Gestão de Riscos Logísticos
22, Out. 2021
Armadores se preparam para um elevado aumento no seguro
Fonte: blog do rocha / Autor: Aparecido Rocha (insurance
reviewer)
De acordo com dados de órgãos especializados na navegação
marítima global de cargas, de janeiro a setembro de 2021 foram registrados 714
acidentes marítimos envolvendo navios mercantes em todo o mundo. São acidentes
de diversas naturezas, com danos às embarcações, a terceiros e as cargas
transportadas. Entre os acidentes ocorridos no período indicado, 42 embarcações
tiveram perda total. Os acidentes comuns, como por exemplo com balsas, barcos,
barcos de pesca e navios com problemas sem necessidade de reboque não são
monitorados e reportados.
A exploração desses números permite um melhor
acompanhamento pela indústria de seguros visando a identificação de novos
riscos, ameaças e oportunidades para o setor de seguros marítimos e de
transportes.
Diante do crescente número de sinistros registrados nos
últimos três anos, o setor de transporte marítimo global está apreensivo e
assustado com tantos acidentes e prejuízos. Esta situação levou dois P&I
Clubs britânicos a requisitar valores adicionais sobre os orçamentos originais
para cobrir prejuízos e anunciar que os custos de seguro vão aumentar
significativamente em 2022, pois além dos acidentes marítimos inclui-se também
as reclamações de sinistros relacionados à Covid-19. Não há perspectiva de
recuperação rápida e projeta-se péssimos resultados financeiros para 2022.
O London P&I Club convocou seus membros com um pedido
suplementar de 25% sobre os orçamentos originais. A última vez que o London
Club pediu dinheiro adicional foi durante a crise financeira mundial de 2008.
E, o West of England P&I Club pediu a seus membros, um adicional de 15% nas
taxas originais. Outros clubes P&I anunciarão suas intenções de preços para
2022 em breve. Comentários em Londres sugerem que os clubes UK, Britannia e
Gard pedirão um aumento de 10% sobre os valores contribuídos inicialmente,
atitude que certamente será seguida pelos demais clubes. Esses pedidos
adicionais são demasiadamente elevados para o setor marítimo, que tinha no
máximo aumento anual de 5% em anos anteriores e já era considerado muito alto.
Os clubes P&I London e West of England enfatizaram
ainda que, as taxas atuais são muito baixas e devem aumentar para melhor
equiparar o prêmio aos sinistros, especialmente em um ambiente em que os
retornos de investimentos não suportarão perdas técnicas contínuas.
P&I Clubs, são clubes que funcionam como seguradoras,
mas não são seguradoras. É um sistema de mutualismo formado pelos armadores e
donos de navios, com a finalidade de complementar o seguro normal, protegendo
navios e respectivas cargas contra sinistros que envolvam responsabilidade.
Cada membro do clube paga a sua parcela do prêmio e as indenizações são
extraídas dos fundos coletivos.
O P&I (Protection and Indemnity) / (Proteção e
Indenização), garante os riscos de responsabilidade civil perante terceiros, de
natureza acidental de danos materiais causados pelo navio, por: colisão com
outra embarcação; danos provocados ao cais, docas, equipamentos ou instalações
portuárias por choque; danos às cargas transportadas; lesão corporal de membros
da tripulação e passageiros enquanto na embarcação; poluição ambiental; e
riscos de guerra.
Falta de contêineres agrava logística global, diz OMC
Os problemas nas cadeias de suprimentos globais poderão
se estender por vários meses, uma vez que empresas de transporte marítimo
enfrentam dificuldades para contornar um descompasso entre oferta e demanda e
fazer frente à persistente escassez de contêineres, disse a diretora da
Organização Mundial de Comércio (OMC).
Trilhões de dólares de incentivos relacionados à pandemia
alimentaram a escalada da demanda de consumo, disse Ngozi Okonjo-Iweala,
levando as empresas a acumular estoques agressivamente.
Quando falo com alguns empresários, há um certo pânico
neste ano de que a cadeia de suprimento deles seja impactada, disse a
diretora-geral da OMC em entrevista no Africa Summit do FT.
Empresas de transporte marítimo não tinham previsto a
força da recuperação, acrescentou ela. Elas reduzem a disponibilidade de
contêineres, que foram deixados nos lugares errados, portanto agora há escassez
de contêineres.
Com a aproximação da temporada de festas em muitas partes
do mundo, essas dificuldades tendem a persistir, segundo ela.
