COP26 & Mudanças Climáticas
29, Out. 2021
COP26: Ações para frear os impactos das mudanças
climáticas
Comprometida com a redução e o sequestro de carbono da
atmosfera, seguradora adota iniciativas com produtos e serviços aderentes às
premissas de sustentabilidade
Fonte: Zurich / Sonho Seguro
A Zurich lança mundialmente o relatório Podemos juntos
limitar o aquecimento global a 1,5°C?, documento que traz o contexto atual dos
temas sociais, ambientais e econômicos relacionados às mudanças climáticas, com
sugestões e direcionamentos de como podemos frear os impactos dessas
transformações em nosso planeta. O paper ajuda a esclarecer os compromissos dos
governos no Acordo de Paris, em 2015, e destaca que o homem é o responsável
pelos danos à natureza por conta de velhas práticas.
Um dos destaques do documento é o Scorecard de Mudanças
Climáticas da Zurich que, por meio de 12 métricas climáticas, aponta como
estamos evoluindo para reduzir o aquecimento global a menos de 2° C, o que
evitaria que o mundo chegasse num ponto sem retorno no qual não haverá mais
como evitar uma situação catastrófica.
Segundo Lucía Sarraceno, superintendente responsável por
Sustentabilidade na Zurich no Brasil (foto), o papel principal do relatório é
mostrar o que podemos fazer para limitar o aquecimento global a 1,5°, e
principalmente, reforçar que isso é possível.
O paper apresenta soluções para governos, empresas e
instituições diminuírem os riscos das mudanças climáticas, com investimentos em
novas tecnologias de energias renováveis, redução/eliminação do consumo de
combustíveis fósseis e inovações para a captura de carbono, pontua a executiva.
E alerta que, para que tudo isso seja feito em tempo hábil, serão necessários
investimentos anuais de US$ 6,9 trilhões até 2030. Faz, portanto, um balanço da
situação entre a COP21, há cinco anos, e a COP26, que acontece em Glasglow, na
Escócia, em novembro, complementa.
Intimamente comprometida com a causa, em 2019, a Zurich
aderiu à Net-Zero Asset Owner Alliance e vem fazendo investimentos globais de
impacto que deveriam totalizar US$ 5 bilhões até 2022, a companhia superou esse
valor em 2020, quando registrou US$ 5,8 bilhões em investimentos de impacto,
com ações que incluem investimentos em green bonds e em infraestrutura limpa,
como parques eólicos e solares. A empresa também foi a primeira seguradora a se
inscrever no Business Ambition, em junho de 2019, com a meta de limitar o
aumento da temperatura média global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais,
que é um ponto central que o paper discute.
Junto com o relatório, a companhia anunciou novas medidas
globais com relação à sustentabilidade, com o objetivo principal de reduzir as
emissões de carbono em até 70% até 2029, serão 40 mil toneladas de emissões de
CO2 a menos por ano. Diminuição das viagens aéreas em 70% em relação aos níveis
pré-pandemia, adoção de uma frota de carros elétrica ou híbrida até 2025 e a
estruturação de uma comunicação 100% digital com os clientes no mesmo prazo são
exemplos dessas ações.
Alinhada aos compromissos globais da seguradora, a Zurich
no Brasil vem incorporando as questões sustentáveis em diversos produtos,
serviços e projetos, bem como na sua estratégia de alocação de recursos nos
chamados títulos verdes. Essas ações envolvem todos os públicos com os
quais a seguradora se relaciona: funcionários, clientes, parceiros de negócios
e comunidades apoiadas pela empresa. Entre as iniciativas, estão:
Green Bonds / A alocação destinada em títulos verdes
atingiu um montante próximo à meta estabelecida pela Zurich para 2022, que é de
R$ 170 milhões. Atualmente, a companhia soma R$ 150 milhões em Green Bonds, que
correspondem a 5% do total de ativos da seguradora.
Zurich4Power / Trata-se da cobertura abrangente e
inovadora para os riscos relacionados à instalação, montagem e operação de
painéis solares, tanto para pessoas físicas como jurídicas. Ou seja, o projeto,
que foi lançado no começo de 2021, está relacionado à geração de energia
renovável e tem como propósito apoiar os clientes, donos do novo equipamento,
integradores ou mesmo fabricantes, em seus desafios de sustentabilidade.
