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Novo Broker no Mercado

04, Out. 2021

Susep autoriza corretora Gallagher Brasil a operar a partir de outubro

Vamos começar a operar em outubro, já contratando os primeiros 30 colaboradores, afirmou o CEO Rodrigo Protasio

Fonte: Sonho Seguro

A Gallagher, terceira maior corretor de seguros Global e de capital aberto, recebeu autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para operar no Brasil. Estamos muito felizes de comemorar a chegada da Gallagher (www.ajg.com) ao Brasil. Recebemos nosso registro na Susep e vamos começar a operar em outubro, já contratando os primeiros 30 colaboradores, afirmou o CEO Rodrigo Protasio em sua página no LinkedIn.

Estamos motivados. Vamos ser uma #tecnologia empresa no Brasil que vai focar nas áreas de seguros, gerenciamento de riscos e benefícios, trazendo tecnologia, inovação, e uma proposta diferente para as empresas e segurados brasileiros, afirmou empresário que liderava uma das corretoras mais ativa no segmento de petróleo e gás, a JLT, durante 2008 a 2014, quando foi adquirida pela número 1 do mundo, a Marsh.

Em agosto deste ano, a Arthur J. Gallagher & Co. anunciou um acordo para adquirir as operações de corretagem de resseguro da Willis Towers Watson plc. Espera-se que a transação seja concluída durante o quarto trimestre de 2021. Ampliar nossas ofertas de corretagem de resseguro tem sido um objetivo estratégico na Gallagher a aquisição aumentará significativamente nossa proposta de valor global, disse J. Patrick Gallagher, Jr., Presidente e CEO, no dia do anuncio feito ao mercado.

Ficamos muito impressionados com os profissionais de resseguro Willis Towers Watson que conhecemos durante nossa diligência inicial e acreditamos fortemente que uma combinação aumentará significativamente nossas ofertas para clientes e clientes em potencial. Estou ansioso para dar as boas-vindas aos 2.200 novos colegas que se juntarão a nós como parte desta transação à nossa crescente família de profissionais Gallagher.

O anuncio foi feito menos de um mes depois da Aon e Willis desistirem da fusão avaliada em US$ 30 bilhões, em julho, e que havia sido anunciada em 9 de marco de 2020.

D&O em destaque

Após Lava Jato, cresce busca de executivos por seguros contra processos judiciais

Fonte: CQCS

É um inevitável e claro efeito da Operação Lava-Jato no mercado: grandes empresas têm buscado mais as apólices de seguro Directors & Officers para proteger seus executivos de ações judiciais.

A apólice de D&O oferece cobertura em casos de processos na Justiça, ações de fraudes e afins. Segundo a Federação Nacional de Seguros, a arrecadação do D&O chegou a R$ 651 milhões no acumulado de janeiro a julho deste ano, um aumento de 49,1% em relação ao mesmo período de 2020.

Agora é a vez do Open Insurance: Por onde começar?

Fazer a transição para uma maior abertura digital com sucesso exigirá que as equipes de liderança de tecnologia trabalhem em colaboração com a empresa

O setor bancário brasileiro está começando a experimentar os impactos do open banking e isso já traz alguns spoilers do que irá acontecer com o mercado de seguros. Embora ainda esteja engatinhando, o Open Insurance chega para conduzir uma revolução semelhante, promovendo um processo mais colaborativo e novas soluções de negócios.

A implementação dessa estratégia de inovação aberta no Brasil será feita de forma gradual. Estamos há um pouco mais de três meses da data prevista para o início da primeira fase (15 de dezembro) que terá um caráter mais burocrático incluindo o compartilhamento de dados públicos das empresas referentes a produtos e canais de atendimento. Mas será que as seguradoras e demais companhias do setor estão preparadas para iniciar essa transformação? Quais são os desafios que vem pela frente?

A experiência com as insurtechs prova que não se deve nadar contra a corrente das novidades tecnológicas e mudanças de padrões. As empresas mais tradicionais perceberam a necessidade de se envolver e se beneficiar desses novos players, seja por meio de investimentos diretos, incubadoras, parcerias ou colaborações. Quem ignorou essa nova realidade perdeu espaço no mercado.

Do mesmo modo, o open insurance é um impulsionador para o caminho da transformação digital e apesar de ser analisado com uma certa cautela pelas companhias do mercado, esse é um futuro inevitável. Portanto, a melhor estratégia é colaborar com as mudanças desenvolvendo novas proposta de valor e principalmente investindo em inovação tecnológica.

Algumas tecnologias trazem eficiência para a indústria de seguros e por isso são essenciais nessa trajetória. Mas também é preciso se concentrar em algumas ações-chave como, por exemplo:

1 / Melhorar a experiência do cliente

Um aspecto fundamental do Open Insurance é conectar seguradoras e corretores para que todos na cadeia de valor, incluindo clientes, possam trocar dados de maneira significativa. É fazer a jornada centrada no cliente, em vez de ter o foco no produto. A partir disso, existem possibilidades reais de criar experiências de compra mais amplas para o cliente, basta saber usar a inteligência de dados de forma eficiente para aproveitar essas oportunidades.

2 / Reduzir o risco por meio da automação.