A diferença entre as taxas de vacinação estão agravando
os problemas, disse Okonjo-Iweala, criando duas classes de recuperação mundial,
uma vez que alguns países voltaram com toda a força à vida, enquanto outros
foram deixados em dificuldades.
Os países ricos que vacinaram mais de 50% da população e
implementaram estímulos fiscais muito fortes, de bilhões de dólares, estão em
um caminho de recuperação melhor do que os países mais pobres, que não têm
espaço fiscal e que também têm muito pouco acesso a vacinas, disse ela.
O fato de 60% ou mais das pessoas de países ricos terem
sido vacinadas, contra menos de 2% nos países pobres, simplesmente dá ideia do
grau de divergência.
Ela acrescentou que houve uma falha da liderança mundial
em garantir que as vacinas fossem distribuídas de maneira mais equitativa no
mundo inteiro.
Temos a tecnologia para salvar vidas, mas não conseguimos
fazer com que ela chegue onde se precisa, disse ela. Os países ricos tinham
prometido centenas de milhões de doses aos mais pobres, mas eles simplesmente
não estão traduzindo isso em distribuição para onde elas são necessárias.
No entanto, Okonjo-Iweala desqualificou preocupações de
que uma guerra comercial entre China e os EUA possa levar a um descolamento do
comércio mundial que prejudicaria o crescimento. Quando ouvimos a retórica de
ambos os países, podemos ter esse descolamento, mas as evidências que vemos na
prática com relação ao comércio internacional não sustentam essa teoria do
descolamento, acrescentou.
O comércio entre a UE e a China é forte, disse ela. Os
dados estatísticos sobre comércio de bens entre as grandes potências são muito
robustos. Mesmo se quisessem, os países não conseguiriam se descolar tanto
quanto gostariam. Não é tão fácil desfazer cadeias de suprimentos, elas são
muito complicadas para muitos produtos.
Okonjo-Iweala disse que a Área de Livre Comércio da
África Continental, que abrange 54 países e entrou em funcionamento neste ano,
tem o poder de transformar o potencial comercial e industrial do continente. A
África responde por apenas cerca de 4% do comércio mundial, e a maioria de suas
exportações sai do continente sem passar por processamento.
Embora a área de livre comércio precise de melhorias
significativas nos marcos regulatórios, bem como em infraestrutura física,
entre países, a criação de um mercado único de 1,3 bilhão de pessoas tem enorme
potencial para reverter décadas de desindustrialização.
Fonte: Valor Econômico
Mercado Pago lança seguros da BNP Paribas Cardif para
cartão de crédito e PIX na conta digital
As proteções serão entregues em parceria com a seguradora
BNP Paribas Cardif e fornecerão aos usuários informações de como contratar,
acessar o certificado, abrir e gerenciar o sinistro
Fonte: Mercado Pago / Sonho Seguro
O mercado Pago anunciou a chegada de uma oferta de
seguros destinados para oferecer a primeira solução de conta digital protegida
da atualidade, com direito a PIX. A ideia está na disponibilidade de cobrir
eventuais ocorrências, em especial em ambientes externos.
Entre as opções de contratação, estão seguros de perda,
roubo e furto, proteção de compras, saques em dinheiro e saques e
transferências sob coação, seja via PIX ou QR Code, além de seguro em caso de
morte e invalidez em decorrência de crime.
As proteções serão entregues em parceria com a seguradora
BNP Paribas Cardif e fornecerão aos usuários informações de como contratar,
acessar o certificado, abrir e gerenciar o sinistro.
O app ainda dará acesso aos detalhes da cobertura e
termos de uso. Os assinantes também participarão do sorteio de capitalização, o
qual consistirá em um benefício gratuito dado aos clientes que tiverem um dos
seguros disponíveis.
Com um ano de operação no segmento de insurtech, nossa
estratégia inclui olhar para o seguro como ferramenta de acesso ao dinheiro
digital, abrindo mais uma porta para a inclusão financeira dos brasileiros. A
Conta digital e o Pix têm dado uma importante liberdade financeira aos
brasileiros e nosso objetivo é assegurar que a população possa seguir
usufruindo deles da melhor forma, comenta Tulio Oliveira, vice-presidente do
Mercado Pago, em comunicado.
Os clientes poderão solicitar um cartão de crédito do
Mercado Pago e já contratar um dos seguros na hora da assinatura. Já a
contratação pela conta ficará disponível no próximo mês de novembro. Serão dois
planos de proteção: um de R$ 3,50 mensais e cobertura de R$ 5 mil; outro de R$
5 mensais, para coberturas de até R$ 10 mil em pagamentos, compras e
transações.
