Gestão & Análise de Riscos
04, Nov. 2021
Analisar riscos e tendências para uma melhor tomada de
decisão
O evento Aon Insight Series ressaltou os principais
segmentos que têm impactado o mercado, além das perspectivas para os próximos
anos
A Aon realizou nos últimos dias 27 e 28 de outubro a
segunda edição do Aon Insight Series | Latin America, o maior evento da
companhia em todo o mundo, que contou com mais de 5 mil inscritos,
representando 2.100 empresas de 35 países. Sob o tema Shaping Better Business
Decisions, o encontro apresentou insights de especialistas e líderes
empresariais para a tomada de melhores decisões em um mundo mais volátil.
No primeiro dia do evento, os participantes acompanharam
discussões sobre perspectivas do mercado segurador com executivos globais e
regionais da companhia, além do anúncio dos resultados Global Risk Management
Survey 2021, pesquisa da corretora que reúne, a cada dois anos, informação de
milhares de gestores de riscos em 60 países e 16 indústrias, para identificar
os principais riscos e desafios enfrentados por suas organizações. Este ano o
estudo foi conduzido com executivos de 2.344 empresas, sendo 529 da América
Latina.
Outros destaques do dia 27 foram a participação do
Co-Founder do The Rohatyn Group, Miguel Gutiérrez, sobre as Megatendências que
estão (re)modelando nosso mundo e a participação da fundadora da Pentland
Analytics e expert em análise de riscos, Dr. Deborah Pretty, que falou sobre a
transformação de dados em percepções futuras, abordando a relação entre os
eventos Grey Swan e análise preditiva.
O segundo dia do evento foi marcado por temáticas atuais,
como resiliência e critérios ESG. Além da participação de líderes e parceiros
da empresa, a programação do dia 28 foi marcada pelas participações da ciclista
colombiana bi-campeã olímpica, Mariana Pajón, que falou sobre a relação entre a
resiliência e o sucesso nos esportes de alta performance, traçando um paralelo
com o mundo dos negócios e o mercado de trabalho, e do Fundador do Instituto
Gerando Falcões (Brasil), Eduardo Lyra, que abordou o poder do ESG do ponto de
vista dos impactados, também destacando como os fatores ambientais, sociais e
de governança impactam as organizações.
Todos sabemos que nosso mundo está mais volátil,
econômica, demográfica e geopoliticamente. Além disso, nossa economia global
está cada vez mais interdependente. Esse cenário traz grandes oportunidades
para as empresas, mas também gera incertezas e riscos. Com a realização do
evento, buscamos transmitir o aconselhamento e as soluções de que os nossos
clientes precisam para ter clareza e confiança para tomar melhores decisões
para proteger e expandir seus negócios, afirmou Alejandro Galizia, CEO América
Latina da Aon.
Além de todo conteúdo apresentado nesses dois de evento,
desenhado para apoiar nossos clientes a reduzirem a volatilidade e melhorar o
desempenho dos seus negócios, esperamos, também, termos provocados reflexões
importantes, por exemplo, sobre a mentalidade da liderança do futuro e
critérios ESG. Novos tempos exigem, também, novas formas de liderar, disse Marcelo
Homburger, Head da Aon Brasil.
Em sua segunda edição na América Latina, o Aon Insight
Series teve a participação de mais de 50 speakers e o patrocínio de Chubb,
Fairfax Seguros, AIG, SURA, Zurich Brasil, Allianz, Austral Re, Austral
Seguradora, HDI, Junto Seguros, Pottencial, Seguros Unimed e Sompo. O evento
também conta com edições realizadas nas cidades de Singapura, Londres e
Melbourne.
Fonte: Revista Apólice
ENS promove evento sobre transformação digital
Fonte: CQCS
Nesta quinta-feira (04), às 11h, a Escola de Negócios e
Seguros (ENS), com apoio do Sindicato das Seguradoras Norte e Nordeste
(Sindsegnne), promove evento on-line para debater a transformação digital no
mercado de seguros. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pelo
site www.ens.vc/transformacaodigital.com
Com mediação do professor da ENS e especialista em
seguros, resseguro, subscrição e gerenciamento de riscos, Luiz Macoto Sakamoto,
o debate vai abordar os impactos das insurtechs e da digi-intermediação e como
a tecnologia pode ser uma aliada dentro do segmento segurador. Gustavo Leança,
líder de soluções para seguradoras na Capgemini Brasil, será o palestrante.
