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Gestão de Riscos Logísticos

22, Out. 2021

Armadores se preparam para um elevado aumento no seguro

Fonte: blog do rocha / Autor: Aparecido Rocha (insurance reviewer)

De acordo com dados de órgãos especializados na navegação marítima global de cargas, de janeiro a setembro de 2021 foram registrados 714 acidentes marítimos envolvendo navios mercantes em todo o mundo. São acidentes de diversas naturezas, com danos às embarcações, a terceiros e as cargas transportadas. Entre os acidentes ocorridos no período indicado, 42 embarcações tiveram perda total. Os acidentes comuns, como por exemplo com balsas, barcos, barcos de pesca e navios com problemas sem necessidade de reboque não são monitorados e reportados.

A exploração desses números permite um melhor acompanhamento pela indústria de seguros visando a identificação de novos riscos, ameaças e oportunidades para o setor de seguros marítimos e de transportes.

Diante do crescente número de sinistros registrados nos últimos três anos, o setor de transporte marítimo global está apreensivo e assustado com tantos acidentes e prejuízos. Esta situação levou dois P&I Clubs britânicos a requisitar valores adicionais sobre os orçamentos originais para cobrir prejuízos e anunciar que os custos de seguro vão aumentar significativamente em 2022, pois além dos acidentes marítimos inclui-se também as reclamações de sinistros relacionados à Covid-19. Não há perspectiva de recuperação rápida e projeta-se péssimos resultados financeiros para 2022.

O London P&I Club convocou seus membros com um pedido suplementar de 25% sobre os orçamentos originais. A última vez que o London Club pediu dinheiro adicional foi durante a crise financeira mundial de 2008. E, o West of England P&I Club pediu a seus membros, um adicional de 15% nas taxas originais. Outros clubes P&I anunciarão suas intenções de preços para 2022 em breve. Comentários em Londres sugerem que os clubes UK, Britannia e Gard pedirão um aumento de 10% sobre os valores contribuídos inicialmente, atitude que certamente será seguida pelos demais clubes. Esses pedidos adicionais são demasiadamente elevados para o setor marítimo, que tinha no máximo aumento anual de 5% em anos anteriores e já era considerado muito alto.

Os clubes P&I London e West of England enfatizaram ainda que, as taxas atuais são muito baixas e devem aumentar para melhor equiparar o prêmio aos sinistros, especialmente em um ambiente em que os retornos de investimentos não suportarão perdas técnicas contínuas.

P&I Clubs, são clubes que funcionam como seguradoras, mas não são seguradoras. É um sistema de mutualismo formado pelos armadores e donos de navios, com a finalidade de complementar o seguro normal, protegendo navios e respectivas cargas contra sinistros que envolvam responsabilidade. Cada membro do clube paga a sua parcela do prêmio e as indenizações são extraídas dos fundos coletivos.

O P&I (Protection and Indemnity) / (Proteção e Indenização), garante os riscos de responsabilidade civil perante terceiros, de natureza acidental de danos materiais causados pelo navio, por: colisão com outra embarcação; danos provocados ao cais, docas, equipamentos ou instalações portuárias por choque; danos às cargas transportadas; lesão corporal de membros da tripulação e passageiros enquanto na embarcação; poluição ambiental; e riscos de guerra.

Falta de contêineres agrava logística global, diz OMC

Os problemas nas cadeias de suprimentos globais poderão se estender por vários meses, uma vez que empresas de transporte marítimo enfrentam dificuldades para contornar um descompasso entre oferta e demanda e fazer frente à persistente escassez de contêineres, disse a diretora da Organização Mundial de Comércio (OMC).

Trilhões de dólares de incentivos relacionados à pandemia alimentaram a escalada da demanda de consumo, disse Ngozi Okonjo-Iweala, levando as empresas a acumular estoques agressivamente.

Quando falo com alguns empresários, há um certo pânico neste ano de que a cadeia de suprimento deles seja impactada, disse a diretora-geral da OMC em entrevista no Africa Summit do FT.

Empresas de transporte marítimo não tinham previsto a força da recuperação, acrescentou ela. Elas reduzem a disponibilidade de contêineres, que foram deixados nos lugares errados, portanto agora há escassez de contêineres.

