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Mercado de Seguros: Panorama Positivo

24, Nov. 2021

Seguros fecham o mês de setembro com crescimento de vendas acumulado em 13,4%

Arrecadação global no período de nove meses foi de R$ 224,4 bilhões, sem saúde e sem DPVAT

Fonte: CNseg / Sonho Seguro

O setor segurador encerrou os nove primeiros meses de 2021 com taxa de crescimento acumulada de 13,4%. “Os dados dos nove primeiros meses de 2021 devem ser comparados com a mesma base do ano anterior, de 2020, que teve recuperação a partir de julho. Por esse motivo, a tendência doravante deve ser de taxas acumuladas progressivamente menores”, avalia o presidente da Confederação Nacional das Seguradoras- CNseg, Marcio Coriolano, em seu editorial na nova edição da Conjuntura CNseg (nº57).

A arrecadação total acumulada foi de R$ 224,4 bilhões, sem saúde e sem DPVAT. Na taxa de crescimento acumulado – comparação dos nove meses contra o mesmo período de 2020 – o segmento de Danos & Responsabilidades registrou aumento de 15,1%, seguido de Vida & Previdência, 13,8%, e de Capitalização, 5,6%.  

De acordo com o dirigente, na ótica de 12 meses móveis, que é a melhor medida tendencial, o crescimento anualizado permanece em dois dígitos, agora mais apertados, com 10,7% (11,4% em agosto, 11,9% em julho; 12,0% em junho e 11,0% em maio).

O mês de setembro de 2021 encerrou com a arrecadação setorial apresentando a terceira queda mensal consecutiva, agora de 2,9%. Já na comparação do mês contra o mesmo mês de 2020 com outros setores de atividade econômica – conforme as Pesquisas Mensais do IBGE para setembro –, o desempenho do setor de seguros (4,6% positivos) se manteve superior ao da indústria, que teve queda de 3,9%, e ao do comércio, queda de 5,5%. “Os ramos de seguros com coberturas diretamente correlacionadas à proteção de patrimônios e pecúlios para a família continuam despertando maior interesse da população”, contextualiza o presidente da CNseg. 

Nesses nove meses de 2021, o setor de seguros está R$ 14,1 bilhões acima, em termos absolutos, da arrecadação dos últimos nove meses de 2019, portanto anteriores à pandemia no Brasil. 

No que diz respeito à sinistralidade setorial, a do segmento de Danos e Responsabilidades que, nos nove meses de 2020 estava em 48,9% agora, em 2021, subiu para 51,3%, influenciada pelo ramo de Automóveis (54,0% contra 59,7% neste período recente) e pelo Patrimonial (43,6% e 49,2%, respectivamente). No segmento de Cobertura de Pessoas, a sinistralidade dos seguros de Vida – Risco continua a agravar-se, de 28,4% para 41,9%, resultado dos eventos pandêmicos.

Esperando um bicentenário da Independência com desafios macroeconômicos relevantes, mas ainda com oportunidades

O ano de 2022 deverá ser o de retomada da normalidade pós-pandemia, ainda que não saibamos, ao certo, o que significará esse novo normal, diante de potenciais mudanças nas interações sociais e hábitos de consumo e de trabalho.

Por outro lado, do ponto de vista macroeconômico, deverá ser também um período de desafios relevantes para o mundo e o Brasil. Cabe, neste momento de deterioração das expectativas para os indicadores econômicos, fazermos algumas ponderações.

O setor de seguros, de modo particular, registrou expansão durante a crise trazida pelo coronavírus e continua com expectativas bastante favoráveis quando consideramos horizontes de tempo mais amplos.

De acordo com a Pesquisa Focus do Banco Central, realizada com mais de 100 áreas econômicas, o crescimento do PIB brasileiro deverá ficar em torno de 1,0% em 2022. Algumas casas já explicitam até mesmo a possibilidade de resultados mais próximos a zero ou ligeiramente negativos, após uma estimativa de crescimento em torno de 5% neste ano. Essas projeções são compatíveis com um cenário que deve ser impactado por alguns fatores:

(i) redução, já anunciada, de estímulos monetários por parte do Federal Reserve, o banco central dos EUA;

(ii) desaceleração, já em curso, da economia chinesa;

(iii) alta de juros, aqui no Brasil, em magnitude já superior ao que se esperava inicialmente, para combater a inflação; e

(iv) possível aumento da volatilidade dos preços de ativos financeiros, natural em momentos de transição política. Ademais, deveremos acompanhar com atenção os riscos hidrológicos nacionais e as restrições de oferta que afetam várias cadeias produtivas em escala global, como a do setor de chips e semicondutores.