Formado em Economia pela USP, com MBA pela FGV-SP,
Gustavo Leança tem mais de 20 anos de experiência no setor segurador e sua
atuação tem se voltado para o uso de novas tecnologias para transformação
digital das seguradoras. Segundo Ronaldo Dalcin, presidente do Sindsegnne, a
ENS é atualmente o maior provedor de capacitação para o ecossistema segurador
e, para o sindicato, é motivo de orgulho apoiar o evento.
Um dos princípios fundamentais do Sindsegnne é promover a
difusão do mercado de seguros através da discussão de temas relevantes para o
setor como a questão da transformação digital, afirma. Segundo o presidente, a
pandemia evidenciou ainda mais a necessidade de todos os agentes deste mercado
estarem preparados para atuar no contexto digital.
80 anos do Sindseg SP
Ao longo de oitenta anos, o sindicato ocupou o seu
espaço, esteve à frente de importantes ações do setor, se consolidou, prestou
serviços às seguradoras associadas, promoveu treinamento profissional e
seminários, representou o setor em momentos críticos, ergueu bandeiras sociais
Fonte: Estadão / Autor: Antonio Penteado Mendonça
O Sindseg-SP (Sindicato das Seguradoras do Estado de São
Paulo) foi criado em outubro de 1941, quando recebeu sua carta-patente. De lá
para cá, são oito décadas de uma história bonita, rica e positiva para as
seguradoras, para o próprio sindicato e para a sociedade.
Sua criação foi a coroação de uma história iniciada em
1923, e que prosseguiu em 1936, quando foi formada a Associação das
Seguradoras.
Ao longo de oitenta anos, o sindicato ocupou o seu
espaço, esteve à frente de importantes ações do setor, se consolidou, prestou
serviços às seguradoras associadas, promoveu treinamento profissional e
seminários, representou o setor em momentos críticos, ergueu bandeiras sociais,
colaborou com o governo em campanhas de conscientização da população, agiu em
conjunto com a Secretaria da Segurança Pública para melhorar a segurança ativa
e passiva no Estado de São Paulo e se engajou em movimentos para resgatar as
condições urbanas da capital.
Sua história pode ser dividida em dois períodos
absolutamente claros e diferentes da história do seguro, o que lhe deu a
possibilidade de acompanhar o desenvolvimento nacional, em todos os momentos
relevantes de nosso passado recente.
O primeiro período vai de 1941 até o início da década de
1980, e o segundo prossegue até os dias atuais. Entre as diferenças marcantes,
o primeiro período se caracteriza pelo comando absoluto do setor de seguros
pelo IRB (Instituto de Resseguros do Brasil), o titular do monopólio do
resseguro e verdadeiro xerife do mercado, com poder para impor tarifas
obrigatórias, dar os parâmetros de atuação e controlar o funcionamento das
seguradoras.
O segundo período se caracteriza pela ascensão da
Superintendência de Seguros Privados (Susep), pelo fim das tarifas únicas, pelo
fim do monopólio do resseguro, pela mudança do perfil do setor, com os seguros
massificados tomando o lugar dos seguros empresariais nos rankings da
atividade, a consolidação da previdência complementar aberta, a demanda pelos
planos de saúde privados, além do impressionante salto na participação no
Produto Interno Bruto (PIB), evoluindo de menos de 1% para 6% nos dias atuais.
Nos dois momentos, o Sindseg-SP sempre esteve presente no
dia a dia da atividade, desenvolvendo programas de treinamento e formação de
mão de obra, patrocinando seminários e discussões sobre os temas mais
relevantes, agindo diretamente em ações de apoio ao uso do cinto de segurança,
combate aos desmanches clandestinos, combate ao roubo de veículos e de cargas,
disseminação da cultura do seguro, parcerias com a Secretaria da Educação,
participação em associações como o Viva o Centro e em campanhas como o Maio
Amarelo, para reduzir os acidentes de trânsito.
