Mergers & Acquisitions
05, Out. 2021
GP Investimentos compra Argo Seguros
Seguradora, que é uma das maiores de apólices para
executivos e transportes, faz parte de plano da gestora para criar plataforma
mais ampla no segmento
Fonte: Valor Econômico
A GP Investimentos acaba de fechar a aquisição da Argo
Seguros, uma das cinco maiores seguradoras de transportes e responsabilidade
civil profissional, os famosos D&O e E&O. A companhia está pagando
cerca de R$ 160 milhões pela operação brasileira, um prêmio de 33 pontos
percentuais sobre o valor patrimonial da subsidiária da Argo.
A tratativa durou cinco meses, coordenada pela Seneca
Evercore, em disputa que atraiu outras grandes seguradores e insurtechs, apurou
o Pipeline. A transação não é de grande volume mas é estratégica para a gestora
de private equity.
A GP pretende usar a Argo como ponto de partida para uma
plataforma ampla de seguros, aproveitando que a companhia adquirida tem
tecnologia embarcada em seus processos de operacionalização, a Argo tem a
plataforma Protector, de distribuição de seguros, e atua ainda com apólices de
risco patrimonial. A GP está fechando a aquisição por meio de sua controlada
Spice.
O grupo Argo é listado em bolsa americana e atua em mais
de 130 países. Assim como outras multinacionais, viu seu negócio no Brasil
ficar pouco relevante com o câmbio fortemente desvalorizado. Aliado à
volatilidade do mercado nacional e falta de crescimento, esses conglomerados
têm contratado assessores para vender subsidiárias locais.
A CONSEGURO BOMBOU
Fonte: Estadão / Autor: Antonio Penteado Mendonça
A Décima Conseguro bombou. Ao longo da semana passada,
mais de três mil pessoas participaram do evento, que começou quente, seguiu
acelerado e acabou fervendo. Tem quem vai dizer que o sucesso foi empurrado
pelo confinamento e a necessidade das pessoas encontrarem com outras pessoas
para se sentirem vivas. Ninguém discute que o confinamento por mais de ano e
meio, em decorrência da covid19, tem peso na reunião de pessoas há muito tempo
isoladas.
O ser humano é um animal gregário e a distância provocada
pela pandemia tem impacto positivo na realização de eventos de todos os tipos,
à distância ou presenciais. Nós queremos ouvir e ver os outros, queremos sentir
que somos parte da comunidade em que vivemos, que não fomos esquecidos e que,
de uma forma ou de outra, temos capacidade para repartir, compartilhar,
caminhar juntos e, no fim do dia, dizer: fizemos bem-feito.
Mas a Conseguro foi além disto. Ela foi um sucesso porque
focou os temas corretos. O que precisava ser discutido e assimilado. As arestas
nos barrancos das estradas e as curvas do rio, com as tranqueiras criando
rodamoinhos, que precisavam ser ultrapassados.
Ao longo da semana, a Conseguro colocou na mesa, ou
melhor, nas telas, os pontos mais relevantes para o setor de seguros. E
apresentou abordagens modernas para explicar cada um deles, suas origens,
desdobramentos e consequências.
Especialistas de diferentes segmentos, com formação
seguindo diferentes correntes socioeconômicas, colocaram seus enfoques e deram
os subsídios necessários para o entendimento das múltiplas alternativas que,
juntas, levam à convergência necessária para dar um desenho mais consistente ao
atual estado do setor e às possibilidades que se abrem à frente.
Especialistas em seguros, em economia, em comunicação, em
avaliação de riscos, profissionais de seguradoras, de corretoras de seguros, de
insurtechs, autoridades e funcionários do governo, sucessivamente, expuseram
seus pontos de vista e as razões que os embasam, formando uma ampla malha com as
informações e reflexões indispensáveis para moldar o quadro macro do qual cada
um retira suas conclusões para suas situações específicas.
