demanda de viagens nas últimas semanas por causa do avanço da campanha de
vacinação contra a Covid-19 e a retomada gradual das atividades econômicas.
Por causa disso, segundo a empresa, os usuários estão
tendo de esperar mais tempo por uma viagem porque, especialmente, nos horários
de pico, há momentos em que existem mais solicitações do que motoristas
parceiros disponíveis.
O que o aplicativo faz para manter a oferta de motoristas
no rush?
A Uber afirma que, nos horários mais demandados, aplica a
tarifa dinâmica automaticamente.
Segundo a empresa, a ferramenta é eficiente porque, de um
lado, faz alguns usuários adiarem as suas viagens à espera de um preço menor e,
de outro, incentiva que mais motoristas parceiros se desloquem para atender uma
determinada região, de forma a reequilibrar a relação oferta-demanda no
mercado.
Reportagem recente do InfoMoney mostrou, porém, que a
tarifa dinâmica era outra queixa dos motoristas. Eles relataram que as taxas do
mecanismo não estão tão altas como eram antes.
Se a demanda pelo serviço tem sido maior que a quantidade
de motoristas, o que tem sido feito?
O app diz que tem reforçado campanhas de indicação de
motoristas, nas quais os profissionais que já dirigem com a plataforma ganham
uma recompensa quando novos parceiros realizam certo número de viagens.
Os critérios da promoção variam de cidade para cidade: em
São Paulo, por exemplo, uma indicação concluída pode resultar numa recompensa
de até R$ 750.
Existe também, segundo a empresa, um programa de mentoria
em que o motorista com mais tempo de casa compartilha dicas com os que estão
começando na função.
O que foi feito para aliviar os motoristas da alta de
preço dos combustíveis?
Com o aumento constante dos combustíveis, a Uber diz que
vem intensificando esforços para ajudar os motoristas parceiros a reduzirem
seus gastos, com parcerias que oferecem desconto em combustíveis, por exemplo,
assim como tem feito revisões e reajustado os ganhos dos parceiros, em diversas
cidades, além de lançar promoções com ganhos adicionais em viagens de curta
distância.
O que o gabinete de um vereador na cidade de São Paulo
tem a ver com os desafios enfrentados pelo aplicativo?
A Uber ingressou com uma denúncia recente ao Ministério
Público de São Paulo contra o vereador Marlon Farias da Luz, o Marlon da Uber
(Patriotas). Na queixa, o vereador é acusado de montar em seu gabinete, na
Câmara Municipal de SP, um departamento para prestar serviços jurídicos aos
motoristas que tiveram suas contas desativadas pelos aplicativos, incluindo a
Uber.
A prática, segundo a denúncia, recai no crime de
improbidade administrativa, uma vez que configura um desvio de função e o uso
de dinheiro público para fins particulares.
A reportagem do InfoMoney apurou que uma centena de
ações, com textos idênticos que questionam os desligamentos de motoristas da
Uber, foram parar na Justiça. O que se investiga, no momento, é se as petições
foram redigidas pelos assessores do vereador.
Marlon se notabilizou ao contar enquanto ainda era
motorista de app os desafios da função em um canal do YouTube e acabou eleito
vereador em 2020.
O caso está sob investigação na Promotoria de Justiça do
Patrimônio Público e Social da Capital. O inquérito, segundo a Promotoria, está
em fase inicial.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o vereador disse
que as acusações da Uber são totalmente desprovidas de fundamento.
Infelizmente, de forma canalha, a empresa Uber vem desferindo uma série de
ataques e tentando impedir que o vereador prossiga defendendo a categoria,
segundo trecho da nota.
Marlon afirmou, ainda, que desde o começo de seu mandato
vem expondo as injustiça que a empresa comete contra os motoristas de
aplicativos, tentando ajudar de todas as formas possíveis, inclusive,
apresentando e aprovando o projeto de lei 158/21, que garante a ampla defesa
dos motoristas quando são banidos de forma injusta das plataformas de
aplicativos.
Em mais uma tentativa desesperada de obstruir o direito
dos motoristas, a Uber faz uma acusação sobre uma suposta improbidade
administrativa que claramente não ocorreu, afirmou o vereador.
Sobre o assunto, a Uber afirmou, por nota, que está à disposição para contribuir com a investigação iniciada pelo Ministério Público de São Paulo.
Fonte: InfoMoney
Acesse as edições mais recentes das publicações do mercado:
Revista Apólice:
Revista Cobertura:
Revista Segurador Brasil:
Revista Seguro Total:
Revista Insurance Corp: http://insurancecorp.com.br/pt/content/pdf/ic_ed37_2021.pdf
Caderno de Seguros: https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n-917.html
Revista Brasil Energia: https://editorabrasilenergia.com.br/wp-content/uploads/sites/1/flips/130449/Bia470/index.html