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A Dependência das Redes Sociais

14, Out. 2021

PAU NAS REDES SOCIAIS

Fonte: Estadão / Autor: Antonio Penteado Mendonça

Na semana passada o mundo se viu às voltas com um problema que vai tomando proporções assustadoras, não apenas pelos prejuízos causados, mas pela impotência ante o fato consumado da dependência cada vez maior das pessoas em relação às redes sociais.

O apagão que atingiu três plataformas operadas pelo Facebook afetou direta e indiretamente bilhões de pessoas ao redor do planeta. Durante várias horas, as redes ficaram inoperantes e as pessoas não conseguiram se comunicar, ficaram sem entretenimento e, mais grave, deixaram de fazer negócios, dos mais simples aos mais complexos, todos dependentes do funcionamento do Facebook, Instagram e WhatsApp.

Apenas no Brasil, o WhatsApp tem cento e vinte milhões de usuários. No mundo, as três plataformas servem diariamente a bilhões de pessoas, que se valem delas para tudo e mais alguma coisa, criando uma dependência que o apagão mostrou ser mais forte do que anteriormente imaginada.

Só isto seria um problema sério, afinal, quanto mais dependente a pessoa for, mais fácil a sua submissão às ações desencadeadas pelo gestor do sistema, ou seja, maior o grau de aceitação das mensagens enviadas, diretamente ou de forma subliminar, através das redes sociais.

Mas há mais e este mais são os prejuízos concretos em função do apagão que, por mais ou menos seis horas, tirou as três plataformas do ar. Um hospital que faça seus pedidos aos fornecedores via WhatsApp, um supermercado que vende através de pedidos encaminhados pela rede social, um restaurante que faça entregas contatando os entregadores via o aplicativo, o entregador que deixou de ser contatado, todos foram diretamente atingidos pelo apagão, deixaram de operar normalmente, perderam pedidos, vendas e entregas.

Além deles, milhões de pessoas não puderam fazer seus pedidos, que variam de uma encomenda pouco importante a um medicamento que deve ser aplicado numa hora específica e que, por isso, deve ser entregue a tempo.

Não há como negar a ocorrência de prejuízos de todas as ordens, de perdas materiais a perdas corporais e danos morais. Eles são facilmente demonstráveis, inclusive nos casos de danos morais puros, aqueles que acontecem por um impacto moral diretamente causado na vítima em função de ação ou omissão do responsável pelo fato gerador.

Assim, além dos prejuízos causados pela perda de renda decorrente da impossibilidade de comunicação, que inviabilizou milhões de transações comerciais ao redor do globo, o prejuízo moral, em função de ansiedade, pânico e outros sintomas do gênero, é evidente, indiscutível e possível de ser quantificado.

O que vai acontecer, como vai acontecer e quando vai acontecer são respostas que ainda não sabemos. Mas é de se esperar que o Facebook endureça o quanto for possível para não pagar qualquer indenização. Também é razoável afirmar que terá gente demandando contra a empresa para tentar minimizar suas perdas. Como o problema atingiu um número alto de nações e povos, com legislações completamente diferentes, é impossível, neste momento, imaginar qual será o resultado dessas ações. Certo é que, entre secos e molhados, haverá decisões a favor e contra. A questão é qual o valor delas e a capacidade de implementação das decisões tomadas pelos diferentes tribunais.

O caminho para minimizar as eventuais perdas sofridas pelo Facebook, decorrentes dos prejuízos causados pelo apagão nas redes, seria a existência de um seguro que o protegesse e fizesse frente aos danos causados a terceiros por um evento dessa natureza.

Mas aí surge uma questão técnica. Será que existe mútuo para fazer frente a uma situação como essa? Será que existe uma massa de segurados suficientemente grande para gerar os prêmios que seriam necessários para abastecer o mútuo e fazer frente às indenizações?