Tendo o quadro geral mais claro é muito mais fácil
planejar, encontrar caminhos, definir prioridades e adotar as medidas
necessárias à implementação do plano estratégico e das ações táticas sem as
quais não há como fazer o desenho ficar em pé.
As discussões provocadas pela Conseguro acontecem num
momento crucial para a definição das ações a serem implementadas. E elas não
serão unânimes, nem as mesmas adotadas por todos os players do setor de
seguros.
As dificuldades que ameaçam a economia nacional começam
na inflação, que faz que vai escapar e que já chega a dois dígitos e várias
capitais; passa pela elevação dos juros; leva em conta o desemprego, a
desigualdade social e a carestia que assola milhões de famílias, diretamente
atingidas pelos efeitos da pandemia.
Mas a leitura desse quadro não é semelhante, nem será a
mesma feita pelos diferentes executivos encarregados das milhares de empresas e
pessoas direta e indiretamente envolvidas com a atividade seguradora.
É aí que a contribuição de um evento como a Conseguro não
tem preço. Dada a abrangência dos painéis, as discussões abrem espaço inédito
para reforçar pontos de vista, validar pesquisas e certezas que levarão à
tomada de decisão sobre os próximos passos e os passos não tão próximos, que
darão sustentação às ações dos diferentes agentes do setor.
A Conseguro é um sucesso desde sua primeira edição. Mas
este ano, no formato digital, ela conseguiu ir um passo além do desenho
tradicional. Ela democratizou a disseminação do conhecimento, trazendo para
dentro de sua órbita centenas de novos profissionais que até agora não tinham
acesso a informações fundamentais para sua formação e, ainda mais relevante,
aos dados mais acurados a respeito do setor, sem os quais a tomada de decisão
fica seriamente comprometida. Parabéns, Conseguro, a lição de casa foi mais do
que bem-feita.
Tailor Made
Consultoria pode orientar na contratação de apólice sob
medida para cobertura de riscos
Fonte: CQCS
Antes de ter o risco aceito por uma seguradora, uma
empresa deve tomar medidas para reduzir o risco de ter um sinistro. E, para
isso, é possível contar com o trabalho de especialistas que dão suporte no
gerenciamento desse risco. É o trabalho desenvolvido pela Vantevo, uma
consultoria independente de origem espanhola e que está no Brasil desde março
de 2021, de apoio tanto ao segurado quanto ao Corretor. Fazemos inspeção de
risco, análise da apólice vigente e regulação de sinistro, explica Clodoaldo
Azevedo, sócio-diretor da Vantevo Brasil.
No trabalho desenvolvido pela Vantevo, os peritos da
empresa contratados pelo segurado inspecionam os riscos e emitem relatórios
recomendando melhorias em prevenção e segurança e apontam as deficiências e
lacunas encontradas. Essa análise ajudaria a diminuir a sinistralidade nas
empresas e facilitaria a cobertura dos riscos por parte das seguradoras.
Neste sentido, Clodoaldo diz que o Corretor é o parceiro
da Vantevo porque a empresa atua como consultora para coberturas com base na
análise dos riscos existentes e percebidos no local. Percebemos que muitas
empresas estão mal seguradas e suas apólices não cobrem seus patrimônios,
afirma. Para ele, isso ocorre por uma série de fatores, desde economia de
custos na hora da contratação como desconhecimento do mercado securitário.
Recentemente, foi lançada a edição brasileira do livro
Sinistros de property: danos materiais e lucros cessantes, o seguro de riscos
operacionais na visão dos reguladores de sinistros, em que Clodoaldo é um dos
autores. Trata-se de uma publicação que serve como um guia prático em riscos
operacionais.
Para o executivo, a parte mais frágil é o segurado, por
isso, a Vantevo surge para igualar as condições para discutir as situações da
apólice com as seguradoras. O ideal seria o segurado ter o serviço da Vantevo
logo quando for contratar o seguro porque podemos fazer a inspeção de risco e
sugerir as coberturas corretas a serem contratadas, finaliza.