Os dois fatores globais deverão levar ao aumento da aversão ao risco, pressão baixista sobre preços de commodities, enfraquecimento das moedas de países emergentes e volatilidade dos mercados financeiros internacionais.

Já os dois outros tendem a reduzir o ritmo de expansão do consumo e dos investimentos de forma direta, com possíveis impactos sobre o emprego e a renda. Claro que todos esses fatores podem se materializar em magnitude maior ou menor, diante de contrapartidas de política econômica, com ações de estímulo.

Esse cenário esperado para a economia brasileira traz desafios relevantes para os negócios em geral e também para o setor de seguros, embora algumas ressalvas devam ser feitas diante da fala dos mais pessimistas.

Não devemos nos esquecer que há alguns fatores mitigatórios desses riscos baixistas para o crescimento do PIB no próximo ano. Espera-se uma recuperação completa do setor de serviços, com os avanços na imunização. O leilão de 5G no Brasil, ainda que os seus benefícios só devam se materializar plenamente até o final da década, deve gerar impactos favoráveis imediatos, aumentando a conectividade, a inclusão digital e contribuindo para desenvolver novos serviços.

O dinamismo do setor agropecuário nacional, cuja renda deverá se manter elevada, continuará favorecendo a economia principalmente das pequenas e médias cidades. A desaceleração prevista na inflação, de acordo com a Pesquisa Focus, deverá ser benéfica para melhorar o poder aquisitivo da população, principalmente da parcela com menos recursos materiais.

A poupança financeira acumulada durante a pandemia, materializada na expansão das captações bancárias e fruto da renda que não pôde ser utilizada quando a economia esteve fechada, continuará elevada e tenderá a amortecer eventuais reveses no consumo de algumas camadas sociais.

Do ponto de vista mais estrutural, um dos legados deixados pela pandemia foi exatamente a emergência da percepção de que imprevistos acontecem, alguns com elevado potencial negativo. Tais imprevistos, chamados de choques pelos economistas, podem alterar significativamente os planos dos agentes econômicos.

Ainda que possamos acreditar que eventos similares ao da pandemia só ocorram a cada 100 anos, somos obrigados a reconhecer que reduções não previstas na renda são muito frequentes, assim como sinistros relacionados a veículos e à vida, como infelizmente vimos nos últimos meses.

A necessidade de aquisição de proteção diante desses eventos, pelo menos do ponto de vista financeiro, é algo, cada vez mais, reconhecido pela população em várias camadas sociais. Podemos dizer que tal reconhecimento insere-se em um tema maior, qual seja, o de educação financeira que tem sido inserido entre crianças e adolescentes.

Ainda do ponto de vista estrutural, não podemos nos esquecer da dinâmica demográfica, que tem levado ao envelhecimento populacional no Brasil. Trata-se de um aspecto independente dos altos e baixos da conjuntura econômica, que traz grandes oportunidades para os negócios em geral e também o mercado de seguros, por exemplo, no segmento de saúde.

Do lado das oportunidades ao setor, há vetores imponderáveis relacionados ao pós-pandemia. Por exemplo, as pessoas passarão mais tempo em casa, trabalhando? Utilizarão com mais frequência seus veículos próprios ou de aplicativos, reduzindo a utilização do transporte público?

São questões cujas respostas ainda não são conhecidas, mas que podem abrir espaço para avanço mais rápido nos segmentos de seguro residencial e de veículos, respectivamente.

Por fim, em um mundo, cada vez mais, conectado, com aumento exponencial do volume de transações comerciais e financeiras e maior exigência das contrapartes, quais são as oportunidades para o segmento de seguro de responsabilidade civil?

O desafio da sociedade brasileira será garantir que as oportunidades hoje existentes no País do futuro se materializem plenamente. Para isso, há avanços institucionais a serem realizados o mais rapidamente possível, via reformas estruturais que levem a regras críveis de controle dos gastos públicos, ao aumento da produtividade – via ampliação da qualidade da educação e da infraestrutura –, à melhora do ambiente de negócios e ao aumento da capacidade de crescimento sustentável da economia, do ponto de vista social, ambiental e econômico.