O termo automação é bastante amplo e engloba desde a simples coleta de dados e monitoramento até a implantação de robôs para executar tarefas rotineiras. Essas ações trazem uma enorme eficiência para o processo atuarial de ponta a ponta e proporcionam alguns benefícios como o fato de operar 24 horas por dia e 7 dias por semana. Isso permite que a concentração da mão-de-obra em processos mais analíticos e não operacionais.

O uso típico de software de automação e governança de processos permite que as empresas automatizem dados e fluxos de trabalho analíticos, simplifiquem os processos de negócios e reduzam custos. Ele também permite maior resiliência operacional, aumentando o poder de computação, reduzindo a dependência de indivíduos-chave e diminuindo significativamente a probabilidade de erro humano.

3 / Infraestrutura e a computação em nuvem

A tecnologia em nuvem é hoje fundamental para se ter simplicidade e agilidade nas operações. Apesar disso, a adoção desse tipo de inovação tem sido lenta nas empresas de seguros ao redor do mundo. Inércia operacional, arquitetura de segurança e problemas com recrutamento de talentos devidamente qualificados são alguns dos obstáculos encontrados pelo setor.

Neste cenário, o papel da liderança de tecnologia corporativa é muito significativo para manter o equilíbrio do processo. Uma implementação bem-sucedida trará benefícios como mais tempo gasto em inovação e agilidade nas soluções, o que é fundamental para a competitividade da empresa.

4 / Análises avançadas de dados

Os conhecimentos que as empresas do mercado de seguros ganham com a análise de dados, ajudam a obter uma compreensão mais profunda para tomar decisões e reduzir os riscos de negócios. Com a troca de informações estimulada pelo Open Insurance, novas oportunidades poderão ser captadas, mas isso depende também da modernização dos processos e equipamentos. Também será preciso investir mais em tecnologias que permitem maior rastreabilidade, gerenciamento e privacidade de dados.

Por fim, fazer a transição para uma maior abertura digital com sucesso exigirá que as equipes de liderança de tecnologia trabalhem em estreita colaboração com a empresa para definir visões claras e desenvolver novas propostas de valor para aproveitar ao máximo essa onda de novidades digitais.

Fonte: Revista Apólice / Autor: Eduardo Figueiredo, líder de Risco Corporativo e Corretagem da Willis Towers Watson

Prevent: após primeira condenação, outras podem vir

Para associação médica, confirmação de depoimentos coloca o Brasil como sujeito de uma das maiores atrocidades cometidas contra a humanidade.

Fonte: Monitor Mercantil

Nas últimas semanas, enquanto o diretor técnico da Prevent Senior depunha na CPI da Pandemia, instalada no Senado Federal, a Justiça de São Paulo dava ganho de causa a um de seus usuários, que havia sido internado para tratamento de Covid, mas que alega não ter recebido o atendimento adequado e acabou pedindo para ser transferido para outra rede. A decisão, ainda liminar, determina o depósito em juízo de cerca de R$ 2 milhões, num prazo de cinco dias. Na sentença, o juiz diz que há elementos indicativos de falha em atendimento médico-hospitalar por parte da operadora, que deu ao paciente medicamentos comprovadamente ineficazes, como ivermectina e hidroxicloroquina, quando ele já estava com insuficiência respiratória.

A operadora ainda está sendo investigada por denúncias de entrega indiscriminada de kits de medicamentos sem comprovada eficácia para tratamento da doença, alteração de dados de estudos sobre a eficácia desses tratamentos, alteração do Código Internacional de Doenças de internados e indicação de tratamento paliativo para pacientes que teriam condições de serem tratados e virem a se recuperar.

Na opinião de Renata Abalém, advogada e presidente da Comissão de Direito do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil / Seção Goiás, todos esses episódios devem gerar muitas dúvidas nos clientes da Prevent Senior.

O consumidor direto da operadora, ou seus familiares, têm direito a saber o que realmente lhes aconteceu e de serem indenizados em caso de falhas, explica.

Segundo ela, é possível se socorrer de uma teoria francesa que, embora complexa, tem sido adotada pelos tribunais superiores brasileiros. Trata-se da Teoria da Perda de uma Chance.

Ela inclusive recentemente foi adotada em julgamento de erro médico pelo Superior Tribunal de Justiça, pontua Abalém. A ideia é reconhecer uma conduta negligente que retira do reclamante a possibilidade de êxito. Segundo a advogada, o STJ tem sólido entendimento sobre o tema. Dessa forma, o consumidor, ou se esse tiver falecido, seus familiares, têm tranquilamente condição de propor uma ação judicial para averiguar a falha na prestação de serviços e buscar uma indenização.

A Teoria da Perda de uma Chance nasceu em 1889, em corte francesa, na qual a justiça entendeu que a perda da chance do demandante não foi apenas um prejuízo hipotético, embora não houvesse certeza sobre o êxito final. No entanto, a conduta do outro fez com que a oportunidade fosse perdida. Assim, o paciente que veio a óbito e foi tratado de maneira inadequada perdeu a chance de viver. Quem garante essa chance? Ninguém. É probabilidade. Mas ele deixou de ter a oportunidade, avalia Abalém. Em sua opinião, esse será um debate interessante, porém potencialmente destruidor do ponto de vista financeiro. Uma vez que a reputação da Prevent Senior já foi para o espaço, nos parece que o seu patrimônio vai seguir o mesmo caminho, haja vista a quantidade de consumidores que poderão buscar essa compensação, conclui.