Seguro para veículos elétricos e híbridos / Lançado em
2019, além de coberturas tradicionais relacionadas aos casos de colisão, roubo
e incêndio, o produto conta com diferenciais, como assistência 24 horas com
atendimento concierge, rede de oficinas especializadas e cobertura para os
cabos de carregamento em caso de furto/roubo. A iniciativa reflete a aposta da
companhia na mudança inevitável pela qual a sociedade está passando e que
também é tema do relatório lançado pela Zurich.
Descarte responsável de celulares / Com o objetivo de
reduzir ao máximo a emissão de CO2 na operação de sinistros da Zurich de forma
certificada, o processo de descarte responsável de celulares e informática visa
a reciclar os resíduos da operação de reparo desses equipamentos, tais como
peças danificadas, acessórios e baterias, que são altamente danosos ao meio
ambiente. Os resíduos passam por um processo inicial de separação de materiais
em: plástico, vidro, metais e placas eletrônicas, descaracterização e
decomposição em partes menores que são destinados às indústrias específicas
para reciclagem. Em 2021, já foi processado 576,22 Kg de resíduos, ou seja,
mais de 1/2 tonelada, coletados em urnas para descarte sustentável de
celulares, informática, pilhas e baterias espalhadas por todo o território nacional.
Certificação Selo Verde e pagamento 100% digital às
oficinas mecânicas, Para esses parceiros, a seguradora criou, no primeiro
semestre de 2021, uma certificação para que elas melhorem sua eficiência
ambiental e de gestão e, assim, recebam a Certificação Selo Verde, a primeira
do gênero no mercado segurador brasileiro, desenvolvida em conjunto com o
Instituto da Qualidade Automotiva (IQA). A expectativa é que, até 2023, 90% da
rede credenciada da Zurich no país (305 estabelecimentos) seja contemplada com
a certificação. Desde o lançamento, seis oficinas foram contempladas com o selo
e 21 estão em processo de avaliação. Além disso, o processo de pagamento a
esses parceiros não envolve papel, portanto, tem zero emissão de carbono.
Recolhimento de salvados e descarte de entulhos, Desde
2017, a Zurich aprimorou o serviço de retirada dos chamados salvados de danos
elétricos no seguro residencial, que são mercadorias e bens avariados,
resgatados dos sinistros da seguradora, dando um direcionamento ambientalmente
correto para estes materiais. Até de agosto de 2021, foram recolhidas 18
toneladas de equipamentos, como geladeiras, TVs, micro-ondas, impressoras,
computadores, máquinas de lavar, entre outros. Em todo o ano anterior, foram
mais de 20 toneladas.
Consultoria ambiental / A empresa disponibiliza aos seus
clientes do seguro residencial uma consultoria ambiental especializada, com
profissionais que os ajudam com ações de consumo consciente de água, energia
elétrica, reciclagem de lixo, entre outras. Além disso, a companhia também
oferece consultores para auxiliar os segurados na realização de projetos
sustentáveis e inteligentes para reaproveitamento de água da chuva e uso de
energia solar, entre outros objetivos. Entre janeiro e agosto de 2021, 89 clientes
foram atendidos por esse serviço de consultoria.
Vistoria digital no seguro patrimonial / Todo o processo
de vistoria dos seguros patrimoniais (residências e empresas) é digital, por
conta de uma plataforma eletrônica desenvolvida especialmente para isso. Por
meio dela, assim que comunica a ocorrência, o segurado recebe um SMS com um
link. Após acessá-lo, basta que ele envie fotos e documentos pela internet,
conforme as instruções automáticas. Se estiver tudo OK, a liberação pode
ocorrer até no mesmo dia.
Projeto Origens® / No final de 2020, a Zurich no Brasil e
a e Z Zurich Foundation (entidade do Zurich Insurance Group que se dedica a
investimentos em projetos comunitários) estabeleceram um apoio ao projeto
Origens Brasil®, rede de articulação multissetorial concebido pelo Imaflora
(Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) e pelo Instituto
Socioambiental (ISA), que viabiliza negócios sustentáveis na Floresta
Amazônica. Durante três anos, a Zurich ajudará o Origens Brasil® a criar condições
de mudar para melhor a forma como 3 mil produtores fazem negócios com mais de
30 empresas de maneira cada vez mais ética e transparente. Os produtos são
provenientes da sociobiodiversidade brasileira e devem ajudar indiretamente
cerca de 15 mil indígenas de populações tradicionais da Floresta Amazônica,
gerando uma receita de R$ 11 milhões.
