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Gestão de Riscos Cibernéticos

15, Out. 2021

Ataques hackers movimentam cobertura de seguros contra risco cibernético

Arrecadação do segmento cresceu 161% de janeiro a agosto e alcançou R$ 64,3 milhões

Fonte: Infomoney

A arrecadação dos seguros de riscos cibernéticos alcançou R$ 64,352 milhões no acumulado de janeiro a agosto deste ano, no Brasil, indicando alta de 161,3% em relação ao mesmo período de 2020, quando a receita foi de R$ 24,216 milhões.

Em razão do aumento dos ataques de hackers contra empresas e pessoas, as vendas de seguros contra riscos cibernéticos no país movimentaram, somente no mês de julho, mais de R$ 9,5 milhões, volume 213,7% superior ao observado no mesmo mês de 2020.

O coordenador de Linhas Financeiras da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), Gustavo Galrão, estimou que esse mercado deve encerrar 2021 com cerca de R$ 101,774 milhões de prêmios. Isso vai equivaler a um crescimento de 136% anual. É um marco interessante. Vai superar R$ 100 milhões de prêmios, disse à Agência Brasil.

Segundo Galrão, o seguro de riscos cibernéticos ainda é um mercado recente e pequeno no Brasil, mas vem crescendo muito e tem potencial de se tornar forte no país: a expectativa é de que o crescimento siga vertiginoso para os próximos anos. A gente está vendo uma demanda por prêmios nesse seguro muito grande.

Cautela

Gustavo Galrão explica que a demanda pelos seguros de riscos cibernéticos vem aumentando na medida em que crescem os ataques hackers às empresas. Isso dá um cenário de agravo do sinistro muito forte.

O objetivo das seguradoras é transferir esse risco das empresas para elas. Mas, para se preservarem, as seguradoras têm estratégias e política de aceitação do risco. No ataque conhecido como ransomware, que é a invasão dos sistemas com pedido posterior de resgate, as empresas são ameaçadas muitas vezes a pagar cifras milionárias, com risco, inclusive, de parar de funcionar por um período.

As despesas se elevam com a contratação de peritos em tecnologia para reconstituição de sistemas e realização de cópias de segurança (back-ups), que acabam gerando preocupação também para as seguradoras.

Por isso, as seguradoras adotam cautela e levantam o maior número de informações dos clientes, incluindo riscos potenciais. As informações colhidas vão para a área de produtos das seguradoras que, junto com a área de subscrição, define a política de aceitação dos riscos para se protegerem contra um número elevado de sinistros.

Com base nisso, as seguradoras vão definindo as estratégias e os produtos que serão oferecidos para as empresas. Há atividades que têm uma frequência de severidade maior.

As instituições financeiras e empresas de varejo são as que mostram maiores condições de serem atacadas, embora sejam também as que estejam melhor preparadas para uma resposta a esse tipo de ameaças, afirmou o coordenador.

Outros grandes alvos são as empresas dos setores de energia e de saneamento e da área da saúde, porque tem dados sensíveis de prontuários médicos. Os hackers têm interesse de pegar essas informações e utilizá-las de maneira imprópria e criminosa.

Limites

No primeiro semestre de 2021, os sinistros ocorridos resultaram em indenizações de quase R$ 11,65 milhões, contra R$ 12,54 milhões, no mesmo período de 2020. O coordenador de Linhas Financeiras da Fenseg acredita que o número será bem maior este ano, uma vez que muitos sinistros não estão contabilizados .

A sinistralidade esperada para este ano deverá ser muito alta. Inclusive, há expectativa de que supere o valor de prêmios.

Galrão informou que tanto no Brasil, como na América Latina, os valores dos seguros de riscos cibernéticos ainda são baixos, em relação ao que é contratado nos Estados Unidos e Europa.

No Brasil, são poucas as apólices que passam de R$ 100 milhões de limite contratado, ou o equivalente a US$ 20 milhões. A maioria está abaixo disso.