Com a aproximação da temporada de festas em muitas partes do mundo, essas dificuldades tendem a persistir, segundo ela.

A diferença entre as taxas de vacinação estão agravando os problemas, disse Okonjo-Iweala, criando duas classes de recuperação mundial, uma vez que alguns países voltaram com toda a força à vida, enquanto outros foram deixados em dificuldades.

Os países ricos que vacinaram mais de 50% da população e implementaram estímulos fiscais muito fortes, de bilhões de dólares, estão em um caminho de recuperação melhor do que os países mais pobres, que não têm espaço fiscal e que também têm muito pouco acesso a vacinas, disse ela.

O fato de 60% ou mais das pessoas de países ricos terem sido vacinadas, contra menos de 2% nos países pobres, simplesmente dá ideia do grau de divergência.

Ela acrescentou que houve uma falha da liderança mundial em garantir que as vacinas fossem distribuídas de maneira mais equitativa no mundo inteiro.

Temos a tecnologia para salvar vidas, mas não conseguimos fazer com que ela chegue onde se precisa, disse ela. Os países ricos tinham prometido centenas de milhões de doses aos mais pobres, mas eles simplesmente não estão traduzindo isso em distribuição para onde elas são necessárias.

No entanto, Okonjo-Iweala desqualificou preocupações de que uma guerra comercial entre China e os EUA possa levar a um descolamento do comércio mundial que prejudicaria o crescimento. Quando ouvimos a retórica de ambos os países, podemos ter esse descolamento, mas as evidências que vemos na prática com relação ao comércio internacional não sustentam essa teoria do descolamento, acrescentou.

O comércio entre a UE e a China é forte, disse ela. Os dados estatísticos sobre comércio de bens entre as grandes potências são muito robustos. Mesmo se quisessem, os países não conseguiriam se descolar tanto quanto gostariam. Não é tão fácil desfazer cadeias de suprimentos, elas são muito complicadas para muitos produtos.

Okonjo-Iweala disse que a Área de Livre Comércio da África Continental, que abrange 54 países e entrou em funcionamento neste ano, tem o poder de transformar o potencial comercial e industrial do continente. A África responde por apenas cerca de 4% do comércio mundial, e a maioria de suas exportações sai do continente sem passar por processamento.

Embora a área de livre comércio precise de melhorias significativas nos marcos regulatórios, bem como em infraestrutura física, entre países, a criação de um mercado único de 1,3 bilhão de pessoas tem enorme potencial para reverter décadas de desindustrialização.

Fonte: Valor Econômico

Mercado Pago lança seguros da BNP Paribas Cardif para cartão de crédito e PIX na conta digital

As proteções serão entregues em parceria com a seguradora BNP Paribas Cardif e fornecerão aos usuários informações de como contratar, acessar o certificado, abrir e gerenciar o sinistro

Fonte: Mercado Pago / Sonho Seguro

O mercado Pago anunciou a chegada de uma oferta de seguros destinados para oferecer a primeira solução de conta digital protegida da atualidade, com direito a PIX. A ideia está na disponibilidade de cobrir eventuais ocorrências, em especial em ambientes externos.

Entre as opções de contratação, estão seguros de perda, roubo e furto, proteção de compras, saques em dinheiro e saques e transferências sob coação, seja via PIX ou QR Code, além de seguro em caso de morte e invalidez em decorrência de crime.

As proteções serão entregues em parceria com a seguradora BNP Paribas Cardif e fornecerão aos usuários informações de como contratar, acessar o certificado, abrir e gerenciar o sinistro.

O app ainda dará acesso aos detalhes da cobertura e termos de uso. Os assinantes também participarão do sorteio de capitalização, o qual consistirá em um benefício gratuito dado aos clientes que tiverem um dos seguros disponíveis.

Com um ano de operação no segmento de insurtech, nossa estratégia inclui olhar para o seguro como ferramenta de acesso ao dinheiro digital, abrindo mais uma porta para a inclusão financeira dos brasileiros. A Conta digital e o Pix têm dado uma importante liberdade financeira aos brasileiros e nosso objetivo é assegurar que a população possa seguir usufruindo deles da melhor forma, comenta Tulio Oliveira, vice-presidente do Mercado Pago, em comunicado.