A partir desta sexta-feira (22), chegarão as opções de
saque e transferência sob coação; roubo em caixa eletrônico; perda roubo ou
furto; proteção de compra com o cartão; saque e transferência de PIX sob
coação; roubo ou furto da bolsa; morte em decorrência de crime; invalidez
permanente total ou parcial em decorrência de crime; e assistência funeral.
Revista Insurance Corp realiza 3ª edição do Melhores do
Seguro e Resseguro
Fonte: CQCS
No próximo dia 26 de outubro, às 18 horas, a Revista
Insurance Corp irá transmitir em seu canal no Youtube o 2021 Insurance Corp Awards
/ Melhores do Seguro e Resseguro. Serão 19 premiados entre seguradoras,
resseguradoras, prestadores de serviço relacionados ao segmento, destaques
pessoais, personalidades e homenagens.
Conduzida pela Insurance Corp, a votação online
evidenciou a intensa participação das empresas que compõem este universo. O
número de respondentes abrangeu presidentes de seguradoras, diretores,
executivos e altos dirigentes das companhias.
Distinguidas com um belo troféu (foto), as empresas foram
avaliadas em várias categorias, entre elas Melhor Plano de Contingenciamento,
Maior Parceria com o Corretor, Melhor Inovação Tecnológica e Suporte Comercial
(seguradoras); Agilidade na Regulação e Liquidação de Sinistros, Melhores
Critérios de Subscrição e Melhor Posicionamento Estratégico (resseguradoras).
Seguros mantêm crescimento e agosto fecha com taxa
acumulada no ano de 14,7%
Arrecadação global no ano foi de R$ 198,8 bilhões, sem
saúde e sem DPVAT. A taxa anualizada até agosto é de 11,4%, depois de 11,7% em
julho
Fonte: CNseg
Mantendo o crescimento, o setor segurador fechou com taxa
acumulada no ano de 14,7%. O comportamento do mês, que teve redução de 4,3%,
foi influenciado pelos planos de acumulação VGBL e PGBL, mas a boa evolução
deles e também positiva dos demais ramos de seguros continua a demonstrar
consistência setorial, explica o Presidente da Confederação Nacional das
Seguradoras (CNseg), Marcio Coriolano, em seu editorial na nova edição da
Conjuntura CNseg (nº 55).
Os dados dos oito primeiros meses do ano já refletem a
comparação com uma base maior em 2020, já que registrou evolução contínua a
partir do mês de junho. A tendência é de taxas acumuladas expressivas, porém
progressivamente menores. Esse movimento ainda mostra desempenhos desiguais
entre segmentos e efeitos de ciclos curtos de produtos, a exemplo do ciclo dos
planos de acumulação VGBL, que haviam crescido 23,2% na comparação anterior de
sete meses e agora apresentaram crescimento menor de oito meses, de 17,2%, em
função da queda mensal, avalia Marcio Coriolano. A arrecadação global acumulada
foi de R$ 198,8 bilhões, sem Saúde e sem DPVAT.
Para efeitos comparativos com outros setores da economia,
e de acordo com as Pesquisas Mensais do IBGE, em agosto a indústria caiu 0,6% e
o comércio ficou estável. O nosso desempenho setorial em agosto contra agosto
de 2020 foi superior ao desses outros setores de atividades, de 2,4%, destaca
Marcio Coriolano. De janeiro a agosto de 2021, em relação aos oito primeiros
meses de 2020, os segmentos de Danos & Responsabilidades apresentaram
aumento de 15,2%, Vida & Previdência 15,5% e Capitalização,7,4%. O efeito
precaucional contra riscos continua despertando maior interesse da população
por ramos de seguros com coberturas diretamente correlacionadas à proteção de
patrimônios e pecúlios para a família, destaca o Presidente da CNseg.
As taxas de crescimento acumuladas nos primeiros oito
meses do ano contra 2020 foram maiores do que as apresentadas no mesmo período
de 2020 comparado com 2019, ainda que aquele primeiro tenha tido dois meses que
não foram afetados pela declaração da pandemia, janeiro e fevereiro,
contextualiza Marcio Coriolano.
