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Gestão de Riscos Cibernéticos

01, Nov. 2021

CYBER RISK

BNP Paribas Cardif lança seguro para proteção de bens e perdas financeiras por roubo de dados online para pessoas físicas

Composto de modernização de um seguro tradicional com inovação da proteção para perdas financeiras decorrentes de roubo de dados online, o novo produto já está sendo comercializado em dois parceiros varejistas, em venda digital e física

Fonte: Sonho Seguro

A BNP Paribas Cardif, braço de seguros do conglomerado grupo financeiro francês, traz ao mercado brasileiro um produto inédito: Proteção de Bens e Cyber. O potencial de crescimento de proteção de dados online é imenso, segundo os especialistas no segmento. O Brasil é um dos principais alvos de hackers e boa parte do prejuízo financeiro acaba comprometendo o orçamento já apertado da população das classes D, C e uma parcela da B, alvos do produto que a companhia lança neste mês.

No mundo, a seguradora já comercializa este tipo de apólice, experiência que ajudou a criar o produto no Brasil, onde a oferta de seguro cibernético é restrita a empresas, com vendas próximas a R$ 50 milhões de janeiro a julho deste ano, um crescimento aproximado de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Segundo informou a BNP Paribas Cardif, o produto já está sendo comercializado em dois parceiros do ramo varejo, com resultados positivos na venda digital e presencial. A expectativa é que a partir de 2022, ele seja lançado em outros vários canais de distribuição. Não apenas nas varejistas parceiras, como também em instituições financeiras e outras empresas com grande base de consumidores em pontos de vendas físicos.

O otimismo com o produto é que além da novidade de poder ser contratado individualmente, ele foi criado dentro da filosofia central do plano estratégico da companhia: a BNP Paribas Cardif quer que todos os seus produtos ofereçam benefícios ao longo da validade das apólices. Para isso, vem investindo em tecnologia e criando ecossistemas de serviços digitais que possibilitam a oferta de produtos mais completos, com preços mais acessíveis.

Por menos de R$ 10 por mês, o seguro cobre perdas financeiras causados pelo roubo de dados pessoais que foram vazados na internet. Alguém faz uma dívida financeira utilizando informações pessoais do cliente, como RG, CPF, endereço, sem seu conhecimento, com dados obtidos na internet sem sua autorização. Aí chega a conta para pagar de uma dívida indevida em seu nome. O cliente não paga porque não reconhece a compra. Até conseguir provar que o débito foi fruto do uso fraudulento de dados, o nome da pessoa pode parar na lista de devedores. Para evitar isso, a BNP Paribas Cardif indeniza o valor da perda e o cliente tem tempo para resolver a questão com as autoridades elegíveis. De acordo com a companhia, a proposta deste seguro é cobrir prejuízos decorrentes de roubo de dados fora das responsabilidades de bancos e instituições.

A apólice também cobre bens dentro do veículo e da residência, desde que estejam em posse do segurado, vítima de roubo ou furto qualificado. A seguradora revisitou o seguro bolsa protegida existente no mercado e traz uma cobertura que agrega valor ao dia a dia do cliente, Proteção de Bens. Uma das mudanças é inerente à realidade digital. Boa parte do seguro bolsa protegida atrelava a indenização mediante o roubo do cartão. Com a digitalização financeira, muitas pessoas deixaram de usar o cartão físico. Por isso, a proteção passa a considerar o pagamento dos danos sem atrelar ao roubo do cartão e também incluir objetos típicos de bolsas, como relógios, tablet e notebook, entre os itens seguráveis.

O posicionamento da seguradora com este produto é trazer conhecimento e tornar o seguro parte do dia a dia das pessoas e não apenas uma apólice acionada quando o risco se concretiza. Para isso, com o ecossistema de serviços digitais, o cliente pode usar o seguro no mesmo dia da compra, aproveitando o serviço adicional de monitoramento online de dados. Assim, em caso de vazamento ou uso indevido dos seus dados, ele recebe alertas sobre o evento e orientações de especialistas do que tem de ser feito, como troca de senhas, uso de duas etapas de confirmação de senhas entre outras dicas de segurança.

Com 21 anos no Brasil, a BNP Paribas Cardif conta com estoque de 29 milhões de certificados ativos e 1.2 milhão de novas apólices por mês. Outras novidades estão prontas para serem lançadas em 2022 com vistas a disseminar e incentivar a cultura de seguros, e aproveitar o potencial de crescimento dos seguros no País, visto como um dos maiores do mundo quando avaliados indicadores como consumo per capita e penetração do setor no Produto Interno Bruto (PIB), que estão muito aquém da média mundial.

As origens da internet: sistema de defesa da Guerra Fria completa 52 anos

Fonte: Revista IstoÉ

Você que conseguiu abrir esta matéria em questão de segundos em seu celular, que envia arquivos pela redes com apenas um clique para outro aparelho em qualquer lugar do mundo, talvez não saiba como tudo começou.