Os clientes poderão solicitar um cartão de crédito do Mercado Pago e já contratar um dos seguros na hora da assinatura. Já a contratação pela conta ficará disponível no próximo mês de novembro. Serão dois planos de proteção: um de R$ 3,50 mensais e cobertura de R$ 5 mil; outro de R$ 5 mensais, para coberturas de até R$ 10 mil em pagamentos, compras e transações.

A partir desta sexta-feira (22), chegarão as opções de saque e transferência sob coação; roubo em caixa eletrônico; perda roubo ou furto; proteção de compra com o cartão; saque e transferência de PIX sob coação; roubo ou furto da bolsa; morte em decorrência de crime; invalidez permanente total ou parcial em decorrência de crime; e assistência funeral.

Revista Insurance Corp realiza 3ª edição do Melhores do Seguro e Resseguro

Fonte: CQCS

No próximo dia 26 de outubro, às 18 horas, a Revista Insurance Corp irá transmitir em seu canal no Youtube o 2021 Insurance Corp Awards / Melhores do Seguro e Resseguro. Serão 19 premiados entre seguradoras, resseguradoras, prestadores de serviço relacionados ao segmento, destaques pessoais, personalidades e homenagens.

Conduzida pela Insurance Corp, a votação online evidenciou a intensa participação das empresas que compõem este universo. O número de respondentes abrangeu presidentes de seguradoras, diretores, executivos e altos dirigentes das companhias.

Distinguidas com um belo troféu (foto), as empresas foram avaliadas em várias categorias, entre elas Melhor Plano de Contingenciamento, Maior Parceria com o Corretor, Melhor Inovação Tecnológica e Suporte Comercial (seguradoras); Agilidade na Regulação e Liquidação de Sinistros, Melhores Critérios de Subscrição e Melhor Posicionamento Estratégico (resseguradoras).

Seguros mantêm crescimento e agosto fecha com taxa acumulada no ano de 14,7%

Arrecadação global no ano foi de R$ 198,8 bilhões, sem saúde e sem DPVAT. A taxa anualizada até agosto é de 11,4%, depois de 11,7% em julho

Fonte: CNseg

Mantendo o crescimento, o setor segurador fechou com taxa acumulada no ano de 14,7%. O comportamento do mês, que teve redução de 4,3%, foi influenciado pelos planos de acumulação VGBL e PGBL, mas a boa evolução deles e também positiva dos demais ramos de seguros continua a demonstrar consistência setorial, explica o Presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Marcio Coriolano, em seu editorial na nova edição da Conjuntura CNseg (nº 55).

Os dados dos oito primeiros meses do ano já refletem a comparação com uma base maior em 2020, já que registrou evolução contínua a partir do mês de junho. A tendência é de taxas acumuladas expressivas, porém progressivamente menores. Esse movimento ainda mostra desempenhos desiguais entre segmentos e efeitos de ciclos curtos de produtos, a exemplo do ciclo dos planos de acumulação VGBL, que haviam crescido 23,2% na comparação anterior de sete meses e agora apresentaram crescimento menor de oito meses, de 17,2%, em função da queda mensal, avalia Marcio Coriolano. A arrecadação global acumulada foi de R$ 198,8 bilhões, sem Saúde e sem DPVAT.

Para efeitos comparativos com outros setores da economia, e de acordo com as Pesquisas Mensais do IBGE, em agosto a indústria caiu 0,6% e o comércio ficou estável. O nosso desempenho setorial em agosto contra agosto de 2020 foi superior ao desses outros setores de atividades, de 2,4%, destaca Marcio Coriolano. De janeiro a agosto de 2021, em relação aos oito primeiros meses de 2020, os segmentos de Danos & Responsabilidades apresentaram aumento de 15,2%, Vida & Previdência 15,5% e Capitalização,7,4%. O efeito precaucional contra riscos continua despertando maior interesse da população por ramos de seguros com coberturas diretamente correlacionadas à proteção de patrimônios e pecúlios para a família, destaca o Presidente da CNseg.

As taxas de crescimento acumuladas nos primeiros oito meses do ano contra 2020 foram maiores do que as apresentadas no mesmo período de 2020 comparado com 2019, ainda que aquele primeiro tenha tido dois meses que não foram afetados pela declaração da pandemia, janeiro e fevereiro, contextualiza Marcio Coriolano.

