Fraude no Seguro de Garantia
03, Nov. 2021
Empresas de fiança criam mercado paralelo para garantir
licitações
CQCS
Estadão identifica oito companhias que oferecem garantias
para contratos do setor público, mas não são reconhecidas pelo Banco Central;
CPI da Covid expôs operações sem controle
BRASÍLIA – A falta de controle no setor público criou um
mercado paralelo de empresas que vendem fianças para licitações. Muitas delas
usam o termo “bank” no nome, mas não têm autorização do Banco Central
(BC) ou da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para
atuar, o que contraria a legislação. Documentos públicos mostram inconsistências
das companhias, que informam capital milionário. Durante três meses,
o Estadão identificou oito empresas que usam o termo inglês “bank” e,
embora tenham negociado fianças para contratos do governo, não são reconhecidas
pelo BC.
O mercado paralelo de fianças emergiu quando
a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid investigou a
compra da vacina indiana Covaxin, intermediada pela Precisa
Medicamentos. Os senadores descobriram que, em março, o Ministério da
Saúde aceitou uma garantia de R$ 80,7 milhões da empresa FIB Bank,
que, apesar do nome, não é um banco nem é reconhecida pelo BC ou pela
Susep. Os sócios, no papel, são um representante comercial e um homem já
morto
As empresas analisadas pela reportagem apresentaram
garantias financeiras que valem até 2024 para contratos do setor público, com
fianças que chegam a R$ 10 milhões. São esses dados que asseguram o
ressarcimento aos cofres públicos, caso uma empresa não cumpra com suas
obrigações.
Documentos entregues à Junta Comercial de São Paulo
(Jucesp), no entanto, mostram incongruências nesses “banks”. Sem contar o FIB,
que se tornou alvo da CPI, a lista inclui Maxximus Bank, Garantia
Bank, BMB Bank, Capital Merchant Bank, Analysisbank, Alpha
Bank, Profit Bank e Infinite Bank.
Em março, por exemplo, o Maxximus afiançou um contrato da
prefeitura de Piúma (ES) com a Pré-Sal Petróleo, empresa vinculada ao
Ministério de Minas e Energia. Pelos papéis, até 28 de janeiro de 2024 está em
vigor uma garantia de R$ 131 mil. Desde setembro de 2019, o “bank” é controlado
por Ari de Oliveira Viana, que informou à Junta Comercial patrimônio de R$ 716
milhões.
O empresário disse que aproximadamente 90% desse valor
está amparado em títulos emitidos em 1936 – quando a moeda do País era réis –,
atualizados monetariamente até setembro. Morador da periferia de Guarulhos,
Viana também é diretor financeiro e comercial do Analysisbank, com salário “de
até R$ 2 mil”, segundo o Diário Oficial do Estado de São Paulo.
Após sete mudanças de endereço desde o início de suas
operações, o Maxximus hoje tem sede no centro de Bauru (SP), tirou o “bank” do
nome e agora se chama “afiançadora”. Em 2017, quando emitiu uma fiança de R$ 10
milhões a uma obra da Universidade Federal Rural de Pernambuco, seu patrimônio
era de R$ 66 milhões, composto por “títulos federais” emitidos na década de
1970 e corrigidos.
Patrimônio
A atualização monetária de títulos também foi usada pela
Garantia Bank para justificar seu patrimônio. A companhia, que hoje se chama
Garantia Afiançadora, informou à Junta Comercial ter R$ 46 milhões em títulos
da Eletrobras e da Vale do Rio Doce, emitidos na década de 1960.
A advogada da empresa, Valéria Coppola, afirmou que a
intenção dos fundadores ao nomear a Garantia como “bank” era relacioná-la a
balcão de negócios, e não a banco. “A empresa nunca se autodenominou banco,
pois não se trata de instituição financeira, que precisaria de autorização do
BC para operar. Nunca se intitulou como tal perante clientes, e sim como
afiançadora”, disse ela ao Estadão. “Quanto à validade, se (os títulos)
estão prescritos ou não, cabe ao Judiciário avaliar esse lastro e só teremos
essa certeza após decisão judicial transitada em julgado, o que não é o caso.”
Sem bens
Outro “bank” que tentou prestar garantias em contratos
públicos foi o Capital Merchant. Aberto em maio de 1984, era sediado em área
nobre da capital paulista – um prédio na Rua Baronesa de Itu, em Higienópolis.