Um milhão de vítimas com prejuízo de mil dólares cada uma geraria um bilhão de dólares em indenizações. E o número de que estamos falando é muito maior. Será que algum pool de seguros e resseguros se atreveria a assumir o risco? Se sim, a que preço? 

Número de perfis falsos no Face é maior que população do Brasil

Fonte: Monitor Mercantil

Crescimento de perfis fakes no Instagram, Twitter e Facebook está atrelado a casos de golpes aos usuários das plataformas.

O número de perfis falsos ou duplicados apenas o Facebook já chega a 270 milhões. Esta quantidade supera em mais de 60 milhões a população brasileira que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem 207 milhões.

Ainda de acordo com as informações, o dado sofreu aumento desde 2020 e o número de perfis falsos já atinge 13%, dos 2,1 bilhões de usuários mensais ativos apenas na plataforma. Anteriormente, o total somava 7%.

O crescimento dos perfis falsos em redes sociais como Instagram, Twitter e Facebook está atrelado aos casos de golpes aos usuários das plataformas digitais. As ocorrências são diversas e vão de golpes, onde pessoas se passam por outras para retirar dinheiro, até aquelas que utilizam fotografias alheias para difamar a imagem da vítima ou, ainda, para disseminar informações falsas.

Já Relatório Anual de Defesa Digital da Microsoft apontou que durante o período de julho de 2020 a junho de 2021, os ataques de agentes russos são cada vez mais eficazes, saltando de uma taxa de comprometimento bem-sucedido de 21% no ano passado para 32% neste ano. Durante o ano passado, 58% de todos os ataques cibernéticos de Estados-nação observados pela Microsoft vieram da Rússia. Os agentes do Estado-nação russo estão cada vez mais visando agências governamentais para a coleta de informações, sendo que saltaram de 3% como alvo há um ano para 53%, principalmente agências envolvidas em política externa, segurança nacional ou defesa; e os três principais países-alvos dos agentes da Rússia foram os EUA, Ucrânia e o Reino Unido.

Depois da Rússia, o maior volume de ataques que observamos veio da Coreia do Norte, Irã e China; a Coreia do Sul, Turquia (uma nova inclusão em nossos relatórios) e Vietnã também foram ativos, mas representam muito menos volume.

Embora a espionagem seja o objetivo mais comum para ataques por Estados-nação, algumas atividades de ataque revelam outros objetivos, incluindo o Irã, que quadruplicou o seu foco em Israel no ano passado e lançou ataques destrutivos em meio a tensões elevadas entre os dois países; e a Coreia do Norte, que visou a empresas de criptomoeda para fins lucrativos, pois sua economia foi dizimada por sanções e pela Covid-19.

Ainda segundo o estudo, 21% dos ataques que observamos de Estados-nação visaram consumidores e 79% visaram a empresas, com os setores mais procurados sendo governo (48%), ONGs e think tanks (31%), educação (3%), organizações intergovernamentais (3%), TI (2%), energia (1%) e mídia (1%).

Os cinco principais setores visados no ano passado em relação a ataques de ransomware observados foram varejo (13%), serviços financeiros (12%), manufatura (12%), governo (11%) e serviços de saúde (9%). Os EUA são de longe o país mais visado, recebendo mais do que o triplo dos ataques de ransomware que o país em segundo lugar. Os EUA são seguidos pela China, Japão, Alemanha e Emirados Árabes Unidos.

Saiba quem assume a Susep com saída de Solange Vieira

Fonte: CQCS

Com a saída de Solange Vieira da Susep para assumir uma vaga no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Rafael Scherre que ocupava uma vaga na diretoria técnica vai ficar interinamente com a superintendência da Susep. A mudança foi anunciada na sexta, dia 8, quando o ministro da economia, Paulo Guedes, comunicou a transferência de Solange Vieira. Até que seja escolhida outra pessoa, Rafael Scherre fica no cargo de superintendente da autarquia. Ele é economista, e está na diretoria desde 2019 quando Solange Vieira assumiu o cargo.