Em termos absolutos, o setor de seguros agora está R$ 9,8 bilhões acima da arrecadação dos últimos oito meses de 2019 anteriores ao surgimento da pandemia no Brasil. Mirando os próximos quatro meses de 2021, projeções mais firmes dependem agora do efeito da alta da inflação e dos juros sobre a vida econômica, especialmente sobre os orçamentos das famílias, explica o Presidente da CNseg.

Ele avalia que na ótica de 12 meses móveis, que é a melhor medida tendencial, o crescimento anualizado permanece em dois dígitos, com 11,4% (11,9% em julho, 12,0% em junho, 11,0% em maio e 6,3% em abril).

Suzano antecipa para 2025 meta de remover 40 mi de toneladas de CO2

Fonte: Reuters

A produtora de papel e celulose Suzano anunciou nesta quinta-feira que decidiu antecipar a meta de remover 40 milhões de toneladas de CO2 da atmosfera, de 2030 para 2025.

A antecipação da meta acima é suportada pela ampliação de cobertura vegetal neste período, através de plantios comerciais e de áreas destinadas à conservação, em locais antes degradados e antropizados, afirmou a companhia em comunicar.

Essentia Energia, do Pátria Investimentos, inicia operação de usina solar na Bahia

Fonte: Reuters

O gestora Pátria Investimentos iniciou a operação da Usina Solar Sol do Sertão, em Oliveira dos Brejinhos (BA), de capacidade de 475 MWp, a 485 km de Salvador, com investimentos de 1,4 bilhão de reais, conforme comunicado à imprensa nesta quinta-feira.

O projeto pertence à Essentia Energia, empresa do Pátria Investimentos que atua na área de geração e comercialização de energia renovável, com foco nas matrizes solar e eólica.

A Pátria pontuou que a nova usina torna-se o segundo maior parque de energia solar em operação no Brasil, com estimativa para atender cerca de 580 mil residências e evitar a emissão de aproximadamente 465 mil toneladas de CO2 por ano.

Instalada em uma área de mais de 1 mil hectares, incluindo reservas, a usina conta com mais de 1 milhão de painéis solares bifaciais, 9 mil trackers (ou rastreadores solares) e 122 inversores.

Em nota, o sócio do Pátria e presidente do Conselho de Administração da Essentia, Marcelo Souza, apontou que o setor de energias renováveis é uma área estratégica para a gestora, na qual ela já investe há mais de 15 anos e que certamente continuará a ser a mais relevante na expansão da matriz de geração do país.

A Essencia tem ainda o projeto do Parque Eólico Ventos de São Vitor, de capacidade de 465 MW, em implantação em Xique-Xique, na Bahia, que deverá ser finalizado no quarto trimestre de 2022. Além disso, está desenvolvendo um pipeline robusto de projetos eólicos e solares, em busca de aumentar a presença no setor de geração renovável.

Brasil está fora da mesa de negociação sobre ambiente

Fonte: Folha SP

Às vésperas da COP26, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, o Brasil está fora da mesa de negociação em questões ambientais, disse o cofundador da Natura Pedro Passos no 20º Fórum Empresarial Lide.

O evento, que acontece em formato híbrido nesta quinta (21) e sexta-feira (22), é promovido pelo Lide, grupo de empresários presidido pelo ex-ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Luiz Fernando Furlan.

A transição para uma economia de baixo carbono está para a atualidade o que a globalização foi para o final do século passado, defende Passos, com a diferença de que temos vantagem competitiva no setor de créditos de carbono.

A gente pode, desta vez, não perder o bonde, defende. Da microinformática nós ficamos de fora, da globalização também, somos um país fechado. Será que nós vamos perder o bonde de uma área em que temos vantagem?

Essa vantagem, diz, está na nossa matriz energética, predominantemente hídrica e com grande potencial de crescimento de fontes limpas. Diferentemente de outros países, a grande fonte de nossa emissão de carbono está em desmatamento, incêndio e agropecuária.

Por isso, a primeira medida a ser tomada, gostem ou não, diz, é zerar o desmatamento. Nós vamos ter que mexer na nossa agropecuária, que é muito produtiva em muitos aspectos e muito atrasada em outros.