O Sindseg-SP sempre teve nomes de relevo na sua
presidência. Assessorados por uma competente diretoria executiva, eles sempre
se empenharam em fortalecer o setor de seguros, no Estado e também junto às
autoridades federais.
Itaú registra ganho de R$ 4,3 bilhões com braço de
seguros até setembro de 2021, queda de 8%
No terceiro trimestre de 2021, os prêmios ganhos
cresceram 13,7%, principalmente por maiores vendas nas carteiras de seguros de
vida, habitacional e cartão protegido, e as receitas de serviços aumentaram por
maiores vendas de seguros de terceiros, quando comparados ao mesmo período do
ano anterior
Fonte: SonhoSeguro
O Itaú Unibanco obteve lucro líquido recorrente de R$
19,7 bilhões de janeiro a setembro de 2021, acima dos R$ 13,1 bilhões
registrados em mesmo período do ano passado. Deste valor, R$ 4,3 bilhões vieram
das operações com seguros, previdência e capitalização. O valor ficou 8% menor,
comparado aos R$ 4,69 bilhões dos nove primeiros meses de 2020.
Segundo comunicado do banco, a redução do resultado de
seguros, previdência e capitalização ocorreu devido ao aumento de sinistros
retidos, impactados pela pandemia de COVID-19 que afetou todo o mercado
segurador, à menor margem financeira e à constituição de provisão com o teste
de adequação de passivos realizado no segundo trimestre de 2021.
O resultado do terceiro trimestre registrou alta de 0,5%
devido ao crescimento de prêmios ganhos e das receitas líquidas de
capitalização por maiores vendas, à constituição de provisão com o teste de
adequação de passivos realizado no segundo trimestre de 2021 e à redução de
sinistros retidos. No terceiro trimestre de 2021, os prêmios ganhos cresceram
13,7%, principalmente por maiores vendas nas carteiras de seguros de vida,
habitacional e cartão protegido, e as receitas de serviços aumentaram por maiores
vendas de seguros de terceiros, quando comparados ao mesmo período do ano
anterior. Em contrapartida, assim como todo o mercado segurador, tivemos
aumento dos sinistros retidos, devido ao agravamento da pandemia de COVID-19, e
maiores despesas não decorrentes de juros.
As operações recorrentes de seguros consistem nos
produtos de bancassurance relacionados aos ramos de vida e patrimoniais, seguro
de crédito e seguros de terceiros. São mais de 15 seguradoras parceiras
ofertando produtos na plataforma digital, além da Joint Venture com a Porto
Seguros em auto e residência.
O Itaú informou que seu banco digital iti chegou à marca
de 10 milhões de clientes. No terceiro trimestre de 2021 foram conquistados
mais 2,2 milhões de clientes, sendo que 85% deles não são correntistas do banco
tradicional.
Chuva reduz escassez hidrelétrica, mas ações serão
mantidas, diz ministro
Fonte: Reuters
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse
nesta quarta-feira que a escassez hídrica que está causando uma crise nas
hidrelétricas do país, que muitos especialistas associam às mudanças
climáticas, melhorou após chuvas recentes.
Durante a cúpula do clima COP26 em Glasgow, Albuquerque
afirmou a jornalistas que ainda há muito trabalho a ser feito para reabastecer
os reservatórios e bacias hidrológicas brasileiras. Ele repetiu declarações
anteriores de que o racionamento de energia não seria necessário devido à
redução da produção das hidrelétricas.
A escassez hídrica permanece. Estamos em melhores
condições agora com o início da temporada das chuvas. Nós temos um trabalho
ainda para recuperar os nossos reservatórios, disse ele.
Albuquerque afirmou anteriormente que acredita que a
crise, pior período úmido em mais de 90 anos no Brasil, está ligada às mudanças
climáticas que levam a secas mais extremas em todo o mundo, inclusive em
lugares como a costa oeste dos Estados Unidos.
O ministro disse também que o Brasil vai incrementar
ainda mais seus recursos de energia renovável, que já respondem por 85% da
eletricidade do país, com o lançamento em dezembro de um marco regulatório para
energia eólica offshore.
Os parques eólicos offshore serão incluídos nos leilões
de energia do Brasil a partir do próximo ano, disse ele. O Brasil tem potencial
para construir até 700 gigawatts em capacidade eólica offshore, de acordo com o
ministério.