A resposta é a Arpanet, sistema de comunicação desenvolvido pelo Departamento de Defesa do Governo dos EUA, e que completou 52 anos de funcionamento no último dia 29 de outubro.

Seu início, porém, não foi muito promissor. De um lado estava o estudante da UCLA Charley Kline, que sentou em um computador e tentou enviar a mensagem login para outro computador, no Instituto de Pesquisa de Stanford, 560 km distante. Não deu certo e o sinal caiu depois do envio da segunda letra.

Originalmente construída para ser um canal seguro de transmissão de mensagens militares sem o risco de cair em mãos inimigas, ela foi a primeira a usar o protocolo NCP (Network Control Protocol) e o TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol), que você já deve ter ouvido falar.

A invenção foi se aprimorando por conta do cenário de guerra fria vivido naquele período. Qualquer descuido com a informação era pouca naquele momento de polarização com a URSS.

É aí que entra uma história pouco conhecida, ao menos aqui pelo lado do ocidente. A União Soviética também tinha um projeto de fazer um sistema próprio de integração a distribuição de informações, desenvolvido pelo Instituto de Cibernética de Kiev.

Em 1962, o cientista Victor Glushkov iniciou um projeto chamado Sistema Estatal de Gerenciamento Automatizado, que tinha como objetivo integrar as indústrias do país inteiro. O burocratizado estado soviético da época não se interessou pela evolução do projeto, que acabou esquecido.

Tendo ficado limitado ao meio militar, científico e acadêmico até meados da década de 1980, o acesso, porém, foi se espalhando para outros países do mundo, já com o nome de internet.

Em 1987, o acesso à rede de computadores foi liberado para uso comercial nos EUA. Com o nascimento de diversos provedores de internet pelo país, a missão da Arpanet já estava cumprida e ela foi desativada em 1990.

Em 1992, o Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN) inventou o World Wide Web, sistema de documentos até hoje usado para qualquer usuário poder colocar informações na internet.

Mercado de Seguros bate dois dígitos e cresce 18,2% em agosto

Boletim IRB+Mercado mostra que prêmios emitidos totalizaram R$ 12,6 bilhões

Fonte: Sindseg

A 12ª edição do Boletim IRB+Mercado, relatório mensal da plataforma IRB+Inteligência, mostra que a alta do faturamento do setor de seguros voltou a bater dois dígitos em agosto: 18,2% em relação ao mesmo mês de 2020, totalizando R$ 12,6 bilhões em prêmios emitidos. Houve crescimento nos seis segmentos analisados, com destaque para Rural, que obteve variação positiva de 59,9%, considerando agosto do ano passado. No acumulado de 2021, o faturamento alcançou R$ 91,93 bilhões, alta de 15,8% em relação ao totalizado nos oito primeiros meses de 2020.

O índice de sinistralidade, por sua vez, chegou a 53,3% em agosto, aumento de 8,5 pontos percentuais (p.p.) na comparação com o mesmo mês de 2020. E 50,9% no acumulado do ano: 7,8 p.p. a mais em relação ao índice verificado no mesmo período do ano passado. A taxa no segmento de Vida alcançou 50,3% no acumulado dos oito primeiros meses do ano e foi a maior da série histórica, desde 2014, para esse período. O lucro líquido das seguradoras fechou em R$ 611 milhões no mês, ultrapassando a marca de R$ 5 bilhões no acumulado do ano. O número, no ano, é 60,4% menor que o registrado nos oito primeiros meses de 2020.

Considerando cada segmento, em agosto, Rural arrecadou R$ 1,2 bilhão. Automóvel somou R$ 3,4 bilhões (+11,9%). Já Vida faturou R$ 4,6 bilhões (+15,9%). O segmento Corporativo de Danos e Responsabilidades totalizou R$ 1,9 bilhão (+15,7%); Individuais contra Danos, R$ 1,1 bilhão (+15,8%); e Crédito e Garantia, R$ 398 milhões (+28,2%).

O Boletim IRB+Mercado resume as operações de seguros a partir dos dados públicos disponibilizados pela Susep em 11/10, considerando os seguros de danos, responsabilidades e pessoas. A edição também lista os cinco maiores grupos seguradores por linha de negócios. A análise está disponível, na íntegra, no site do IRB Brasil RE. No mesmo endereço, o Dashboard IRB+Mercado Segurador permite consulta dinâmica e gratuita às informações de todo o setor.

C6 Bank abre 40 vagas para programa de estágio

Fonte: CQCS

Compliance, veículos, marketing, operações e crédito são algumas das áreas com oportunidades de estágio. Inscrições vão até 19/11, com processo de seleção remoto

O C6 Bank abre hoje, 29/10, as inscrições para o Programa de Estágios 2022. No total, são 40 vagas em diversas áreas, como riscos, ouvidoria, compliance, jurídico, gente & gestão, departamento pessoal, finanças, tesouraria, marketing, CRM, operações, crédito, comercial, veículos e produtos PF e PJ. As oportunidades são para alunos de diversos cursos, com formação prevista para dezembro de 2022 e dezembro de 2023. As inscrições vão até 19 de novembro.