Compromissos globais e locais com a sustentabilidade do
planeta
O Grupo Zurich tem um compromisso global e uma clara
missão em todos os aspectos da sustentabilidade. Hoje, a corporação ocupa o
topo do Índice Dow Jones de Sustentabilidade, resultado do seu esforço e do
papel ativo na transição para uma economia mais sustentável.
Edson Franco, CEO da companhia no Brasil, explica que a
Zurich tem três pilares estratégicos globais de sustentabilidade que norteiam
toda a companhia. O primeiro está relacionado ao propósito de liderar a
mitigação e prevenção dos riscos voltados às mudanças climáticas. O segundo diz
respeito à sustentabilidade no trabalho, com a promoção de um ambiente plural,
diverso e inclusivo. E o terceiro pilar estratégico está voltado à confiança
digital, com apoio à inovação, mas seguindo parâmetros de proteção e
gerenciamento de dados, enumera.
A seguradora é signatária dos Princípios para o
Investimento Responsável (PRI), uma iniciativa da Organização das Nações Unidas
(ONU) para nortear o mercado financeiro e de capitais na busca pelo
desenvolvimento sustentável, por meio da incorporação de aspectos sociais,
ambientais e de governança corporativa na tomada de decisão de investimentos,
assim como também ao Pacto Global, outra organização da ONU. Além disso, apoia
as bandeiras da Iniciativa Brasileira de Finanças Verdes (IBFV), bem como de
outros projetos semelhantes mundo afora.
União Europeia vai pressionar nações ricas a aumentarem
financiamento climático
Fonte: Forbes
A União Europeia pressionará os países desenvolvidos, na
reunião de cúpula COP26, a se comprometerem com um maior financiamento para
ajudar as nações mais pobres a reduzirem as emissões de carbono e se adaptarem
aos impactos da mudança climática, disse a Comissão Europeia.
A UE instará os países desenvolvidos a aumentarem seu
financiamento climático para cumprirem a meta de US$ 100 bilhões, disse a
Comissão em um comunicado, acrescentando que a UE e seus 27 países-membros já
contribuem com mais de US$ 25 bilhões por ano.
Os países ricos não conseguiram até agora cumprir
a promessa feita em 2009 de transferirem US$ 100 bilhões por ano para as
nações mais pobres até 2020.
Dados divulgados esta semana sugeriram que a promessa não
será cumprida até 2030, alimentando tensões que analistas temem que possam
azedar as conversações na cúpula climática da ONU COP26, que começa no domingo.
Corretor de seguros: um especialista em pessoas
Fonte: Revista Apólice / Autor: Leonardo Freitas
(Vice-presidente do Sindseg SP)
Outubro é o mês de reconhecimento ao Corretor de Seguros.
Um período para celebrar, homenagear e, principalmente, reforçar a importância
desse profissional para o mercado segurador. Especialmente porque vivemos em
novo mundo, completamente diferente do que era antes da pandemia e, com isso, a
atuação desse profissional ganhou um significado muito maior.
Os corretores sempre foram fundamentais para as relações
do mercado, prova disso é que sua existência consta desde de o início da
atividade seguradora no Brasil, isso há cerca de 200 anos atrás. Quando
mergulhamos na história, podemos entender que ele sempre teve uma missão
social: difundir a cultura do seguro. O agente de seguros, nome dado ao
corretor em seus primeiros registros, em meados de 1800, quando começaram as
primeiras transações comerciais no Brasil, para a captar novos clientes
precisou, mais do que nunca, disseminar informação, considerando um mercado
ainda incipiente e em expansão.
Olhando para o passado e relacionando com o futuro,
podemos perceber que sua atuação foi e sempre será imprescindível. Na mesma
velocidade em que o mercado de seguros se transforma, sua atuação vem se
moldando e modernizando, mas sem perder sua verdadeira essência: Proteger!
Atualmente, é nítido que o papel desse profissional se tornou ainda mais
estratégico para o setor, pois eles viraram os principais mediadores de um
processo muito profundo de transformação. E hoje desempenham a função de
consultores, o que já era uma realidade e se intensificou com a crise.