Porto Seguro sofre tentativa de ataque cibernético

Cibercriminosos fazem ataque cibernético a Porto Seguro e corretores relatam instalibilidade em várias operações da seguradora

A Porto Seguro emitiu um comunicado ao mercado informando que sofreu, nesta quinta-feira, uma tentativa de ataque cibernético, que resultou em uma instabilidade parcial em seus canais de atendimento e alguns de seus sistemas.

A nota informa que a companhia prontamente ativou todos os protocolos de segurança e, desde às 15h, vem restabelecendo gradualmente seu ambiente operacional e segure trabalhando para retornar à normalidade.

Corretores informaram à revista que vários dos serviços prestados pela empresa pararam, como vistoria, cartão de crédito, emissão e outros.

Segundo a nota, a Porto Seguro afirma que não foi identificado qualquer vazamento de dados da companhia, suas controladas, seus clientes e/ou parceiros, incluindo quaisquer dados pessoais.

Esta é a segunda vez que o mercado de seguros sofre um ataque cibernético em 2021. A primeira vítima do ano foi Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo, que também declarou que não foram vazados dados pessoais de seus arquivos.

Fonte: Revista Apólice

Ministra participa de webinar sobre seguro paramétrico nesta sexta

Evento virtual no youtube da Enagro vai apresentar a experiência brasileira e internacional de seguro rural paramétrico

Fonte: Sonho Seguro

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, através do canal do youtube da ENAGRO, promove nesta sexta (15) às 15h00, um webinar de seguro rural paramétrico, modalidade inovativa de mitigação de riscos climáticos que o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) começou a apoiar em 2021 ao estabelecer 20% de subvenção ao prêmio pago pelos produtores.

A Ministra Tereza Cristina participará do evento virtual. Ela afirmou que o MAPA decidiu apoiar o seguro paramétrico como mais uma das soluções para proteger as atividades dos produtores brasileiros. É a política agrícola fomentando o uso de tecnologias avançadas de dados de satélites e de estações meteorológicas para ofertar novos seguros para o campo.

O seguro paramétrico, ou seguro de índice, é baseado na definição de parâmetros para a ocorrência de eventos que podem gerar riscos às atividades dos produtores, como as adversidades climáticas, mas podem ser criados índices para outros riscos que afetem a produção. Caso o índice paramétrico estipulado seja alcançado ou excedido, a cobertura da apólice pode ser acionada.

No caso de secas, por exemplo, um dos indicadores é o número de dias de tempo seco e com a precipitação pluviométrica inferior a um determinado índice acordado entre o produtor rural e a seguradora. Esse é um dos diferenciais desse seguro, afirma o Secretário de Política Agrícola, Guillherme Bastos, considerando que o produto de seguro paramétrico é construído em comum acordo entre o produtor e a companhia seguradora.

O evento contará com a participação de seguradoras e resseguradoras que atuam no mercado de seguro rural no Brasil e vai apresentar a experiência brasileira e internacional de seguro rural paramétrico, conforme a programação abaixo.

Webinar Seguro Paramétrico no Brasil

Canal de youtube Enagro / https://youtu.be/afZwtORtGTQ 

15/10 (sexta-feira) / 15h (horário de Brasília)

ABERTURA:

Tereza Cristina, Ministra da agricultura Pecuária e Abastecimento

Guilherme Bastos, Secretário de Política Agrícola do MAPA

PAINEL 1: Experiências do Seguro Paramétrico no Brasil

Pedro Loyola, Diretor do Departamento de Gestão de Riscos do MAPA

Rodrigo Motroni, Vice-Presidente da Newe Seguros

Daniel Yuri, Engenheiro agrônomo da Essor Seguros

PAINEL 2: Experiências internacional das Resseguradoras no Seguro Paramétrico

Cristina Ribeiro, Subscritora Sênior da Swiss Re e Coordenadora do Comitê de Seguro Agro da Fenaber

Edgar Misael Uribe, Gerente de Produtos Sênior da Swiss Re México

Momento para perguntas e debate

Economia global desacelera, mas setor de seguros se mantém forte

Fonte: CQCS

A 54ª edição da Conjuntura CNseg traz projeções menos otimistas para a retomada da economia mundial, os efeitos das políticas econômicas adotadas durante a pandemia, além dos números do setor de seguros até julho deste ano.