Apagão do Facebook é chance de ouro para rever vício em
redes sociais, diz pesquisadora
Fonte: BBCNews
Nas redes sociais que permaneceram no ar nesta
segunda-feira, como Twitter e TikTok, basta uma busca rápida por palavras como
ansiedade e surtando para entender o efeito do apagão das plataformas sob
comando do Facebook, de Mark Zuckerberg.
Desde o início da tarde, WhatsApp, Instagram e próprio
Facebook saíram do ar no mundo inteiro. Mas as poucas horas se transformaram em
momentos de angústia para alguns usuários.
Eu estou surtando de ansiedade [...] Não consigo fazer
outra coisa que não esperar que volte, escreveu uma jovem no Twitter.
Para quem se sentiu assim, o momento pode ser de rever a
relação com as plataformas, sugere a professora Lilian Carvalho, coordenadora
do Centro de Estudos de Marketing Digital da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e
pesquisadora da relação entre substâncias neuroquímicas e nossa presença nas
redes sociais.
É uma chance de ouro para mudança, defende a
especialista.
Assim como as pessoas decidem fazer exercício ou parar de
fumar quando percebem que estão com falta de ar ao subir uma escada, se você
está percebendo uma ansiedade nesse apagão, é hora de entender os efeitos
negativos que esse vício está tendo sobre você".
A professora explica que as redes sociais provocam uma
antecipação de prazer nos usuários, ou seja, uma expectativa de que algo bom
pode acontecer. E isso vicia.
A gente compara com um cassino. Quando a gente joga,
aquela expectativa de não saber se vamos ganhar ou não já traz um prazer
momentâneo. A rede social funciona assim, porque recebemos o like, a
notificação, a atenção, e isso afeta o cérebro, o sistema dopaminérgico, o
sistema de prazer.
A dopamina é um neurotransmissor cuja atividade está
ligada à motivação que temos para fazer as coisas e pode ser acionada por uma
série de estímulos externos, de um barulho a uma notificação.
Outra comparação que a professora faz é com um cachorro
adestrado: quando falamos senta, ele já está condicionado e fica feliz não
porque tem que sentar, mas porque sabe que haverá uma recompensa. É o mesmo
sistema de emoção antecipada quando postamos um vídeo, um comentário. E o que
fazer?
Se você se sentiu sem chão com a queda de Instagram,
WhatsApp e Facebook, a professora Lilian Carvalho sugere que é hora de se
desadestrar.
Algumas pessoas podem sim estar viciadas, ainda mais na
pandemia. Dependendo do nível de uso que você faz, essa talvez seja a única
janela para fora de casa. A pessoa trancada há quase dois anos, com esse único
lugar de socialização, aí realmente fica surtada, pensando vou ficar sozinha.
A própria pesquisadora diz que faz uso de aplicativos que
limitam o tempo de uso das redes sociais, após se perceber dependente durante a
pandemia. Há opções gratuitas e pagas, em que o usuário determina quanto tempo
quer passar por dia nas plataformas, e então o aplicativo bloqueia e impede o
acesso caso esse período seja excedido.
Pensa sim: se tem problema de diabetes, não pode comer
açúcar. Para não sofrer com tentação, tira da frente, não compra o produto,
porque é muito difícil se conter. Então é tentar deixar a coisa mais difícil,
diz.
Como trabalhar quando os aplicativos de mensagens estão
fora do ar?
Fonte: Monitor Mercantil
Plataformas comandadas por Mark Zuckerberg ficaram
inoperantes às 12h40 desta segunda-feira.
Nesta segunda-feira, WhatsApp, Instagram e Facebook
saíram do ar. Por volta das 12h40, todas as plataformas comandadas por Mark
Zuckerberg ficaram inoperantes. Como lidar com situações desse tipo quando se
trabalha com elas?