O setor de seguros tem papel fundamental nesse processo, pois, ao reduzir incertezas e garantir proteção financeira, diminui as incertezas, potencializando a tomada de decisões de consumidores e empresários.

A principal lição de casa do setor privado será, enquanto exige reformas estruturais, garimpar tais oportunidades, mesmo diante do pessimismo que tem se materializado para a economia em 2022.

Em um país que tem sobrevivido há mais de 500 anos a crises de diversas naturezas, olhar adiante é um exercício, cada vez mais, necessário e construtivo para superar os desafios.

Fonte: Revista Cobertura / Autor: Robson Rodrigues Pereira é economista, com doutorado pela USP, professor universitário, consultor de empresas, além de autor de diversos artigos relacionados ao cenário econômico. Também atuou em departamentos econômicos de grandes bancos do mercado brasileiro.

A importância da combinação da tecnologia com a questão humana é destaque no CQCS Insurtech & Innovation

Fonte: CQCS

No primeiro dia do CQCS Insurtech & Innovation, as atividades da sala Mário Petrelli discutiram o uso de tecnologias e inovações no mercado de seguros. A pandemia acelerou os processos de digitalização das seguradoras e trouxe grandes impactos para todo o mercado, seja nos processos, seja nas soluções que foram pensadas em função das novas demandas. Durante o painel Tech Transformando o Seguro, os participantes destacaram a importância da combinação da tecnologia com a questão humana. “Se a gente falar de tecnologia sem falar de pessoas acaba sendo um grande erro, então temos que pensar na melhor solução de pessoas para pessoas”, destacou o CTO Pottencial, Daniel Amorim.

Uma das oportunidades que surgiram com a pandemia foi colocar nas mãos do cliente a responsabilidade por encaminhar as informações de sinistros. “Essa proposta envolve o principal interessado neste processo: o segurado. Assim, conseguimos fazer uma avaliação das imagens que recebemos e gerar informações que permitam a seguradora tomar algumas decisões”, exemplificou o CEO da AbleTech, Arthur Soares. Estas mudanças também geraram oportunidades, pois, com a digitalização de inúmeros processos, aumentou a disponibilidade de dados e informações que as empresas dispõem para analisar e pensar em soluções para os clientes.

Esta realidade fica ainda mais evidente quando entra em cena um ator fundamental do mercado segurador: o corretor de seguros. Muito se discutiu se as novas tecnologias tornariam o corretor irrelevante, mas a verdade é que, mesmo com as inovações, ele tem um papel importante: o de consultor. Com tantas opções e customizações disponíveis, é muito comum que o cliente faça o orçamento de maneira direta, mas, antes da contratação, muitos ainda optam por conversar com alguém. “Como seguradora, temos que pensar os canais de corretores como plataformas de apoio na venda, prover cada vez mais ferramentas, conhecimento para que eles tenham cada vez mais condições de fazer uma venda mais fluida”, afirmou o Superintendente Executivo Bradesco Seguros, Giuliano Generali. O corretor passa a atuar então como um consultor, que conhece todas as opções disponíveis e oferece o produto certo para cada momento de vida de cada um dos clientes.

O uso da tecnologia também permite que as empresas automatizem processos repetitivos, otimizando a mão de obra e reduzindo possibilidades de fraudes. O uso da inteligência artificial permite que, com os dados que as seguradoras dispõem, as máquinas possam ser treinadas para identificar documentos e extrair dados a fim de identificar as fraudes e até mesmo apontar eventuais potenciais de mercado. “Todas entradas de informação geram insumo para decisões lá na frente. Através da análise de dados, é possível gerar um score para orientar a operadora onde deve ter mais atenção e onde pode melhorar a usabilidade do usuário”, apontou o Head Comercial de Seguros Neurotech, Daniel Gusson. Para o Business Development Manager Friss, Iván Ballón, o uso da inteligência artificial veio para ficar, especialmente porque este desafio nunca vai acabar, uma vez que tem novas normas, novos produtos, novos tipos de carro e demandas surgindo o tempo todo.