Segundo o estudo, a retomada das economias nos Estados Unidos e China no primeiro semestre influenciou projeções otimistas para a economia global, no entanto, a variante Delta do novo coronavírus fez retomar a insegurança.

Apesar da visão menos otimista, o setor de seguros brasileiro continua apresentando bom desempenho, encerrando o sétimo mês do ano com crescimento acumulado de 16,8% (sem Saúde e DPVAT), comparado ao mesmo período do ano anterior. O setor movimentou mais de R$ 172 bilhões em prêmios de seguros, contribuições de planos de previdência e faturamento de capitalização. Em julho, o montante de R$ 27,4 bilhões (sem Saúde e DPVAT) foi 3,2% maior do que o mesmo mês em 2020.

O bom desempenho no primeiro semestre elevou os percentuais de projeção do setor de seguros, que deve encerrar o ano com crescimento entre 8,5% e 16,3%, diz a publicação. A perspectiva para o segmento de danos e responsabilidades é de avanço entre 11,1% a 18,2%. Já nos seguros de pessoas, a expectativa é de crescimento entre 9,4% e 13,7%.

Corte em verba em pesquisa será grave para desenvolvimento nacional

Élcio Abdalla: sem inovação, todos os setores da sociedade, inclusive saúde e economia, são afetados negativamente.

Fonte: Monitor Mercantil

O Ministério da Economia decidiu retirar mais de 90% dos recursos que seriam destinados a diversos projetos científicos, incluindo bolsas de estudo e verbas para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O objetivo é repassar o orçamento para outros ministérios.

Só o Ministério do Desenvolvimento Regional, por exemplo, vai receber R$ 250 milhões. A justificativa do governo é de que esses recursos não estariam sendo utilizados, argumento rebatido com afinco pela comunidade científica e especialistas.

Oito entidades científicas enviaram um pedido ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para tentar reverter a decisão. A verba destinada para a ciência era de R$ 690 milhões e, com o corte, deve ficar em R$ 55,2 milhões. Na carta, intitulada manobra do Ministério da Economia afronta a ciência nacional, o corte é um golpe duro na ciência e na inovação, que prejudica o desenvolvimento nacional.

As consequências para o país, apontam essas entidades e demais estudiosos, serão nefastas. Por aqui, a quase totalidade das pesquisas científicas e em inovação são feitas pelas universidades públicas, financiadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), pelo Ministério da Educação e outras instituições, como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Élcio Abdalla, coordenador e professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) aponta ainda: a pandemia da Covid-19 e a consequente busca por vacinas deixou claro que os países com maior investimento saíram na frente, e devem continuar liderando o mundo.

A produção científica, o investimento em pesquisa, retorna para a sociedade em quase todas as áreas. Desde inovações e descobertas que tornam bens de consumo melhores e mais acessíveis até a produção de medicamentos e vacinas, procedimentos médicos, obras de engenharia que melhoram a mobilidade urbana e desenvolvimento agropecuário que torna a produção de alimentos mais barata e de melhor qualidade. Investir em inovação e ciência é criar autonomia para o país. Percebemos isso agora, nas vacinas. Aqueles com capacidade de desenvolver e produzir saíram na frente. Isso não é uma simples coincidência, são as nações que mais valorizam a ciência, explica ele. Não apenas isto, há também benefícios tecnológicos que revertem diretamente na economia do país, como já tem acontecido.

Os quatros países que mais investem em pesquisa estão na frente em inovação são Coreia do Sul e Alemanha, que investem quase 4% em pesquisa; e Japão e EUA, que repassam cerca de 3%. Essas quatro nações têm PIB maior que o nosso. Ou seja, elas direcionam mais dinheiro não só percentualmente, mas também em números absolutos.

No Brasil, esse montante é um pouco maior que 1%.

Nos EUA, só para pesquisas envolvendo a Covid-19 foram destinados mais de 6 bilhões de dólares. No Brasil, apenas US$ 100 milhões.