Em termos absolutos, o setor de seguros agora está R$ 9,8
bilhões acima da arrecadação dos últimos oito meses de 2019 anteriores ao
surgimento da pandemia no Brasil. Mirando os próximos quatro meses de 2021,
projeções mais firmes dependem agora do efeito da alta da inflação e dos juros
sobre a vida econômica, especialmente sobre os orçamentos das famílias, explica
o Presidente da CNseg.
Ele avalia que na ótica de 12 meses móveis, que é a
melhor medida tendencial, o crescimento anualizado permanece em dois dígitos,
com 11,4% (11,9% em julho, 12,0% em junho, 11,0% em maio e 6,3% em abril).
Suzano antecipa para 2025 meta de remover 40 mi de
toneladas de CO2
Fonte: Reuters
A produtora de papel e celulose Suzano anunciou nesta
quinta-feira que decidiu antecipar a meta de remover 40 milhões de toneladas de
CO2 da atmosfera, de 2030 para 2025.
A antecipação da meta acima é suportada pela ampliação de
cobertura vegetal neste período, através de plantios comerciais e de áreas
destinadas à conservação, em locais antes degradados e antropizados, afirmou a
companhia em comunicar.
Essentia Energia, do Pátria Investimentos, inicia
operação de usina solar na Bahia
Fonte: Reuters
O gestora Pátria Investimentos iniciou a operação da
Usina Solar Sol do Sertão, em Oliveira dos Brejinhos (BA), de capacidade de 475
MWp, a 485 km de Salvador, com investimentos de 1,4 bilhão de reais, conforme
comunicado à imprensa nesta quinta-feira.
O projeto pertence à Essentia Energia, empresa do Pátria
Investimentos que atua na área de geração e comercialização de energia
renovável, com foco nas matrizes solar e eólica.
A Pátria pontuou que a nova usina torna-se o segundo
maior parque de energia solar em operação no Brasil, com estimativa para
atender cerca de 580 mil residências e evitar a emissão de aproximadamente 465
mil toneladas de CO2 por ano.
Instalada em uma área de mais de 1 mil hectares,
incluindo reservas, a usina conta com mais de 1 milhão de painéis solares
bifaciais, 9 mil trackers (ou rastreadores solares) e 122 inversores.
Em nota, o sócio do Pátria e presidente do Conselho de
Administração da Essentia, Marcelo Souza, apontou que o setor de energias
renováveis é uma área estratégica para a gestora, na qual ela já investe há
mais de 15 anos e que certamente continuará a ser a mais relevante na expansão
da matriz de geração do país.
A Essencia tem ainda o projeto do Parque Eólico Ventos de
São Vitor, de capacidade de 465 MW, em implantação em Xique-Xique, na Bahia,
que deverá ser finalizado no quarto trimestre de 2022. Além disso, está
desenvolvendo um pipeline robusto de projetos eólicos e solares, em busca de
aumentar a presença no setor de geração renovável.
Brasil está fora da mesa de negociação sobre ambiente
Fonte: Folha SP
Às vésperas da COP26, a Conferência da ONU sobre Mudanças
Climáticas, o Brasil está fora da mesa de negociação em questões ambientais,
disse o cofundador da Natura Pedro Passos no 20º Fórum Empresarial Lide.
O evento, que acontece em formato híbrido nesta quinta
(21) e sexta-feira (22), é promovido pelo Lide, grupo de empresários presidido
pelo ex-ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Luiz
Fernando Furlan.
A transição para uma economia de baixo carbono está para
a atualidade o que a globalização foi para o final do século passado, defende
Passos, com a diferença de que temos vantagem competitiva no setor de créditos
de carbono.
A gente pode, desta vez, não perder o bonde, defende. Da
microinformática nós ficamos de fora, da globalização também, somos um país
fechado. Será que nós vamos perder o bonde de uma área em que temos vantagem?
Essa vantagem, diz, está na nossa matriz energética,
predominantemente hídrica e com grande potencial de crescimento de fontes
limpas. Diferentemente de outros países, a grande fonte de nossa emissão de
carbono está em desmatamento, incêndio e agropecuária.
Por isso, a primeira medida a ser tomada, gostem ou não,
diz, é zerar o desmatamento. Nós vamos ter que mexer na nossa agropecuária, que
é muito produtiva em muitos aspectos e muito atrasada em outros.
Olhar para o meio ambiente, porém, não deve ser exclusividade
do setor agrário. Não vai ter empresa viva que não tenha ou o compromisso ou a
prática de eliminar suas emissões de carbono, afirma.