O C6 é um banco jovem, que conseguiu, em tão pouco tempo, se tornar um empregador forte e capaz de atrair grandes talentos. Com uma cultura construída do zero, crescemos e estamos nos desenvolvendo junto com nossos colaboradores. Acreditamos que o estágio é um momento importante para identificar novos profissionais e contribuir com sua formação, qualificação e desenvolvimento de carreira, afirma Rafael Brazão, head da área de gente & gestão do C6 Bank.

O processo de seleção é feito de maneira remota e envolverá as etapas de inscrição, teste online, dinâmica online e entrevista com gestores. Entre os pré-requisitos gerais do programa estão formação em curso superior entre dezembro/2022 e dezembro/2023. O estágio, que tem início em janeiro de 2022, oferece um pacote de benefícios com vale-transporte, vale-refeição, seguro de vida, assistência médica e odontológica.

Ao longo do programa, os estagiários participarão de encontros divididos por temas, focados em hard e soft skills e mercado financeiro. Além disso, terão bate-papos com lideranças do banco, com dicas sobre estratégia de carreira. Para encerrar o processo, os estagiários desenvolverão um trabalho de conclusão a partir de um dos temas abordados nas capacitações, que será definido ao longo do percurso.

Com sede em São Paulo e pouco mais de dois anos de operação, o C6 Bank tem licença para funcionar como banco múltiplo, o que significa que pode oferecer um portfólio completo de serviços para pessoas físicas e jurídicas. A instituição financeira tem mais de 11 milhões de clientes. O banco conta com mais de 1.700 colaboradores e já foi reconhecido em diversas premiações por causa do ambiente colaborativo de trabalho que promove o incentivo à inovação.

Neste ano, o C6 Bank ficou com o primeiro lugar na quarta edição do LinkedIn Top Startups, ranking global criado pela equipe editorial do LinkedIn Notícias com base no comportamento dos usuários da rede, como uma das empresas em que os brasileiros mais querem trabalhar. Também em 2021, o C6 foi eleito o melhor banco digital pelo prêmio Canaltech.

Como se inscrever? Pelo site: https://99jobs.com/c6-bank/jobs/183638-programa-de-estagio-c6-bank-2022

Seguro e poupança serão estimulados por programas de renda, sugere Banco Mundial

Fonte: Poder360

O Banco Mundial fez um amplo estudo sobre as possibilidades de aperfeiçoamento dos programas de distribuição de renda do governo brasileiro. Propõe a adoção de sistemas de poupança, crédito e seguro complementares às transferências do Bolsa Família, agora transformado em Auxílio Brasil, e do benefício para idosos (BCP).

Por meio desses mecanismos, segundo os autores do trabalho, será possível dar maior proteção às pessoas vulneráveis. Não apenas para induzir a melhoria de vida delas, como também para prepará-las em momentos de risco de desemprego e de catástrofes (como a pandemia de covid29).

É uma agenda de resiliência para os trabalhadores baixa renda autônomos e informais, disse o economista Tiago Falcão, consultor do Banco Mundial e um dos autores do trabalho. Ele foi secretário do Bolsa Família de 2016 a 2020.

O estudo Aumentando a Resilência dos Trabalhadores de Baixa Renda no Brasil está disponível desde 6ª feira (29.out.2021). Foi discutido em evento virtual na última 5ª feira (28.out), com a participação do ministro João Roma (Cidadania).

O critério de entrada no Auxílio Brasil, como funcionou no Bolsa Família, é que as pessoas de um núcleo familiar tenham renda individual inferior a R$ 178. Mesmo que a renda suba, até o limite de R$ 550 mensais por pessoa, elas continuam a receber o benefício por até 2 anos. A ideia é não deixar ninguém automaticamente desamparado quando há melhoria nos ganhos da família.

Mas nem sempre a garantia de complementação de renda do governo é suficiente para cobrir despesas com situações inesperadas de quem não tem contrato formal de trabalho. A poupança permitiria a essas pessoas lidar melhor com a incerteza. O acesso a crédito especial para pessoas de baixa renda pode lhes garantir uma atividade autônoma geradora de, pelo menos, um ganho mínimo mensal.

A renda dessas pessoas tem grande volatilidade, afirmou Matteo Morgandi, economista sênior do Banco Mundial e especialista em proteção social e emprego, também autor do estudo.

O documento apresenta exemplos de programas adotados por outros países, como o Paquistão, a Colômbia e o Quênia. Mas não indica qual poderia ser escolhido pelo governo brasileiro. A política terá que ser desenhada, disse Morgandi.

Entre as opções está a abertura de contas separadas para a transferência de renda e para a poupança, para inibir o uso das economias para custear despesas cotidianas. Há países com sistema de contrapartida: o beneficiário aplica em sua poupança, e o governo deposita igual valor nessa conta. Outras Nações oferecem prêmios para quem mantiver o dinheiro guardado por mais tempo.

As contas bancárias abertas para as pessoas receberem o Auxílio Emergencial são uma janela de oportunidade para fazer algo desse tipo, afirmou Falcão.