Olhar para o meio ambiente, porém, não deve ser exclusividade do setor agrário. Não vai ter empresa viva que não tenha ou o compromisso ou a prática de eliminar suas emissões de carbono, afirma.

Caminhoneiros em greve recusam esmolas

Fonte: Monitor Mercantil

Empresários do setor devem fazer greve contra os reajustes.

Empresários do setor de transportes paralisaram as atividades em cerca de 300 bases de distribuição de combustível desde a meia noite desta quinta-feira. Eles reivindicam a redução dos preços do diesel, gás de cozinha, gasolina e outros derivados do petróleo. O locaute acontece dias antes da greve dos caminhoneiros, marcada para 1º de novembro.

A pauta de reivindicações, além da redução da revisão da política de preços dos combustíveis da Petrobras, exige um valor mínimo de frete e a melhoria e construção de novos pontos de descanso para a categoria, entre outros pontos.

Caminhoneiros de várias regiões do país aderiram à paralisação. No Rio, epicentro do movimento, o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Município do Rio de Janeiro (Sindcomb) informou que bases de distribuição de Campos Elíseos foram fechadas para evitar tumultos. Conforme o Sindcomb, os estoques nos postos já estão baixos.

Em Minas Gerais, dois caixões e faixas foram colocados em frente à distribuidora da petroleira em Betim, na região metropolitana. Os manifestantes também fizeram atos na porta das principais centrais de distribuição. Em São Paulo, manifestações de trabalhadores ocorreram nas proximidades da Refinaria de Paulínea (Replan) e no Porto de Santos. Protestos também ocorreram nos estados do Espírito Santo, Goiás e parte da Bahia.

O governo não acredita que a paralisação do dia 1º acontecerá. O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira, em Sertânia (PE), pagamento de um auxílio a cerca de 750 mil caminhoneiros para compensar o aumento do diesel. A declaração foi dada durante evento de inauguração do Ramal do Agreste das obras de transposição do Rio São Francisco. O preço do combustível lá fora está o dobro do Brasil. Sabemos que aqui é um outro país, mas grande parte do que consumimos em combustível, ou melhor, uma parte considerável, nós importamos e temos que pagar o preço deles lá de fora. Decidimos, então, atender aos caminhoneiros autônomos. Em torno de 750 mil caminhoneiros receberão uma ajuda para compensar o aumento do diesel. Fazemos isso porque é através deles que as mercadorias e os alimentos chegam nos quatro cantos do país, disse o presidente, esquecendo de dizer que o Brasil é um dos maiores produtores de petróleo do mundo, mas quer importar combustível.

O último reajuste definido pela Petrobras no preço do diesel entrou em vigor no dia 1º de outubro. O combustível acumula alta de mais de 30% este ano. Até a semana passada, o preço médio do produto vendido nos postos era de R$ 4,97, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Por que economia brasileira não decola?

Apesar das promessas de decolagem, a aeronave segue firme no chão, como indicado pelo IBC-Br. Embora a vacinação impulsione os serviços, varejo e indústria permanecem fracos, minados pela inflação alta e, mais à frente, a elevação da taxa de juros

Fonte: InfoMoney / Autor: Alexandre Schwartsman

Parece claro que a prometida decolagem da economia brasileira, como só ia acontecer com as juras do ministro da Economia, ficou na pista.

O IBC-Br, calculado pelo Banco Central de forma a condensar num único indicador o desempenho da economia, de alguma forma buscando antecipar o comportamento do PIB, revela uma economia estagnada.

Após retornar na virada de 2020 para 2021 aos níveis que vigoravam antes da crise, o IBC-Br mostra a economia andando de lado. De janeiro a agosto deste ano, o índice, ressalvadas flutuações de pequena monta, não saiu do lugar.

Obviamente, comparado ao ano passado, quando a atividade chegou a cair 14% em apenas dois meses, a expansão ainda é considerável: +6,4% nos primeiros oito meses de 2021. Isto, contudo, diz mais sobre a fraqueza da atividade em 2020 do que sua pujança em 2021.

Isto dito, da mesma forma que a recuperação da economia foi bastante descompensada, a estagnação de agora esconde considerável assimetria.