Ele é o elo entre as seguradoras e o cliente, responsável
por aproximar e defender os interesses das partes, por meio da sua expertise de
mercado, de produtos e serviços e, especialmente, pelo amplo conhecimento de
pessoas e suas necessidades de proteção. E é por conta deste papel que o
corretor pode ser considerado um especialista em pessoas.
Nesse aspecto, quando falamos das habilidades desse
especialista, é preciso ter em mente que o olhar humano é um aspecto que deve
se sobressair dentro de sua atividade. E, mesmo imersos nesse mundo mais
tecnológico e digital, as características para entender as necessidades do
consumidor vão muito além de maturidade digital, a sensibilidade é um
diferencial dentro da profissão.
Por isso, nas relações do mercado segurador, a figura
humana, do Corretor, é vital para manter um atendimento mais humanizado,
otimizando a experiência do cliente e, consequentemente, os resultados do
setor. O que pode ajudar a ilustrar esse fenômeno é um relatório anual de
tendências da experiência do cliente realizado pela empresa Zendesk. Se, por um
lado, 65% dos clientes preferem transações online e práticas, por outro lado,
entendem que valores são muito importantes. Por exemplo, empatia por parte dos
agentes de atendimento é essencial para 49% dos entrevistados.
Para além dos dados, olhar para o mercado também nos traz
alguns insights. A relevância da figura humana para gerar acolhimento e
identificação com consumidores no atendimento tem sido cada vez mais percebida
pelas marcas. Tanto é que, especialmente dentro do comercio eletrônico, quando
não há uma figura efetiva no atendimento, as empresas criam personas para
fortalecer essa relação com o cliente.
Com esse cenário posto, compartilho duas dicas práticas
para orientar o corretor nesse papel de cuidado e empatia com as pessoas.
Comunique-se bem / O primeiro passo para entender o
cliente e suas necessidades é uma comunicação efetiva, realizada na sua
integralidade. Um aspecto importante para um bom diálogo é exercitar a escuta
ativa, uma ferramenta de comunicação ideal para lidar com pessoas e seus
desafios. Como vamos compreender o cliente sem ouvi-los? Por isso, faça
perguntas e preste atenção nas respostas, só assim é possível encontrar
oportunidades para inserir o seguro na vida do novo consumidor. Comunicar-se
bem é uma habilidade importante para todas as etapas de venda e pós venda, o
corretor é o mediador do mercado e, por isso, suas mensagens com o interlocutor
precisam ser claras e efetivas.
Qualifique-se / Diante dessa nova realidade de
transformações intensas que o mercado tem passado, a segunda dica é a
capacitação constante, um passo fundamental para quem quer continuar atuando na
indústria do futuro. Nos últimos meses, ficou claro o quão necessário é a
habilidade de adaptação e qualificar-se constantemente é o método mais prático
para entender as mudanças no comportamento do consumidor ao longo do tempo,
ideal para um expert em pessoas.
Contudo, fica claro que não entregamos apenas produtos de
seguros, e sim soluções de proteção para as mais diversas necessidades. E para
que isso ocorra, compreender as pessoas é o ponto de partida para se ter
sucesso na profissão.
MPF questiona capacidade de banco para gerenciar seguro
Fonte: CQCS
A incógnita do destino do DPVAT chegou ao Ministério
Público Federal (MPF). Uma ação popular movida pela advogada Erika Cristina
Batista Morais está questionando a decisão da Susep em colocar a Caixa
Econômica Federal (CEF) para administrar os pagamentos do DPVAT. Agora, o MPF
quer que a CEF apresente documentos apontando quantos pedidos de pagamento
foram recebidos, quantas perícias foram feitas, quantos pedidos foram
analisados e ainda estão pendentes.
Desde que a CEF passou a ser responsável pelo pagamento
do DPVAT aumentaram as reclamações de pessoas que não conseguem receber o
benefício.
Para a Susep, o MPF quer saber se foi instaurado
procedimento de contratação ordinária, via licitação, para gestão dos recursos
do DPVAT após a contratação da CEF.