Além de servir como uma reserva para momentos difíceis, o dinheiro poupado poderá facilitar o acesso das pessoas de baixa renda ao crédito. Entre os beneficiários do Bolsa Família, 10,8% têm cartão de crédito. Mas estão expostos às taxas de juros altíssimas dessa modalidade, muitas vezes, para fechar as contas domésticas.

O estudo aponta experiências bem-sucedidas de oferta de crédito em condições especiais atrelada à capacitação profissional.

Morgandi disse que, para proporcionar a poupança e o crédito, será preciso que o governo também intensifique ações de educação financeira. O conhecimento disso é muito baixo na população em geral e, especialmente, no segmento de baixa renda, afirmou.

A oferta de seguros para esse público é complexo. Os riscos elevam muito os custos. Mas há modalidades que podem ser adotadas. Um tipo de seguro viável e de alto benefício, citou Morgandi, seria o que banca funerais.

Trata-se de despesa que pega toda família desprevenida e, no caso dos mais pobres, causando grande transtorno econômico. Com modelo equivalente, é possível criar seguro para cobrir períodos de desemprego.

CRISE CLIMÁTICA

Desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas em pauta na C0P-26

Ainda não se obteve metas e prazos mais efetivos de cada país para evitar o aquecimento do planeta.

Fonte: Monitor Mercantil / Autora: Ana Rita Albuquerque / Doutora em direito civil pela UERJ.

A consciência do papel relevante do meio ambiente como suporte da vida e da limitação de sua capacidade de resistir às agressões do homem não acompanhou o ritmo do crescimento econômico e tecnológico, muito embora as vozes de H.D Thoreau, em 1860, e de Stuart Mill, em 1865, já se levantassem e inspirassem importantes autores acerca da importância da natureza em sua relação com o ser humano.

Embora não se tenha descartado que o crescimento da atividade econômica dependesse do uso de recursos naturais, a partir dos anos de 1970, houve uma conscientização de que esse crescimento deveria se dar de forma sustentável, adotando-se medidas concretas que preservassem os recursos naturais mediante seu uso adequado.

Para concretizar tal postura, houve um aumento do uso dos instrumentos de incentivo de combate à poluição recomendado na Conferência de Estocolmo em 1972. Esse relatório enfatizou a noção de desenvolvimento sustentável e a mudança da concepção de crescimento, com a construção de economias mais saudáveis.

O princípio do desenvolvimento sustentável projeta-se no cenário internacional através das Declarações de Estocolmo de 1972 e da Declaração do Rio de Janeiro de 1992 (Eco-92). Esta última cristalizou os princípios e normas de proteção ambiental, além de destacar novos temas acerca da conservação ambiental, como diversidade biológica, mudança do clima, camada de ozônio, poluição marinha, dentre outros. O princípio 4º da Declaração do Rio de Janeiro, estabelece que, para alcançar o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental deve constituir parte integrante do processo de desenvolvimento, e não pode ser considerada isoladamente deste.

Nesse período, fixou-se a atenção em medidas de controle, com a exigência de licenças para as emissões poluentes. Atualmente, a política ambiental traz como valores de referência a prevenção, a precaução, a cautela, a integração, a participação e a cooperação, a fim de que o Estado possa corrigir suas próprias falhas e as do mercado, numa ordem que privilegie a eficiência e a equidade (pagamento por serviços ambientais, impostos ecológicos, mercado de carbono etc).

Todavia, embora os governos estejam adequando a proteção do meio ambiente às necessidades do desenvolvimento, especialmente por meio de farta legislação, ainda não se obteve metas e prazos mais efetivos de cada país para evitar o aquecimento do planeta. Apesar de alguns países já terem se comprometido em zerar suas emissões até 2050, muitos ainda tem matriz energética baseada em fontes fósseis que precisam ser substituídas por fontes renováveis, como solar e eólica. Nesse cenário, mantidos os níveis atuais de emissão de gases-estufa no ambiente, agravado pelo desflorestamento crescente e aquecimento das águas dos oceanos, que são os maiores receptores de carbono, anuncia-se uma crise climática que irá aumentar demasiadamente a temperatura do planeta, com prejuízo inexorável à qualidade de vida das futuras gerações e, determinar, até mesmo, a extinção da vida humana na terra.

A 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26) que começa a partir de domingo, em Glasgow, reúne a atenção e a expectativa de todos nós sobre os líderes mundiais ali reunidos a fim de que se concretizem em compromissos e ações sérias as metas já debatidas para diminuir o crescente aquecimento global, conforme consignado no Acordo de Paris de 2015.

Sobre a transição da matriz energética global

Créditos de carbono, gás natural, cobre, alumínio e ações de Weg, Raízen, Cosan, Alcoa, Rio Tinto, Suzano e Eneva são algumas das apostas

Ao explicar os fatores que balizam parte das decisões que toma na gestão de fundos sob sua responsabilidade, André Szasz, sócio-fundador da Grimper Capital, começa a conversa pelo solar minimun, o ponto de menor atividade do Sol, a cada ciclo de 11 anos. Depois, segue para os jet streams, como são chamadas correntes de ar localizadas nos polos Norte e Sul, atuando sobre o clima da Terra. Aborda ainda El Niño, La Niña e outros fenômenos meteorológicos.