O patrimônio da época somava 12 milhões de cruzeiros, o equivalente a R$ 110
mil em valores atualizados. Em dezembro de 2010, na terceira alteração
contratual, o capital declarado aumentou mais de 1.300 vezes e passou a ser de
R$ 45,6 milhões. Mas o proprietário de um imóvel que teve o contrato avalizado
pela empresa, alguns anos depois, não conseguiu encontrar nenhum bem em nome do
Capital ao tentar cobrar uma garantia.
Com patrimônio composto por “títulos” da Vale do Rio
Doce, o BMB Merchant Bank também foi levado à Justiça. Em 2016, os sócios foram
denunciados pelo Ministério Público Federal, que pediu 20 anos de prisão para
os três acusados. Um deles disse, em depoimento, que a empresa emitiu mais de
500 fianças para contratos de repartições como Ministério da
Justiça e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). À Receita Federal, o BMB
informou ter capital social de R$ 10,9 milhões. A inscrição da empresa continua
ativa no Fisco.
Os sócios foram absolvidos em maio de 2019 pela juíza
substituta Pollyanna Kelly Medeiros Martins Alves, da Justiça Federal de
Brasília, porque as acusações não constituíam infração penal, ou seja, embora
os fatos tenham ocorrido, não se enquadravam em crime tipificado na lei. A
juíza é a mesma que, recentemente, rejeitou denúncia contra o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva no caso do sítio de Atibaia.
Autor da denúncia contra os sócios do BMB, o procurador
da República Hebert Mesquita disse que quem recorre ao mercado paralelo para
contratar pessoas jurídicas sem idoneidade promove concorrência desleal. “O
preço da proposta na licitação vai ser mais baixo. Ela (a fornecedora) não vai
embutir no custo o valor da fiança bancária que está sendo exigida no edital”,
afirmou Mesquita.
‘Fraude’
O advogado Mateus da Cruz, sócio do escritório Dias Lima
e Cruz Advogados, destacou que a lei de licitações admite como garantias em
contratos públicos a caução em dinheiro ou em títulos públicos do Tesouro, além
de um seguro ou uma fiança de instituição bancária. “Não é qualquer empresa que
pode prestar esse tipo de garantia. Se uma empresa inidônea está emitindo
garantia para contratos públicos, há uma fraude.”
Além do BMB, a reportagem também procurou, por e-mail e
por telefone, os responsáveis pelas empresas Capital Merchant Bank, FIB Bank,
Maxximus Afiançadora, Analysisbank, Alpha Bank, Profit Bank e Infinite Bank.
Nenhum deles respondeu aos contatos.
Operações fora da regra podem gerar prejuízo de R$ 500
mi, diz CGU
A Controladoria-Geral da União (CGU) e
a Polícia Federal abriram, na última quinta-feira, a Operação
Imprecisão, que apura indícios de crimes praticados durante a negociação para a
compra da Covaxin. A operação investiga a apresentação de documentos falsos e a
emissão de garantias inidôneas pela farmacêutica Precisa Medicamentos, que
atuava como intermediária na negociação com o laboratório indiano Bharat
Biotech.
Informações da CGU indicam que a emissão de fianças fora
das regras pode gerar prejuízo de mais R$ 500 milhões aos órgãos públicos e às
empresas que aceitaram os documentos.
Desde 2012, cinco casos foram analisados pelo Tribunal de
Contas da União (TCU), que barrou todas as garantias. Quase dez anos depois da
primeira decisão, o mercado paralelo continua forte, com empresas atuando em
contratos que vão de prefeituras a órgãos federais.
Os “banks” sobrevivem ao cobrar taxas menores do que
bancos consolidados e aceitar negociar com empresas que tenham restrição, como
processos judiciais.
Para lembrar: FIB Bank deu garantia em um contrato
investigado
• Fiadora: A FIB Bank foi usada pela Precisa como
fiadora em contrato do Ministério da Saúde para compra da Covaxin.
• Negócio cancelado: A empresa ofereceu uma garantia
de R$ 80,7 milhões no contrato da farmacêutica com o Ministério da Saúde para a
aquisição de 20 milhões de doses da vacina indiana, pelo valor de R$ 1,6
bilhão. Após o negócio entrar na mira da CPI da Covid, o contrato foi
cancelado.
• Depoimento: Em 25 de agosto, ao ser ouvido na CPI
da Covid no Senado, o diretor da FIB Bank, Roberto Pereira Ramos Júnior,
afirmou que, apesar do nome, a empresa não é um banco, mas, sim, uma sociedade
anônima que presta garantias fidejussórias (garantias pessoais).