Caminhoneiros em greve recusam esmolas
Fonte: Monitor Mercantil
Empresários do setor devem fazer greve contra os reajustes.
Empresários do setor de transportes paralisaram as
atividades em cerca de 300 bases de distribuição de combustível desde a meia
noite desta quinta-feira. Eles reivindicam a redução dos preços do diesel, gás
de cozinha, gasolina e outros derivados do petróleo. O locaute acontece dias
antes da greve dos caminhoneiros, marcada para 1º de novembro.
A pauta de reivindicações, além da redução da revisão da
política de preços dos combustíveis da Petrobras, exige um valor mínimo de
frete e a melhoria e construção de novos pontos de descanso para a categoria,
entre outros pontos.
Caminhoneiros de várias regiões do país aderiram à
paralisação. No Rio, epicentro do movimento, o Sindicato do Comércio Varejista
de Combustíveis, Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Município do Rio
de Janeiro (Sindcomb) informou que bases de distribuição de Campos Elíseos
foram fechadas para evitar tumultos. Conforme o Sindcomb, os estoques nos
postos já estão baixos.
Em Minas Gerais, dois caixões e faixas foram colocados em
frente à distribuidora da petroleira em Betim, na região metropolitana. Os
manifestantes também fizeram atos na porta das principais centrais de
distribuição. Em São Paulo, manifestações de trabalhadores ocorreram nas
proximidades da Refinaria de Paulínea (Replan) e no Porto de Santos. Protestos
também ocorreram nos estados do Espírito Santo, Goiás e parte da Bahia.
O governo não acredita que a paralisação do dia 1º
acontecerá. O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira, em
Sertânia (PE), pagamento de um auxílio a cerca de 750 mil caminhoneiros para
compensar o aumento do diesel. A declaração foi dada durante evento de
inauguração do Ramal do Agreste das obras de transposição do Rio São Francisco.
O preço do combustível lá fora está o dobro do Brasil. Sabemos que aqui é um
outro país, mas grande parte do que consumimos em combustível, ou melhor, uma
parte considerável, nós importamos e temos que pagar o preço deles lá de fora.
Decidimos, então, atender aos caminhoneiros autônomos. Em torno de 750 mil
caminhoneiros receberão uma ajuda para compensar o aumento do diesel. Fazemos
isso porque é através deles que as mercadorias e os alimentos chegam nos quatro
cantos do país, disse o presidente, esquecendo de dizer que o Brasil é um dos
maiores produtores de petróleo do mundo, mas quer importar combustível.
O último reajuste definido pela Petrobras no preço do
diesel entrou em vigor no dia 1º de outubro. O combustível acumula alta de mais
de 30% este ano. Até a semana passada, o preço médio do produto vendido nos
postos era de R$ 4,97, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP).
Por que economia brasileira não decola?
Apesar das promessas de decolagem, a aeronave segue firme
no chão, como indicado pelo IBC-Br. Embora a vacinação impulsione os serviços,
varejo e indústria permanecem fracos, minados pela inflação alta e, mais à
frente, a elevação da taxa de juros
Fonte: InfoMoney / Autor: Alexandre Schwartsman
Parece claro que a prometida decolagem da economia
brasileira, como só ia acontecer com as juras do ministro da Economia, ficou na
pista.
O IBC-Br, calculado pelo Banco Central de forma a
condensar num único indicador o desempenho da economia, de alguma forma
buscando antecipar o comportamento do PIB, revela uma economia estagnada.
Após retornar na virada de 2020 para 2021 aos níveis que
vigoravam antes da crise, o IBC-Br mostra a economia andando de lado. De
janeiro a agosto deste ano, o índice, ressalvadas flutuações de pequena monta,
não saiu do lugar.
Obviamente, comparado ao ano passado, quando a atividade
chegou a cair 14% em apenas dois meses, a expansão ainda é considerável: +6,4%
nos primeiros oito meses de 2021. Isto, contudo, diz mais sobre a fraqueza da
atividade em 2020 do que sua pujança em 2021.
Isto dito, da mesma forma que a recuperação da economia
foi bastante descompensada, a estagnação de agora esconde considerável
assimetria.
Do fundo do poço até o final do ano passado, a produção
da indústria de transformação cresceu nada menos do que 50%, impulsionada em
boa medida pela expansão de 40% das vendas no varejo no mesmo período. Ambos os
indicadores superavam os níveis pré-crise no último trimestre de 2020.