De perfil técnico, Rafael é mestre em Economia e integrava a diretoria da Susep responsável por promover a regulação do setor e concorrência nos mercados de seguros massificados, seguros de pessoas, previdência complementar aberta e capitalização. Foi nessa diretoria que se discutiram as medidas que flexibilizaram, por exemplo, o seguro auto.

Antes da Susep, Rafael Scherre atuou por onze anos na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ocupando cargos de gerência. Agora, até que o ministro Paulo Guedes defina, ele será o responsável por comandar a Susep.

Planos odontológicos atingem recorde de 28,3 milhões de beneficiários

Marca registrada em agosto deste ano é a maior desde o início da série histórica

Fonte: IESS / Sonho Seguro

A contratação de planos odontológicos teve aumento de 2.536.758 vínculos entre agosto de 2020 e agosto de 2021 e atingiu o recorde histórico de 28.315.635 de beneficiários. No intervalo de 12 meses encerrados em agosto deste ano, o setor registrou alta de 9,8% no número de beneficiários, segundo a Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB) nº 62, do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

O aumento dos vínculos no período ocorreu, principalmente, por planos individuais ou familiares (17,5%). As contratações por coletivos empresariais tiveram avanço de 9,5% no intervalo. Em agosto de 2021, 82,5% dos beneficiários de planos exclusivamente odontológicos possuíam um plano coletivo. Desses, 87,2% eram do tipo coletivo empresarial e 12,7% do tipo coletivo por adesão.

Na análise por faixa etária, o maior avanço foi entre beneficiários acima dos 59 anos (11,9%). Entre os beneficiários de 19 a 58 anos e até 18 anos registraram aumentos de 10% e 8,5%, respectivamente. Em números absolutos, o estado de São Paulo passou a contar com 963.059 novos beneficiários no período analisado. A maior queda ocorreu em Roraima, cuja perda foi de 797 beneficiários.

No recorte regional, a região Sul impulsionou a média nacional ao apresentar crescimento de 17,9%, puxado pelo desempenho de Santa Catarina, com aumento de 32,7% nos vínculos exclusivamente odontológicos entre agosto de 2020 e agosto de 2021. A região Norte do país teve o segundo maior avanço no intervalo, atingindo a marca de 13,1% devido, principalmente, ao estado do Tocantins (39,4%).

Diversidade ajuda empresas a desenvolver ideias e serviços inovadores

Investir em ações de inclusão auxilia na criação de um ambiente mais produtivo, eficiente e eficaz nas soluções que oferece para os consumidores

Fonte: Revista Apólice

A última edição do Relatório de Sustentabilidade do Setor de Seguros, produzido pela CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), apontou que 90,5% das empresas participantes do levantamento adotam práticas de promoção da diversidade e não discriminação. Esse movimento visa agrupar, em um quadro de colaboradores, pessoas que sofrem algum tipo de rejeição em razão da sua classe social, gênero, raça, deficiência, religião e outras questões que acabam tornando-as vítimas do preconceito e da intolerância.

Entidades como a Sou Segura (Associação das Mulheres do Mercado de Seguros) desenvolvem campanhas para conscientizar sobre a necessidade de uma maior pluralidade nas organizações do setor. Mesmo sendo relevantes, esses percentuais apontam apenas uma situação global. Há avanços importantes na diversidade e no combate à discriminação, essas conquistas ainda não atingiram o estágio que gostaríamos e que seria mais do que justo nos cargos de direção ou liderança nas empresas. Aliás, esse é um dos principais focos de atuação da associação, diz Simone Vizani, presidente da organização.