O pessoal achava esquisito um gestor de ações falando de clima, diz o executivo. Mas, na verdade, Szasz estava falando de investimentos. Desde o início deste ano, a mudança climática e a transição da matriz energética global se tornaram teses importantes para definir uma parcela da alocação dos fundos da Grimper.

Créditos de carbono, gás natural, commodities metálicas como cobre e alumínio e ações de empresas como Weg, Raízen, Cosan, Alcoa, Rio Tinto, Suzano e Eneva, entre outras, são algumas das apostas decorrentes dessas teses que os dois fundos da casa carregam.

No multimercado, batizado Grimper Blanc, cerca de 20% a 25% do limite de risco é ocupado pelos investimentos em commodities. No fundo de ações, o Grimper Meru Long Bias, os papéis das empresas mencionadas correspondem a até 40% da carteira.

Não que seja uma opção simples. Commodities costumam apresentar movimentos bruscos nos mercados. E a volatilidade das últimas semanas na Bolsa brasileira também atingiu os fundos. O Grimper Blanc acumula retorno de cerca de 3,36% desde que foi lançado, em fevereiro deste ano, enquanto o Meru, que data de março, está no zero a zero.

As primeiras materializações da tese relacionada à transição da matriz energética global se deram com investimentos em créditos de carbono. Sylvio [Castro, CIO da Grimper] identificou que os países, principalmente na Europa, estavam muito inclinados a esse tema, conta Szasz.

No fim de 2020, os governos dos países da União Europeia estabeleceram um plano para reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 55% até 2030, considerando como referência os níveis verificados em 1990. A ideia é zerar as emissões até 2050.

Para atingir as metas de redução definidas por órgãos reguladores, as empresas têm dois caminhos, explica Szasz: ou adaptam o processo produtivo, quando é possível, ou compram créditos de carbono para compensar as emissões. É o que tem impulsionado o segmento.

O mercado percebeu a pressão na Europa, com Alemanha, França, Reino Unido e outros países dificultando as regras, reduzindo os limites de emissão, estabelecendo maior tributação, explica o gestor. Os preços dos créditos de carbono começaram a subir naturalmente.

A Grimper comprou posições em créditos de carbono, primeiro por meio de ETFs (fundos de índices listados em bolsas de valores), depois no mercado futuro, por volta de abril. De lá para cá, as cotações subiram cerca de 40%. É a primeira fonte de retornos que extraímos de uma leitura longa sobre as mudanças climáticas que estamos vivendo, e das quais não devemos nos livrar no curto prazo, diz Sazsz.

Fora isso, também aposta em ações de empresas brasileiras com potencial para se tornarem geradoras de créditos de carbono, como é o caso da Raízen, que atua na produção de açúcar e etanol. A cana é eficiente em absorver carbono da atmosfera e o etanol é menos poluidor do que os combustíveis fósseis, explica. Raciocínio semelhante se aplica à Suzano, maior produtora global de celulose de eucalipto, que, a partir de suas florestas, prevê capturar 40 milhões de toneladas de carbono da atmosfera até 2025.

Commodities metálicas

A Grimper também tem investido em commodities, devido às oportunidades geradas justamente pela mudança climática, mais precisamente, em função da agenda da substituição de fontes de energia não renováveis. A gestora mapeou uma série de matérias-primas cuja demanda está em ascensão, como cobre, alumínio, lítio e vanádio.

Dentre elas, já tem apostado em cobre e alumínio, seja pela maior convicção no seu desempenho, seja pela facilidade de encontrar veículos viáveis para investimento (no caso, contratos futuros). Um carro elétrico demanda seis vezes mais cobre do que um carro tradicional, explica Szasz. O metal possui elevada capacidade de condução de eletricidade e é resistente à corrosão. Por isso, é visto por muitos como matéria-prima estratégica para o processo de descarbonização da economia.

Com a desestabilização das cadeias de fornecimento causada pela pandemia de coronavírus e as dificuldades logística para movimentar as matérias-primas pelo mundo, entre outros fatores, os preços têm subido. Nos últimos dois anos, o contrato futuro de cobre negociado na Comex com vencimento em dezembro de 2021 avançou 66%. Considerando como referência o ponto mais baixo das cotações desde o início da pandemia, em março, a alta supera 100%.

Muito da aposta da Grimper no alumínio se dá pela via do investimento nas empresas produtoras. No Brasil, é o caso da Companhia Brasileira de Alumínio, que estreou na B3 em um IPO realizado em julho. A empresa é a única companhia integrada de alumínio do Brasil, sua atuação começa na mineração de bauxita e segue até a produção de produtos primários e transformados de alumínio. Apesar da volatilidade recente do mercado, as ações da empresa registram alta acumulada de cerca de 13% desde sua chegada ao pregão.