• Quebra de sigilo: Uma das suspeitas é de que a
empresa seja uma companhia de fachada. A CPI aprovou a quebra de sigilos
fiscal, bancário, telefônico e telemático da FIB Bank. Pela legislação
brasileira, a companhia não poderia usar o nome “banco” sem ser uma instituição
financeira
• Renda incompatível: À CPI, Ramos Jr. disse que a
companhia tem capital social de R$ 7,5 bilhões. A comissão, no entanto,
identificou remuneração de R$ 4 mil relacionada ao diretor, considerada
incompatível com o imóvel no qual ele declarou morar, estimado em R$ 500 mil.
SEGURANÇA DIGITAL
Conheça Nina da Hora, a 'hacker' que ajuda a dar
transparência e segurança às eleições de 2022
Estadão
Aos 26 anos, Ana Carolina Silva das Neves da
Hora, a Nina da Hora, como é conhecida nas redes sociais, se tornou referência
da nova geração de pesquisadores e cientistas ligados à tecnologia no País. A
infância humilde na periferia de Duque de Caxias (RJ), longe das telas dos
computadores, não a impediu de sonhar em trabalhar com computação e despontar
como uma grande “hacker”.
Em seus perfis nas redes sociais, Nina se apresenta como
“hacker antirracista”, dedicada a pensar de forma crítica a inteligência
artificial e a criar “tecnologias descoloniais que buscam reviver matrizes de
conhecimento não restritas às experiências europeias”. Hoje, ela também se
dedica à cibersegurança.
‘Hackear não está ligado só à computação, mas a hackear
padrões, formatos’, diz Nina, que se apresenta como ‘hacker antirracista’. ©
Wilton Júnior/Estadão ‘Hackear não está ligado só à computação, mas a hackear
padrões, formatos’, diz Nina, que se apresenta como ‘hacker antirracista’.
“Hackear, para mim, não está ligado só à computação, mas
a hackear padrões, formatos, sempre em busca de algo mais coletivo e
acessível”, afirmou Nina. “Minha vida foi sempre assim. Para mim, hackear é
trazer para o mundo da tecnologia os interesses da sociedade. Custa muito, mas,
ao final do dia, eu estou de boa com o que eu consegui contribuir.”
Atualmente, ela “hackeia” ambientes digitais e
institucionais como integrante da Comissão de Transparência das Eleições no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além disso, é pesquisadora do Centro de
Tecnologia e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas (CTS-FGV), colunista da
revista MIT Technology Review, do tradicional instituto norte-americano, e
integrante do Conselho de Segurança da rede social TikTok.
‘Confiança’. O convite para participar da comissão do TSE
partiu do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, que, em setembro, criou um
grupo de trabalho para “ampliar a transparência e a segurança” nas eleições. No
tribunal, o dia a dia de Nina é ocupado pela avaliação das etapas do processo
eleitoral. Outros 11 representantes da sociedade civil, das Forças Armadas, do
Congresso e de órgãos de controle integram o grupo.
“O que se propõe é a necessidade de expor informações
para conquistar a confiança dessas pessoas. É algo que faz muita diferença num
mundo dominado por redes sociais em que a gente fala tudo”, disse Nina.
Juventude. A pesquisadora também tem se dedicado a fazer
da Justiça Eleitoral um canal de interlocução com os jovens. “É importante
haver jovens em espaços onde antes só haveria pessoas mais velhas porque, se a
gente fizer o nosso trabalho bem, isso abre porta para outros”, afirmou Nina.
“Eu vejo nesse processo do TSE uma tentativa de manutenção da democracia, com
foco na maior proximidade com os jovens, sabendo do impacto que eles podem ter
no futuro.”
Para Nina, o convite do TSE surgiu da tentativa de
“traduzir o processo tecnológico por trás das eleições”, a fim de que a
“galera” entendesse o perigo das fake news. “A tecnologia é para a democracia e
para a sociedade.”
O 1º computador. Desde pequena, Nina tinha como
passatempo fazer experimentos científicos. Aos 15 anos, abriu mão da valsa de
debutante por um ingresso para um festival de dois dias de computação gráfica
no Rio. Teve o primeiro computador só aos 16, mas, desde os 12, já sabia regras
básicas de programação.
Depois de conciliar o ensino fundamental com cursos
profissionalizantes, ingressou em Ciência da Computação na PUC-Rio, curso que
está em vias de concluir.