Em sua decisão, o MPF diz: Este órgão ministerial entende
que as provas e documentos até então juntados aos autos não se mostram
suficientes para comprovar a expertise da CEF a ponto de ensejar a
inexigibilidade de licitação e perpetuação do contrato de gestão e
operacionalização das indenizações referentes ao Seguro Obrigatório de Danos
Pessoais causados por Veículos Automotores de via Terrestre, ou por sua Carga,
a Pessoas Transportadas ou não, Seguro DPVAT.
O MPF deu o prazo de quinze dias para que a Susep e a CEF
apresentem documentos solicitados. O prazo começou a contar a partir do dia 18
de outubro.
Equatorial Energia faz acordo para comprar Echoenergia
Fonte: Reuters
A Equatorial Energia assinou nesta quinta-feira um acordo
para comprar a Echoenergia do fundo britânico de private equity Actis por 6,657
bilhões de reais, informou a companhia em fato relevante ao mercado.
A notícia foi antecipada pelo site de finanças Brazil
Journal e depois confirmada pela Reuters com fonte.
As ações ordinárias da Equatorial Energia aceleraram as
perdas diante da reportagem e caíram 3,9% ao final dos negócios, a 23,44 reais.
A Equatorial destacou que a operação faz parte da sua
estratégia de crescimento e permitirá a ampliação da sua capacidade operacional
por meio da geração de energia renovável.
A Echoenergia possui aproximadamente 1,2 GW de capacidade
eólica, sendo 1 GW já operacionais e 0,2 GW em estágio de construção avançado,
além de portfólio de projetos prontos para construir, os quais totalizam 1,1 GW
de capacidade (10% eólico e 90% solar).
Os ativos operacionais, em construção e em
desenvolvimento estão localizados na região Nordeste do país, abundante em
recursos eólicos e solares ressaltou a Equatorial.
A conclusão da operação está sujeita a determinadas condições
precedentes usuais a este tipo de transação, como à aprovação do órgão
antitruste Cade, anuência de credores e aprovação em assembleia de acionistas.
Mais cedo, uma fonte afirmou à Reuters que, incluindo as
dívidas que a Equatorial assumirá, o valor da empresa Echoenergia seria próximo
de 10 bilhões de reais.
Crise logística pode reverter queda de custos de
renováveis
Fonte: Bloomberg
Construir infraestrutura para a geração de energias
renováveis ficou mais barato este ano, mas gargalos nas cadeias de suprimentos
globais ameaçam aumentar os custos em 2022, revertendo uma tendência de uma
década, segundo a Lazard.
O custo não subsidiado da energia solar para
concessionárias caiu para apenas US$ 28 por megawatt-hora para módulos
fotovoltaicos de filme fino em 2021, US$ 1 mais barato em relação ao ano
anterior, enquanto o preço para a energia eólica offshore encolheu em US$ 3,
para US$ 83, de acordo com análise do custo anualizado de energia preparado
pela consultoria de Nova York a ser divulgada na quinta-feira.
Custos de produção mais baixos têm sido um grande
benefício, pois países e empresas buscam implementar energias renováveis na
corrida para cumprir metas climáticas. O armazenamento em baterias em conjunto
com a energia solar fotovoltaica começam a se tornar mais econômicos do que
construir uma usina movida a gás natural para manter redes de energia estáveis
e garantir reservas, disse George Bilicic, vice-presidente de banco de
investimento e chefe de eletricidade global, energia e infraestrutura da
Lazard.
O ritmo de declínio dos custos entre as categorias de
renováveis diminui com o amadurecimento da indústria. De fato, depois da queda
de 90% dos custos da energia solar para concessionárias desde 2009 e baixa de
72% para fontes eólicas, a redução é mais lenta. Agora, grandes gargalos nas
cadeias de suprimentos globais causados pela pandemia podem interromper a
tendência de queda.
Mostramos a redução contínua dos custos para energia
renovável, mas achamos que, quando fizermos o próximo estudo, teremos aumento
de custos devido aos desafios das cadeias de suprimentos e preços elevados no
geral, disse Bilicic.
A produção de renováveis será pressionada porque os
gargalos trazem maiores custos de mão de obra e matérias-primas, disse. Os
problemas logísticos também podem levar a atrasos em projetos de energias
renováveis, especialmente nos Estados Unidos, onde não há certeza sobre
incentivos fiscais e políticas públicas.
Este ano é diferente, porque temos problemas nas cadeias
de suprimentos além da incerteza das políticas públicas, disse Bilicic. A
transição energética precisa ter uma base fundacional para o investimento, que
nos Estados Unidos é impactado pelo ambiente de políticas públicas.
