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‘Próximos unicórnios serão startups sustentáveis’, diz Larry Fink em carta anual

18, Jan. 2022

‘Próximos unicórnios serão startups sustentáveis’, diz Larry Fink em carta anual

CEO global da BlackRock defendeu que empresas e cidades que não se adaptarem a uma economia verde ficarão para trás.

Taís Laporta- Fonte: Investnews

Em sua tradicional carta anual a clientes e investidores, o CEO e cofundador da BlackRock, Larry Fink, reafirmou o compromisso da gestora com a sustentabilidade e declarou que todas as empresas e setores serão transformados pela transição para uma economia verde, com emissão zero de carbono. Em sua visão, negócios e até cidades e países que não se adaptarem à “descarbonização da economia” correm o risco de ficar para trás.

“Os próximos 1.000 unicórnios não serão mecanismos de busca ou empresas de redes sociais, eles serão inovadores sustentáveis e escaláveis – startups que ajudam o mundo a se descarbonizar e tornar a transição de energia acessível para todos os consumidores”, escreveu no documento, divulgado pela gestora nesta terça-feira (18).

Fink, que no último ano anunciou que as práticas ESG (com foco ambiental, social e de governança) passariam ao centro dos negócios da BlackRock, escreveu a clientes que poucas coisas afetarão as decisões de alocação de capital – e o valor de longo prazo de uma empresa – mais que “a eficiência com que você navegará na transição energética global nos próximos anos”.

Relações de trabalho

No documento, Larry também destacou que a relação entre empregadores e empregados passa por intensa transformação, no sentido de que a pandemia chegou para alterar essa dinâmica, fazendo com que funcionários em todo o mundo demandem mais de seu empregador. Segundo ele, empresas que criam ambientes melhores e mais inovadores para os trabalhadores estão vendo níveis mais baixos de rotatividade e maiores retornos.

Fink defende que trabalhadores que exigem mais de seus empregadores são uma caraterística essencial do capitalismo eficaz. “Isso impulsiona a prosperidade e cria um cenário mais competitivo para os profissionais (…) As empresas que oferecem isso estão colhendo os frutos”.

O CEO da BlackRock também evidenciou questões como diversidade e inclusão como primordiais para propiciar esse ambiente, além das questões de pagamento e flexibilidade. “Além de melhorar nossa relação com o local onde trabalhamos fisicamente, a pandemia também evidenciou questões como igualdade racial, cuidados infantis e saúde mental – e revelou a lacuna entre as expectativas geracionais no trabalho”, acrescentou.

Segundo Fink, esses temas agora são o centro das atenções dos CEOs. Em sua visão, eles devem ser cuidadosos sobre como usam suas vozes e se conectam a questões sociais importantes para seus funcionários.

Capitalismo de stakeholders

O executivo citou também o que ele chama de “capitalismo de stakeholders”, que segundo ele deve ser conduzido por relacionamentos benéficos entre todas as partes envolvidas, como empresários, funcionários, clientes, fornecedores e comunidades. “O capitalismo de stakeholders não se trata de política. Não é uma agenda social ou ideológica. Não é ‘justiça social'”, salientou Fink no documento.

Ele complementou, ainda, que quando bem conduzido, o capital é alocado de maneira eficiente, as empresas obtêm lucratividade duradoura e o valor é criado e mantido em longo prazo. “Não se engane, a busca justa pelo lucro ainda é o que anima os mercados; e a rentabilidade de longo prazo é a medida pela qual os mercados determinarão o sucesso da sua empresa no fim das contas”, escreveu o CEO da BlackRock.