As principais fontes desses recursos são justamente algumas instituições que podem ter corte de verba, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), ligados ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Igualmente importante é a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ligada ao Ministério da Educação. Todos eles sofreram cortes no Orçamento de 2021.

Bolsonaro comemora chuva e diz que irá baixar bandeira da conta de luz de novembro

Fonte: Folha SP

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, na noite desta quinta-feira (14), que irá determinar ao ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) a volta ao normal da atual bandeira tarifária, que tem gerado aumento na conta de luz.

Durante um evento organizado pela igreja evangélica Comunidade das Nações, o mandatário comemorou ainda a chuva registrada em algumas regiões do país.

Meu bom Deus nos ajudou agora com chuva. Estávamos na iminência de um colapso. Não podíamos transmitir pânico na sociedade. Dói a gente autorizar ao ministro Bento, das Minas e Energia, decretar a bandeira vermelha. Dói no coração, sabemos da dificuldade da energia elétrica. Vou pedir para ele, pedir não, determinar, que volte a bandeira ao normal a partir do mês que vem, declarou.

Embora Bolsonaro tenha citado a modalidade vermelha, a bandeira tarifária atualmente em vigor no Brasil é a da escassez hídrica.

Ela foi criada no final de agosto, diante do cenário de baixa dos reservatórios e de ameaça de racionamento.

O custo da bandeira é de R$ 14,20 a cada 100 kWh (quilowatt-hora) e a previsão é que ela vigorasse até abril de 2022.

Com a maior crise hídrica dos últimos 91 anos, as hidrelétricas perderam espaço na oferta, enquanto o governo se viu obrigado a acionar térmicas --fonte mais cara, cujo custo é repassado ao consumidor.

As bandeiras (verde, amarela e vermelha) constam da conta de luz e servem para indicar a necessidade de se reduzir o consumo. Caso contrário, o cliente paga mais.

Assessores do Palácio do Planalto avaliam que reajustes de preços, como o dos combustíveis, ou a adoção de um racionamento no momento prejudicariam ainda mais Bolsonaro em sua campanha pela reeleição. O presidente tem visto sua popularidade cair diante de medidas contra a pandemia e da degradação do cenário econômico.

Crise Climática: Amazônia já emite mais carbono do que absorve

A maior parte do oxigênio da atmosfera, entre 50% e 80%, vem dos oceanos, onde ele é produzido pelo plâncton marinho. Não da Amazônia. Mas a floresta absorvia uma quantidade importante de CO2, ajudando a regular a temperatura global. Porém, recentemente veio a má notícia: a Amazônia não cumpre mais esse papel e, em muitos lugares, sobretudo na borda sudeste da floresta, ela já emite mais CO2 do que absorve.

Essa é a conclusão de um estudo liderado pela pesquisadora Luciana Gatti, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), e publicado na revista Nature. A equipe realizou 590 sobrevoos, medindo concentrações de CO2 e CO em quatro regiões da Amazônia, entre 2010 e 2018. E constatou que a floresta, ao menos em algumas regiões, já virou o sinal, de sorvedouro passou a ser emissora de carbono.

Em parte, não é difícil entender como isso acontece. A Amazônia inteira tem cerca de 123 bilhões de toneladas de carbono fixado em sua biomassa, no solo e no subsolo. Um jeito rápido de devolver tudo isso à atmosfera, de uma vez, é queimando. O desmatamento, portanto, cumpre um papel de destaque. Quando as árvores são derrubadas, a preparação do terreno para uso futuro (em geral para pasto ou agricultura) envolve queimar a área.

E o que deixa tudo mais preocupante é que as medições colhidas pelo grupo foram feitas entre 2010 e 2018, período em que o desmatamento não estava tão descontrolado quanto agora (naquela época, ele ficava ao redor de 7.000 km² anuais, antes de explodir para mais de 10.000 km² anuais em 2019 e 2020).