Em contraste, o setor de serviços, afetado pela
necessidade de distanciamento social, mostrou expansão muito mais tímida
naquele momento, perto de 17%, insuficiente para recuperar o patamar observado
em fevereiro.
Em particular, o segmento de serviços prestados a
famílias (principalmente alimentação e hospedagem), que caíra quase 60% nos
primeiros meses da epidemia, produzia ainda 30% a menos do que no início do
ano.
A partir de abril, todavia, seu desempenho mudou.
Estimulado principalmente pela recuperação dos serviços prestados às famílias
(+37%) e transporte aéreo (que mais do que dobrou no período), o setor
finalmente superou seu patamar pré-crise.
Enquanto isso, aqueles ligados ao consumo e produção de
bens (vendas no varejo e indústria de transformação) encolheram ou estagnaram,
dependendo do ponto de partida da análise.
A assimetria de 2020 persiste, portanto, embora com o
sinal trocado.
O principal suspeito por esta mudança é o avanço da
vacinação. Até abril, pouco mais de 10% da população havia recebido a primeira
dose da vacina. De lá até agosto, esta proporção subiu para 60% (hoje supera
70%). Isto permitiu a reabertura de atividades como bares e restaurantes, assim
como dos demais serviços prestados a famílias.
A renda das famílias, outro possível suspeito, a bem da
verdade não evoluiu, pressionada pela inflação alta e recuperação ainda insuficiente
do emprego (como exposto no gráfico acima), apesar do progresso no trimestre
terminado em julho, também resultado, como explorei recentemente, da aceleração
da vacinação.
(Ah, se aquele e-mail da Pfizer tivesse sido respondido a
tempo!).
Olhando à frente, o bom desempenho comparativo dos
serviços deve persistir. A vacinação avança e, na sua esteira, a demanda por
eles. Embora o ritmo de expansão não deva se manter, é razoável imaginar a
continuidade da recuperação, com efeitos positivos sobre o nível de emprego.
Por outro lado, a inflação alta, portanto a corrosão do
poder de compra dos salários e a necessidade de elevação da taxa de juros para
contê-la, devem seguir pesando do lado da demanda por bens. Isto aponta para
aumento bastante modesto da atividade econômica a partir do quarto trimestre,
consistente com crescimento na casa de 1-1,5% para 2022.
Apesar das promessas, o avião não consegue voar muito
mais do que isto.
Secretários do Tesouro e Orçamento pedem exoneração em
meio à crise do teto de gastos
Fonte: Estadão
A derrota da equipe econômica para a ala política do
governo na mudança do teto de gastos para abrir espaço no Orçamento de 2022
para um auxílio de R$ 400 culminou com a demissão em massa dos principais
técnicos que assessoravam o ministro da Economia, Paulo Guedes.
O Ministério da Economia informou nesta quinta-feira, 21,
os pedidos de exoneração do secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno
Funchal, e sua adjunta, Gildenora Dantas. Também pediram para deixar o cargo o
secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, e seu adjunto, Rafael
Araujo.
Conforme o Estadão/Broadcast havia adiantado, a
insatisfação da equipe econômica era crescente diante das manobras da ala
política do governo para burlar o teto de gastos e conseguir entregar um
programa social de R$ 400 exigidos pelo presidente Jair Bolsonaro no ano em que
buscará a reeleição. De acordo com fontes, Funchal já teria dito a
interlocutores que se recusaria a assinar qualquer medida que contrariasse as
regras fiscais.
De acordo com a nota da Economia, o motivo dos pedidos de
exoneração é de ordem pessoal. Funchal e Bittencourt agradecem ao ministro pela
oportunidade de terem contribuído para avanços institucionais importantes e
para o processo de consolidação fiscal do País, acrescentou a pasta. Os pedidos
foram feitos de modo a permitir que haja um processo de transição e de
continuidade de todos os compromissos, completou o ministério.
A decisão ocorre no mesmo dia em que o governo definiu um acordo para rever a regra do teto de gastos e fazer uma manobra para abrir espaço no Orçamento para o programa Auxílio Brasil de R$ 400, defendido pelo presidente Jair Bolsonaro. São as primeiras baixas no alto escalão da equipe econômica após a decisão do governo.
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Agenda: 28 de outubro / 18h00 às 20h00
Orientadores: Marcia Ribeiro, Márcia S. Viana Rabelo,
Phillip Krinker, Rosana Passos de Pádua e Thiago Amorim
Carga Horária: 02 horas - Núcleo: Networking / Riscos e
Seguros
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