Nos tempos atuais é praticamente impossível vivermos sem
as ferramentas e plataformas que temos à disposição, mas, ainda assim, temos
alternativas que podem nos salvar em certos momentos. Além do mais, muitos,
principalmente os mais jovens, acreditam que se as redes sociais caem por
algumas horas tudo está perdido, mas não é verdade, pois temos essas soluções
úteis e práticas que já estavam presentes antes dos tempos modernos, explica
Sylvia Bellio, CEO e cofundadora da itl.tech.
Para evitar ou minimizar as consequências desses
acontecimentos, a especialista separou algumas dicas que podem ser colocadas em
prática:
1 / Não deixe as plataformas no login automático pelas
redes sociais (como o Gmail ou Teams, por exemplo), pois se acontecer de
algumas delas virem a falhar, isso pode ocorrer em um comprometimento dos
compromissos agendados.
2 / Utilize outros meios para se comunicar com os colegas
de trabalho e/ou clientes, como é o caso do Telegram, grupos no Gmail e, até
mesmo, o Twitter.
3 / No caso de o cliente não conhecer ou não souber como
fazer uso de alguma dessas plataformas, mantenha-o informado sobre os
acontecimentos e atividades do dia pelo e-mail corporativo.
4 / Faça bom uso do seu plano de internet móvel e utilize
os velhos SMS para enviar mensagens rápidas e diretas.
5 / O telefone, mesmo que usado com menos frequência,
nessas horas é uma excelente alternativa para entrar em contato com clientes,
parceiros e colaboradores da empresa, no caso de urgências.
Capital paulista e cidades do interior registram queda
simultânea de energia
Fonte: Revista Veja
A cidade de São Paulo e municípios próximos tiveram um
pequeno apagão simultaneamente por volta das 22h30 do último domingo (3).
Barueri, Diadema, Osasco, Guarulhos, Jundiaí, São Bernardo, São Caetano,
Santos, Sorocaba e bairros da capital foram alguns dos lugares em que pessoas
relataram a queda curta e repentina na energia.
A piscada foi leve em alguns lugares. Deu uma falha aqui
em Santo André, mas não desligou nem a TV, disse um internauta nas redes
sociais. No Grajaú deu uma quedinha, mas nada de mais, contou outro.
Por meio de nota enviada à Vejinha, a Enel informou que
um desligamento em subestação de propriedade da empresa de transmissão ISA
CTEEP causou interrupção no fornecimento de energia na noite do último domingo
(3) para clientes da distribuidora nos bairros Jardim Ângela e Capão Redondo,
além dos municípios de Cotia, Embu das Artes, Embu-Guaçu, Juquitiba, São
Lourenço da Serra e Taboão da Serra.
Segundo a empresa, a interrupção durou menos de 30
minutos e o fornecimento foi normalizado para todos os afetados até 23h10 do
mesmo dia. A ISA CTEEP confirma que no domingo, às 22h42, houve uma falha em um
equipamento da subestação Embu (SP), cujas causas estão sendo apuradas.
Imediatamente, equipes da transmissora iniciaram a recomposição gradativa das
cargas, normalizando o serviço à distribuidora da região às 23h12. A empresa é
responsável por transmitir 94% da energia do estado de São Paulo.
Crise de energia global pode agravar escassez na América
do Sul
Fonte: Bloomberg
A crise de energia global está prestes a atingir a
América do Sul, onde a seca histórica leva a região a buscar alternativas para
o colapso na geração hidrelétrica.
O Brasil está à beira de um racionamento de energia e
grandes apagões, e precisará se apoiar muito na importação de suprimentos do
Uruguai e da Argentina ao longo do próximo mês, até o início da estação chuvosa
e reabastecimento das represas. Isso deve sobrecarregar todo o continente, pois
países como Chile também esperam contar com o gás argentino para enfrentar a
própria crise hídrica.
A América do Sul, em muitos aspectos, tem estado em
vantagem no que diz respeito à transição energética. O Brasil se apoia em
usinas hidrelétricas há décadas e normalmente usaria a fonte para mais de 60%
da eletricidade do país. Mas a mudança climática interfere nessa dinâmica à
medida que secas prolongadas e cada vez piores atingem a região, tornando a
energia hidrelétrica cada vez menos confiável.