Já a Associação Paulista de Medicina (APM), em nota, diz registra perplexidade quanto aos recentes depoimentos colhidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito indicando suposto envolvimento de médicos em esquema que funcionaria para induzir a chamada imunidade de rebanho. De acordo com os depoimentos na CPI em curso, isso se daria por meio da administração de drogas comprovadamente ineficazes contra o vírus SARS-CoV-2 e, inclusive, envolveria experimentação em seres humanos realizada à margem dos padrões éticos vigentes. O objetivo seria a contraposição às medidas de isolamento social, de forma a privilegiar a atividade econômica. A questão é gravíssima e exige apuração imediata, transparente e aprofundada.

Segundo a Associação Paulista de Medicina, a confirmação dos depoimentos que todos ouvimos configura retrocesso à barbárie e coloca o Brasil como sujeito de uma das maiores atrocidades cometidas contra a humanidade.

CRISE HÍDRICA

MP sofre alterações que vão deixar conta de luz mais cara, dizem especialistas

Fonte: Fonte SP

O deputado Adolfo Viana (PSDB-BA) incluiu em seu relatório da MP (Medida Provisória) da crise hídrica a extensão de subsídios para usinas a carvão e outras medidas para setores específicos que, segundo entidades e especialistas, devem aumentar o custo da energia no país.

Estimativas da Abrace (Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres) apontam que o custo repassado para conta de luz vai chegar a R$ 46,5 bilhões.

No jargão do Congresso, as emendas estranhas ao tema principal de uma MP, como fez o deputado, são apelidadas de jabutis.

Viana apresentou seu relatório na sexta-feira (1º). O texto publicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no final de junho já está valendo. Para que as alterações feitas pelo parlamentar entrem em vigor, a MP precisa ser votada pela Câmara e pelo Senado.

O ponto principal da MP é a criação da CREG (Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética), um grupo emergencial de monitoramento do sistema elétrico liderado pelo Ministério de Minas e Energia.

O objetivo da câmara é garantir uma resposta mais rápida eficaz do governo no enfrentamento da crise hídrica.

O comitê recebeu poderes para decidir sobre o nível de vazão de água nos reservatórios das hidrelétricas, um tipo de medida que antes dependia do aval de agências como Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento).

Em seu relatório, Viana incluiu um dispositivo que, na prática, dá mais poderes ao presidente da República.

A mudança permite que, em situações de escassez hídrica, o chefe do Executivo instaure a CREG a qualquer momento por meio de decreto e defina sua duração.

O decreto só pode ser editado caso a ANA comunique situação de escassez ou por recomendação do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) da entidade.

De acordo com o texto original editado por Bolsonaro, a previsão era que a duração do grupo emergencial terminasse em 30 de dezembro de 2021.

O congressista também estabeleceu que a CREG terá competência para promover ações de conscientização sobre redução voluntária do consumo de energia.

Entidades do setor criticaram os trechos do relatório de Viana que tratam de benefícios e subsídios a segmentos específicos. Essas inclusões feitas pelo deputado não têm relação com o grupo emergencial de monitoramento do sistema elétrico.

Viana acrescentou no texto, por exemplo, a ampliação de subsídios para a produção de energia a partir do carvão mineral. Pela nova redação, o prazo para uso de recursos da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) na promoção desse combustível passou de 2027 para 2035.

Ele colocou como condicionante que o benefício valerá apenas para as termelétricas que, a partir de 2028, passem a substituir o carvão por biomassa.

Viana também acolheu uma emenda que permite que as despesas de instalação de gasodutos sejam diluídas nos custos de transmissão do setor elétrico.

Ana Carla Petti, presidente da MegaWhat Consultoria, explica que a modificação determina que o custeio desses novos gasodutos deverá ocorrer por meio da tarifa de uso do sistema de transmissão, que é paga pelos consumidores e pelos geradores.

Ela considerou ainda que a definição da competência do presidente para instituir e definir o prazo de duração da CREG por meio de decreto é importante por tornar esse processo mais célere.

Já Paulo Pedrosa, da Abrace (Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres), criticou a inclusão dos jabutis.

É impressionante a perspectiva de um parecer que traz tantos custos para a sociedade ser votado sem transparência e sem debate. Com o debate, vai ficar evidente que essas novas inclusões são péssimas para consumidores e para a sociedade. Mais da metade da nossa energia já está atribuída a custos adicionais que não fazem parte da cadeia da energia. E isso tira desenvolvimento do país, afirma.

O relator também estendeu o prazo para que os geradores decidam pela renovação do Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica).

Edvaldo Santana, ex-diretor da Aneel e especialista em energia, concorda que as medidas incluídas no relatório devem elevar o preço da energia elétrica.

O consumidor vai pagar, além do consumo da energia, a construção de gasodutos que abastecem as termelétricas por meio de tarifa. Isso tende a distorcer a matriz de recursos, afirma.

Sobre a prorrogação do Proinfa, o especialista diz que a contratação deveria ser feita por meio de leilão, porque cria reserva de mercado.

Ao colocar diferentes jabutis em seu relatório, Viana tenta repetir a estratégia adotada pelo Congresso durante a votação da MP da desestatização da Eletrobras. Na ocasião, parlamentares conseguiram incluir emendas que não estavam na versão original do projeto.