Com baixa adesão à greve, Associação de caminhoneiros
derruba liminar
Fonte: Revista IstoÉ
Com baixa adesão, a greve dos caminhoneiros teve início
na segunda-feira (1) e deve seguir até o dia 15. A Associação Brasileira dos
Condutores de Veículos Automotores (Abrava) conseguiu, através do Tribunal
Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), derrubar as liminares que proibiam as
manifestações em rodovias.
Na leitura do TRF-1, a decisão sobre as liminares que
pediam o fim da greve deve sair da Justiça do Trabalho. Essas liminares
estabeleciam multa de até R$ 10 mil para o grevista que desobedecesse a decisão
do Judiciário proibindo a obstrução parcial dos caminhões em 29 pontos do País.
Com essa autorização, as lideranças da categoria
acreditam que mais caminhoneiros aceitem cruzar os braços e se juntem ao
movimento grevista.
Continuamos a paralisação até o governo apresentar alguma
resposta às demandas da categoria, disse ao Estadão o presidente do CNTRC
(Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas), Plínio Dias.
Até o momento, a greve está restrita a manifestações às
margens das rodovias e nos estacionamentos dos postos de combustível.
Limitações nas cadeias produtivas devem perdurar até
2022, diz BC
Fonte: FOLHA SP
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central
(BC) mantém a expectativa de retomada da atividade econômica no segundo
semestre deste ano, ainda que menos intensa e mais concentrada no setor de
serviços. A avaliação consta na ata da última reunião do Copom, divulgada nesta
quarta-feira (3), e reflete o impacto das limitações na oferta de insumos em
determinadas cadeias produtivas, que devem perdurar até o próximo ano.
De acordo com o comitê, os indicadores recentes da
produção industrial e do comércio tiveram resultados negativos e abaixo do
esperado. Por outro lado, o setor de serviços, que foi mais atingido pelas
restrições da pandemia de covid-19, continuam em trajetória de recuperação
robusta.
Para 2022, se por um lado a elevação dos prêmios de risco
e o aperto das condições financeiras atuam desestimulando a atividade
econômica, por outro, o Copom avalia que o crescimento tende a ser beneficiado
por três fatores: a continuação da recuperação do mercado de trabalho e do
setor de serviços; o desempenho de setores menos ligados ao ciclo de negócios,
como agropecuária e indústria extrativa; e os resquícios do processo de
normalização da economia conforme a crise sanitária arrefece, diz a ata.
Segundo o BC, no cenário internacional, o ambiente também
tem se tornado menos favorável, refletindo a persistência da inflação. O
próximo ano deve ser caracterizado por menor crescimento, com a reversão dos
impulsos fiscais e avanço nos processos de normalização da política monetária.
Para as economias emergentes, essa combinação implica um cenário mais
desafiador, diz a ata.
No último Relatório de Inflação, divulgado no fim de
setembro, o Banco Central projetava crescimento de 4,7% para a economia em
2021. Já ao longo de 2022, espera-se um ritmo de crescimento menor do que no
segundo semestre de 2021, resultando em crescimento anual de 2,1% no Produto
Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país). O
próximo relatório será divulgado em dezembro.
O mercado projeta crescimento maior neste ano e menor em
2022. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem
expansão de 4,94% do PIB em 2021 e 1,2% no ano que vem.
Inflação em alta
A projeção está desacelerando por causa da persistência
da inflação e da alta dos juros. De acordo com a ata do Copom, a inflação ao
consumidor segue elevada e tem se mostrado mais persistente que o antecipado,
com alta dos preços mais disseminada e abrangendo também componentes mais
associados à inflação subjacente, que é o núcleo da inflação, que desconsidera
distúrbios de choques temporários.
A alta nos preços dos bens industriais ainda não
arrefeceu e deve persistir no curto prazo, enquanto a inflação de serviços
acelerou, refletindo a gradual normalização da atividade no setor, dinâmica que
já era esperada. Além desses desenvolvimentos, desde a última reunião [do
Copom] houve alta substancial dos preços internacionais de commodities
energéticas, cujo impacto inflacionário é amplificado pela depreciação do real,
sendo essa combinação o fator preponderante para a elevação das projeções de
inflação do comitê tanto para 2021 quanto para 2022, diz a ata.