Nos mercados internacionais, os fundos investem em empresas como Alcoa (uma das maiores produtoras de alumínio do mundo, listada na Bolsa de Nova York) e Rio Tinto (segunda maior mineradora, de origem anglo-australiana, listada na Bolsa de Londres). Embora seja produtora de minério de ferro, sua principal operação fica na Austrália e 25% do Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] vem do alumínio. É uma composição melhor que a da Vale, por exemplo, diz Szasz.

Além de ser demandado nos equipamentos que farão parte da transição energética, o alumínio também sentiu nos preços os efeitos do fator China. A combinação entre os planos de descarbonização da economia chinesa (ainda muito baseada em combustíveis como o carvão) definidos pelo governo com o aumento da demanda nas linhas de produção com a retomada pós-pandemia conduziram a uma crise no fornecimento de energia, e indústrias intensivas em energia, como a do alumínio, passaram a ter limites de produção. Nos últimos dois anos, os preços do contrato futuro de alumínio negociado na Comex com vencimento em janeiro de 2022 subiram cerca de 50%.

Outra empresa na mira dos fundos da Grimper é a Weg, fabricantes de motores elétricos e outros equipamentos que, acredita o gestor, será muito demandada em um cenário de transição da matriz energética. A empresa tem olhado bastante para o segmento de energia eólica e entrado também na solar, explica.

Gás natural

Das fontes não renováveis de energia, o gás natural é considerada uma das menos poluentes. Na nossa visão, há novamente a possibilidade de um inverno rigoroso no Hemisfério Norte. Estados Unidos e Europa são grandes consumidores [para fins de aquecimento], e não se trata de uma commodity fácil de transportar, diz Szasz. Por isso, contratos futuros de gás natural também compõem o portfólio da Grimper.

Os fundos também têm exposição a ações da Eneva, antiga MPX, que atua na geração, exploração e produção de gás natural e comercialização de energia elétrica. A Eneva tem desde a exploração até a venda para consumidores do atacado. Com o novo marco do gás, vai poder ser fornecedora para cidades também, explica o gestor, destacando que a remuneração da empresa toma como base o preço do gás transacionado nos Estados Unidos.

Fonte: InfoMoney 

G20 fecha acordo climático com poucos compromissos concretos

Fonte: dw.com

Declaração divulgada por líderes reunidos em Roma reafirma intenção de limitar aquecimento global a 1,5°C, mas não especifica prazos para neutralidade de carbono e abandono de carvão pelas 20 maiores economias do mundo.

Os líderes do G20 reunidos em Roma afirmaram numa declaração conjunta neste domingo (31/10) que concordaram em estabelecer uma ação significativa e efetiva para limitar o aquecimento global a 1,5°C. No entanto, o documento exibe poucos compromissos concretos.

O documento, por exemplo, não define uma data precisa para a neutralidade de carbono. Os países do G20 são responsáveis por 80% das emissões que contribuem para as mudanças climáticas. A declaração foi divulgada pouco antes do início da COP26, a conferência da ONU sobre o clima em Glasgow.

Reconhecemos que os impactos das mudanças climáticas a 1,5°C são muito menores do que a 2°C. Manter 1,5°C ao alcance exigirá ações significativas e eficazes e compromisso de todos os países, afirma o documento.

Em vez de citar uma data específica para a neutralidade do carbono, o documento menciona que esse compromisso deve ser atingido até ou por volta da metade do século. Alguns países, como a Itália, pediam para mencionar 2050 como uma possível data, mas a ideia sofreu críticas por parte da China e da Índia, que estimam atingir o objetivo até 2060.

A declaração também incluiu uma promessa de suspender o financiamento internacional para a geração de energia a carvão até o final deste ano. Por outro lado, não indicou uma data para a eliminação desse tipo fonte de geração energia pelos países do bloco.

Críticas

Se o G20 era um ensaio geral para a COP26, os líderes mundiais se equivocaram, declarou a diretora-geral do Greenpeace, Jennifer Morgan. Segundo ela, os líderes reunidos não estiveram à altura do desafio. Não passam de medidas obscuras em vez de ações concretas, disse Friederike Röder, da ONG Global Citizen.

As mudanças climáticas estavam no topo da agenda dos líderes do G20, que realizaram sua primeira reunião de cúpula presencial desde 2019. Do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, ao papa Francisco, foram vários os apelos por medidas mais ambiciosas.

Estamos diante de uma escolha simples: podemos agir agora ou lamentar mais tarde, disse o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, para quem as medidas tomadas desde o Acordo de Paris foram insuficientes.

A mudança climática não pode ser negada. E a ação climática não pode ser adiada. Trabalhando com nossos parceiros, devemos enfrentar esta crise global com urgência e ambição, tuitou o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.

O G20, cujos membros acumulam 80% da riqueza mundial e 60% da população mundial, também reafirmou um compromisso de organizar investimentos de US$ 100 bilhões para que os países em desenvolvimento possam implementar políticas que lhes permitam respeitar os compromissos ambientais.