Segundo associações do setor elétrico, as mudanças feitas na MP da Eletrobras irão encarecer a geração de energia nos próximos anos. O governo refuta a tese e diz que, apesar das alterações do Parlamento, haverá corte no custo da energia.

Pelas estimativas de Abrace os custos adicionais serão bilionários.

Na contratação de reserva de capacidade, por exemplo, o custo de gasodutos pode ser incorporado ao custo do sistema de transmissão de energia. Nesse caso, o aumento para geradores e consumidores deve chegar a R$ 33,2 bilhões para 15 anos de operação.

A prorrogação do subsídio para carvão nacional, que acabaria em 2027 e seria estendido até 2035, criaria uma conta extra de R$ 2,8 bilhões na CDE.

A entidade também avaliou um outro ponto: a reserva de mercado de PCHs da MP Eletrobras. Haveria aumento no prazo dos contratos de 20 para 25 anos. Considerando encargos e tributos, o aumento seria de R$ 700 milhões.

Foi avaliada também a extensão do Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica) por 20 anos. O impacto seria de R$ 8 bilhões. Como será possível elevar a entrega de energia a preços fixados, sem competição, a Abrace avaliou que para cada 10% de aumento da entrega de energia, o custo do Proinfa aumenta em R$ 1,9 bilhão.

Procurado, o deputado Adolfo Viana não retornou os contatos feitos pela Folha.

Mercado e a disseminação do pessimismo e da desconfiança

Fonte: Estadão

O pessimismo dissemina-se pelo ambiente econômico. O salto de 14,3 pontos no Indicador de Incerteza da Economia Brasileira aferido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) entre agosto e setembro, o maior desde abril de 2020, quando a pandemia atingiu duramente a economia brasileira, resume a deterioração das expectativas de consumidores e dirigentes empresariais da indústria, do comércio e dos serviços.

Índices de confiança medidos mensalmente pela instituição, e corroborados, no caso da indústria, por pesquisa semelhante da Confederação Nacional da Indústria (CNI), estão em queda, desenhando uma tendência que se estende pelos diferentes segmentos.

A exceção é a construção, setor que, graças sobretudo ao mercado imobiliário, vem alcançando resultados brilhantes. Os lançamentos e as vendas de unidades habitacionais de diferentes padrões mostram forte evolução desde meados do ano passado. E podem manter-se aquecidos pelos próximos meses, pois as condições que os impulsionaram, especialmente a oferta de crédito e seu custo relativamente baixo, se mantêm.

Para os demais setores e para os consumidores, porém, o cenário contém sinais fortes de deterioração que acabam por minar suas expectativas e sua confiança.

No caso do aumento no Indicador de Incerteza, que passou para 133,9 pontos em setembro, o nível mais alto desde março deste ano, a alta decorre das diferentes crises, reais ou potenciais, que ensombrecem o cenário político e econômico.

Entre os fatores que contribuíram para a alta estão as diversas crises do momento, política, institucional e hídrica, o cenário fiscal indefinido, a inflação ascendente e dúvidas remanescentes quanto à pandemia que injetaram uma dose adicional de incerteza no mês, resume a economista do Ibre/FGV Anna Carolina Gouveia.

A notória incapacidade do governo Bolsonaro de dar respostas adequadas a desafios antigos e a problemas emergentes, diante dos quais reage com demagogia e oportunismo, só agrava as coisas. As consequências são ruins. Com todos esses choques, dificilmente o indicador de incerteza convergirá para a (já elevada) média de 20015-2019, como parecia possível alguns meses atrás, completa a economista do Ibre/FGV.

Pandemia causa maior redução da expectativa de vida nos EUA e na Europa desde a 2ª Guerra

Fonte: BBCNews

Sob o impacto da pandemia de covid-19, 27 dentre 29 países estudados tiveram uma queda expectativa de vida para ambos os sexos de 2019 a 2020, com exceção das mulheres na Finlândia e de homens e mulheres na Dinamarca e na Noruega.

Mulheres em 15 países e homens em 10 países acabaram com uma expectativa de vida menor ao nascer em 2020 do que tinham em 2015.

E os Estados Unidos sofreram as maiores quedas, com recuos de mais de dois anos para os homens, segundo dados analisados pelos pesquisadores do Centro de Ciências Demográficas Leverhulme, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Essas reduções, explicam os especialistas, são atribuídas principalmente ao aumento da mortalidade em pessoas com mais de 60 anos e às mortes registradas oficialmente por covid-19 (por causa da subnotificação, o volume desses óbitos pode ser muito maior).

A pandemia teve um impacto bastante considerável e sem precedentes nas taxas de mortalidade e expectativa de vida, diz Ridhi Kashyap, professor de demografia social da universidade e um dos principais autores do estudo.

Perdas de mais de um ano são particularmente incomuns. Isso é algo que realmente não temos desde a Segunda Guerra Mundial para a maior parte da Europa Ocidental, e desde a dissolução da União Soviética, na década de 1990, na Europa Oriental, afirma Kashyap.

Dada a gravidade da pandemia de covid-19, a surpresa não é pela queda generalizada na expectativa de vida, diz o coautor do estudo, Jose Manuel Aburto, mas a magnitude da queda.

Os EUA foram particularmente afetados porque as taxas de mortalidade de covid-19 foram altas na população em idade ativa, em vez de se limitarem à população idosa, um padrão visto em vários países do Leste Europeu e até certo ponto na Escócia.