O clima também tem mudado, com alterações no regime de chuvas que estão tornando a região mais seca. A redução da umidade aumenta o risco de incêndios e leva as árvores a reduzir sua taxa de fotossíntese (isso quando sobrevivem). Ou seja, as mudanças climáticas também já estão pressionando a Amazônia a diminuir sua ação como sorvedouro de CO2. Imagine quando medirmos o impacto da recente explosão no desmatamento e nas queimadas.

A esta altura, não é descabido pensar que a floresta pode ter cruzado um ponto de não retorno, em que mesmo sem intervenções adicionais ela siga encolhendo e se savanizando, como há muitos anos os climatologistas suspeitavam que pudesse acontecer. Interromper o ciclo de destruição será apenas o primeiro passo na proteção deste que é o bioma mais biodiverso do país, e uma peça essencial no controle do clima terrestre.

Fonte: Revista Superinteressante

China tem grande demanda por créditos de carbono, e o Brasil tem a oferecer

Fonte: Estadão

O governo está sempre em busca de investimentos estrangeiros para colocar em ação projetos que beneficiam o avanço do Brasil. Nem sempre, no entanto, os países estão interessados em alocar recursos em alguns projetos, principalmente os de infraestrutura de longuíssimo prazo, mas a China, prestes a se tornar a maior potência econômica do globo no fim desta década, pode ser atraída por este tipo de empreendimento. A avaliação foi feita pela diretora-executiva do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), Cláudia Trevisan, que já morou no país asiático.

Ela conversou com o Estadão/Broadcast para detalhar o relatório Sustentabilidade e Tecnologia como Bases para a Cooperação Brasil-China, que será entregue nesta quinta-feira, 14, ao vice-presidente, Hamilton Mourão, e à ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. A intenção, de acordo com ela, é dar subsídios ao governo brasileiro para a 6ª edição da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), prevista para ser realizada no Brasil no início do próximo ano.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista:

A China vê necessidade de se desenvolver em áreas como tecnologia e sustentabilidade. É para essa direção que o Brasil precisa percorrer para estreitar as relações?

Sim, a sustentabilidade ganhou um papel central nas políticas públicas da China. Está no centro do 14º Plano Quinquenal, de 2021 a 2025, e a China está assumindo um papel de liderança nas negociações internacionais em relação ao clima. É uma questão de sobrevivência também, para ter um crescimento que seja sustentável no longo prazo. Então, esta é uma questão relevante para a China e para a agropecuária brasileira também. É algo que está cada vez mais presente nos mercados para os quais o Brasil exporta. Não há ainda na China, como na Europa, o posicionamento do consumidor, mas a tendência é a de que isso se expanda. Como a China é o maior mercado para os produtos agropecuários brasileiros, se o Brasil quer sua agropecuária cada vez mais sustentável, esta questão pode ser olhada como parte da solução do combate à mudança climática.

A China já lançou seu mercado de carbono. Como fazer a ligação para que os brasileiros vendam seus créditos para o país quando for aberto para estrangeiros?

Esta é uma das propostas do documento: que haja um mecanismo de cooperação para preparar o terreno para o mercado global de carbono, que pode ser anunciado durante a COP26, em Glasgow, no mês que vem. Então China e Brasil poderão interagir rapidamente. A China deve ter grande demanda por créditos de carbono, e o Brasil tem a oferecer. Vemos isso como uma grande oportunidade futura.

Sobre as trocas comerciais, como ampliar a pauta de exportações para o país e diminuir a concentração das vendas de commodities?

O importante é que a gente agregue valor a essas commodities. Em vez de soja, vender carne e, em vez de carne in natura, vender o alimento processado. Também tem mercados ali de produtos que exportamos pouco e têm potencial, como o café. A China é um dos maiores mercados consumidores. Nas áreas urbanas, o país do chá está virando o país do café. Há ainda outros nichos, como moda, cosméticos, tudo o que tem a ver com biodiversidade...

As próprias finanças verdes, não? Li no documento que o diretor do Banco Central da China Ma Jun disse que há muito desconhecimento desse setor no Brasil...