Do fundo do poço até o final do ano passado, a produção da indústria de transformação cresceu nada menos do que 50%, impulsionada em boa medida pela expansão de 40% das vendas no varejo no mesmo período. Ambos os indicadores superavam os níveis pré-crise no último trimestre de 2020.

Em contraste, o setor de serviços, afetado pela necessidade de distanciamento social, mostrou expansão muito mais tímida naquele momento, perto de 17%, insuficiente para recuperar o patamar observado em fevereiro.

Em particular, o segmento de serviços prestados a famílias (principalmente alimentação e hospedagem), que caíra quase 60% nos primeiros meses da epidemia, produzia ainda 30% a menos do que no início do ano.

A partir de abril, todavia, seu desempenho mudou. Estimulado principalmente pela recuperação dos serviços prestados às famílias (+37%) e transporte aéreo (que mais do que dobrou no período), o setor finalmente superou seu patamar pré-crise.

Enquanto isso, aqueles ligados ao consumo e produção de bens (vendas no varejo e indústria de transformação) encolheram ou estagnaram, dependendo do ponto de partida da análise.

A assimetria de 2020 persiste, portanto, embora com o sinal trocado.

O principal suspeito por esta mudança é o avanço da vacinação. Até abril, pouco mais de 10% da população havia recebido a primeira dose da vacina. De lá até agosto, esta proporção subiu para 60% (hoje supera 70%). Isto permitiu a reabertura de atividades como bares e restaurantes, assim como dos demais serviços prestados a famílias.

A renda das famílias, outro possível suspeito, a bem da verdade não evoluiu, pressionada pela inflação alta e recuperação ainda insuficiente do emprego (como exposto no gráfico acima), apesar do progresso no trimestre terminado em julho, também resultado, como explorei recentemente, da aceleração da vacinação.

(Ah, se aquele e-mail da Pfizer tivesse sido respondido a tempo!).

Olhando à frente, o bom desempenho comparativo dos serviços deve persistir. A vacinação avança e, na sua esteira, a demanda por eles. Embora o ritmo de expansão não deva se manter, é razoável imaginar a continuidade da recuperação, com efeitos positivos sobre o nível de emprego.

Por outro lado, a inflação alta, portanto a corrosão do poder de compra dos salários e a necessidade de elevação da taxa de juros para contê-la, devem seguir pesando do lado da demanda por bens. Isto aponta para aumento bastante modesto da atividade econômica a partir do quarto trimestre, consistente com crescimento na casa de 1-1,5% para 2022.

Apesar das promessas, o avião não consegue voar muito mais do que isto.

Secretários do Tesouro e Orçamento pedem exoneração em meio à crise do teto de gastos

Fonte: Estadão

A derrota da equipe econômica para a ala política do governo na mudança do teto de gastos para abrir espaço no Orçamento de 2022 para um auxílio de R$ 400 culminou com a demissão em massa dos principais técnicos que assessoravam o ministro da Economia, Paulo Guedes.

O Ministério da Economia informou nesta quinta-feira, 21, os pedidos de exoneração do secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e sua adjunta, Gildenora Dantas. Também pediram para deixar o cargo o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, e seu adjunto, Rafael Araujo.

Conforme o Estadão/Broadcast havia adiantado, a insatisfação da equipe econômica era crescente diante das manobras da ala política do governo para burlar o teto de gastos e conseguir entregar um programa social de R$ 400 exigidos pelo presidente Jair Bolsonaro no ano em que buscará a reeleição. De acordo com fontes, Funchal já teria dito a interlocutores que se recusaria a assinar qualquer medida que contrariasse as regras fiscais.

De acordo com a nota da Economia, o motivo dos pedidos de exoneração é de ordem pessoal. Funchal e Bittencourt agradecem ao ministro pela oportunidade de terem contribuído para avanços institucionais importantes e para o processo de consolidação fiscal do País, acrescentou a pasta. Os pedidos foram feitos de modo a permitir que haja um processo de transição e de continuidade de todos os compromissos, completou o ministério.

A decisão ocorre no mesmo dia em que o governo definiu um acordo para rever a regra do teto de gastos e fazer uma manobra para abrir espaço no Orçamento para o programa Auxílio Brasil de R$ 400, defendido pelo presidente Jair Bolsonaro. São as primeiras baixas no alto escalão da equipe econômica após a decisão do governo.

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