COP26

Agora, as as atenções se voltarão à Conferência do Clima da ONU (COP26), cujo presidente, o ministro britânico Alok Sharma, chamou de última e melhor oportunidade para cumprir o objetivo de + 1,5ºC.

Chegou a hora de fazer o máximo em Roma para que os membros do G20 contribuam de forma útil em Glasgow, disse o presidente francês, Emmanuel Macron, ao jornal Le Journal du Dimanche, esclarecendo que, antes de uma COP, nada está decidido antecipadamente.

A COP, organizada pela ONU, é o encontro anual para debater e definir os compromissos no combate às mudanças climáticas. E o encontro de Glasgow, que vai até 12 de novembro, é ainda mais importante já que não houve reunião em 2020 por causa da pandemia.

Nesta semana, a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que os novos compromissos da comunidade internacional são insuficientes para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, que podem causar neste século uma elevação da temperatura do planeta em 2,7 ºC em relação à era pré-industrial, quase o dobro da meta de 1,5 ºC.

Caminhoneiros iniciam greve; Justiça proibiu bloqueio de rodovias

Fonte: Poder360

Pressionados pelos preços do diesel, caminhoneiros prometem entrar em greve em todo o país a partir desta 2ª feira (1º.nov.2021). O governo, no entanto, conseguiu liminares para proibir o bloqueio de rodovias federais em 20 Estados.

A greve dos caminhoneiros foi convocada em 16 de novembro, quando líderes da categoria deram um prazo de 15 dias para o governo de Jair Bolsonaro se manifestar sobre a pauta da categoria. Os caminhoneiros têm 3 reivindicações principais:

• revisão da política de preços da Petrobras;

• constitucionalidade do piso mínimo do frete;

• retorno da aposentadoria especial.

De acordo com líderes caminhoneiros, a adesão à greve cresce a cada minuto por causa dos preços do diesel e da falta de diálogo com o governo. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, disse a empresários que o risco de uma greve parecida à de 2018 é zero, nenhuma e depois desmarcou uma reunião com a categoria.

Apesar de minimizar o risco de uma greve, a União foi à Justiça Federal pedir que os caminhoneiros sejam proibidos de bloquear as rodovias federais durante a greve e solicitar autorização para coibir as manifestações. O pedido já foi atendido em 20 Estados, por meio de 29 liminares.

As decisões judiciais valem para rodovias dos seguintes Estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Paraná, Pará, Bahia, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba, Maranhão, Tocantins, Goiás, Amazonas, Piauí e Rondônia.

Em alguns Estados, a Justiça Federal também determinou a aplicação de multas aos caminhoneiros que descumprirem a ordem judicial. No Paraná, a penalidade chega a R$ 100 milhões para as pessoas jurídicas que provocarem obstruções ou dificultarem a passagem nas rodovias federais do Estado.

Em nota, o Ministério da Infraestrutura disse que as decisões judiciais contemplam os principais acessos e rodovias estratégicas do país, tendo como objetivo central a garantia do pleno funcionamento logístico. A área também informou que as forças de segurança estão a postos para manter a ordem e a fluidez em todo o país.

A greve desta 2ª feira (1º.nov) é organizada por 3 entidades principais, que também participaram da greve de 2018: Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores), CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística) e CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas).

O diretor da CNTTL, Carlos Alberto Litti Dahmer, disse que a greve está mantida mesmo com as decisões judiciais em favor da União. Presidente do CNTRC, Plínio Dias, afirmou que os caminhoneiros foram orientados a parar em postos de combustíveis e estacionamentos a partir da meia-noite. Eles falam, no entanto, que não é possível descartar o bloqueio de rodovias.

O presidente da Abrava, Wallace Landim, conhecido como Chorão, disse que a greve é para que o governo tenha sensibilidade e mude a política de preços da Petrobras. A estatal segue os preços internacionais do petróleo e já reajustou o preço do diesel 12 vezes em 2021, sendo 9 aumentos e 3 reduções.

Vamos parar porque a situação está insuportável. A sensação é de que, se nada for feito para modificar a realidade atual, os transportadores autônomos vão acabar, afirmou Litti. Os caminhoneiros não têm mais condições de trabalhar, disse Dias.

Os líderes caminhoneiros dizem que a categoria apoiou o presidente Jair Bolsonaro na eleição de 2018, mas agora se sente traída pelo governo. Criticam a política de preços da Petrobras, a falta de diálogo com o Executivo e as ações judiciais impetradas pela União nesta semana.

Segundo eles, o governo não recorreu à Justiça em 7 de setembro, quando caminhoneiros favoráveis ao governo bloquearam rodovias em todo o país. É uma covardia o governo fazer isso com a categoria, que apoiou eles. Isso vai ser lembrado na próxima eleição, afirmou Dias.

As primeiras imagens atribuídas à paralisação começaram a circular pelas redes sociais na madrugada desta 2ª feira (1º.nov). No vídeo abaixo é possível ouvir manifestantes reclamando da repressão policial no Porto de Santos, no litoral paulista. Os caminhoneiros que estão no local contam que a polícia tentou dispersar a manifestação com bombas de gás lacrimogênio, além de ameaçarem usar balas de borracha.