O Brasil já tem uma série de protocolos consolidados, como a Agricultura de Baixo Carbono (ABC). Tem vários protocolos que reduzem as emissões e que são potenciais... então, é importante aumentar a troca de informações que facilitem investimentos da China no Brasil porque esta é uma prioridade para a China. Há um estímulo do Banco Central local para investimentos em finanças verdes, e o Brasil tem tudo para ampliar sua participação.

E os investimentos físicos? Pelo relatório, de 2007 a 2020 houve investimentos de US$ 66,1 bilhões. Como lidar com esta informação ao mesmo tempo em que há o receio por parte de alguns de que a China esteja comprando tudo no Brasil?

Primeiro, é preciso relativizar essa ideia de que os chineses estão comprando tudo. Houve uma concentração de investimentos no setor elétrico do Brasil, foi o maior, em torno de 45% do total, mas isso não quer dizer que a China está dominando o setor elétrico no País. As participações são minoritárias. E, em outros setores, a participação da China também não é majoritária, como o de óleo e gás e de mineração. Nenhum deles torna a China um grande player. O Brasil precisa de investimentos estrangeiros e a China tem interesse em investir em setores que nem sempre atraem outros países, como infraestrutura de longuíssimo prazo. Além disso, a regulação do Brasil já conta com regras antimonopólio ou pró-competitivas.

Logística: Modal Ferroviário

Após acordo, novo marco legal das ferrovias é aprovado pelo Senado

O projeto moderniza a regulação das ferrovias e sua principal inovação é a instituição da autorização ferroviária, modalidade de outorga em regime privado.

O PLS 261 foi aprovado pelo Senado dias após o protocolo de diversos pedidos de autorização para construção de ferrovias em regime de direito privado com fundamento nas disposições da MP 1.065.

A norma proposta pela presidência pressionou a conclusão do projeto pelo Senado e influenciou a construção do seu texto final, aprovado em 5.out, ocasião em que foram propostas alterações.

A principal inovação do projeto é a possibilidade de construção e operação de ferrovias em regime privado, alternativo ao regime público de concessão. Nas autorizações há mais liberdade e mais responsabilidade por parte dos privados: o risco da operação e dos investimentos é privado e a regulação incidente é, por consequência, mais branda.

Alguns destaques votados pelos Senadores implicaram alterações relevantes ao texto do substitutivo relatado pelo Senador Jean Paul Prates, que aceitou parte das alterações após negociações em Plenário.

As principais alterações negociadas dizem respeito eliminação da figura do concurso aberto para reserva de capacidade nas ferrovias autorizadas; redução do prazo para reequilíbrio das concessões afetadas pela pandemia do coronavírus (de 24 para 12 meses); ajustes nas disposições que conferem direito de preferência às concessionárias em relação às autorizações pretendidas na área de influência da sua concessão, pelo prazo de 5 anos, para excetuar as autorizações já em andamento.

Ainda, o destaque para retirar a permissão de uma concessão ser transformada em autorização foi rejeitado. A manutenção do dispositivo, que ainda poderá ser aprimorado na Câmara, é relevante para evitar efeitos perniciosos relacionados às assimetrias regulatórias entre ferrovias concedidas e autorizadas.

Ainda é cedo para dizer se o Brasil está de volta nos trilhos, mas a aprovação do PLS 261 pelo Senado já é razão para se comemorar a retomada da agenda ferroviária pelo Congresso.

Fonte: Migalhas / Autora: Mariana Magalhães Avelar: Advogada do escritório Manesco, Ramires, Perez, Azevedo Marques Sociedade de Advogados, com atuação principal nas áreas de Infraestrutura & Projetos e Anticorrupção & Improbidade.

Um recorde que o Rio de Janeiro não queria

Fonte: Revista Veja

O Rio de Janeiro é o estado que tem a gasolina mais cara de todo o Brasil. É o que mostram dados levantados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre os dias 3 e 9 de outubro.

Dos 26 estados brasileiros, 19 têm o preço médio da gasolina acima dos R$ 6. E no Rio, o valor médio do combustível já chega a R$ 6,764. Uma variação de +1,74% em relação à semana anterior e de +12,6% em comparação a seis meses atrás. Já no Amapá é onde se enche o tanque pagando menos, pois o litro está custando em média R$ 5,35.