Por isso, no encontro da semana passada, o Copom elevou a
taxa básica de juros da economia, a Selic, de 6,25% ao ano para 7,75% ao ano e
já sinalizou que deve fazer um aumento da mesma magnitude, de 1,5 ponto
percentual, na próxima reunião, em dezembro, mantendo o ciclo de elevação da
taxa de juros, em um aperto monetário significativamente mais contracionista do
que o utilizado no cenário básico. Com isso, espera-se a convergência da
inflação para as metas no horizonte relevante, que inclui os anos de 2022 e
2023.
Esse foi o maior aperto monetário em quase 20 anos. A
última vez em que o Copom tinha elevado a Selic em mais de 1 ponto percentual
tinha sido em dezembro de 2002. Na ocasião, a taxa tinha passado de 22% para
25% ao ano, com alta de 3 pontos.
Para decidir sobre a elevação, o comitê estabeleceu um
cenário básico para a inflação, com as projeções em torno de 9,5% para 2021,
4,1% para 2022 e 3,1% para 2023. Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva
para 8,75% ao ano em 2021 e para 9,75% ao ano em 2022, terminando em 9,5% ao
ano, e reduz- para 7% ao ano em 2023.
Com os dados, as projeções para a inflação de preços
administrados, como combustível e energia, são de 17,1% para 2021, 5,2% para
2022 e 5,1% para 2023. O Copom adotou ainda uma hipótese de bandeira tarifária
de energia elétrica em escassez hídrica em dezembro deste ano e em vermelha,
patamar 2 em dezembro de 2022 e 2023.
Esse foi o sexto reajuste consecutivo na taxa Selic. De
julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois
disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa
chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018. Em agosto de 2019, houve mais redução
e, para combater os efeitos da pandemia, em agosto de 2020, chegou ao menor
nível da história, em 2% ao ano. Em março deste ano, começou a subir novamente,
quando avançou para 2,75% ao ano, chegando a esse patamar de 7,75% ao ano.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para
manter sob controle a inflação oficial. Isso porque juros maiores encarecem o
crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais altas
dificultam a recuperação da economia.
Puxada pelo aumento dos preços de energia elétrica e
combustíveis, em setembro, a inflação chegou a 1,16%, o maior para o mês de
setembro desde 1994, quando foi de 1,53%, segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, o índice está em 10,25%, acima dos
9,68% registrados nos 12 meses anteriores. Este ano, a inflação já acumula alta
de 6,9%.
O valor está acima do teto da meta de inflação. Para
2021, o Conselho Monetário Nacional (CMN) tinha fixado meta de inflação de
3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não
podia superar 5,25% neste ano nem ficar abaixo de 2,25%. Para 2022 e 2023 as
metas são 3,5% e 3,25%, respectivamente, com o mesmo intervalo de tolerância.
Riscos fiscais
No Relatório de Inflação, o BC estimava que, em 2021, a
inflação fecharia o ano em 8,5% no cenário base. A projeção, no entanto, pode
estar desatualizada com a possibilidade de que o teto de gastos seja alterado.
O cenário básico do Copom para a inflação também envolvem
os riscos fiscais diante da decisão do governo de mudar o cálculo do teto de
gastos. Na avaliação do órgão, os acontecimentos recentes elevaram o risco de a
inflação subir mais que o previsto, justificando a alta dos juros.
Apesar do desempenho mais positivo das contas públicas, o
comitê avalia que recentes questionamentos em relação ao arcabouço fiscal
elevaram o risco de desencorajem das expectativas de inflação, aumentando a
assimetria altista no balanço de riscos. Isso implica maior probabilidade de
trajetórias para inflação acima do projetado de acordo com o cenário básico,
diz a ata.
Para os membros do Copom, o processo de reformas e
ajustes necessários é essencial para o crescimento sustentável da economia
brasileira. Esmorecimento no esforço de reformas estruturais e alterações de
caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a
taxa de juros estrutural da economia, diz a ata.
Aprovada a PEC23 e o esquema da securitização
Acredita-se que o mercado vai se apoderar do dinheiro dos
impostos, sem análise da CCJ.