Neste cenário de muita inovação, muito tem se falado em insurtechs. Mas, elas não devem ser vistas como ameaça nem como uma forma de revolução, segundo a COO Fitinsur, Luane Fernandes. “A gente não veio para revolucionar o mercado, veio para ajudar o mercado, para trabalhar com todo mundo. É preciso tecnologia para fazer a roda chegar mais longe, as pessoas terem mais acesso, já que, no Brasil, a cultura do seguro ainda é muito incipiente”, afirmou. Muitas empresas não tem a disponibilidade financeira nem de recursos humanos para inovar. Aí entram as insurtechs. “Não precisa contar só com estrutura própria para que as coisas aconteçam, pode chamar empresas parceiras. Mesmo que não tenha a tecnologia embarcada na empresa, tem muitas soluções no mercado”, ressaltou o Head de Produtos & Parceria SUTHB, Ricardo Nishimura. Esta troca entre as empresas permite que produtos sejam lançados com muito mais agilidade e os clientes sintam que tem suas demandas atendidas de maneira mais rápida.

Dr. Consulta: de uma clínica em Heliópolis para uma grande startup de saúde

Healthtech atendeu 2,5 milhões de pacientes e tem Jorge Paulo Lemann e José Galló entre investidores. Conheça sua história neste episódio de Do Zero Ao Topo

SÃO PAULO – Thomaz Srougi fundou a Dr. Consulta unindo uma infância de convivência com o trabalho do pai, que era médico, a uma juventude de estudo em políticas públicas e de trabalho no mercado financeiro. A startup de saúde, ou healthtech, nasceu da forma mais tradicional possível: uma clínica na comunidade de Heliópolis, em São Paulo. Com o tempo, o Dr. Consulta usou tecnologias como a inteligência artificial para coletar dados, tornar as consultas mais eficientes e, assim, dar mais acesso aos serviços de saúde no Brasil.

Criada em 2011, a startup de saúde já atendeu 2 milhões e meio de pacientes por meio de suas mais de 30 clínicas médicas populares ou de suas consultas por telemedicina e atendimento em casa. A história do Dr. Consulta é tema do episódio 106 do podcast Do Zero ao Topo. É possível seguir o programa e escutar a entrevista completa via ApplePodcasts, Spotify, Deezer, Spreaker, Google Podcast, Castbox, Amazon Music e outros agregadores de áudio do país.

Thomaz Srougi, fundador e presidente do conselho de administração do Dr. Consulta, fala sobre o começo da healthtech; sobre a comparação entre seu modelo de negócio com o de outras empresas de saúde; e sobre as lições aprendidas durante a jornada, desde como lidar com um crescimento rápido até como definir qual o momento certo de dar lucro.

“Na saúde, quanto mais eficiente você é, mais as pessoas ganham”, diz Srougi no episódio. “Mais eficiência significa menor custo com qualidade igual ou superior. E quanto menor o custo, maior o lucro. Esses ganhos podem ser reinvestidos ou podem ser usados para reduzir ainda mais o preço e ampliar o acesso.”

Investidores de peso entraram no negócio. Alguns exemplos são os empresários Beto Sicupira, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles (3G Capital), José Galló (Renner) e Marc Benioff (Salesforce). Fundos de investimento como Kaszek e Omidyar (do fundador do eBay) também aportaram no Dr. Consulta.

Todos estavam de olho no mercado brasileiro de startups de saúde, que depois seria impulsionado pela pandemia do novo coronavírus. O país tem mais de 500 startups atuando na área da saúde, segundo o estudo Distrito Healthtech Report 2020. Desde 2014, esses empreendimentos receberam US$ 430 milhões de investidores.

“O plano agora é ir para o país inteiro, replicando nosso modelo”, afirma Srougi. “Onde tiver déficit de saúde, a gente quer estar.”

Fonte: InfoMoney 

Consumo de energia no Brasil cai 2,4% na primeira metade de novembro, diz CCEE

Fonte: Reuters

O consumo de energia elétrica no Brasil recuou 2,4% na primeira metade de novembro, ante o mesmo período de 2020, para 61.924 MW médios, mantendo uma tendência de queda na comparação anual, apontaram dados preliminares da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) nesta terça-feira.

"As temperaturas mais amenas dos últimos dias nas regiões Sul e Sudeste, que costumam demandar mais energia do Sistema Interligado Nacional (SIN), são a principal explicação para o resultado", disse a CCEE, em nota. O menor uso de ar condicionado acaba colaborando para reduzir a demanda por eletricidade.