Em comparação, as mulheres na Finlândia e ambos os sexos na Dinamarca e na Noruega mostraram ligeiros aumentos na expectativa de vida, e países como a Estônia e a Islândia tiveram pequenas perdas.

No Reino Unido, a expectativa de vida dos homens caiu pela primeira vez em 40 anos. Em geral, esses índices aumentam com o tempo, e as quedas são raras. E isso não deve parar por aí.

Especialistas dizem ainda que outras quedas na expectativa de vida podem ocorrer nos próximos anos, antes que esse indicador comece a se recuperar.

Desigualdade

Outro resultado alarmante, explica Aburto, é a diferença que existe entre os países, ou seja, a pandemia afetou de forma distinta os países desenvolvidos, assim como várias nações incluídas na pesquisa.

Os EUA são um país que se considera desenvolvido, mas também são um país com muita desigualdade, e isso se reflete nesse patamar de queda acentuada de expectativa de vida.

Embora o estudo tenha permitido observar que a maior parte das perdas na expectativa de vida se deveu à mortalidade ocorrida acima de 60 anos, Aburto explica que países como os EUA viram a mortalidade de adultos jovens também contribuir muito para esse declínio na expectativa de vida.

Para o especialista, diversos motivos podem explicar as diferenças do impacto da pandemia nesses lugares. Cada país agiu de maneira diferente em relação à pandemia. Por exemplo, houve países que seguiram intervenções não farmacêuticas com mais rapidez e eficácia, como lockdowns, uso obrigatório de máscara e assim por diante.

Além disso, diz Aburto, outro fator fundamental é a qualidade dos serviços de saúde, e isso também se reflete negativamente no caso dos EUA.

Efeito de sobrevivência

Apesar do nome, esses números da expectativa de vida, conhecidos como expectativa de vida de período, não preveem uma expectativa de vida real. Em vez disso, mostram a idade média que um recém-nascido viveria se as taxas de mortalidade atuais continuassem por toda a sua vida.

E como as taxas de mortalidade da covid-19 não devem continuar a longo prazo, as novas estimativas não significam que um menino nascido em 2020 terá uma vida mais curta do que um menino nascido em 2019.

Mas eles fornecem um instantâneo do efeito da pandemia que pode ser comparado ao longo do tempo e entre países e diferentes populações.

E assim que a pandemia acabar e suas consequências para a mortalidade futura forem finalmente conhecidas, é possível que a expectativa de vida volte a uma tendência de melhora no futuro, diz afirma a estatística Pamela Cobb, do ONS (orgão britânico de estatísticas).

Pode até haver uma recuperação no primeiro ano ou logo depois graças ao que os demógrafos chamam de efeito de sobrevivência.

Essencialmente, isso significa que você perdeu uma grande parte de sua população mais frágil e tem agora uma população sobrevivente mais saudável. Então você esperaria matematicamente que houvesse menos mortes no período que se segue, afirma o especialista em avaliação de risco Stuart McDonald, cofundador do Grupo de Resposta de Atuários da Covid-19.

Mas, segundo ele, há ainda uma série de lacunas para análises de longo prazo menos incertas. Por um lado, novas ondas de variantes do coronavírus, covid longa, declínios econômicos e atrasos no tratamento de câncer e outras doenças graves têm o potencial de manter baixa a expectativa de vida no Reino Unido, diz McDonald.

De outro, o avanço dos programas de vacinação, um melhor conhecimento do controle de infecções em massa e um maior foco na saúde podem ajudar na recuperação dos índices de expectativa de vida.

A expectativa de vida volta à sua trajetória original e continua aumentando ou aumenta do ponto mais baixo? Vou fazer o hedge: acho que é um pouco dos dois. Na minha opinião, e no consenso emergente na profissão atuarial, é que, mesmo em uma base de longo prazo, isso é um resultado negativo líquido, o que significa um crescimento mais lento, conclui McDonald.

Impacto no Brasil

A pesquisa publicada na revista especializada International Journal of Epidemiology analisou informações dos seguintes países: Espanha, Suíça, França, Itália, Finlândia, Suécia, Portugal, Noruega, Islândia, Áustria, Eslovênia, Bélgica, Chile, Grécia, Alemanha, Holanda, Inglaterra e País de Gales, Dinamarca, Estônia, Irlanda do Norte, República Tcheca, Croácia, Polônia, Estados Unidos, Lituânia, Escócia, Eslováquia, Hungria e Bulgária.

Aburto, da Universidade de Oxford, explica que o estudo se concentrou nesses 29 países porque havia dados disponíveis para eles, divididos por idade, e isso permitiu fazer uma análise da expectativa de vida.

O Chile é uma exceção na América Latina em questões de dados de saúde consistentes e de qualidade. No contexto latino-americano, mesmo que um país forneça informações em tempo, os dados de mortalidade tendem a apresentar falhas que devem ser corrigidas antes de se fazer cálculos comparativos, como esse da expectativa de vida.

Embora o estudo tenha se concentrado em 29 países, os autores observam que evidências emergentes de países de baixa e média renda (como Brasil e México), que foram devastados pela pandemia, indicam que as perdas na expectativa de vida ainda podem ser maiores em essas populações.

Em abril de 2021, uma equipe de pesquisadores liderados pela demógrafa Márcia Castro, professora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard, apontou que o brasileiro perdeu quase dois anos de expectativa de vida em 2020 por causa da pandemia de covid-19.