Além disso, incorporadoras de armazenamento também
competem cada vez mais com o crescente mercado de veículos elétricos por
baterias de íons de lítio, disse a Lazard.
Petrobras lucra R$ 31,1 bilhões e decide dobrar
remuneração aos acionistas
Fonte: Folha SP
Com petróleo e combustíveis em alta, a Petrobras
registrou lucro de R$ 31,1 bilhões no terceiro trimestre de 2021 e decidiu
dobrar o valor dos dividendos distribuídos aos seus acionistas, que chegarão a
R$ 63,4 bilhões no ano.
O anúncio ocorreu pouco depois de novas queixas do
presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à empresa pelos altos lucros em um
momento de escalada dos preços dos combustíveis. Para Bolsonaro, a Petrobras
deveria ter um viés social e lucrar menos.
Com o resultado do trimestre, o lucro acumulado pela
companhia em 2021 já soma R$ 75,1 bilhões. Após anunciar a distribuição de R$
31,6 bilhões ao fim do primeiro semestre, a direção da empresa propôs nesta
quinta-feira (28), pagar mais R$ 31,8 bilhões.
A distribuição considera as perspectivas de resultado e
geração de caixa da Petrobras para o ano de 2021, sendo compatível com a
sustentabilidade financeira da companhia, sem comprometer a trajetória de
redução de seu endividamento e sua liquidez, disse a companhia.
Segundo a empresa, o lucro do terceiro trimestre teve
forte influência de fatores não recorrentes, como revisões de valores contábeis
de ativos pela valorização do petróleo e recuperação de investimentos feitos no
campo de Búzios, no pré-sal.
O lucro recorrente, desconsiderando os fatores
extraordinários, seria de R$ 17,4 bilhões.
Atingimos nossa meta de endividamento muito antes do
planejado e estamos dividindo parte das riquezas geradas com a sociedade e
nossos acionistas através de impostos, dividendos, criação de empregos e
investimentos, disse o presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna.
Com a reabertura gradual da economia, a Petrobras teve no
trimestre as melhores vendas de óleo diesel desde 2015, com 867 mil barris por
dia. As vendas de gasolina, de 441 mil barris por dia, foram as melhores para
um trimestre desde 2017.
O preço médio da cesta de combustíveis da companhia subiu
5,2% em relação ao trimestre anterior, para R$ 421,97 por barril.
No ano, o preço da gasolina nas refinarias já acumula
alta de 74%. Já o diesel subiu 65%. A escalada vem ajudando a pressionar a
inflação, que atingiu na prévia de outubro o maior patamar desde 1995, com alta
de 1,20%.
A insatisfação com o elevado preço do diesel já motivou
protestos de transportadoras no Rio de Janeiro e em Minas Gerais e de
caminhoneiros no Pará. Entidades ligadas a caminhoneiros autônomos prometem
para esta segunda (1º) uma paralisação nacional.
Sofrendo impactos do aumento de preços em sua
popularidade, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem feito reiteradas
queixas à companhia, que diz ter vontade de privatizar. Nesta quarta (27), por
exemplo, Bolsonaro afirmou que a Petrobras só dá dor de cabeça e só presta
serviços a seus acionistas.
Os melhores preços e melhores vendas levaram a receita da
Petrobras para R$ 121,6 bilhões no terceiro trimestre, 72% acima do relatado no
mesmo período do ano anterior. O Ebitda, indicador que mede a capacidade de
geração de caixa, foi 81,7% maior, chegando a R$ 60,7 bilhões.
A dívida bruta da companhia caiu 6,4% do segundo para o
terceiro trimestre, para US$ 59,6 bilhões, já abaixo da meta estipulada pela
companhia para o fim de 2022.
No terceiro trimestre, a Petrobras produziu 2,83 milhões
de barris de petróleo e gás, alta de 1,2% em relação ao trimestre anterior.
NAV Brasil, primeira estatal criada por Bolsonaro, terá
até 1.698 servidores
Fonte: Poder360
A NAV Brasil, estatal criada em 2020 para suceder a
Infraero, terá até 1.698 servidores e R$ 25 milhões para iniciar operações.