O declínio foi puxado pela menor demanda do mercado regulado, que atende consumidores de menor porte, como pequenos comércios e as residências, disse a câmara. Neste ambiente foram utilizados 39.987 MW médios, volume 6,1% menor na comparação anual.

Já no mercado livre, que fornece eletricidade para clientes de alta tensão, como indústrias e shoppings, o consumo foi de 21.938 MW médios, avanço de 5,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

Aumentar impostos para bancar Auxílio Brasil 'não tem o menor cabimento', diz presidente do Senado

Estadão

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), rejeitou a ideia de aumentar os imposto para bancar o Auxílio Brasil com a criação de um programa social permanente.

O auxílio permanente deve ser incluído na PEC dos precatórios, conforme proposta do líder do governo e relator da medida no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), mas sem apontar uma fonte de financiamento.

Em entrevista coletiva, Pacheco afirmou que é preciso encontrar uma forma para financiar o benefício, mas que esse é papel do governo. Ao Congresso, nas palavras do presidente do Senado, cabe avaliar a alternativa e votar.

Mais cedo, o líder do governo insistiu na taxação de lucros e dividendos como o "candidato natural" para bancar o auxílio de forma permanente a partir de 2023. Pacheco, no entanto, foi no sentido contrário.

O presidente do Senado citou corte de gastos e revisão de benefícios como formas de financiar o auxílio permanente. "O que não podemos é, a pretexto de sustentar qualquer tipo de programa, querer aumentar imposto porque isso não tem menor cabimento a essa altura."

Pacheco reforçou a intenção de aprovar a PEC para viabilizar o pagamento do Auxílio Brasil com um benefício de R$ 400 ainda neste ano. O governo quer votar a proposta no plenário na próxima terça-feira, 30. A data não foi expressamente garantida pelo presidente do Senado.

O que há de errado em quatro argumentos de quem nega o aquecimento global

BBCNews

Enquanto os líderes mundiais se reuniam na cúpula da COP26, em Glasglow, na Escócia, para debater como enfrentar a mudança climática, afirmações enganosas e falsidades sobre o clima aumentaram nas mídias sociais.

A BBC analisou algumas das alegações que mais viralizaram no ano passado e o que elas podem nos dizer agora sobre a negação das mudanças climáticas.

Afirmação 1: O sol vai esfriar, interrompendo o aquecimento global

Há muito as pessoas afirmam, incorretamente, que as mudanças de temperatura do século passado são apenas parte do ciclo natural da Terra, e não o resultado do comportamento humano.

Nos últimos meses, vimos uma nova versão desse argumento.

Milhares de postagens nas redes sociais, atingindo centenas de milhares de pessoas no ano passado, afirmam que um "Grande Mínimo Solar" levará a uma queda natural nas temperaturas, sem intervenção humana.

Mas não é isso que as evidências mostram.

Um grande mínimo solar é um fenômeno real quando o Sol emite menos energia como parte de seu ciclo natural.

Estudos sugerem que o Sol pode muito bem passar por uma fase mais fraca em algum momento deste século, mas isso levaria, no máximo, a um resfriamento temporário de 0,1 — 0,2 °C do nosso planeta.

Isso não chega nem perto de compensar a atividade humana, que já aqueceu o planeta em cerca de 1,2 °C nos últimos 200 anos e continuará a aumentar, possivelmente chegando a 2,4 °C no final do século.

Sabemos que os recentes aumentos de temperatura não foram causados ​​pelas mudanças no ciclo natural do Sol porque a camada da atmosfera mais próxima da Terra está se aquecendo, enquanto a camada mais próxima do Sol — a estratosfera — está esfriando.

O calor que normalmente seria liberado na estratosfera está sendo aprisionado pelos gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono liberado pela queima de combustível.

Se as mudanças de temperatura na Terra fossem causadas pelo Sol, esperaríamos que toda a atmosfera esquentasse (ou esfriasse) ao mesmo tempo.

Afirmação 2: o aquecimento global é bom

Vários posts que circulam nas redes sociais afirmam que o aquecimento global tornará partes da Terra mais habitáveis ​​e que o frio mata mais pessoas do que o calor.

Esses argumentos frequentemente selecionam fatos favoráveis, ignorando qualquer um que os contradiga.

Por exemplo, é verdade que algumas partes inóspitas e frias do mundo podem se tornar mais fáceis de se viver por algum tempo.