No último sábado, dia 9, a Petrobras anunciou um reajuste de 7,2% no preço da gasolina para as suas distribuidoras. Isso fez com que o preço médio de revenda do combustível apresentasse aumento de 0,41% nos postos do país.

Em quatro semanas, o reajuste médio chega a 0,96%. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no acumulado dos últimos 12 meses, até setembro, a alta já foi 39,6%.

Economia global enfrenta tempestade perfeita

Da tigelas de carne em Tóquio ao frango frito em Londres, os consumidores estão começando a sentir o impacto do aumento de custos que se dissemina pela economia global.

A retomada da atividade econômica na esteira das restrições do coronavírus expõe a escassez na cadeia de suprimento, e empresas correm para encontrar empregados, navios e até combustível para impulsionar fábricas, o que ameaça a recuperação.

O maior produtor de frangos do Reino Unido alertou que a farra de 20 anos de comida barata está chegando ao fim e que a inflação dos preços de alimentos pode atingir dois dígitos.

Enquanto emerge do Brexit e da Covid, a quinta maior economia do mundo enfrenta uma escassez aguda de trabalhadores em depósitos, caminhoneiros e açougueiros, o que exacerba as pressões em cadeias de suprimento globais.

Os dias em que se podia alimentar uma família de quatro com um frango de três libras esterlinas (US$ 4) estão chegando ao fim, disse Ranjit Singh Boparan, proprietário do 2 Sisters Group.

Mesmo no Japão, onde o crescimento fraco não eleva em demasia os valores de muitas coisas há décadas, incluindo os salários, consumidores e negócios estão enfrentando um choque de preços de itens básicos, como café.

O núcleo da inflação ao consumidor japonês só parou de cair em agosto, encerrando um período deflacionário de 12 meses. Economistas e autoridades acreditam que verão os aumentos de preços recentes refletidos em dados oficiais nos próximos meses.

Com banqueiros centrais em todo o mundo em alerta e a inflação na Espanha, Irlanda e Suécia batendo máximas de 13 anos, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, repetiu que não há sinais de que o recente aumento esteja se incorporando aos salários.

O impacto desses fatores deve sair das taxas anuais de preços ao longo do próximo ano, amortecendo a inflação anual, afirmou.

A inflação da zona do euro deve atingir 4% antes do fim do ano, o dobro da meta do BCE, e um número crescente de economistas veem que os preços permanecerão acima da meta durante 2022.

Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden pediu na quarta-feira que o setor privado ajude a amenizar os entraves na cadeia de oferta que estão ameaçando afetar as comemorações de fim de ano no país.

Biden disse que o porto de Los Angeles se unirá ao porto de Long Beach para ampliar operações 24h para descarregar cerca de 500 mil contêineres, enquanto Walmart, Target e outros grandes varejistas expandirão suas operações noturnas para tentar atender as necessidades de entrega.

Agora que o inverno se aproxima do hemisfério norte, as perspectivas pioram devido à redução no fornecimento de energia. O tempo frio no norte da China fez os preços do carvão se aproximarem de recordes, e usinas de energia estão armazenando combustível para amenizar uma crise energética que insuflou a inflação ao produtor a uma máxima em setembro de pelo menos 25 anos.

A crise energética, causada pela falta de carvão, preços altos dos combustíveis e aumento da demanda industrial pós-pandemia interrompeu a produção em várias fábricas chinesas, incluindo fornecedoras de grandes marcas globais como a Apple.

Há poucos sinais de qualquer alívio nos custos de energia, com os futuros do petróleo tipo Brent acima de US$ 84 o barril nesta quinta-feira, uma vez que as expectativas de que o aumento dos preços do gás natural irá provocar uma mudança para o petróleo para atender às necessidades de aquecimento no inverno impulsionou a demanda.

Preços mais altos da energia também estão se somando às pressões inflacionárias que, junto com a escassez de energia, podem levar a uma menor atividade industrial e à desaceleração da recuperação econômica, disse à Agência Internacional de Energia (AIE).

Fonte: Reuters

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