Uma companhia que adotou ações de inclusão é a Aon. No Brasil, a corretora formulou quatro grupos focados em desenvolvimento profissional, recrutamento, engajamento e retenção dos colaboradores. São eles: Business Professional Network (Diversidade Racial); PRIDE Alliance (LGBTQIA+); Empowering Abilities (Pessoas com deficiências); e o WIN (Diversidade de gênero). Andrea Milan dos Santos, diretora Executiva de Recursos Humanos da consultoria, afirma que um dos benefícios da empresa investir nessas iniciativas foi a abertura propicia a um olhar mais cuidadoso aos clientes, ampliando a criatividade e a inovação. Estar em contato com pessoas e culturas diferentes nos faz desenvolver habilidades diferentes e nossos colegas se tornam, ainda mais, empáticos, flexíveis, colaborativos.

O Relatório da CNseg constatou também que 68,4% das seguradoras monitoram os indicadores de diversidade do quadro de funcionários. Na Aon o monitoramento dos funcionários é feito a cada trimestre e é dividido por gênero, tipo de posição, raça e geração. De acordo com Andrea, o sentimento de respeito, inclusão e valorização gera também engajamento, impactando na produtividade, qualidade do serviço e, consequentemente, no aperfeiçoamento do atendimento ao cliente. Como uma consultoria de riscos, saúde e bem-estar, atuamos cuidando de pessoas e dos seus bens e a diversidade é fundamental para seguir inovando.

Simone acredita que o mercado de seguros esteja perto de um consenso de que a diversidade traz muitos benefícios para as empresas, por resultar em diferentes formas de pensar, o que traz criatividade e produtividade em processos de inovação das companhias. A diversidade ajuda a empresa identificar e, em um segundo momento, reter talentos, transformando o ambiente corporativo em uma grande incubadora de profissionais extremamente capacitados, inovadores e que têm uma visão apurada sobre o mundo moderno. Ela cria um ambiente mais produtivo, eficiente e eficaz nas soluções que propõem.

Brasileiras Braskem, BRF e Bradesco estão entre os melhores empregadores do mundo

Fonte: Forbes

Antecipando-se ao que se espera que seja uma temporada movimentada de compras de fim de ano, os varejistas, já em busca de talentos, vêm propagando planos para contratar trabalhadores sazonais. Enquanto isso, a Target anunciou no mês passado que reduziria suas contratações porque acredita que isso permitirá um melhor investimento nos funcionários atuais. Ao fazer menos contratações de férias, a empresa alega que poderia oferecer aos trabalhadores mais flexibilidade na forma de opções de turnos adicionais e pagar melhor as horas extras.

Esse tipo de atenção à força de trabalho ajudou a Target a subir 117 posições e ganhar o 25º lugar em nossa lista anual dos Melhores Empregadores do Mundo. A Forbes fez uma parceria com a empresa de pesquisa de mercado Statista para compilar a pesquisa. São 150.000 trabalhadores em tempo integral e parcial em 58 países que trabalham para empresas e instituições multinacionais. Os participantes do levantamento foram solicitados a avaliar a sua disposição de recomendar seus próprios empregadores a amigos e familiares. Eles também avaliaram outros empregadores em seus respectivos setores que se destacaram positiva ou negativamente. A lista é composta por 750 empresas que receberam as maiores pontuações e, entre elas, estão as brasileiras BRF, na 416º posição, o Bradesco, que ocupa o 579º lugar, e a Braskem, em 586º lugar.

A escassez de mão de obra nos últimos meses levou os empregadores a oferecer pacotes de remuneração mais competitivos em um esforço para atrair e reter trabalhadores. Além de seus bônus sazonais, a Target está investindo $ 200 milhões nos próximos 4 anos em seu benefício de assistência educacional sem dívidas. Inaugurada neste ano, ela oferece a seus mais de 340.000 funcionários em tempo integral e parcial, nos Estados Unidos, a chance de participar gratuitamente de programas de estudos e formação por meio de uma parceria com a Guild Education. A Target pagará até US $ 10.000 por ano em programas de mestrado.