Mas, nesses mesmos lugares, o aquecimento também pode levar a chuvas extremas, afetando as condições de vida e a capacidade de cultivo.

Ao mesmo tempo, outras partes do mundo se tornariam inabitáveis ​​como resultado do aumento da temperatura e da elevação do nível do mar, como as paradisíacas Ilhas Maldivas.

Pode ser que venhamos a ter menos mortes relacionadas ao frio. Mas de acordo com um estudo publicado na revista científica Lancet, entre 2000 e 2019, mais pessoas morreram em consequência do frio do que do calor.

No entanto, um aumento nas mortes relacionadas ao calor deve contrabalancear todas as vidas salvas.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU diz, de maneira geral, "os riscos relacionados ao clima para a saúde [e] subsistência ... devem aumentar com o aquecimento global de 1,5 grau".

Espera-se que quaisquer pequenos benefícios locais de menos dias frios sejam compensados ​​pelos riscos de períodos mais frequentes de calor extremo.

Afirmação 3: ações de mudança climática tornarão as pessoas mais pobres

Uma afirmação comum feita por aqueles que se opõem aos esforços para combater a mudança climática é que os combustíveis fósseis têm sido essenciais para impulsionar o crescimento econômico.

Portanto, limitar seu uso, prossegue o argumento, inevitavelmente retardará esse crescimento e aumentará o custo de vida, prejudicando os mais pobres.

Mas este não é o quadro completo.

Os combustíveis fósseis impulsionaram veículos, fábricas e tecnologia, permitindo aos humanos no século passado fazer coisas em uma escala e velocidade que antes seriam impossíveis. Isso permitiu que muitas pessoas produzissem, vendessem e comprassem mais coisas e ficassem mais ricas.

Mas parar de usar carvão não significa retornar aos dias das carroças puxadas por bois e das máquinas de manivela — agora temos outras tecnologias que podem fazer um trabalho semelhante.

Em muitos lugares, a eletricidade renovável — movida a energia eólica ou solar, por exemplo — é agora mais barata do que a eletricidade movida a carvão, petróleo ou gás.

Por outro lado, estudos preveem que, se não agirmos diante das mudanças climáticas até 2050, a economia global pode encolher 18% por causa dos danos causados ​​por desastres naturais e temperaturas extremas em edifícios, vidas, negócios e suprimentos de alimentos.

Esses danos atingiriam mais duramente os mais pobres do mundo.

Afirmação 4: a energia renovável é perigosamente não confiável

Postagens enganosas alegando que falhas de energia renovável levaram a apagões viralizaram no início do ano, quando uma falha massiva na rede elétrica deixou milhões de texanos no escuro e no frio.

Essas postagens, que foram retomadas por vários meios de comunicação conservadores nos Estados Unidos, atribuíram erroneamente o blecaute às turbinas eólicas.

"Os apagões são um artefato da má gestão da geração e distribuição de eletricidade", disse John Gluyas, diretor-executivo do Durham Energy Institute, nos Estados Unidos.

Ele diz que a alegação de que a energia renovável causa apagões é "absurda ... A Venezuela tem uma grande quantidade de petróleo e apagões frequentes".

De acordo com Jennie King, do centro de estudos ISD Global, esse descrédito das energias renováveis ​​é uma "linha de ataque chave para aqueles que desejam preservar a dependência e os subsídios do petróleo e do gás".

Os críticos dos esquemas de energia renovável também afirmam que a tecnologia mata pássaros e morcegos, ignorando os estudos que estimam que as plantas movidas a combustíveis fósseis matam muito mais animais.

Não há dúvida de que alguns animais selvagens, incluindo pássaros, são mortos por turbinas eólicas.

Mas de acordo com o Instituto de Pesquisa de Mudanças Climáticas e Meio Ambiente da Universidade London School of Economics and Political Science (LSE), em Londres, no Reino Unido: "Os benefícios para a vida selvagem da mitigação das mudanças climáticas são considerados por ONGs de preservação... para compensar os riscos, desde que as salvaguardas de planejamento corretas sejam postas em prática, incluindo cuidadosa seleção do local."