Fonte: Monitor Mercantil
Vale tudo para aprovar o esquema fraudulento da
Securitização que desvia os impostos que pagamos e sequer alcançarão os cofres
públicos! Adeus orçamento público; adeus Lei Orçamentária: o mercado vai se
apoderar do dinheiro dos impostos, sem análise da CCJ, na surdina! A afirmação
é da coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia
Fattorelli. A economista postou a mensagem, no seu perfil do twitter, quando
soube da aprovação nesta quarta-feira, do texto-base da PEC 23, mais conhecida
como PEC dos Precatórios. A proposta que limita o valor de despesas anuais com
precatórios, corrige seus valores exclusivamente pela Taxa Selic e muda a forma
de calcular o teto de gastos.
O texto obteve 312 votos contra 144 e para concluir a
votação da matéria em 1º turno os deputados precisam analisar os destaques
apresentados pelos partidos na tentativa de mudar trechos da proposta. Não há
ainda data definida para essa sessão.
De acordo com o texto aprovado, os precatórios para o
pagamento de dívidas da União relativas ao antigo Fundef deverão ser pagos com
prioridade em três anos: 40% no primeiro ano e 30% em cada um dos dois anos
seguintes. Essa prioridade não valerá apenas contra os pagamentos para idosos,
pessoas com deficiência e portadores de doença grave.
Segundo Fattorelli, a PEC 23 visa acobertar operações que
vêm acontecendo de forma ilegal e aplica um verdadeiro golpe à Constituição,
modificando dispositivos para autorizar a vinculação de receitas de impostos
arrecadados do povo ao esquema fraudulento da denominada securitização. Cabe
ressaltar que tal alteração não passou pelo crivo da CCJ (Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados), pois foi acrescentada
depois, quando a proposta já havia sido analisada pela CCJ e foi modificada
pelo relator da Comissão Especial, explica em artigo publicado no MM.
De acordo com a economista, Para não deixar transparecer
o danoso alcance do esquema da securitização, os parágrafos 7º e 8º que a PEC
23 pretende inserir ao art. 167 da Constituição têm um texto cifrado. O novo
parágrafo 7º diz: § 7º Não se aplica o disposto no art. 167, inciso IV, na
hipótese de securitização de recebíveis da dívida ativa.
Tal dispositivo visa abrir caminho para o esquema de
desvio de recursos, na medida em que exclui a aplicação, à securitização, da
proibição de vinculação de receitas de impostos contida no citado inciso IV do
art. 167 da CF/88.
Assim, sorrateiramente, passa a ficar autorizada a
utilização das contas vinculadas, que vinculam receitas de impostos ao esquema
de securitização, pois é através dessas contas que se processa o desvio da
arrecadação tributária durante o percurso dos recursos pela rede bancária (a
exemplo do Contrato de Custódia de Recursos Financeiros e Administração de
Contas Vinculadas da PBH Ativos S/A, e em outros documentos da referida estatal
criada para operar o esquema de securitização de créditos públicos em Belo
Horizonte).
Por essa razão, é um absurdo tentar incluir tal
dispositivo à Constituição, pois ele promove a captura dos tributos pagos pela
sociedade e os destina ao esquema de securitização, definhando o orçamento
público, que deixará de receber esses recursos desviados, explica.
Precatórios
Precatórios são dívidas do governo com sentença judicial
definitiva, podendo ser em relação a questões tributárias, salariais ou
qualquer outra causa em que o poder público seja o derrotado.
Segundo nota da Consultoria de Orçamento da Câmara, do
total de precatórios previstos para pagamento em 2022, 26% (R$ 16,2 bilhões) se
referem a causas ganhas por quatro estados (Bahia, Ceará, Pernambuco e
Amazonas) contra a União relativas a cálculos do antigo Fundef. Parte dos
recursos deve custear abonos a professores.
Folga orçamentária
A redação aprovada engloba o texto da comissão especial
segundo o qual o limite das despesas com precatórios valerá até o fim do regime
de teto de gastos (2036). Para o próximo ano, esse limite será encontrado com a
aplicação do IPCA acumulado ao valor pago em 2016 (R$ 19,6 bilhões). A
estimativa é que o teto seja de quase R$ 40 bilhões em 2022. Pelas regras
atuais, dados do governo indicam um pagamento com precatórios de R$ 89 bilhões
em 2022, frente aos R$ 54,7 bilhões de 2021.