Damu McCoy, vice-presidente de aquisição de talentos da Target, diz que vantagens como essa beneficiam tanto os funcionários quanto a cultura corporativa. Você não fica na empresa só porque recebe seu salário. Você fica porque é inspirado pelas pessoas com quem trabalha, você acredita na organização, diz McCoy, que ingressou na companhia como estagiário há quase 30 anos. Nosso molho secreto é nossa cultura. É a sensação de fazer parte da equipe Target.

A Target foi apenas uma das 236 empresas sediadas nos EUA a fazer parte da lista de 2021. Na lista, as empresas alemãs conquistaram 91 lugares, seguidas pela China com 57. Embora as empresas de engenharia e manufatura estivessem entre as mais representadas, as dez principais são de tecnologia, incluindo Samsung da Coréia do Sul (1o lugar), IBM (2o lugar), Microsoft (3o lugar). A Amazon garantiu o quarto lugar, apesar das recentes alegações de discriminação racial e de gravidez e desigualdades salariais. Estamos absolutamente comprometidos com uma população de funcionários que pode atender melhor aos nossos clientes, afirma a vice-presidente de desenvolvimento da força de trabalho, Ardine Williams.

Tanto a Amazon como a Target investiram em benefícios de educação, no valor de US $ 1,2 bilhão até 2025. A partir de janeiro, os mais de 750.000 funcionários que atuam nos depósitos da Amazon, incluindo os 400.000 que aderiram desde o início da pandemia, poderão obter seus graus de bacharelado, bem como diplomas do ensino médio, certificações de proficiência sem precisar desembolsar dinheiro algum. Nosso objetivo é incentivar as pessoas a se dedicarem a uma carreira, diz Williams.

O que o Brasil vem fazendo para evitar a falta de água e energia

Governo Federal adota medidas para combater a maior escassez de chuva dos últimos 91 anos

Fonte: InfoMoney

O Brasil vive a maior escassez de chuva dos últimos 91 anos, o que acarreta a necessidade de medidas a serem tomadas pelas autoridades e pela população. Isso porque a energia elétrica do País é gerada predominantemente por usinas hidrelétricas. Para funcionar, essas usinas dependem das chuvas e do nível de água nos reservatórios.

Quando há pouca água armazenada, usinas termelétricas são ligadas com a finalidade de poupar água nos reservatórios das hidrelétricas. Com isso, o custo de geração de energia aumenta, pois essas usinas são movidas a combustíveis como gás natural, carvão e diesel.

Por outro lado, quando há muita água armazenada, as térmicas não precisam ser ligadas e o custo de geração da energia é menor.

Condições Hidrometeorológicas

No último mês de abril, todas as bacias hidrográficas que compõem o sistema elétrico brasileiro tiveram chuvas abaixo da média histórica. Desta forma, o índice de água que chega nas hidrelétricas foi o pior em 91 anos, principalmente nas regiões Sudeste, Centro Oeste e Sul.

Medidas para criar alternativas

Para combater esse tipo de situação, o Brasil vem diversificando as fontes de produção de energia elétrica. Dentre as ações tomadas pelo Governo Federal para evitar a falta de água e energia, podem ser destacadas:

• Entrada em operação de novas linhas de transmissão

• Investimento de R$ 400 bilhões na matriz energética brasileira nos próximos dez anos

• Importação de energia de países vizinhos

Acionamento de termelétricas

Campanha para evitar o desperdício

Por isso, neste momento de condição hidrológica e energética desfavoráveis, são ainda mais fundamentais as iniciativas que visem diminuir o desperdício de energia elétrica e de água pela população brasileira.

Contra aquecimento global e por agronegócio, empresários e cientistas pedem ação do Brasil

Fonte: Estadão

O Brasil deve ampliar suas metas de redução das emissões dos gases do efeito-estufa e reduzir significativamente o desmatamento ilegal para ser um protagonista relevante nas discussões da próxima Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-26). Essas recomendações foram feitas ao governo Jair Bolsonaro pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura. O movimento reúne representantes do agronegócio, do setor financeiro, da sociedade civil e da ciência do País. O decisivo encontro climático será em Glasgow, na Escócia, a partir do dia 31.