Em média, bebês nascidos no Brasil em 2020 viverão 1,94 ano a menos do que se esperaria sem o quadro sanitário atual no país. Ou seja, 74,8 anos em vez dos 76,7 anos de vida anteriormente projetados. Com isso, a esperança de longevidade dos brasileiros retornou ao patamar de 2013.

A queda interrompe um ciclo de crescimento da expectativa de vida no país, que partiu da média de 45,5 anos, em 1945, até atingir os estimados 76,7 anos, em 2020, um ganho médio de cinco meses por ano-calendário.

O estudo, ainda em versão pré-print (sem revisão pelos pares), indica também que a pandemia reduziu de modo desigual a expectativa de vida a depender da região do país.

Os pesquisadores descobriram que o Distrito Federal, onde está a capital do país, registrou o pior resultado: ali, a expectativa de vida recuou em mais de 3 anos. O DF foi seguido por três Estados do Norte: Amapá, com queda de 2,98 anos na expectativa de vida, Amazonas, com perda de 2,92 anos, e Roraima, com redução de 2,74 anos. Na outra ponta, entre os Estados que menos perderam na expectativa de vida em 2020, estão vários nordestinos, como Maranhão, Piauí e Bahia, os três abaixo de 1,49 ano de redução na expectativa de vida.

Mas os dados podem ser na verdade piores do que essa estimativa. A gente sabe que houve muita dificuldade de acesso ao teste de covid-19, subnotificação e muita morte pelo novo coronavírus que não foi registrada dessa maneira, explica Castro.

Pandora Papers: Além de Guedes, presidentes do Chile, Equador e República Dominicana são citados

Fonte: AFP

Vários governantes de todo o mundo, incluindo os presidentes do Chile, Equador e República Dominicana, estão listados nos Pandora Papers, uma investigação jornalística internacional publicada neste domingo que revela a ocultação de ativos em paraísos fiscais por figuras públicas.

A investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), envolvendo cerca de 600 jornalistas, inclusive do The Washington Post, BBC e The Guardian, se baseia no vazamento de cerca de 11,9 milhões de documentos de 14 empresas de serviços financeiros em todo o mundo.

No caso do presidente chileno, Sebastián Piñera, os veículos de mídia locais CIPER e LaBot, que participaram da investigação, revelaram a negociação nas Ilhas Virgens Britânicas da mineradora Dominga pelo empresário Carlos Alberto Délano, um dos amigos de infância de Piñera.

Segundo o jornal espanhol El País, a empresa da família Piñera-Morel vendeu o negócio a Délano com um contrato assinado no Chile por 14 milhões de dólares e outro nas Ilhas Virgens por 138 milhões. A operação remonta a dezembro de 2010, quando Piñera estava havia nove meses no Palacio de La Moneda.

O pagamento da operação teve de ser feito em três parcelas, a última sujeita ao não estabelecimento de área de proteção ambiental sobre a zona de atuação da mineradora, conforme reivindicam grupos ambientalistas, cita o veículo espanhol.

O governo de Piñera decidiu não promover a proteção ambiental na área, condição sob a qual o último pagamento teria sido realizado.

O presidente nunca participou ou teve qualquer informação sobre a venda da Minera Dominga, afirmou a presidência chilena em nota.

A investigação do ICIJ também aponta a ligação de Luis Abinader, presidente da República Dominicana, com duas sociedades no Panamá, Littlecot Inc. e Padreso SA, ambas criadas antes de ele assumir o cargo, segundo apuração do Noticias Sin.

De acordo com o meio, as ações dessas empresas eram ao portador, um instrumento utilizado para ocultar os beneficiários das companhias.

Abinader foi registrado publicamente como beneficiário em 2018, três anos após a entrada em vigor de uma lei que obriga as empresas a divulgarem a identidade de seus proprietários, observa El País.

Ao tomar posse como presidente, em 2020, o presidente declarou nove sociedades offshore que controlava por meio de um fundo fiduciário. Abinader garante que não tem qualquer participação em sua gestão, acrescentou a mídia.

O terceiro presidente a aparecer na investigação é o equatoriano Guillermo Lasso. Segundo o jornal El Universo, o governante controlava 14 empresas offshore, a maioria delas sediadas no Panamá, e as fechou depois que o correísmo aprovou uma lei que proibia os candidatos presidenciais de terem empresas em paraísos fiscais.

Lasso, um ex-banqueiro, alega que colocou dinheiro no exterior porque a legislação nacional impede os banqueiros de investir em seu país, indicou El País.

A investigação também inclui os nomes de 11 ex-presidentes latino-americanos: os panamenhos Juan Carlos Varela, Ricardo Martinelli e Ernesto Pérez Balladares; os colombianos César Gaviria e Andrés Pastrana; o peruano Pedro Pablo Kuczynski; o hondurenho Porfirio Lobo e o paraguaio Horacio Cartes.

O ministro da Economia brasileiro, Paulo Guedes, homem de confiança do presidente Jair Bolsonaro, também aparece nos documentos vazados.

Embate Uber x Motoristas

Relação piora com expulsões, corridas canceladas e suposto uso de gabinete de vereador contra app

Sob pressão, app de transporte busca atrair mais motoristas para atender a demanda de passageiros, os mais prejudicados pelas falhas recorrentes do serviço

Se fosse uma série de televisão, a relação entre a Uber e os seus motoristas cadastrados no país renderia muitos capítulos.