Os grandes exemplos da jovem pesquisadora são o físico
senegalês Cheikh Anta Diop e a avó materna, pedagoga aposentada. “A maior
cientista a que eu tenho acesso é minha avó. Ela tece o raciocínio lógico de
forma muito fácil. É minha referência.”
Facebook Inc. muda nome para Meta e quer ser vista além
das redes sociais
InfoMoney
Mudança reflete as ambições da companhia para além das
mídias sociais com o metaverso, afirmou Mark Zuckerberg durante apresentação
A Facebook Inc., dona do Facebook, WhatsApp e do
Instagram, anunciou nesta quinta-feira (28) que passará a se chamar Meta. O
nome das redes sociais não será alterado.
A divulgação do novo reposicionamento de marca, que já
era previsto desde meados deste mês, ocorreu na conferência de realidade
aumentada e virtual do Facebook Connect.
Segundo Mark Zuckerberg, fundador e presidente da
companhia, o novo nome reflete as ambições do grupo para além das mídias
sociais com o metaverso, um termo de ficção científica que o Facebook absorveu
para descrever sua visão de trabalhar e jogar em um mundo virtual.
“Hoje somos vistos como uma empresa de mídia social, mas
em nosso DNA somos uma empresa que constrói tecnologia para conectar pessoas, e
o metaverso é a próxima fronteira, assim como a rede social foi quando
começamos”, disse Zuckerberg em apresentação no evento de tecnologia.
A empresa também afirmou que mudará seu ticker de ações
na Nasdaq de FB para MVRS, a partir de 1º de dezembro. A novidade agradou o
mercado, e as ações da empresa subiram mais de 3% nesta quinta.
Em entrevista ao The Verge, em julho deste ano,
Zuckerberg disse que o metaverso seria um grande foco para a empresa e que o
movimento seria parte do próximo capítulo de como a internet evoluiria após a
internet móvel. “Acho que vai ser o próximo grande capítulo para nossa empresa
também, realmente dobrando para baixo nesta área.”
O Facebook não é a primeira grande empresa de tecnologia
a mudar de nome em meio a novos projetos. O Google, por exemplo, se reorganizou
dentro de uma holding chamada Alphabet, em 2015, sinalizando que não seria
apenas uma ferramenta de busca, mas um conglomerado com empresas trabalhando em
diferentes projetos de tecnologia, como os de carros autônomos, por exemplo.
O reposicionamento de marca colocará o Facebook como uma
das diversas marcas do grupo, que conta ainda com produtos como Instagram,
WhatsApp e Oculus, esta última de headsets, jogos e equipamentos para VR
(realidade virtual).
A mudança ocorre em um período em que a companhia
enfrenta diversos revezes, como investigações por autoridades antitruste nos
Estados Unidos e problemas que levaram a um apagão global da rede recentemente.
Apenas 7 capitais estão preparadas para receber o 5G,
indica pesquisa
Estadão
Às vésperas do leilão do 5G, marcado para amanhã, apenas sete das 27 capitais brasileiras estão totalmente preparadas para a nova tecnologia de comunicações, de acordo com o Conexis Brasil Digital, entidade que reúne as principais operadoras que atuam no País. A licitação prevê que as empresas comecem a oferecer o 5G até 31 de julho de 2022, mas o cumprimento desse compromisso e a qualidade do serviço dependem, também, dos próprios municípios, explicam as teles.
A avaliação do Conexis usa como referência a lei
municipal de antenas de cada capital e o grau de aderência aos dispositivos da
legislação federal sobre o tema – a Lei Geral de Antenas (LGA), de 2015. Esse
texto traz uma série de regras que facilitam a instalação de antenas, que hoje
possuem o tamanho de caixas de sapato. Outro critério usado pela entidade é o
processo de liberação de antenas em cada municípios e o tempo de análise e
liberação após o pedido das companhias.
A necessidade de antenas para o 5G é bem maior do que
para frequências como o 2G, 3G e 4G, e, embora a competência sobre a instalação
de antenas seja da União, muitos municípios avançam sobre o tema ao impor
restrições a esse tipo de equipamento por meio de leis sobre uso e ocupação do
solo. O resultado disso é a queda na qualidade dos serviços e sinais
intermitentes, já que as antenas são cruciais para uma internet de qualidade e
estável.