Com um PIB fortemente baseado em produtos agropecuários, o Brasil é vulnerável a alterações climáticas. A atual meta de redução de gases-estufa do País é de 43% até 2030 em relação às emissões de 2005. De acordo com o último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, no entanto, os países precisam ir além. Devem reduzir pelo menos 50% até 2030. Essa deve ser a meta. Esse deve ser o patamar, se quiserem manter o aumento total da temperatura média do planeta em 1,5ºC. O número foi firmado no Acordo de Paris.

Estamos no caminho de termos um aumento médio da temperatura global de 2,5ºC a 3,0ºC até o fim do século, alcançando uma situação indesejável e imprevisível do ponto de vista climático; vamos entregar um planeta muito instável para nossos filhos e netos, resumiu o diretor-executivo do Instituto de Pesquisa da Amazônia (Ipam), André Guimarães, que integra o conselho da Coalizão. Todas as nações do mundo têm que se conscientizar e ampliar suas ambições, sobretudo os maiores emissores (China, Estados Unidos, Rússia, União Europeia e Brasil).

De acordo com o documento, três quartos das emissões do Brasil estão relacionadas ao uso da terra. Do total, 28% são geradas pela agropecuária, e 44%, pelo desmatamento. Como 90% do desflorestamento da Amazônia é ilegal, diz Guimarães, precisa haver um compromisso maior do governo no combate ao crime. Sobretudo, alerta, porque a situação vem se agravando.

É isso que indicam dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O acumulado de alertas de desmatamento na Amazônia, entre agosto de 2020 e julho de 2021, foi de 8,7 mil quilômetros quadrados. Foi o segundo pior resultado em cinco anos. A área desmatada representa praticamente o dobro do registrado de 2016 para 2017 e de 2018 para 2019.

Precisamos de metas mais ambiciosas e precisamos acelerar esse processo, 2030 está muito longe, afirmou o pesquisador. Precisamos antecipar essa meta e termos ações mais contundentes, até porque estamos falando de crimes. Precisamos de um compromisso maior do governo de combate efetivo ao desmatamento.

Além de zerar o desmatamento, o documento sugere outras medidas. São ações como incentivar a restauração de áreas degradadas que sejam consideradas prioritárias para a conservação da biodiversidade, segurança hídrica, mitigação climática, segurança alimentar, e promoção da bioeconomia. Outra iniciativa importante seria a criação de novas áreas protegidas. A Coalizão sugere também o apoio a populações indígenas, ribeirinhas e quilombolas.

Desfazer as áreas de proteção existentes sinaliza para grileiros que eles podem invadir e desmontar, apontou Guimarães. Precisamos manter o que já existe e, se possível, ampliar. Na Amazônia, 50 milhões de hectares são florestas públicas não destinadas, ou seja, não são parque, não são reserva, não são território indígena, e é nessas áreas que acontece o desmatamento ilegal.

O Brasil confirmou no ano passado os 43% como objetivo oficial de redução de emissões até 2030. Até então, o número era só indicativo. Mas a menção à meta de redução absoluta, em gigatoneladas de carbono, foi retirada. Esse movimento abriu possibilidade para aumento das emissões. Além disso, as metas do governo não mencionam as ações políticas para atingi-las. Não se fala em combate ao desmatamento ilegal, restauração da mata e reflorestamento.

Parte significativa do empresariado e dos representantes do agronegócio afirma estar consciente da importância do clima para suas atividades. Esses setores apoiam o relatório.