Segundo o secretário especial do Tesouro e Orçamento,
Esteves Colnago, cerca de R$ 50 bilhões devem ir para o programa Auxílio Brasil
e R$ 24 bilhões para ajustar os benefícios vinculados ao salário mínimo.
Prioridade
Para calcular o novo limite final de precatórios a pagar
em cada ano deverá ser aplicado o IPCA acumulado do ano anterior e deste valor
encontrado serão descontadas as requisições de pequeno valor (até 60 salários
mínimos no caso da União).
Os precatórios continuam a ser lançados por ordem de
apresentação pela Justiça e aqueles que ficarem de fora em razão do limite
terão prioridade nos anos seguintes.
O credor de precatório não contemplado no orçamento
poderá optar pelo recebimento em parcela única até o fim do ano seguinte se
aceitar desconto de 40% por meio de acordo em juízos de conciliação.
No caso de 2022, os valores não incluídos no orçamento
para esse tipo de quitação serão suportados por créditos adicionais abertos
durante o próximo ano.
As mudanças valem principalmente para a União, mas algumas
regras se aplicam também aos outros entes federados, que continuam com um
regime especial de quitação até 2024 (Emenda Constitucional 99/17).
Os precatórios pagos com desconto não serão incluídos no
limite anual dessa despesa no orçamento e ficarão de fora do teto de gastos.
Essas exclusões se aplicam ainda àqueles precatórios para os quais a
Constituição determina o parcelamento automático se seu valor for maior que 15%
do total previsto para essa despesa no orçamento.
De igual forma, ficarão de fora do teto e do limite os
precatórios de credores privados que optarem por uma das seguintes formas de
uso desse crédito:
– para pagar débitos com o Fisco;
– para comprar imóveis públicos à venda;
– para pagar outorga de serviços públicos;
– para comprar ações colocadas à venda de empresas
públicas; ou
– para comprar direitos do ente federado na forma de
cessão (dívidas a receber de outros credores, por exemplo), incluindo-se, no
caso da União, a antecipação de valores devidos pelo excedente em óleo nos
contratos de partilha para a exploração de petróleo.
O texto de Motta também deixa de fora do limite anual e
do teto de gastos as despesas com precatórios usados pela União e demais entes
federativos em quatro tipos de compensação:
– contratos de refinanciamento;
– quitação de garantia executada se concedida a outro
ente federativo;
– parcelamentos de tributos ou contribuições sociais; e
– obrigações decorrentes do descumprimento de prestação
de contas ou de desvio de recursos.
Essas compensações são direcionadas principalmente a
estados e municípios que têm dívidas refinanciadas perante a União e participam
de programas de recuperação fiscal cujos contratos exigem a observância do teto
de gastos. No entanto, somente podem ocorrer se for aceito por ambas as partes.
Quando incidirem sobre parcelas a vencer, haverá redução
uniforme no valor de cada parcela, mantida a duração original do respectivo
contrato ou parcelamento.
Adicionalmente, o texto especifica que os contratos de
parcelamentos ou renegociações de débitos firmados pela União com os entes
federativos deverão conter cláusulas para autorizar que os valores devidos
serão deduzidos dos repasses aos fundos de participação (FPM ou FPE) ou dos
precatórios federais a pagar.
Acesse as edições mais recentes das publicações do mercado:
Revista Apólice: https://www.revistaapolice.com.br/2021/10/edicao-270/
Revista Cobertura: https://www.revistacobertura.com.br/revistas/revista-cobertura-236/#1
Revista Segurador Brasil: https://revistaseguradorbrasil.com.br/edicao-168/
Revista Seguro Total: https://revistasegurototal.com.br/2021/10/08/edicao-221-quiver-30-anos-de-parceria-com-o-corretor-de-seguros/
Revista Insurance Corp: http://insurancecorp.com.br/pt/content/pdf/ic_ed37_2021.pdf
Caderno de Seguros: https://cnseg.org.br/publicacoes/revista-de-seguros-n-917.html
Revista Brasil Energia: https://editorabrasilenergia.com.br/wp-content/uploads/sites/1/flips/131000/Bia471/2/index.html