“Quanto mais adaptada a lei municipal à LGA e quanto mais
célere o processo de avaliação dos pedidos de licença, mais rápido o 5G estará
disponível para o município e para o consumidor”, afirmou o presidente do
Conexis, Marcos Ferrari.
Lista
Por esses indicadores, as capitais mais preparadas para o
5G são Boa Vista, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Palmas, Porto Alegre e Porto
Velho. De acordo com Ferrari, a capital gaúcha se tornou referência para o 5G.
“Além de ter uma legislação aderente à LGA, o processo de emissão de licenças
para antenas é totalmente informatizado, sem intervenção humana, e é liberado
uma hora após o pedido”, disse. Antes dessas mudanças, cada pedido levava até
dois anos para ser processado.
Nessas cidades, a lei não impõe condicionamentos que
afetem a topologia das redes e a qualidade ou impõe vedações para a prestação
do serviço de telecomunicações. Esses municípios tampouco estabelecem limites
de exposição humana à radiação não ionizante – uma competência da Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel) – ou licenciamento para miniantenas, nem
cobram taxas por direito de passagem.
Quatro capitais estão em fase de adaptação para a nova
legislação. São elas: Belo Horizonte, Florianópolis, Rio de Janeiro e São
Paulo. Segundo Ferrari, esses municípios estão em diálogo com as operadoras e
pretendem fazer mudanças em suas leis para que elas se tornem aderentes à
legislação federal.
Swiss Re reverte prejuízo e lucra US$ 1,3 bilhão em nove
meses de 2021
SonhoSeguro
"Os resultados nos dão confiança para o restante do
ano e até 2022, com todos os nossos negócios bem posicionados para continuar
seu forte desempenho", disse o CEO Christian Mumenthaler
A Swiss Re registrou lucro líquido US$ 1,3 bilhão de
janeiro a setembro de 2021, revertendo o prejuízo líquido de US$ 691 milhões no
mesmo período do ano anterior. O lucro líquido excluindo COVID-19 aumentou 38%
ano a ano para US$ 2,3 bilhões.
O resultado foi comemorado pela empresa, pois o ganho foi
conquistado apesar do grande volume de pedido de indenizações por tempestades
em ambos os lados do Atlântico. As reclamações de grandes catástrofes naturais
– incluindo o furacão Ida nos Estados Unidos e inundações na Alemanha e em
outros lugares – totalizaram US$ 1,7 bilhão no período, um valor que foi maior
do que a empresa inicialmente esperava.
“Os resultados nos dão confiança para o restante do ano e
até 2022, com todos os nossos negócios bem posicionados para continuar seu
forte desempenho”, disse o CEO Christian Mumenthaler, em um comunicado.
O balanço traz um ROE de 6,6%, no contexto da pandemia
contínua de COVID-19 e de grandes eventos de catástrofe natural. Os prêmios
líquidos ganhos e a receita de comissões para aumentaram 5,9%, para US$ 32
bilhões nos primeiros nove meses de 2021 em comparação com o mesmo período do
ano passado, com todas as empresas relatando aumentos.
A Swiss Re alcançou um retorno sobre os investimentos de
3% nos primeiros nove meses de 2021. O resultado do investimento foi amplamente
impulsionado por receitas recorrentes, bem como ganhos de avaliação
patrimonial, combinados sem prejuízos de crédito, no ambiente de baixo
rendimento.
A resseguradora atribuiu o bom desempenho aos resultados
de subscrição em sua divisão de resseguros de seguros de danos, ou Property
& Casualty (P&C). Sua divisão de resseguros de vida e saúde perdeu
dinheiro devido a sinistros relacionados à COVID 19. No ano passado, a Swiss Re
divulgou seu primeiro prejuízo desde a crise financeira de 2008, mas havia dito
que esperava retornar aos lucros neste ano financeiro.
O segmento de resseguro de vida e saúde, a L&H Re,
relatou um prejuízo líquido de US$ 62 milhões nos primeiros nove meses de 2021.
Isso se compara a uma receita líquida de US$ 72 milhões no período do ano
anterior, uma vez que a empresa incorreu em sinistros significativamente
maiores relacionados ao COVID-19 de US$ 1,2 bilhão nos primeiros nove meses de
2021, originados principalmente dos Estados Unidos. Apesar do impacto da
pandemia, a L&H Re relatou receita líquida positiva para o segundo e
terceiro trimestres de 2021. Os prêmios líquidos ganhos e as receitas de
comissões aumentaram 10,2% para US$ 11,1 bilhões, sustentados por grandes
transações e desenvolvimentos cambiais favoráveis.