A produção agropecuária brasileira, que responde por 26,6% do PIB nacional, é extremamente vulnerável ao clima e já sente os efeitos do aquecimento global, admitiu o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio, Marcello Brito, cofacilitador da Coalizão. Como quinto maior emissor de gases do efeito estufa e também como uma das economias mais vulneráveis a alterações do clima, o Brasil precisa elevar urgentemente sua ambição climática.

Com um aumento médio da temperatura global de 1,5ºC o Brasil enfrentará aumento das chuvas no Sul e no Sudeste. Haverá ainda redução das precipitações no Centro-Oeste, Nordeste e no leste da Amazônia. Se o aumento ficar entre 3ºC e 4º, no entanto, a situação piora. A produção das principais commodities nessas regiões será inviabilizada.

A agricultura responde por mais de um quarto do nosso PIB, a metade das nossas exportações, é motivo de orgulho para todos nós, lembrou Guimarães. No entanto, essa mesma agricultura depende do fluxo natural de chuvas (90% da nossa produção não é irrigada). A floresta é a maior fábrica de chuva que existe. Manter a floresta em pé é necessário para sermos a potência agrícola que somos.

E se todos os países adotassem bitcoin?

Fonte: Revista Superinteressante

No dia 7 de setembro de 2021, El Salvador se tornou o primeiro país a reconhecer o bitcoin como moeda oficial (junto com o dólar americano, eles não têm moeda própria). No mesmo dia, a  cotação da criptomoeda caiu 9%.

Um dia antes, o governo de El Salvador havia comprado 400 bitcoins por US$ 20 milhões, preparando-se para a mudança. Isso ajudou o valor da cripto saltar para US$ 52 mil. Porém, bastaram algumas horas e a cotação já havia caído para US$ 47 mil. Duas semanas depois, a cripto baixou outros 14%, para US$ 40 mil.

Nada disso teve relação com a atitude de El Salvador. Mas deixou clara uma obviedade acerca da cripto: sua flutuação de preço no mercado ainda é instável demais para que ela faça a contento o papel de uma moeda de verdade. Pessoas comuns dificilmente aceitariam usar como meio universal de troca algo cujo poder de compra é imprevisível.

Mas vamos jogar com a hipótese de que dê a louca nos Bancos Centrais e eles decidam que não existem mais moedas nacionais. Só bitcoin.

Na ausência de dólares (e de qualquer outra moeda), o bitcoin estabilizaria, pois não haveria com o que compará-lo. A cripto serviria para comprar coisas. E coisas (alimentos, bens de consumo, imóveis) não flutuam 10% para cima ou para baixo de um dia para o outro.

Estabilizada a moeda virtual, a segunda consequência de sua adoção seria o fim de algo que é considerado uma premissa de qualquer governo hoje: política monetária. Países tentam manter sua economia sob controle mexendo no valor de sua moeda em relação às outras. Se a moeda é desvalorizada, as exportações se tornam mais baratas e as importações, mais caras. Nessa situação, os produtores nacionais são beneficiados no curto prazo, e a economia se aquece. Para desvalorizar a moeda artificialmente, é necessário imprimir dinheiro: quanto mais cédulas há em circulação, menos elas valem.

O dinheiro, naturalmente, não é lançado de helicóptero na rua. Os Bancos Centrais produzem moeda nova e emprestam para os bancos a juros de pai para filho. Dos bancos a moeda flui para o mercado de crédito, e daí para a rua propriamente dita.

No longo prazo, porém, esse jorro de moeda nova faz com que o dinheiro vá perdendo valor (qualquer coisa produzida em quantidades enormes vira arroz de festa, afinal). Passa a haver mais grana em circulação do que coisas para comprar com essa grana, e então vem a bola de neve da inflação.

Nota: o dinheiro não precisa chegar a toda a população para que os preços subam. Basta que o topo da pirâmide esteja de bolsos cheios e passe a gastar mais. Por isso inflação é algo tão penoso para os mais pobres: eles não veem a quantidade de moeda aumentar nos seus bolsos. Só observam as altas nos preços e a destruição de seu poder de compra.