Agora o continente terá que competir pelo gás natural
como combustível alternativo, da mesma forma que muitos países, com Europa e
China também diante da escassez de energia.
Com o aumento da demanda de exportação, os preços do gás
dispararam. Os contratos futuros negociados em Nova York mais do que dobraram
este ano. Na Ásia, os preços do gás natural liquefeito, que é exportado ao
redor do mundo, multiplicaram por cinco vezes desde abril, para um recorde.
O momento não poderia ser pior. A América do Sul ainda
tenta superar o choque econômico da pandemia, e o aumento das despesas com
alimentos e eletricidade pode agravar a pobreza e acelerar a emigração para os
Estados Unidos e outras nações ricas. A crise de energia se tornou uma grande
dor de cabeça política para o presidente Jair Bolsonaro, cuja popularidade
despenca antes das eleições no próximo ano.
Pode haver uma corrida populista para baixar os custos,
disse Schreiner Parker, vice-presidente para a América Latina da consultoria
Rystad Energy.
O nível dos reservatórios de hidrelétricas nas regiões
Sudeste e Centro-Oeste, que representam quase três quartos da capacidade
instalada do Brasil, caiu para 17% da capacidade em meio à pior seca em 91
anos. O volume de geração de energia da Itaipu Binacional está no patamar mais
baixo desde 1993 em uma base anualizada.
Ainda assim, a situação energética da América Latina não
é uniforme. Enquanto no Brasil e Chile a crise é mais acentuada, a Colômbia tem
energia de sobra. Devido ao evento climático La Niña, que aumentou o volume de
chuvas no nordeste da América do Sul, o nível das represas colombianas subiu
para uma máxima histórica de 86%, quase o dobro do registrado há um ano. A
geração hidrelétrica responde por até três quartos da matriz energética do
país.
Isso significa que o preço da eletricidade tem sido
basicamente zero nos últimos três meses no mercado à vista à vista, disse o
ministro de Minas e Energia da Colômbia, Diego Mesa, em entrevista na
quinta-feira na sede da Bloomberg em Nova York.
Mas, para o Brasil e outros países, a situação pode ficar
ainda mais desafiadora.
La Niña
O La Niña deve atrasar a estação chuvosa no cone sul do
continente e tornar 2022 um ano ainda mais difícil para a energia hidrelétrica.
Há mais de 70% de probabilidade de que o La Niña, causado por variações nas
temperaturas da superfície do oceano, se forme no Pacífico Equatorial entre
novembro e janeiro, disse o Centro de Previsão do Clima dos EUA no início de
setembro.
Isso quase certamente significaria outro período de seca
tanto para o oeste dos Estados Unidos, quanto para o sul do Brasil e Argentina.
As regiões foram atingidas por um La Niña no final de 2020 e início de 2021.
Esta é minha maior preocupação, disse Gabriel Dufflis,
analista-chefe da equipe de pesquisa para o setor elétrico do Brasil da Wood
Mackenzie. Se isso acontecer, começaremos mal a estação seca de 2022.
Ibovespa abre em queda; mercado repercute Pandora Papers
Fonte: Forbes Brasil
O Ibovespa opera em queda no início do pregão de hoje
(4), com recuo de 1,08% aos 111.681 pontos perto das 10h15 no horário de
Brasília. Em pauta no mercado doméstico, além do Boletim Focus e as discussões
fiscais em Brasília, está o Pandora Papers, que noticia a suposta ligação de
líderes e autoridades de todo o mundo a riquezas acumuladas em paraísos
fiscais, como o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco
Central, Roberto Campos Neto.
Em nota, o Ministério da Economia disse que toda a
atuação e Guedes no setor privado antes de assumir a pasta foi declarada à
Receita Federal, à Comissão de Ética Pública e aos demais órgãos competentes. Sua
atuação sempre respeitou a legislação aplicável e se pautou pela ética e pela
responsabilidade, disse o ministério em nota à imprensa.