A portaria que permite a contratação de pessoal foi
divulgada nesta 5ª feira (28.out.2021) em portaria do Ministério da Economia.
A empresa foi a 1ª estatal criada no governo Jair
Bolsonaro.
É resultado de uma cisão da Infraero, responsável pela
administração de aeroportos públicos, em processo de privatização.
A NAV Brasil está vinculada ao Ministério da Defesa, por
meio do Comando da Aeronáutica. Será responsável pelo controle do espaço aéreo
do país.
Endividamento dos brasileiros cresce mais que no resto da
América Latina
Fonte: Estadão
Apesar do crescimento da poupança durante a pandemia de
covid-19, a dívida das famílias brasileiras aumentou 11,2% em 2020, mais rápido
do que o visto em outros países da América Latina, à exceção da Argentina,
dominada pela inflação, destaca o Grupo Allianz, na 12.ª edição do Relatório de
Riqueza Global, obtida com exclusividade pelo Estadão/Broadcast.
Como resultado, as famílias aqui arcam com mais dívidas
do que o conjunto de Chile, Colômbia, México, Peru e Argentina, a razão dos
passivos domésticos brasileiros em relação a dos outros países passou de 117%
em 2019 para 126%. Isso quer dizer que o endividamento das famílias no Brasil é
mais da metade (55,8%) do total da região.
Segundo o grupo Allianz, as dívidas das famílias
latino-americanas avançaram 67 bilhões de euros em 2020, alcançando 960 bilhões
de euros, um aumento de 7,5% ante 2019. Depois do Brasil, o México é outro peso
pesado quando se trata de dívidas das famílias na região, com 165 bilhões de
euros. Juntos, os dois países representam 73% do passivo na América Latina.
No Brasil, a dívida das famílias em relação ao Produto
Interno Bruto (PIB) chegou a 46% no fim de 2020, maior do que em 2019 (41%).
Além disso, a média de crescimento na última década, de 10%, é muito maior do
que a nível global (4%).
Mas Arne Holzhausen, chefe de Seguros, Tendências e
Pesquisa ESG do Allianz SE, pondera que a razão não é alarmante. Está abaixo da
média dos mercados emergentes (49%) e dos níveis da China (61%), Malásia (93%)
e Tailândia (89%).
O aumento da dívida concomitante ao crescimento da
poupança em 2020 não é uma exclusividade do Brasil, mas um fenômeno mundial
durante a pandemia, segundo Holzhausen. Enquanto os depósitos bancários
disparavam, os passivos continuaram a crescer mais ou menos no ritmo de 2019
(11,9% no Brasil). Como muitas famílias não foram financeiramente impactadas
pela pandemia, elas continuaram a fazer empréstimos, seja para casas ou bens de
consumo duráveis como carros, diz, citando o boom global no setor habitacional.
O relatório ainda destaca que os empréstimos ficaram mais
atrativos no mundo diante das taxas de juros nas mínimas históricas. No mundo,
as dívidas das famílias cresceram 5,4% em 2020, para 46,3 trilhões de euros,
ritmo parecido com o de 2019 (5,5%). No relatório, o grupo Allianz destaca que
o crescimento da dívida em emergentes foi maior do que nos países
desenvolvidos, padrão que já se repete há alguns anos.
Avanço na riqueza global
Depois de alcançar a marca inédita de 200 trilhões de euros
em 2020, a riqueza global, medida pelo agregado de ativos financeiros, deve ter
novo salto este ano, conforme as previsões da Allianz Research, à exceção de
uma queda brusca das Bolsas nos últimos meses do ano.
Graças ao avanço da vacinação, à recuperação da economia
global e aos estímulos fiscais e monetários ainda em vigor no mundo, o grupo
prevê avanço de 7% do montante de depósitos bancários, apólices de seguros e
fundos de pensão, títulos de renda fixa, ações e fundos de investimento detido
pelas famílias de 57 países (mais de 90% do PIB global).
Segundo relatório do grupo, em 2020, somas inimagináveis
em incentivos permitiram que o agregado da riqueza das famílias resistisse à
maior crise econômica desde a Segunda Guerra Mundial e crescesse 9,7%, 11,6
ponto porcentual acima do PIB global. Assim, pela primeira vez, os ativos
financeiros globais alcançaram 300% do PIB mundial.