Quando a sirene da inflação começa a apitar, o Banco Central decide que é hora de tirar moeda de circulação. Ele faz isso pegando dinheiro emprestado dos bancos comuns, como se concorresse com os clientes. Para fazer essa concorrência, ele passa a oferecer juros cada vez maiores. Você fica sabendo desse movimento quando vê no noticiário que a Selic subiu. Cada alta na Selic é, na prática, uma elevação nos juros que o BC está oferecendo aos bancos.  Ao tirar dinheiro de circulação, o BC fortalece a moeda. Por outro lado, enfraquece a economia. Pois é. Com menos dinheiro na praça, menos negócios são feitos, o consumo diminui, o desemprego cresce. Mas não tem outro jeito. Só juro alto funciona contra a inflação.

E é assim que todas as economias do mundo operam: produz-se dinheiro para combater crises, depois ligam o aspirador para drenar o dinheiro e combater a inflação. Quando a inflação fica baixinha de novo, toca produzir moeda loucamente. Pode confiar: quando os Bancos Centrais fazem esse trabalho direitinho, dá certo. A maior prova disso é a seguinte: antes desse sistema existir, a economia global crescia muito menos.

Os economistas chamam o dinheiro que usamos hoje de fiat currency, moeda que os Bancos Centrais produzem por mágica, do nada (de fato: é só imprimir papel; ou, mais recentemente, digitar números num computador).

E fiat currency é algo relativamente recente. Ao longo da história da humanidade, dinheiro era ouro e prata. Ponto. As notas surgiriam no século 17. Mas só valiam alguma coisa porque davam direito a sacar uma certa quantidade de ouro ou prata na boca do caixa. Uma libra esterlina, por exemplo, significa meio quilo de prata pura. Uma nota de libra era só um vale-prata portátil.

No século 18, a Inglaterra refinou o sistema, definindo que uma libra significava 6,6 gramas de ouro. Nascia ali o padrão-ouro. As notas de dinheiro emitidas por qualquer país precisariam corresponder a uma quantidade parecida do metal amarelo para ter valor no mercado internacional.

Malandramente, os governos do mundo todo foram diminuindo a quantidade de ouro a que cada nota dava direito, com o intuito óbvio de poder colocar mais dinheiro em circulação (a própria Inglaterra foi pioneira dessa prática). Era o início da fiat currency.

O padrão-ouro sobreviveu aos trancos até 1971, quando o dólar deixou de ser conversível em ouro. Mas, àquela altura, a fiat currency já reinava, inclusive nos EUA. E foi graças a ela que o mundo viveu o maior crescimento econômico de sua história, justamente da metade do século 20 em diante. O dinheiro de mentira criou riqueza de verdade. Ele financiou os automóveis, os aviões, os iPhones, e alimento para os 7,9 bilhões de pessoas vivas hoje, contra 2 bilhões no ano de 1900. Com o bitcoin no lugar das fiat currencies, teríamos uma volta ao padrão-outro. Porque bitcoin é igual ouro: algo que os Bancos Centrais não produzem. Existem 18,7 milhões de unidades da cripto em circulação. E há outros 2,3 milhões esperando para serem minerados das profundezas do sistema do bitcoin. Acaba aí. Não dá para aumentar artificialmente a quantidade de bitcoin que circula no mundo.

Não haveria mais inflação. Fato. Mas... se a economia travar, danou-se. Os governos não terão como injetar dinheiro novo na economia. 1929 está de prova. Uma quebra da bolsa seguida de uma cascata de falências bancárias secou o crédito no mercado. O dinheiro deixou de circular, basicamente. O governo estadunidense, porém, decidiu que era hora de levar o padrão-ouro a sério e não imprimir dinheiro novo. O resultado foi a Grande Depressão, que traria de reboque uma guerra mundial. Adote-se o bitcoin como moeda única e teremos um colapso parecido em mãos.

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