Categoria dividida

Esta não é a 1ª vez que os caminhoneiros tentam fazer uma greve nacional em 2021. As últimas manifestações não tiveram apoio de toda a categoria e, desta vez, não é diferente.

A CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos) disse na 6ª feira (29.out.2021) que não há adesão para qualquer movimento de paralisação ou greve entre os seus filiados. Também não participarão da greve as seguintes entidades:

• Fetranspar (Federação das Empresas de Transporte do Paraná);

• CNT (Confederação Nacional do Transporte);

• Sindtanque-MG (Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais).

Uma paralisação neste momento impactaria negativamente ainda mais a vida do caminhoneiro autônomo, além de trazer reflexos nefastos para a sociedade e para a economia do país, afirmou a CNTA.

Já a CNT disse a Tarcísio Freitas que as transportadoras não vão parar se houver segurança nas estradas. O ministro disse que o governo garantirá a segurança das vias, por isso a CNT descartou o risco de desabastecimento durante a greve dos caminhoneiros.

Convertida em lei Medida Provisória que criou o DT-e (Documento Eletrônico de Transporte)

A Presidência da República publicou, em 28/09/2021, a Lei nº 14.206/2021, que institui o Documento Eletrônico de Transporte (DT-e). O referido diploma legal é resultado da conversão em lei da Medida Provisória nº 1.051, de 18/05/2021, que já havia instituído o DT-e.

Nos termos da Lei, DT-e é obrigatório e tem aplicação nos modais rodoviário, ferroviário, aquaviário, aéreo ou dutoviário.

As hipóteses de dispensa serão dispostas no regulamento infralegal a ser elaborado, o qual deverá considerar os seguintes critérios: (i) características, tipo, peso ou volume total de carga; (ii) origem e destino do transporte dentro dos limites do mesmo Município; (iii) distância da viagem, quando origem e destino do transporte se localizarem em Municípios distintos e contíguos; (iv) transporte para coleta de produtos agropecuários perecíveis diretamente no produtor rural; e (v) coleta de mercadorias a serem consolidadas e entrega de mercadorias após desconsolidação.

O embarcador ou equivalente fica obrigado a providenciar a geração, a solicitação de emissão, o cancelamento e o encerramento do DT-e emitido e tarifado por operação de transporte de carga. Na hipótese de operação de transporte multimodal de cargas realizada por operador de transporte multimodal, ou sob sua responsabilidade, deverá ser emitido apenas um DT-e.

A fiscalização do cumprimento da obrigatoriedade do uso do DT-e na operação de transporte ficará a cargo da agência reguladora competente.

Os principais objetivos do DT-e são unificar, reduzir e simplificar dados e informações sobre cadastros, registros, licenças, certidões, autorizações e seus termos, permissões e demais documentos similares de certificação, anuência ou liberação decorrentes de obrigações administrativas exigidas por órgãos e por entidades intervenientes nos âmbitos federal, estadual, distrital e municipal, para a realização e a contratação da operação de transporte.

O DT-e contemplará dados e informações cadastrais, contratuais, logísticas, registrais, sanitárias, de segurança, ambientais, comerciais e de pagamento, inclusive valor do frete e dos seguros contratados, bem como informações decorrentes de outras obrigações administrativas relacionadas às operações de transporte, assegurados a segurança dos dados e o sigilo fiscal, bancário e comercial das informações contempladas.

A título de ilustração se destaca que o DT-e unificará mais de noventa documentos que são, direta ou indiretamente, associados às operações de transportes no País, conforme o tipo de carga transportada e o órgão anuente.

Para atingir seus objetivos, a União poderá celebrar convênios com os Estados, os Municípios ou o Distrito Federal para incorporar ao DT-e as obrigações e os documentos vigentes decorrentes de leis e de atos normativos estaduais, municipais ou distritais incidentes sobre as operações de transporte. Nesse sentido se destaca que os convênios permitirão a descontinuidade gradativa dos documentos físicos a serem incorporados ao DT-e que são de competência dos respectivos entes convenentes.

O serviço de emissão do DT-e poderá ser explorado diretamente pelo Ministério da Infraestrutura ou por meio de concessão ou de permissão, havendo ainda previsão de delegação da emissão para entidades da administração pública federal indireta.

É importante ressaltar que o DT-e é um documento administrativo, sem natureza tributária. Por essa razão, continuarão a ser exigidos, conforme o caso, a emissão de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), o Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) e o Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônicos (MDF-e).

O DT-e será implementado no território nacional, na forma e no cronograma estabelecido por ato do Poder Executivo federal. Os prazos e a forma para que os órgãos e as entidades da administração pública federal intervenientes em operações de transporte unifiquem no DT-e os documentos e as demais obrigações administrativas de sua competência serão estabelecidos em regulamento.

A Lei entrou em vigor na data de sua publicação.

Fonte: Agência Brasil

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