Mundo está entrando em quarta onda de covid-19, diz diretora da OMS

Fonte: Estadão

A diretora-geral adjunta de acesso a medicamentos e produtos farmacêuticos da Organização Mundial da Saúde (OMS), a médica brasileira Mariângela Simão, disse nesta segunda-feira, 22, que o mundo está entrando em uma quarta onda da pandemia de covid-19. A declaração foi dada na conferência de abertura de um evento realizado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

“O mundo, na verdade, está entrando em uma quarta onda, mas as regiões tiveram comportamento diferente em relação à pandemia”, apontou Mariângela. “Na região das Américas, há uma transmissão comunitária continuada, com pequenos picos, enquanto a Europa está entrando de novo em uma ressurgência de casos”, explicou.

A médica não fez previsões específicas para o Brasil, que tem assistido nas últimas semanas a uma queda sustentada de internações e mortes, além de ver avanço significativo na vacinação. Comentou, porém, que a realização do Carnaval pode ser “extremamente propícia para o aumento da transmissão comunitária” no País.

O aumento no número de casos de covid-19 tem levado países a ampliar o cerco contra não imunizados — a Áustria, por exemplo, impôs um lockdown específico contra esse grupo. A estratégia visa a evitar o surgimento de novas cepas, como a Delta, identificada originalmente na Índia e depois responsável por acelerar o contágio em diversas regiões do planeta.

“A OMS tem o entendimento neste momento que é provável que a gente tenha uma transmissão continuada do vírus por conta das variantes”, disse a diretora da OMS. Segundo se observa nas curvas epidêmicas, a médica destacou que há países com ondas repetidas, outros com transmissão contínua e há ainda aqueles que tiveram um controle não sustentado no início da pandemia e que agora têm picos agudos de contaminação.

Entre os fatores que continuam influenciando na transmissão do Sars-Cov-2, Mariângela destacou quatro pontos. O primeiro são as variantes mais transmissíveis, como a Delta. Atualmente, conforme mapeamento genético realizado pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS), a Delta corresponde a mais de 97% das variantes em circulação no País.

O segundo aspecto é o fato de grande parte da população seguir sem acesso às vacinas. Dados da OMS apontam que menos de 5% das pessoas de países de baixa renda — grande parte na África e na Ásia — receberam ao menos uma dose de vacina anticovid, mesmo com mais de 7,5 bilhões de doses tendo sido aplicadas no mundo. “A inequidade no acesso à vacina é o maior desafio ético do nosso tempo”, disse Mariângela.

Por fim, o terceiro e quarto fatores seriam o aumento das interações sociais, com o fim das medidas de isolamento, e ainda a desinformação em relação às formas de lidar com o vírus. “A mensagem correta, no momento certo, em formato adequado, vinda da pessoa certa (...) pode auxiliar muito”, apontou a médica.

Entre domingo e segunda, conforme apontou Mariângela, foram confirmados mais de 440 mil casos em todo mundo e um total de 6,7 mil óbitos. Com isso, o planeta chegou a 255 milhões de diagnósticos positivos da doença e já contabiliza 5,1 milhões de vítimas. “É claro que isso reflete uma enorme subnotificação em vários continentes”, disse a diretora da OMS.

Futuro da pandemia

Sobre os possíveis cenários para o futuro, Mariângela destacou o papel das vacinas e disse que, mesmo não tendo impacto significativo na transmissão, elas “diminuem a severidade da doença e a mortalidade”. “A gente já tem dados robustos, como do Reino Unido, que mostram uma dissociação de casos e óbitos, por conta da vacinação”, destacou.

A diretora da OMS apontou que, pelo que se observa pelas informações de hoje, havendo altos níveis de imunidade populacional em todos os países, a mortalidade pela doença poderá reduzir significativamente. Os surtos de contaminação pela doença, acrescentou, até podem continuar acontecendo entre grupos suscetíveis, como os não vacinados, mas para este caso é necessário intensificar o processo de conscientização.

Mariângela reforçou ainda que “a vacinação sozinha não consegue conter transmissão”, o que torna também importante o monitoramento contínuo da situação epidemiológica e a adoção de medidas. “Me preocupa bastante quando vejo no Brasil a discussão sobre o Carnaval, é uma condição extremamente propícia para o aumento da transmissão comunitária. Precisamos planejar as ações para 2022”, disse a diretora da OMS.

Segundo Mariângela, um outro ponto é que há uma “associação forte” entre a cobertura vacinal e o uso de máscaras, o que também acaba sendo um fator de atenção até para países cuja vacinação avançou. “Quanto maior é a cobertura vacinal, menor é o uso de máscaras”, destacou.

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