Governo envia ao Congresso crédito que pode suplementar
seguro rural
Valor Econômico
O governo federal enviou ao Congresso Nacional, na noite
desta sexta-feira, um projeto de lei que prevê a abertura de crédito
suplementar de R$ 3,06 bilhões em vários ministérios. Parte desses recursos, se
aprovados por deputados e senadores, fará a suplementação do orçamento da
subvenção ao prêmio do seguro rural, que terminou mais cedo este ano com
aumento da demanda no campo e dos custos das apólices.
O Ministério da Agricultura pediu R$ 376 milhões a mais
para complementar os R$ 924 milhões do orçamento inicial, esgotados desde
setembro, antes do período de forte contratação para a safra de soja.
Primeiramente, a Pasta tentou um remanejamento interno de verbas, para usar o
dinheiro da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), que está parado no seu
caixa, mas ainda não recebeu aval da Junta de Execução Orçamentária (JEO).
A expectativa é que o recurso adicional ajude a
subvencionar a contratação de 19 mil apólices de seguro e beneficiar cerca de
14 mil produtores rurais. O Valor não teve acesso ao texto do projeto de lei de
crédito extraordinário. Mas a subchefia para Assuntos Jurídicos da Presidência
da República afirmou que o crédito será financiado a partir do cancelamento de
dotações orçamentárias e não afetará a meta de resultado primário nem o teto de
gastos.
Segundo o órgão, o dinheiro vai 'reforçar as dotações e
possibilitar o desenvolvimento de ações em apoio a pequenos e médios produtores
rurais, aumento da geração de emprego e renda no campo, contratação de seguro
para produtores e regularização fundiária'. Não foram informados os valores que
serão destinados para cada ação.
Crise Climática
COP-26: Brasil não diz como reduzirá efeito de carbono em 50%
“Apresentamos hoje uma nova meta climática mais ambiciosa
passando de 43% para 50% até 2030 e de neutralidade de carbono até 2050 que
será formalizado durante a COP 26”. A promessa, sem a apresentação de um
programa definido que a torne realidade, faz parte do comunicado dado em
Brasília pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite nesta segunda-feira, em
transmissão simultânea, aos participantes da Conferência das Nações Unidas
sobre Mudanças Climáticas (COP26), em Glasgow, na Escócia.
Ele também destacou o compromisso do governo brasileiro
com uma economia neutra na emissão de gases do efeito estufa atrelado ao
desenvolvimento. Segundo o ministro, a conferência marca “uma transição do
debate das promessas climáticas para a criação de empregos verdes”. Leite
argumentou ainda que o Brasil tem atuado como articulador do debate.,
esquecendo de recordar que o presidente Jair Bolsonaro desgastou a imagem do
país ao apoiar o então presidente dos EUA, Donald Trump, na crise internacional
gerada a partir das queimadas na Amazônia, além das trocas de ofensas com o
presidente da França, Emmanuel Macron.
Com a imagem internacional abalada, Bolsonaro preferiu
não participar de um encontro que reúne as principais lideranças políticas e
econômicas do mundo. Limitou-se a enviar um vídeo que, por determinação dos
organizadores do encontro, não foi divulgado no plenário, limitado a
transmissão no stand brasileiro. Ao justificar sua ausência “por motivo de
agenda”, o chefe do Executivo destacou que o Brasil, é “parte da solução” e não
problema para o enfrentamento das mudanças climáticas.
No seu pronunciamento lido no edifício-sede da
Confederação Nacional da Indústria, o ministro do Meio Ambiente, destacou que
“realizamos encontros bilaterais prévios com mais de 60 países, atuando como
país articulador, buscando o diálogo e pontos de convergência. Também
conduzimos dezenas de reuniões técnicas, coletando subsídios que culminaram
numa estratégia de negociação para defender o interesse nacional e posicionar o
Brasil como país fundamental nessa nova agenda verde mundial”.
Acesse as edições mais recentes das publicações do mercado:
Revista Apólice:
Revista Cobertura:
Revista Segurador Brasil:
Revista Seguro Total:
Revista Insurance Corp: http://insurancecorp.com.br/pt/content/pdf/ic_ed37_2021.pdf
Caderno de Seguros: https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n-917.html
Revista Brasil Energia: https://editorabrasilenergia.com.br/wp-content/uploads/sites/1/flips/130449/Bia470/index.html