Os novos fatos acrescentados à trama envolvem o aumento de corridas canceladas, o banimento de motoristas e até o uso suspeito de um gabinete de vereador de São Paulo para a confecção de ações judiciais contra a empresa.

Para entender essa série, é preciso olhar para os capítulos anteriores com foco no consumidor, que vem sendo muito afetado com as falhas na prestação do serviço.

Os capítulos conhecidos remontam aos impactos causados pela crise econômica aprofundada pela pandemia de Covid-19, esta a responsável por ruir o desempenho dos apps de transporte em escala global.

Por aqui, os motoristas do serviço ainda enfrentam o preço galopante da gasolina que, em algumas regiões do país, atingiu o teto máximo de R$ 7 o litro. Diante desse patamar de oferta do combustível, os profissionais passaram a fazer uma Escolha de Sofia.

As corridas, para serem aceitas, precisam compensar as perdas e, nessa queda de braço, muitas delas vem caindo na “malha fina do cancelamento. Os motoristas alegam que os trajetos que fazem entre o local onde aceitaram a corrida e o endereço dos clientes são arcados por eles.

Por isso, cada novo pedido de corrida tem sido milimetricamente analisado, do início ao fim, para saber se renderá lucro ao motorista. O motorista passou a selecionar as corridas. Ele abre o pedido e verifica onde o passageiro está antes de aceitar. Tem corridas que o motorista está a 10 km do passageiro, ele faz o trajeto e, no final, só ganha a tarifa mínima de R$ 5,25, afirma Eduardo Lima de Souza, dirigente da Amasp-SP (Associação dos Motoristas de Aplicativos em São Paulo).

Para a Uber, o que vem ocorrendo é uma prática de cancelar diversas viagens em sequência logo após terem sido aceitas.

Essa atitude, segundo a empresa, tem prejudicado todos que usam a plataforma porque, de um lado, impede que outros motoristas parceiros gerem renda atendendo as mesmas solicitações de viagens canceladas, e, por outro, deixam os usuários esperando mais tempo ou até desistindo da solicitação.

Reportagem do InfoMoney mostrou clientes em São Paulo sob apuros à espera dos carros da Uber. Um dos passageiros disse, em entrevista, que teve um pedido de corrida cancelado por 12 vezes consecutivas.

Após o aceite, os passageiros também afirmam que tem sido comum enviar súplicas aos motoristas para que o transporte não seja rejeitado, isso tem sido muito recorrente, sobretudo, entre as passageiras que circulam pelas cidades à noite.

Em outro capítulo dessa história, a Uber diz ter feito seu dever de casa. Colocou em prática um reajuste para compensar as perdas financeiras de seus cerca de 1 milhão de colaboradores no Brasil na crise.

Os novos valores repassados aos motoristas, segundo a empresa, tiveram um acréscimo de até 35%.

Para a Amasp paulista, o teto máximo do repasse é dificilmente atingido porque envolve variáveis como o horário, o local, o tipo de corrida e o passageiro. A entidade também já afirmou que o reajuste já começou defasado porque não cobre as perdas com as altas dos combustíveis e da inflação.

Leia perguntas e respostas sobre os problemas recentes da operação da Uber no país:

Por que a Uber baniu um grupo de motoristas recentemente?

A Uber nunca havia divulgado o número de motoristas e entregadores banidos de seu sistema desde que iniciou as operações no Brasil, em 2014.

O número veio à tona, em setembro, quando a Amasp afirmou que os profissionais estavam no alvo de uma retaliação devido aos constantes cancelamentos de corridas.

O aplicativo disse que baniu 1.600 motoristas e entregadores, o número representa 0,16% do total de 1 milhão de colaboradores vinculados à plataforma.

Em nota enviada ao InfoMoney, a Uber afirmou que os profissionais tirados de sua base apresentaram de maneira recorrente comportamentos de cancelamento de corridas que prejudicam intencionalmente o funcionamento da plataforma.

Com isso, atrapalham outros motoristas e usuários que apenas desejam gerar renda ou se deslocar, afirmou a empresa.

Quais são os critérios para expulsar motoristas vinculados ao aplicativo?

A Uber diz que é constante a retirada de motoristas pegos em falhas. Em seu código de conduta, a empresa deixa claro, por exemplo, que motoristas envolvidos em atos de violência, grosseria e discriminação contra passageiros, além dos com baixa avaliação dada pela comunidade, correm o risco de expulsão.

O cancelamento premeditado de corridas é classificado pela empresa como uma possível fraude e pode motivar banimentos. Cancelamentos excessivos ou para fins de fraude representam abuso do recurso e configuram mau uso da plataforma, pois atrapalham o seu funcionamento e prejudicam intencionalmente a experiência dos demais usuários e motoristas, diz, por nota, a Uber.

A empresa afirma que só divulgou o total de 1.600 contas excluídas de sua plataforma para rebater dados da Amasp, a entidade havia informado que o app teria expulsado ao menos 15 mil colaboradores de sua base em setembro.

Os 1.600 profissionais banidos, segundo a empresa, foram identificados por cancelar corridas de forma excessiva. A Uber encaminhou ao InfoMoney um exemplo sobre um ex-Uber. O profissional saiu da plataforma porque cancelou 2.014 das 2.163 viagens aceitas em 30 dias.