Desde que assumiu o cargo de ministro da Economia, Paulo
Guedes se desvinculou de toda a sua atuação no mercado privado, nos termos
exigidos pela Comissão de Ética Pública, respeitando integralmente a legislação
aplicada aos servidores públicos e ocupantes de cargos em comissão.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no
Telegram
Campos Neto, por sua vez, disse em nota distribuída pela
assessoria de imprensa do Banco Central que as empresas apontadas na
investigação jornalística foram constituídas há mais de 14 anos e que o
patrimônio foi declarado à Receita, à Comissão de Ética Pública e ao BC com
recolhimento da tributação devida.
Não houve nenhuma remessa de recursos às empresas após
minha nomeação para função pública. Desde então, por questões de compliance,
não participo da gestão ou faço investimentos com recursos das empresas. Por
exigência legal, todas essas informações foram prestadas também ao Senado
Federal, disse Campos Neto.
Focus e orçamento
Na agenda do dia, o Boletim Focus, do Banco Central,
apontou que a expectativa para a alta do IPCA agora é de 8,51%, contra 8,45% na
semana anterior, na 26ª elevação seguida da projeção. O resultado, se
confirmado, ficará bem acima da meta para a inflação este ano, de 3,75% com
margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Para o PIB (Produto Interno Bruto), as estimativas de
crescimento seguiram em 5,04% e 1,57%, respectivamente, para 2021 e 2022. As
contas para a taxa básica de juros também não sofreram alterações, seguindo em
8,25% ao final deste ano e em 8,50% no fim do próximo. Da mesma forma, a
estimativa para o dólar foi mantida, a R$ 5,20 ao fim deste ano.
Em Brasília, o foco do debate segue no Orçamento para o
próximo ano, vistas as dificuldades para se aprovar a Reforma do Imposto de
Renda e a PEC dos Precatórios nas duas Casas Legislativas até o fim do ano.
Dólar
O dólar avança ante o real nesta segunda-feira,
refletindo o clima de cautela nos mercados globais em meio a temores sobre a
inflação e o crescimento, enquanto incertezas fiscais domésticas continuam em
foco. Às 10h15, a moeda era negociada em alta de 0,36%, a R$ 5,3878.
Mercado externo
Nos mercados globais, a atenção está direcionada para as
perspectivas de crescimento dos Estados Unidos e a continuação do caso
Evergrande.
Os futuros norte-americanos apontam para uma abertura sem
direção definida, ainda em meio a preocupações quanto ao teto de gastos do
país. Ao mesmo tempo, a agenda econômica de Biden segue no radar.
Pablo Spyer, economista-sócio da XP Investimentos,
explica que as Bolsas apontam para queda com receios em relação a uma nova
crise sino-americana e de estagflação, com o avanço da inflação e a perspectiva
de alta nos juros, a economia fica parada. A chefe do comércio internacional
dos EUA, Katherine Tai, vai alertar os chineses que eles não cumpriram com a
fase 1 do acordo, firmado entre as duas partes em janeiro de 2020.
As Bolsas europeias operam sem direção definida, com
investidores atentos às decisões econômicas nos EUA e na China. O mercado
também considera nas suas análises do dia a queda do índice da Sentix para a
zona do euro, que mede o sentimento dos investidores na região, para 16,9 em
outubro, ante 19,6 no mês anterior. A expectativa em pesquisa da Reuters era de
leitura de 18,6 neste mês.
O Stoxx 600 cai 0,03%; na Alemanha, o DAX recua 0,12%; o
CAC 40 desvaloriza 0,01% na França; na Itália, o FTSE MIB é negociado em alta
de 0,04%; enquanto no Reino Unido, o FTSE 100 avança 0,14%.