Junto com as quantias enormes de transferências sociais,
a economia forçada foi o principal vetor do crescimento dos ativos financeiros
em 2020, já que os cuidados necessários para evitar a disseminação do vírus
impediram que as famílias gastassem seus orçamentos conforme estavam
habituadas.
As novas poupanças avançaram 78%, para 5,2 trilhões de
euros em 2020, um recorde absoluto, sendo que ao menos metade em todos os
mercados considerados teve como destino os depósitos bancários.
Esses depósitos, que não requerem uma decisão ativa de
investimento, apenas são mantidos na conta, cresceram no ano passado a uma taxa
de dois dígitos (11,9%) pela primeira vez na história. Os Estados Unidos foram
o principal destaque, com aumento de 374% desse fluxo. Assim, o país passou a
responder por 51% de todos os novos depósitos no mundo, de 31% em 2019. No
Brasil, os ativos financeiros brutos detidos pelas famílias aumentaram 13,2% em
2020, com avanço de 28,4% dos depósitos bancários, o mais forte desde 2010.
Os números principais são muito impressionantes. Mas
devemos cavar um pouco mais fundo. A maioria das famílias não poupou realmente,
simplesmente depositou seu dinheiro, diz Ludovic Subran, economista-chefe do
grupo Allianz. Meu medo é que, se as famílias começarem a desperdiçar, o
dinheiro acabará no consumo de vingança e apenas alimentará a inflação.
Precisamos urgentemente de uma nova cultura de economia.
Arne Holzhausen ressalta que a recuperação da covid-19
está entrando em águas turbulentas, já que os gargalos na cadeia de
abastecimento e as crises de energia não serão resolvidos rapidamente.
Portanto, é muito provável que muitas famílias mantenham suas economias, em
particular se os preços mais altos dos bens e da energia reduzirem seu poder de
compra.
Desigualdade
Embora o grupo Allianz ressalte que o hiato de
prosperidade no mundo tenha se reduzido em 2020, com o crescimento maior dos
ativos financeiros líquidos (ativos financeiros menos os passivos) em países
emergentes (13,1%) ante o avanço nos desenvolvidos (10,4%), é evidente que os
EUA se destacam quando o assunto é riqueza.
No país, os ativos financeiros per capita cresceram
26,280 mil euros em 2020, quase o patrimônio da Grécia quando dividido pelo
tamanho da população. Poupadores de nenhum outro país foram capazes de
conseguir tamanho aumento da riqueza, destaca o relatório. O total per capita
dos EUA chegou a 260,580 mil euros, o que, porém, o deixa aquém dos mais ricos
do mundo: os suíços, com um patrimônio per capita quase 100 mil euros superior
ao dos americanos.
Ainda assim, a média per capita dos ativos financeiros
nos EUA é 7,2 vezes maior que a média global (35,970 mil euros). Esse
desempenho contrasta com o da Europa Ocidental, cujos ativos financeiros per
capita são de 99,270 mil euros per capita, 2,8 vezes a média global no ano
passado (contra 3,5 vezes em 2000).
Enquanto as famílias da América do Norte detém quase
metade de todos os ativos financeiros privados (45,8%), a Europa Ocidental tem
21%, a Ásia, sem o Japão, fica com 19,3% e a América Latina, com 1,8%.
Cicatrizes de longo prazo
O grupo Allianz também avalia que a distância entre os
países desenvolvidos e emergentes deve voltar a se alargar assim que acabar a
ajuda do Estado no contexto da pandemia de covid-19. O mesmo deve valer para a
desigualdade dentro dos países, especialmente considerando que as perdas
educacionais devem dificultar a mobilidade social.
A pandemia é um desafio muito maior para os países em
desenvolvimento. Muito provavelmente, a covid-19 continuará a travar o
desenvolvimento econômico nesses grupos de países por muito mais tempo do que
nos mercados avançados, comenta Patricia Pelayo Romero, coautora do relatório.
Mas ela destaca que o verdadeiro desafio vem depois, uma vez que esses países se encontrarão em um mundo pós-pandêmico, que tornará cada vez mais difícil para eles exercerem suas vantagens comparativas de maneira comprovada, dadas as mudanças duradouras nas tecnologias, nas políticas e nos estilos de vida. O fechamento gradual do hiato de prosperidade global, o desenvolvimento definidor das últimas décadas, não pode mais ser tomado como algo certo.
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