Os motoristas podem cancelar as corridas?

Segundo a Uber, os motoristas são profissionais independentes e, assim como os usuários, podem cancelar viagens quando julgarem necessário. Mas, para o app, o abuso no cancelamento de viagens é diferente da liberdade que ele tem de recusar solicitações.

A empresa diz também que a conexão entre parceiro e usuário, quando nome, modelo e placa do carro são compartilhados e o usuário recebe a confirmação de que o motorista está a caminho, só ocorre depois de o motorista ter conferido as informações da solicitação (tempo, distância, destino, entre outras variáveis) e decidido aceitar a realização da viagem.

Como o aplicativo monitora os motoristas que mais cancelam as corridas?

O aplicativo diz manter equipes e tecnologias apropriadas que revisam constantemente as viagens e os cancelamentos para identificar suspeitas de violação ao código de boas práticas da empresa.

Caso as suspeitas de infração sejam confirmadas, diz o aplicativo, o passo seguinte é banir as contas envolvidas.

Por que os usuários têm levado mais tempo para conseguir uma corrida?

A Uber diz que a sua operação vem passando por uma grande demanda de viagens nas últimas semanas por causa do avanço da campanha de vacinação contra a Covid-19 e a retomada gradual das atividades econômicas.

Por causa disso, segundo a empresa, os usuários estão tendo de esperar mais tempo por uma viagem porque, especialmente, nos horários de pico, há momentos em que existem mais solicitações do que motoristas parceiros disponíveis.

O que o aplicativo faz para manter a oferta de motoristas no rush?

A Uber afirma que, nos horários mais demandados, aplica a tarifa dinâmica automaticamente.

Segundo a empresa, a ferramenta é eficiente porque, de um lado, faz alguns usuários adiarem as suas viagens à espera de um preço menor e, de outro, incentiva que mais motoristas parceiros se desloquem para atender uma determinada região, de forma a reequilibrar a relação oferta-demanda no mercado.

Reportagem recente do InfoMoney mostrou, porém, que a tarifa dinâmica era outra queixa dos motoristas. Eles relataram que as taxas do mecanismo não estão tão altas como eram antes.

Se a demanda pelo serviço tem sido maior que a quantidade de motoristas, o que tem sido feito?

O app diz que tem reforçado campanhas de indicação de motoristas, nas quais os profissionais que já dirigem com a plataforma ganham uma recompensa quando novos parceiros realizam certo número de viagens.

Os critérios da promoção variam de cidade para cidade: em São Paulo, por exemplo, uma indicação concluída pode resultar numa recompensa de até R$ 750.

Existe também, segundo a empresa, um programa de mentoria em que o motorista com mais tempo de casa compartilha dicas com os que estão começando na função.

O que foi feito para aliviar os motoristas da alta de preço dos combustíveis?

Com o aumento constante dos combustíveis, a Uber diz que vem intensificando esforços para ajudar os motoristas parceiros a reduzirem seus gastos, com parcerias que oferecem desconto em combustíveis, por exemplo, assim como tem feito revisões e reajustado os ganhos dos parceiros, em diversas cidades, além de lançar promoções com ganhos adicionais em viagens de curta distância.

O que o gabinete de um vereador na cidade de São Paulo tem a ver com os desafios enfrentados pelo aplicativo?

A Uber ingressou com uma denúncia recente ao Ministério Público de São Paulo contra o vereador Marlon Farias da Luz, o Marlon da Uber (Patriotas). Na queixa, o vereador é acusado de montar em seu gabinete, na Câmara Municipal de SP, um departamento para prestar serviços jurídicos aos motoristas que tiveram suas contas desativadas pelos aplicativos, incluindo a Uber.

A prática, segundo a denúncia, recai no crime de improbidade administrativa, uma vez que configura um desvio de função e o uso de dinheiro público para fins particulares.

A reportagem do InfoMoney apurou que uma centena de ações, com textos idênticos que questionam os desligamentos de motoristas da Uber, foram parar na Justiça. O que se investiga, no momento, é se as petições foram redigidas pelos assessores do vereador.

Marlon se notabilizou ao contar enquanto ainda era motorista de app os desafios da função em um canal do YouTube e acabou eleito vereador em 2020.

O caso está sob investigação na Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital. O inquérito, segundo a Promotoria, está em fase inicial.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o vereador disse que as acusações da Uber são totalmente desprovidas de fundamento. Infelizmente, de forma canalha, a empresa Uber vem desferindo uma série de ataques e tentando impedir que o vereador prossiga defendendo a categoria, segundo trecho da nota.

Marlon afirmou, ainda, que desde o começo de seu mandato vem expondo as injustiça que a empresa comete contra os motoristas de aplicativos, tentando ajudar de todas as formas possíveis, inclusive, apresentando e aprovando o projeto de lei 158/21, que garante a ampla defesa dos motoristas quando são banidos de forma injusta das plataformas de aplicativos.

Em mais uma tentativa desesperada de obstruir o direito dos motoristas, a Uber faz uma acusação sobre uma suposta improbidade administrativa que claramente não ocorreu, afirmou o vereador.

Sobre o assunto, a Uber afirmou, por nota, que está à disposição para contribuir com a investigação iniciada pelo Ministério Público de São Paulo.

Fonte: InfoMoney

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