Na Ásia, os mercados fecharam majoritariamente em queda,
com o feriado na China reduzindo a liquidez na região, enquanto os investidores
seguem atentos ao caso Evergrande. O Hang Seng, de Hong Kong, caiu 2,19%; o BSE
Sensex, de Mumbai, fechou em alta de 0,91%; enquanto no Japão, o índice Nikkei
desvalorizou 1,13%.
Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora,
conta que a queda no índice de Hong Kong se deve mais uma vez ao caso
Evergrande e às preocupações envolvendo a empresa. As negociações de ações da
companhia foram suspensas, já que há uma transação importante [em andamento]. A
Evergrande pode chegar a vender mais de 50% de uma participação de uma holding
para fazer frente às dívidas de curto prazo.
O grupo Opep+ se reúne nesta segunda-feira para debater
qual deve ser a produção de petróleo, reduzida desde que as interrupções no
fornecimento e a recuperação da demanda após a pandemia da Covid-19 elevarem o
preço para mais de US$ 80 o barril. A organização concordou em julho em elevar
a produção em 400 mil barris por dia até pelo menos abril de 2022 para repor
gradualmente 5,8 milhões de barris diários cortados.
Quatro fontes da Opep+ disseram à agência Reuters que os
países produtores consideravam aumentar a produção mais do que previa o acordo,
mas nenhuma delas deu detalhes sobre quanto mais ou quando a oferta seria
elevada. Por volta das 10h, os futuros do petróleo Brent subiam 1,70%, a US$
80,65 o barril, enquanto o WTI avançava 1,40%, a US$ 76,94.
Comércio e serviços dão sinal de melhora, mas indústria
perde fôlego
Fonte: Folha SP
Enquanto serviços e comércio apresentam sinais de melhora
com a reabertura de atividades, a indústria perde fôlego diante da escassez de
insumos e do aumento de custos produtivos no país.
Segundo analistas, as diferenças reforçam o cenário de
retomada desigual entre os setores na pandemia, e essa característica deve
continuar visível pelo menos até o final de 2021.
Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) ilustram o desempenho heterogêneo.
Conforme o instituto, o volume do setor de serviços,
aquele que mais sofreu com as restrições na fase inicial da crise, teve alta de
1,1% em julho frente a junho. Foi a quarta taxa positiva consecutiva.
Com isso, o segmento de serviços, que é o maior
empregador do país, ficou 3,9% acima do nível pré-pandemia, registrado em
fevereiro de 2020.
Desde o ano passado, o que amenizou o baque da Covid-19
no setor foi o avanço de atividades ligadas à tecnologia e com dependência
menor da circulação de consumidores.
É o caso de serviços de informação e comunicação. De
acordo com o IBGE, em julho, essa atividade estava 9,6% acima do patamar
verificado em fevereiro de 2020.
Trata-se da maior distância positiva em relação ao
pré-crise entre os cinco ramos de serviços pesquisados pelo instituto.
Na visão de analistas, o setor de serviços como um todo
deve puxar o desempenho da economia até o final do ano porque as restrições
menores à circulação de clientes tendem a favorecer os chamados serviços
prestados às famílias.
São atividades que sofreram muito na fase inicial da
pandemia, como bares, restaurantes e hotéis. e que enxergam uma possibilidade
de melhora graças ao avanço da vacinação contra a Covid-19.
Em julho, os serviços prestados às famílias ainda estavam
23,2% abaixo do patamar pré-crise, conforme o IBGE. É a única das cinco
atividades de serviços que ainda não superou o nível pré-pandemia, mas essa
diferença vem caindo de acordo com os últimos dados.
Estamos em um momento mais positivo para o setor de
serviços, define o economista Fabio Bentes, da CNC (Confederação Nacional do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo).
É impossível dissociar esse momento da diminuição do
isolamento social. A circulação de pessoas vem aumentando. Com isso, o setor
tende a apresentar números melhores até o final do ano.
A exemplo de serviços, o comércio também opera acima do
pré-crise, segundo o IBGE. As vendas do varejo subiram 1,2% em julho, quarto
mês consecutivo de alta. Assim, o setor ficou em patamar 5,9% superior ao de
fevereiro de 2020.
Entre as oito atividades do comércio, o destaque positivo
é o ramo de outros artigos de uso pessoal e doméstico, que inclui lojas de
departamentos, esportivas e joalherias, entre outras. Em julho, o segmento
estava 34,4% acima do pré-crise.
Dos oito ramos do varejo, quatro estão acima do patamar
pré-pandemia. Outros quatro encontram-se abaixo.
O segmento de livros, jornais, revistas e papelaria e o
de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação são as
atividades comerciais mais distantes do nível anterior à crise, estavam 35,7% e
8,9% abaixo, respectivamente.
Já a indústria, em contraste com serviços e comércio, vem
amargando resultados mensais negativos. Em julho, a produção das fábricas caiu
1,3%, conforme o IBGE.
Com isso, está 2,1% abaixo do pré-pandemia. Nos sete
primeiros meses deste ano, a produção recuou em cinco.
Dentro da indústria, o segmento de transformação é aquele
que vem apresentando mais dificuldades, se comparado ao extrativo, que foi
beneficiado pelo apetite internacional por commodities nos últimos meses. A
transformação reúne atividades que ainda sofrem com a escassez de insumos e que
registram alta de custos.
É a situação de veículos automotores, reboques e
carrocerias. Em julho, a produção dessa atividade estava em nível 18,5%
inferior ao verificado em fevereiro de 2020. É a maior distância negativa
dentro da indústria de transformação frente ao pré-pandemia.
A outra ponta da lista é preenchida pela atividade de
máquinas e equipamentos. No sétimo mês deste ano, a produção estava 17,2% acima
do patamar registrado em fevereiro de 2020.
Em relatório recente, o Banco Original avaliou que a
recuperação da economia deve seguir de maneira heterogênea no segundo semestre
de 2021, com serviços em alta, comércio mais contido e indústria fragilizada
pela falta de insumos.
Nos últimos meses, voltamos a ver um crescimento bem
heterogêneo entre os setores. Comércio e serviços começam a se descolar de
maneira positiva, enquanto a indústria tem ficado para trás, analisa Lisandra
Barbero, economista do Banco Original.
Alex Agostini, economista-chefe da agência classificadora
de risco Austin Rating, lembra que o setor industrial já apresentava gargalos
antes da pandemia. Com a crise, as dificuldades foram aprofundadas.
Conforme o analista, o fornecimento de insumos só deve
ter uma melhora mais consistente em 2022. Enquanto isso, até o final de 2021, o
setor de serviços deve encontrar um cenário melhor, no embalo da circulação
maior de consumidores, diz Agostini.
A vacinação traz um ganho de confiança para as pessoas,
elas vão acessar mais os serviços. Também há um efeito sazonal, o período de
primavera e verão por si só já estimula o setor, aponta.
Fabio Bentes, da CNC, pondera que, mesmo com os sinais de
melhora, o segmento de serviços encontra uma série de desafios no cenário. A
inflação em alta é um deles.
A crise hídrica, que eleva os preços da energia elétrica
e traz o risco de racionamento de luz, também joga contra a retomada do setor e
da atividade econômica como um todo, diz Bentes. A tensão na área política é
outra ameaça.
Essas incertezas podem funcionar como um obstáculo a mais
para a economia, ressalta o economista.
O setor de serviços, por exemplo, vem em um momento bom, mas o cenário pode não ser tão positivo no início do ano que vem. Além da inflação, vai ter uma base de comparação mais alta.
Acesse as edições mais recentes das publicações do mercado:
Revista Apólice:
Revista Cobertura:
Revista Segurador Brasil:
Revista Seguro Total:
Revista Insurance Corp: http://insurancecorp.com.br/pt/content/pdf/ic_ed37_2021.pdf
Caderno de Seguros: https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n-917.html
Revista Brasil Energia: https://editorabrasilenergia.com.br/wp-content/uploads/sites/1/flips/130449/Bia470/index.html